7
atrelado ao Movimento dos Atingidos
pelas Barragens (MAB), o Movimento das
Mulheres Camponesas (MMC), o
Movimento dos Pequenos Agricultores
(MPA), sindicatos e federações estaduais
vinculados à Confederação dos
Trabalhadores na Agricultura (CONTAG),
Movimento de Mulheres Trabalhadoras
Rurais (vide a Marcha das Margaridas), a
Rede de Educação do Semiárido Brasileiro
(RESAB), Comissão Pastoral da Terra
(CPT), além de outras organizações locais
(Baptista, 2003; Munarim, 2008).
Além desses, outras organizações
sociais atuaram para transformar o cenário,
a exemplo de igrejas e grupos sociais
envolvidos nos encontros Por uma
educação do campo; dos debates sobre a
Educação para o semiárido brasileiro; da
realização de parcerias entre Organizações
não Governamentais – ONGs,
universidades e prefeituras; da produção de
materiais didáticos específicos; criação do
Programa Nacional de Educação na
Reforma Agrária - PRONERA; projeto
Escola Ativa, entre outros (Baptista, 2003).
A I Conferência Nacional por uma
Educação Básica do Campo, realizada em
Goiás, contribuiu para a aprovação, em
2002, das Diretrizes Operacionais para a
Educação Básica nas Escolas do Campo.
Além do MST, UnB e UNICEF, houve
participação da CNBB e UNESCO
(Munarin, 2008). Em 2003, o MEC
instituiu um Grupo Permanente de
Trabalho para articular movimentos
sociais, entre os três poderes; e em 2004,
criou a Coordenação Geral de Educação do
Campo, integrada à Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização e Diversidade –
Secad. Neste mesmo ano, a II Conferência
Nacional por uma Educação do Campo
sugeriu a criação de uma Licenciatura em
Educação do Campo e em 2010, uma
Resolução CNE/CEB n° 7/2010, incluiu a
modalidade, considerando o currículo, a
diversidade de saberes e os interesses da
referida população (Carvalho, Robaert &
Freitas, 2015).
Nesses termos, Queiroz (2011)
enfatiza a necessidade de se reconhecer a
diversidade da região e da população
campesina:
É preciso conhecer, reconhecer,
resgatar, respeitar e afirmar a
diversidade sociocultural dos povos
que vivem/habitam no campo e do
campo... Pode-se falar de:
acampados, arrendatários,
assalariados rurais, assentados,
comunidades camponesas,
comunidades negras rurais,
indígenas, extrativistas, meeiros,
pequenos agricultores, pescadores,
posseiros, povos das florestas,
quilombolas, reassentados atingidos
por barragens, ribeirinhos, entre
outros... É importante, ainda,
identificar: as diferenças de gênero,
de etnia, de religião, de geração; os
diferentes jeitos de produzir e de
viver; os diferentes modos de olhar o
mundo; os diferentes modos de