Revista Brasileira de Educação do Campo
Brazilian Journal of Rural Education
ARTIGO/ARTICLE/ARTÍCULO
DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e10315
Tocantinópolis/Brasil
v. 5
e10315
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2020
ISSN: 2525-4863
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A Licenciatura em Educação do Campo da Universidade
Federal de Viçosa: perfil e perspectivas dos egressos do
curso
Daniela Queiroz do Prado
1
, Lourdes Helena da Silva
2
1
2
Universidade Federal de Viçosa - UFV. Programa de Pós-Graduação em Educação. Avenida Peter Henry Rolfs, s./n.
Campus Universitário. Viçosa - MG. Brasil.
Autor para correspondência/Author for correspondence: danielaqueirosdoprado@yahoo.com.br
RESUMO. O presente estudo, oriundo da pesquisa intitulada
“Egressos da Licenciatura em Educação do Campo da
Universidade Federal de Viçosa”, tem como propósito a
caracterização dos egressos da primeira turma da Licenciatura
em Educação do Campo da UFV (LICENA), bem como a
avaliação realizada por eles sobre a formação vivenciada no
curso. Estes dados, coletados através da aplicação de
questionários e entrevistas, revelaram que a primeira turma de
egressos da LICENA é composta por uma diversidade de
sujeitos do campo, os quais mantêm envolvimento com várias
atividades no meio rural, bem como integram diversos
movimentos sociais e sindicais camponeses. Além disso, no
tocante à avaliação do curso, de acordo com a perspectiva dos
egressos, destaca-se que a proposta formativa do curso ainda
enfrenta desafios, tanto no âmbito da formação de educadores
do campo, quanto na inserção profissional destes sujeitos na
área proposta pelo curso.
Palavras-chave: Educação do Campo, Licenciatura em
Educação do Campo, Egressos.
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Profile and perspectives of the first completes of the
Licensing Education in the Countryside of the Federal
University of Viçosa
ABSTRACT. This study, resulting from research titled
“Licensing Education in Countryside of the Federal University
of Viçosa” is intended to characterize the first class egresses of
the Licensing Education of the UFV (LICENA) as well as the
evaluation made by them about the in-course training. These
data, collected through the application of questionnaires and
interviews revealed that the first class egresses of LICENA is
composed by a diversity of countryside subjects, who maintain
involvement in various activities in the rural environment, as
well as how they integrate peasant social and union movements.
In addition, regarding the course evaluation, according to the
perspective of the egresses, it stands out that the course proposal
still faces challenges, both in the training of countryside
educators and in the professional insertion of these subjects in
the area proposed by the course.
Keywords: Rural Education, Licensing Education in
Countryside, Egresses.
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El Grado en Educación Rural de la Universidad Federal
de Viçosa: perfile y perspectivas de los egresados del curso
RESUMEN. El presente estudio, a partir de la investigación
titulada "Egresados de la Licenciatura en Educación Rural de la
Universidad Federal de Viçosa", tiene como objetivo
caracterizar a los egresados de la primera promoción de la
Licenciatura en Educación Rural de la UFV (LICENA), así
como la evaluación realizada por ellos sobre la formación vivida
en el curso. Estos datos, recolectados a través de la aplicación de
cuestionarios y entrevistas, revelaron que la primera promoción
de egresados de LICENA está compuesta por una diversidad de
sujetos del campo, quienes mantienen involucrados con diversas
actividades en el medio rural, además de integrar diferentes
movimientos sociales y sindicales campesinos. Además, en lo
que respecta a la evaluación del curso, según la perspectiva de
los egresados, se destaca que la propuesta formativa del curso
aún enfrenta desafíos, tanto en el ámbito de la formación de
educadores rurales, como en la inserción profesional de estas
materias en el ámbito propuesto por la curso.
Palabras clave: Educación Rural, Licenciatura en Educación
Rural, Graduados.
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Introdução
Os movimentos sociais e sindicais do
campo têm protagonizado diversas
experiências educativas. Os cursos de
Licenciatura em Educação do Campo
(LEdoC) são algumas delas e têm se
materializado nas universidades públicas
brasileiras e Institutos Federais,
destacando-se como uma ampliação dos
direitos a serem assegurados aos sujeitos
do campo, além de garantia a afirmação
das escolas públicas de Educação Básica e
a emancipação dos territórios rurais (Hage,
Silva & Brito, 2016).
A partir de 2007 foram implantados
mais de 40 cursos de Licenciatura em
Educação do Campo (LEdoC) em
Instituições Federais de Ensino Superior,
em diversas regiões do Brasil (Molina,
2015). Os cursos de LEdoC objetivam
promover uma formação crítica e
transformadora, que busca contrapor a
concepção pedagógica hegemônica que
sustenta a sociedade capitalista. Eles
representam uma grande conquista para o
Movimento da Educação do Campo e
inovações pedagógicas para as
universidades públicas do país (Hage,
Silva & Brito, 2016). As LEdoC propõem
formar educadores aptos para atuarem nos
anos finais do Ensino Fundamental e
Médio, bem como na gestão de processos
educativos escolares e comunitários. Os
cursos estão alicerçados na
interdisciplinaridade, com a formação por
área de conhecimento
1
, e ainda possuem
uma proposta da formação por Alternância
Educativa, que intercala Tempo
Universidade e Tempo Comunidade (Sá &
Molina, 2011).
As LEdoC e a sua proposta formativa
têm fomentado muitas pesquisas, pois são
experiências inovadoras no contexto das
instituições de Ensino Superior. Dentre
estes estudos, destaca-se a pesquisa
intitulada “Egressos da Licenciatura em
Educação do Campo da Universidade
Federal de Viçosa” que, integrante do
Programa de Estudos “A LICENA-UFV:
Sujeitos, Representações e Práticas
Pedagógicas”, orientou a construção do
presente artigo. Neste contexto, o nosso
propósito aqui é apresentar uma
caracterização dos egressos da primeira
turma da Licenciatura em Educação do
Campo da Universidade Federal de Viçosa
(LICENA-UFV), bem como a avaliação
construída por eles sobre a formação
recebida no curso.
Assim, foram sujeitos da pesquisa
aqueles que compuseram a primeira turma
de egressos da LICENA, ingressantes no
ano de 2014. Essa turma contou,
inicialmente, com a presença de 120
estudantes, sendo que 59 deles (49,16%)
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colaram grau em janeiro de 2018. O perfil
aqui apresentado foi construído a partir dos
dados coletados através da aplicação do
questionário. Dentre os 59 egressos da
LICENA que colaram grau em 2018, 49
(83,05%) se disponibilizaram a participar
da pesquisa, constituindo assim o universo
amostral do estudo.
Em sua organização, o artigo
encontra-se estruturado em três seções.
Esta primeira é introdutória. Uma segunda
seção de apresentação do processo de
constituição das Licenciaturas em
Educação do Campo na sociedade
brasileira, buscou destacar alguns dos
avanços e das dificuldades presentes nesse
processo. Na terceira seção, descrevemos e
analisamos alguns resultados da pesquisa,
especificamente uma caracterização dos
egressos da primeira turma da LICENA,
bem como a avaliação construída por eles
sobre a formação recebida no curso. Para
finalizar, tecemos algumas considerações
finais, apontando que esta pesquisa
possibilitou um delineamento do perfil e
das características sociopolíticas e de
atuação profissional dos egressos da
primeira turma da LICENA.
Licenciaturas em Educação do Campo:
suas origens e sujeitos sociais
A educação no meio rural brasileiro,
por muitos anos, esteve a serviço do
processo de modernização do campo,
sendo marginalizada e alvo de falta de
recursos humanos e financeiros. Diante
desta histórica desvalorização, no final da
década de 1990 os movimentos sociais e
sindicais camponeses se articularam e se
uniram com um propósito em comum: a
luta pelo direito à educação; uma educação
adequada às necessidades sociais de cada
realidade camponesa, capaz de promover a
formação de sujeitos críticos, autônomos e
reconhecedores de seus direitos. Uma
formação que, para além de currículos
escolares, é orientada para o
desenvolvimento integral do humano em
uma perspectiva sociopolítica educacional
(Caldart, 2011, Vendramini, 2009).
A luta dos movimentos sociais e
sindicais do campo pelo direito à educação
do campo teve início no final na década de
1990. Especificamente, em 1997, durante o
I Encontro Nacional dos Educadores e
Educadoras a Reforma Agrária (Enera),
realizado pelo Movimento dos
trabalhadores Rurais Sem Terra (MST),
teve início um conjunto de discussões para
a preparação da I Conferência Nacional
por uma Educação do Campo, realizada em
1998. No contexto desta I Conferência,
estiveram presentes os mais diversos
movimentos sociais e sindicais do campo
2
,
os quais se articularam nacionalmente
dando origem ao Movimento da Educação
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do Campo. Um movimento que luta pelo
direito a uma educação que atenda às
necessidades dos sujeitos do campo, que
esteja a serviço da emancipação social e
política destes sujeitos, fortalecendo suas
identidades e culturas. Buscava-se, ainda, o
desenvolvimento de uma educação que
seja vinculada a um projeto de
desenvolvimento do campo e de sociedade,
fundamentado em princípios que valorizam
e respeitam a diversidade (Munarim, 2008,
Pires, 2012). A luta pela Educação do
Campo surge, portanto, dos próprios
sujeitos a quem ela se destina, contando
assim com o protagonismo dos mais
diversos movimentos sociais e sindicais
camponeses, além da parceria de
universidades públicas e outros coletivos e
organizações sociais nas lutas pela
efetivação de suas propostas político-
pedagógicas.
Neste processo, os sujeitos coletivos
do campo construíram diversas estratégias
para garantir os avanços e conquistas
necessárias à consolidação do movimento
da Educação do Campo. Dentre suas
diversas reivindicações, destacam-se as
lutas por uma política pública específica
para a formação de educadores do campo.
Assim foi que, a partir da pressão e das
demandas apresentadas ao Estado pelo
Movimento da Educação do Campo,
tivemos a criação, no ano de 2006, do
Programa de Apoio à Formação Superior
em Licenciatura em Educação do Campo
(PROCAMPO), no âmbito do Ministério
da Educação, especificamente na
Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização, Diversidade e Inclusão
(Secadi) (Santos & Silva, 2016). O
PROCAMPO se constitui como política
pública de formação de educadores do
campo que objetiva formar educadores
capazes numa dinâmica pedagógica que
favoreça articular os processos de
aprendizagem com a realidade camponesa.
Em 2007, o PROCAMPO viabilizou a
criação de quatro cursos de Licenciaturas
em Educação do Campo (LEdoC), em
caráter experimental, nas seguintes
universidades públicas: Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG);
Universidade de Brasília (UnB);
Universidade Federal da Bahia (UFBA); e
Universidade Federal de Sergipe (UFS)
(Molina, 2015).
A partir destas quatro experiências
pilotos foi instituído, em março de 2012,
pelo Decreto 7.352, o Programa
Nacional de Educação do Campo
(PRONACAMPO). O programa tem como
propósito oferecer apoio financeiro e
técnico para viabilização de políticas
públicas para ampliar o acesso à Educação
Básica aos sujeitos do campo e ampliar a
oferta desses cursos para outras
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instituições, de maneira de dar suporte à
concretização da proposta do PROCAMPO
(Molina, 2015). Neste contexto, ainda no
ano de 2012, o MEC, via Secadi, lançou no
âmbito do PROCAMPO, o edital de
seleção 02/2012-
SESU/SETEC/SECADI/MEC,
convocando as Instituições Federais de
Educação Superior (IFES) e os Institutos
Federais de Educação, Ciência e
Tecnologia (IFETs) para apresentarem
propostas de formação de educadores do
campo na modalidade presencial. Com este
Edital, foi viabilizada a abertura de 42
cursos de formação de educadores do
campo em diversas Instituições Federais de
Ensino Superior no Brasil (Sá & Molina,
2011).
Essa expansão das LEdoC significou
um relevante avanço dos princípios do
Movimento da Educação do Campo. Essa
nova modalidade de graduação destina-se à
formação de educadores do campo para
gestão de processos educativos e
comunitários, e mais especificamente, para
uma atuação qualificada nas escolas do
campo em diversas áreas de conhecimento,
nos anos finais do Ensino Fundamental e
no Ensino Médio.
A formação por área de
conhecimento constitui um dos diferenciais
da proposta das LEdoCs na busca tanto de
promover um vínculo mais orgânico entre
a escola e a realidade na qual está inserida,
quanto de uma reorganização do trabalho
docente que visa superar a cultura do
trabalho individual dos educadores
(Caldart, 2011).
Outro diferencial da proposta de
formação dos educadores do campo é a
formação por alternância. Busca-se, com a
utilização desta dinâmica pedagógica,
promover a interação entre o universo
institucional e o universo comunitário,
visando a uma articulação dos
conhecimentos oriundos destas diferentes
realidades, de maneira a potencializar o
processo de ensino aprendizagem com o
desenvolvimento de uma aprendizagem
significativa e transformadora (Lima,
2017). A utilização da alternância visa,
assim, à formação de educadores
comprometidos com o desenvolvimento de
práticas dialógicas e reflexivas, orientadas
para uma compreensão crítica do campo
brasileiro (Martins, 2014) e, ainda, para
enfrentamento dos desafios de construção
coletiva de outro projeto de sociedade, de
campo e de escola.
Vale ressaltar que as experiências e
os acúmulos que foram realizados pelas
IFES brasileiras em parceria com as
organizações e movimentos camponeses,
ao longo da história da Educação do
Campo em nossa sociedade foram
determinantes tanto para a criação dos
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cursos de formação de educadores do
campo, quanto para a paulatina superação
de alguns paradigmas tradicionais que
orientam o processo ensino-aprendizagem.
E, neste aspecto, tanto o estudo de Marliére
(2018) indica que a inserção das LEdoC
nas instituições de Ensino Superior tem
potencializado a construção de processos
formativos que valorizam as práticas
sociais, econômicas e culturais dos sujeitos
do campo, quanto as reflexões de Molina
(2015) destacam as contribuições dos
cursos na geração de conhecimentos e de
estratégias de ensino-aprendizagem que
potencializam a formação docente e o
desenvolvimento das escolas do campo.
Quem são os egressos da LICENA?
No ano de 2014, o curso LICENA
iniciou suas atividades com a primeira
turma, que contava, inicialmente, com 121
estudantes. Deste total, somente 59
concluíram o curso em janeiro de 2018, o
que corresponde a 49,16% do total de
estudantes ingressantes. Vale destacar que
o perfil aqui apresentado foi construído a
partir dos dados coletados através da
aplicação do questionário. A primeira
turma de egressos da LICENA contou com
59 estudantes, dos quais 49 (83,05%) se
disponibilizaram a preencher o
questionário, constituindo assim o universo
amostral da pesquisa.
Em relação às características dos
egressos da primeira turma da LICENA, os
dados da pesquisa revelaram que,
especificamente em relação à informação
sobre o sexo, a maioria da turma 75,5%
(N=37) é composta pelo sexo feminino e
doze 24,5% (N=12) são do sexo
masculino. Para Brito (2017), esta
predominância do sexo feminino é uma
tendência presente tanto na política
nacional de formação de professores,
quanto nas LEdoC. Ainda segundo essa
autora, este dado também revela a presença
de importantes processos que buscam
garantir a permanência das mulheres nos
cursos, considerando que muitas delas
enfrentam grandes dificuldades de
permanência frente aos desafios quase
insustentáveis de conciliação das jornadas
de estudos, trabalho e maternidade, que
quase sempre ocasionam a evasão dessas
estudantes.
Em relação à faixa etária, os dados
revelaram que a primeira turma dos
egressos da LICENA foi constituída por
um grupo bastante heterogêneo
3
, no qual se
destaca a presença significativa (49% -
N=24) no curso de estudantes com idade
acima de 30 anos, o que indica o interesse
desses sujeitos na continuidade no curso de
formação acadêmica. Em conformidade
com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), uma das razões mais
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frequentemente alegadas pelas pessoas que
desistiram de seus estudos ou que se
encontram atrasadas escolarmente
encontra-se relacionada à necessidade de
inserção no mundo trabalho. Ou seja, por
questão de sobrevivência, muitos sujeitos
abandonam seus estudos pela necessidade
de contribuição com a família, o que gera
grandes impactos na sua trajetória escolar.
Os dados revelaram, ainda, que em
termos da cor declarada pelos egressos do
curso, 34,7% (N=17) se declaram ser
pretos, enquanto 32,7% (N=16) se
declaram pardos, 24,5% (N=12)
declararam ser brancos e 8,2% (N=4)
egressos não declararam a sua cor. Assim,
em sua maioria (57,2%), a primeira turma
de egressos da LICENA foi constituída por
sujeitos pretos e pardos. Esses dados
apontam para um fenômeno recente em
nossa sociedade, que é o aumento do
percentual de negros no Ensino Superior.
Neste aspecto, o estudo de Gonçalves e
Ambar (2015) identificou que, em um
período de 10 anos, a inserção de
estudantes negros no Ensino Superior
triplicou, passando de 10,2% em 2001 para
35,8% em 2011. Na origem deste
fenômeno, as autoras destacam a adoção de
políticas afirmativas no Brasil, com
objetivos de ampliar o acesso e a
permanência da população negra nas
universidades públicas. Todavia, as autoras
supramencionadas ressaltam que, apesar de
ser significativa a construção de políticas
afirmativas para a ampliação do acesso e
da permanência de jovens negros nas
universidades públicas, ao considerarmos o
histórico da população negra no Brasil,
percebemos que ainda existe um caminho
extenso a ser percorrido para se chegar a
uma real igualdade de oportunidades.
Ao analisar os dados referentes à
religião dos egressos da LICENA, a
pesquisa revelou que trinta e nove (79,5%)
declararam ser cristãos - estes são 69,3%
(N=34) católicos e 10.2% (N=05)
evangélicos; 6,1% (N=3) espíritas; 4,2%
(N=2) responderam não ter religião; e
10,2% (N=5) não responderam a questão.
O envolvimento de sujeitos vinculados à
Educação do Campo em atividades
religiosas, conforme afirma Carvalho
(2017), existe historicamente, pois
determinados setores religiosos sempre
estiveram envolvidos em causas sociais e
humanitárias da população camponesa.
Exemplo são as Comunidades Eclesiais de
Base (CEBs), que tiveram um papel
importante no processo de criação das
Escolas Famílias Agrícolas (EFA) no
estado de Minas Gerais na década de 1980,
além de uma significativa contribuição no
âmbito do movimento da Educação
Popular. Historicamente, em nossa
sociedade, setores religiosos vinculados à
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Teologia da Libertação assumiram um
papel muito importante na defesa das
bandeiras de lutas dos camponeses. É sob
essa perspectiva que podemos considerar o
vínculo dos egressos da LICENA com a
vida cristã que, por sua vez, também se
relaciona com os valores e princípios
orientadores das organizações e
movimentos sociais de pertença destes
sujeitos.
Os dados revelaram também que,
referente à origem dos egressos da
primeira turma da LICENA, 81.6% (N=40)
são naturais do estado de Minas Gerais,
8,1% (N=4) são naturais do estado do
Espírito Santo, 6,1% (N=3) da Bahia, 2,1%
(N=1) é natural do estado de São Paulo e
2,1% (N=1) é natural do estado do Rio de
Janeiro. De maneira geral, identificamos a
predominância (81,6%) de egressos de
origem mineira, com destaque para
municípios mineiros localizados nas
proximidades da Universidade Federal de
Viçosa. E neste aspecto, cabe destacar que
a LICENA, em seu processo de
construção, teve importante participação e
contribuição dos movimentos sociais e
sindicais regionais, parceiros históricos da
UFV, na elaboração do seu projeto
pedagógico, a exemplo das Escolas
Família Agrícola da região, Centro de
Tecnologias Alternativas da Zona da Mata
Mineira (PPC/LICENA, 2019), Sindicatos
de Trabalhadores Rurais, dentre outros. É
possível considerar que este envolvimento
efetivo das entidades e organizações
camponesas regionais contribuiu para que
estudantes do curso, em sua maioria,
fossem oriundos de Minas Gerais, com
destaque para os municípios da Zona da
Mata Mineira.
Onde estão os Egressos da LICENA?
Os dados sobre o local de residência
atual dos egressos revelaram que manteve
a mesma proporcionalidade que os estados
de origem, 81,6% (N=40) residem em
municípios mineiros, 8,1% (N=4) em
município capixaba, 6,1% (N=3) em
município baiano, 2,1% (N=1) em
município paulista e 2,1% (N=1) em
município carioca. Considerando o grande
número de estudantes mineiros e a
permanência dos mesmos em seus
territórios de origem, acreditamos que este
dado possui uma ligação entre o
envolvimento e a mobilização das
organizações e movimentos sociais com a
UFV no processo de criação da LICENA
na instituição.
Ainda referente à localização dos
egressos da LICENA, os dados da pesquisa
sobre o local de residência atual revelaram
que, dos 49 estudantes da primeira turma
de egressos da LICENA participantes da
pesquisa, 38,8% (N=19) residem no meio
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urbano e 61,2% (N=30) no meio rural. A
maioria (61,2%) dos egressos do curso
está, portanto, residindo no meio rural.
Este dado revela indícios de que tem sido
efetiva a proposta do curso de formar
educadores para uma atuação profissional
que, além da docência, possibilita a
atuação dos licenciados na gestão dos
processos educativos que acontecem nas
escolas e em outros espaços
socioeducativos presentes no campo
brasileiro.
A pesquisa buscou identificar, ainda,
a participação dos egressos da primeira
turma da LICENA nos movimentos sociais
e sindicais camponeses, visto serem estes
os protagonistas principais do Movimento
da Educação do Campo, em suas
mobilizações e lutas por políticas
educacionais específicas para educação do
campo. Neste aspecto, os dados revelaram
que 65,3% (N=32) dos egressos da
LICENA participam de diferentes
movimentos sociais e sindicais, enquanto
34,7% (N=14) não participam. São dados
que demonstram tanto o envolvimento dos
egressos das LEdoC com os movimentos
sociais e sindicais camponeses, quanto a
presença destes movimentos na trajetória
dos educadores do campo após a conclusão
do curso, configurando-se, assim, como as
sementes e as raízes que dão vida e
sustentam a Educação do Campo em nossa
sociedade.
Ainda no tocante à localização dos
egressos da primeira turma da LICENA,
especificamente à atuação profissional, dos
egressos que informaram estarem atuando,
51,02% (N=25) estão trabalhando na área
proposta pelo curso, seja na docência e/ou
na gestão de processos educativos
escolares e comunitários, exercendo muitas
vezes mais de uma atividade profissional.
Assim, dos 25 egressos (51,02%) que estão
atuando conforme a área proposta pelo
curso, 88% (N=22) encontram-se
trabalhando na docência, 4% (N=1) na
gestão de processos educativos escolares e
8% (N=2) na gestão de processos
educativos comunitários. Especificamente
no âmbito da docência, identificamos que
apenas seis (12,24%) do total de egressos
que participaram da pesquisa atuam na
área de Ciências da Natureza nos anos
finais do Ensino Fundamental e Ensino
Médio. Identificamos, ainda, que 65,32%
(N=32) dos egressos estão trabalhando em
outra área e 16,32% (N=8) não informaram
a área de atuação. Vale ressaltar que
observamos um número atuando
especificamente na docência (23
46,93%), porém, poucos estão inseridos na
área de Ciências da Natureza (6 12,24%),
ou não especificaram a área.
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Figura 1 - Atuação Profissional dos Egressos da LICENA.
Fonte: Prado (2020).
Em relação ao local de atuação, dos
quarenta e nove participantes da pesquisa,
quarenta e seis informaram o município
em que exercem a atividade profissional.
Segundo os dados, 67,4% (N=31) destes
egressos atuam no município em que
residem e 32,6% (N=15) atuam em outro
município. Ficou demonstrado ainda que,
dos quarenta e nove sujeitos egressos do
curso e participantes da pesquisa, 57,9%
(N=22) atuam no meio rural; 23,7%
(N=9) no meio urbano; e 18,4% (N=7)
atuam em ambos meios. Considerando
que os cursos de LEdoC têm como
propósito, conforme destacado por
Molina (2017), a formação de educadores
para uma compreensão e uma atuação
crítica nos processos sociopolíticos que
ocorrem nos territórios camponeses,
podemos inferir que a LICENA tem
concretizado tal intento com a maior
parte dos seus egressos (76,3%) atuando
no campo.
Como os egressos avaliam a formação
recebida no curso?
Em relação à avaliação da formação
recebida no curso LICENA pelos egressos,
os dados revelaram que, dos 49
participantes da pesquisa, 34,7% (N=17)
consideraram que a formação foi “muito
boa”; 34,7% (N=17) consideraram que foi
“boa”; 26,5% (N=13), “excelente”; 2%
(N=1) considera que foi “regular”; e 2%
(N=1) que foi “fraca”.
Os egressos que avaliaram a
formação como “excelente” destacaram
aspectos relacionados à importância do
processo vivenciado ao longo dos quatro
anos do curso. Dentre eles, que o período
de formação possibilitou condições para o
aprendizado nas dimensões tanto pessoal
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quanto profissional, com destaque para as
reflexões e conhecimentos construídos
sobre conteúdos teóricos e práticas
fundamentais para a formação do
educador, a exemplo do aprofundamento
em metodologias ativas e conteúdos da
área de Ciências da Natureza.
Durante a formação fui preparada para
dialogar com a nova realidade da sala
de aula. Antes de tudo, a LICENA
contribui muito para o meu
crescimento pessoal. Se você parar pra
observar tudo que você se torna
durante alguns anos dentro desta
jornada percebe que o mundo é
movido pela educação, educação essa
que é vista por muitos como uma
simples "coisinha". Mas, a partir do
momento que você se forma como
educador e passa a se posicionar como
educador, ou seja, a praticar, você
sente bem no fundo do seu ser que a
educação é o início pra tudo. A
LICENA foi a experiência mais linda,
diversificada e real que eu vivi. Se
hoje eu posso dizer que sou um
alguém, sou mais forte e mais
determinada é porque me formei em
LICENA (Entrevistado 1).
Também os egressos que avaliaram a
formação na LICENA como “muito boa”
reafirmaram a importância do curso e dos
conhecimentos adquiridos ao longo da
formação realizada, os quais possibilitaram
uma visão mais ampla e crítica do mundo,
de maneira que os levou a compreender as
diferentes realidades e contextos que
envolvem a educação. Destacaram, ainda,
que o curso possibilitou a aquisição de
conhecimentos e habilidades para uma
atuação além do espaço escolar. É
importante destacar que, no conjunto dos
dezessete egressos que avaliaram como
muito boa a formação na LICENA, cinco
deles apontaram como fragilidade do
processo de formação a ausência de maior
aprofundamento em conteúdos específicos
da área de Ciências da Natureza.
O curso possui uma boa carga de aulas
teóricas e prática sobre a temática da
educação do campo, agroecologia,
estando sempre em diálogo com as
realidades e diversidades dos povos
que dela fazem parte. O curso me deu
um grande preparo também no aspecto
metodológico da educação, me
orientando quanto às práticas de ensino
e no planejamento educacional.
Portanto, os conteúdos de ciências da
natureza deveriam ser mais
aprofundados e alguns conteúdos não
foram estudados, por exemplo, do
corpo humano (Entrevistado 2).
Esta perspectiva destaca a existência
de lacunas na formação teórica em
Biologia, Física e Química ou seja, das
Ciências da Natureza. Nesse sentido, os
egressos tanto indicaram a necessidade de
um maior aprofundamento destes
conteúdos ao longo do curso, como
justificaram essas lacunas pelo fato de
terem sido a primeira turma do curso, em
um momento que a LICENA ainda estava
em fase de construção. Analisando o
processo histórico de constituição da
LICENA na UFV, Marliére (2018)
identifica que o curso passou por diversos
conflitos e tensões na fase inicial de sua
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constituição devido, entre outros aspectos,
pelo envolvimento de diferentes sujeitos,
com interesses e concepções políticas,
pedagógicas e ideológicas divergentes.
Acrescente-se, ainda, que a LICENA, além
de possuir uma proposta diferenciada das
demais licenciaturas da UFV, busca uma
formação de educadores do campo que,
contando com o protagonismo dos
movimentos camponeses e assumindo os
princípios da formação por alternância e da
organização por área de conhecimento,
constitui-se uma proposta inovadora para
as universidades brasileiras, que ainda
enfrentam dificuldades de assimilação
deste novo formato de curso.
Quanto à avaliação da formação na
LICENA como sendo “boa”, os egressos
também destacaram tanto a importância do
curso para a formação pessoal e
profissional, quanto a ausência de
aprofundamentos teóricos em conteúdos da
área de Ciências da Natureza. Nos
argumentos construídos, os egressos
associaram esta fragilidade do curso aos
desafios enfrentados, em sua fase inicial,
para uma adaptação à instituição.
Destacaram, ainda, aspectos relacionados à
falta de uma infraestrutura física adequada
e ao reduzido número de docentes no início
do curso. Neste aspecto, o estudo de Lima
(2017) identificou que a LICENA iniciou
suas atividades acadêmicas no ano de 2014
com apenas nove docentes que, por sua
vez, não atuavam em todas as áreas de
formação do curso. Apesar desta lacuna na
área das Ciências da Natureza, os poucos
docentes da LICENA o atuam apenas no
âmbito da docência: além da gestão do
curso, elaboração de projetos de ensino,
extensão e pesquisa, eles realizavam
sistematicamente o acompanhamento dos
educandos nos Tempos Comunidade.
Atualmente, em 2020, a LICENA conta
com 15 educadores atuando e cobrindo as
diferentes áreas de formação do educador
do campo, na especificidade de uma
licenciatura em Ciências da Natureza
(PPC/LICENA, 2019): “É uma boa
formação, porém, por sermos a primeira
turma enfrentamos muitos desafios, os
quais dificultaram a nossa aprendizagem,
como a falta de espaço, profissionais entre
outros fatores” (Entrevistado 3). “Acho
que necessito de aperfeiçoamento em
relação às matérias” (Entrevistado 4).
A avaliação da formação como sendo
“regular” destaca o fato de o curso ser
ainda ser muito recente, o que torna
necessários ajustes e adaptações. Não
foram mencionadas quais seriam estas
adaptações: “Quando me formei no curso
éramos a primeira turma, o curso precisava
de muitas adaptações” (Entrevistado 5).
Por sua vez, a avaliação da formação
na LICENA como sendo “fraca” relaciona-
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se à dificuldade de acesso dos egressos ao
mercado de trabalho para uma atuação
segundo a proposta pelo curso: “Difícil
acesso ao mercado de trabalho”
(Entrevistado 6).
De maneira geral, identificamos que
a maioria dos egressos entrevistados
considera a formação vivenciada no curso
como tendo sido “boa” ou “excelente”, a
despeito das indicações de melhorias e
aprimoramentos necessários. São
avaliações e relatos que evidenciam tanto
vivências no momento inicial, de
construção do curso, quanto das diversas
mudanças e adaptações que foram sendo
efetivadas ao longo do processo de
formação da primeira turma da LICENA.
Considerações finais
Dentre outros aspectos, nosso estudo
possibilitou um delineamento do perfil e
das características sociopolíticas e de
atuação profissional dos egressos da
primeira turma da LICENA. No conjunto,
os dados revelam a diversidade destes
egressos em termos de distribuição por
gênero, faixa etária e origem social e
geográfica. Também identificam tanto o
envolvimento dos egressos em
movimentos camponeses diversos, como a
atuação da maioria deles (51,02%) em
alguma área proposta pelo curso. E, neste
aspecto, cabe destacarmos que os egressos
que não atuam na área prevista pelo curso
também estão inseridos no mundo social
do trabalho, exercendo outras atividades
e/ou dando continuidade à formação
acadêmica.
Especificamente em relação às áreas
de atuação, a pesquisa identificou que
18,36% (N=9) dos egressos da LICENA
atuam na área proposta pelo curso
(docência na área de Ciências da Natureza,
gestão de processos educativos e/ou
comunitários); enquanto 65,32% (N=32)
deles atuam em outra área; e 16,32%
(N=8) não informaram. A presença
significativa dos egressos atuando em
outras áreas é instigadora de novos estudos
sobre os desafios de inserção destes
profissionais na área proposta pelo curso.
Essa inserção dos sujeitos das LEdoC no
mundo do trabalho é um fenômeno ainda
muito recente em nossa sociedade. Na
especificidade dos egressos da LICENA,
apesar do pouco tempo de conclusão do
curso (2 anos), nosso estudo indica que
eles têm buscado estratégias para essa
inserção no mundo do trabalho, a exemplo
da atuação em outras áreas da docência,
assim como na produção agrícola e
prestação de serviços.
Em relação à avaliação da formação
na LICENA, os egressos destacam,
majoritariamente e de maneira
convergente, aspectos positivos
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relacionados aos aprendizados diversos
tanto na dimensão pessoal, quanto
profissional. Eles também, mesmo que
minoritariamente, enfatizam os desafios e
as dificuldades enfrentadas como sujeitos
da primeira turma do curso. Considerando
que as LEdoC são muito recentes em nossa
sociedade e que trazem consigo uma
proposta de formação complexa inovadora,
é parte do processo de constituição dos
cursos o enfrentamento de desafios e
adaptações necessárias à sua efetivação
como curso de formação de educadores do
campo nas instituições de Ensino Superior
no Brasil.
À medida que essa efetivação vai
ocorrendo, entretanto, emergem novos
desafios. Dentre eles, conforme
identificado pelo nosso estudo, destaca-se
a questão da inserção dos educadores do
campo no mundo do trabalho. Essa é uma
questão que exige, por sua vez, um
repensar sobre a proposta de formação das
Licenciaturas em Educação do Campo,
considerando avanços, desafios e
possibilidades não apenas no âmbito das
instituições de ensino e do mundo de
trabalho, mas - e, sobretudo, em
consonância com as demandas,
perspectivas e desafios enfrentados pelo
movimento da Educação do Campo no
momento atual de nossa sociedade.
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Notas
1
Linguagens; Ciências Humanas e Sociais;
Ciências da Natureza; e Matemática e Ciências
Agrárias.
2
Movimento dos Atingidos pelas Barragens
(MAB), o Movimento das Mulheres Camponesas
(MMC), o Movimento dos Pequenos Agricultores
(MPA), sindicatos de trabalhadores rurais e
federações estaduais, entre outros.
3
Vinte e cinco egressos (51%) com idade entre 23 a
29 anos, oito (16.3%) com idade entre 30 a 36 anos,
cinco (10.2%) com idade entre 37 a 43 anos, quatro
(8.1%) com idade entre 44 a 50 anos, cinco (10.2%)
com idade entre 51 a 57 anos e dois egressos
(4.2%) com idade acima de 58 anos.
* Pesquisa realizada com apoio financeiro do CNPq
e da FAPEMIG (Processo 00632-1).
Informações do artigo / Article Information
Recebido em : 18/08/2020
Aprovado em: 10/10/2020
Publicado em: 25/11/2020
Received on August 18th, 2020
Accepted on October 10th, 2020
Published on November, 25th, 2020
Contribuições no artigo: As autoras foram as
responsáveis por todas as etapas e resultados da
pesquisa, a saber: elaboração, análise e interpretação dos
dados; escrita e revisão do conteúdo do manuscrito
e; aprovação da versão final publicada.
Author Contributions: The author were responsible for
the designing, delineating, analyzing and interpreting the
data, production of the manuscript, critical revision of the
content and approval of the final version published.
Conflitos de interesse: As autoras declararam não haver
nenhum conflito de interesse referente a este artigo.
Conflict of Interest: None reported.
Orcid
Daniela Queiroz do Prado
http://orcid.org/0000-0002-0202-225X
Lourdes Helena da Silva
http://orcid.org/0000-0003-1837-7335
Prado, D. Q., & Silva, L. H. (2020). A Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal de Viçosa: perfil e
perspectivas dos egressos do curso...
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ISSN: 2525-4863
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Prado, D. Q., & Silva, L. H. (2020). A Licenciatura em
Educação do Campo da Universidade Federal de Viçosa:
perfil e perspectivas dos egressos do curso. Rev. Bras.
Educ. Camp., 5, e10315.
http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e10315
ABNT
PRADO, D. Q.; SILVA, L. H. A Licenciatura em Educação
do Campo da Universidade Federal de Viçosa: perfil e
perspectivas dos egressos do curso. Rev. Bras. Educ.
Camp., Tocantinópolis, v. 5, e10315, 2020.
http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e10315