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Resenha
A obra “O Livro de Lauzun: onde
começou a Pedagogia da Alternância”, é
fruto do registro sequente em forma de
diário de Abbé Granereau, a partir de suas
observações, análises, projetos, encontros
com agricultores, religiosos, políticos,
técnicos, cartas, atas de reuniões,
legislações e programas didáticos, no qual
pontuou as dificuldades, frustrações, mas
principalmente, como suas ideias foram
pouco a pouco encontrando eco junto aos
agricultores, religiosos e autoridades
francesas, o que resultou na criação e
expansão das escolas da Pedagogia da
Alternância, as Maisons Familiales
Rurales (MFR).
Abbé Pierre-Joseph Granereau era
sacerdote francês e nasceu em 1885, em
Puysserampion, pequena cidade do
sudoeste da França. Filho de agricultores,
era muito ligado à terra, envolvendo-se
com questões sociais como o sindicalismo
rural e a educação dos filhos de
agricultores. Depois de muitas reflexões e
múltiplos debates com camponeses,
dirigentes sindicais, pequenos empresários,
sacerdotes, dentre outros, Granereau abriu
em 11 de novembro de 1935 a primeira
Casa Familiar Rural na casa paroquial de
Sérignac-Péboudou, com quatro jovens
alunos.
Como uma espécie de Introdução à
Obra, um dos seus revisores técnicos Paolo
Nosella, dirige Ao Leitor apresentando o
trabalho de Granereau, afirmando que para
o movimento da Pedagogia da Alternância
o livro é, metaforicamente, o ‘Evangelho’,
ou seja, o documento testemunhal do
espírito e dos acontecimentos dos anos
iniciais de uma longa, rica e complexa
história de um novo sistema escolar
fundado no regime em alternância. O livro
retrata a criação de uma escola camponesa
própria, de elevada qualidade moral e
técnica, visando formar novos dirigentes e
líderes para o campo, rompendo com a
submissão econômica, política, social e
cultural à cidade.
Além dos Capítulos, compõe o livro
uma Lista de Siglas, duas Cartas dirigidas
à Granereau e um Posfácio. A primeira
Carta é do Antigo Arcebispo de Paris
Maurice Cardeal Feltin, que fala do
pioneirismo, paciência e perseverança de
Granereau com as escolas camponesas a
partir do princípio da alternância. A
segunda é do Secretário de Estado do
Ministério dos Negócios Estrangeiros da
França Jean de Broglie, que fala do apreço
pelo trabalho de Granereau e do prazer em
elaborar o Prefácio de um livro que é a
história de uma ideia e de uma vida. No
Posfácio, Granereau aponta que tudo