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A partir da segunda metade do século XX, com os processos de mundialização e
globalização financeira e com o objetivo de manter e fortalecer a ordem social estabelecida,
começam a ocorrer influências dos Organismos Internacionais e Multilaterais nas políticas
públicas educacionais dos países, principalmente dos países em desenvolvimento.
Organismos esses, liderados pela Organização das Nações Unidas (ONU), tendo como
parceiras o Banco Mundial, a OCDE, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (UNESCO), entre outras instituições.
No final da década de 1980 e início de 1990, potencializados pelas ações dos
organismos internacionais e multilaterais, os países em desenvolvimento, no qual o Brasil está
incluindo, começaram a implantar políticas neoliberais de reforma do estado, gerando
alterações nas intervenções estatais, refletindo assim nas políticas públicas educacionais
(Dourado, 2002). No entanto, ainda na década de 1990, as reformas inicialmente defendidas
pelos neoliberais ortodoxos, de um estado mínimo, provaram não ser a solução para o
crescimento dos países (Bresser Pereira, 1998).
É nesse sentido, que ocorre uma segunda fase da reforma do Estado, passando agora
para um Estado social-liberal com uma administração pública gerencial. Segundo Bresser
Pereira (1998) a reforma do estado realizada na década de 1990, que levou ao um Estado
social-liberal, foi estruturada a partir de quatro componentes ou processo básicos. O primeiro
se resume em delimitar as funções do Estado, e, por meio dos processos de privatização,
publicização e terceirização, diminuir o seu tamanho. O segundo foi a redução do grau de
interferência do Estado, dado por meio de programas de desregulação estatal. Os dois últimos
foram o aumento da governança e da governabilidade do estado, buscando o aumento da
capacidade estatal de tornar efetiva as decisões dos governos, e a possibilidade de ampliar a
legitimidade e o poder dos governos.
Para atender a reforma do estado, surge como modelo de administração pública o
modelo gerencial, esse padrão de administração manifesta-se com uma ideologia
caracterizada, primordialmente, pela utilização das premissas do setor privado no setor
público. Segundo (Newman & Clarke, 2012, p. 358) “... mesmo onde os serviços públicos não
foram totalmente privatizados, era exigido que tivessem um desempenho como se estivessem
em um mercado competitivo. Isto introduziu novas lógicas de tomada de decisão que
privilegiavam economia e eficiência acima de outros valores públicos”.
Em linhas gerais, a administração pública gerencialista se define, primeiramente, por
uma administração descentralizada, no qual há a divisão de responsabilidades entre os entes