Revista Brasileira de Educação do Campo
Brazilian Journal of Rural Education
ARTIGO/ARTICLE/ARTÍCULO
DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e10527
Tocantinópolis/Brasil
v. 6
e10527
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2021
ISSN: 2525-4863
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Desafios da família e professores na prática educativa:
Escola secundária urbana e rural em Angola
Manuel Caluvi Nicolau
1
1
Escola de Formação de Professores. Prática, Seminário e Estágio Pedagógico. Bairro Lucrécia, 274. Lubango, África.
Autor para correspondência/Author for correspondence: maka.nico@yahoo.com.br
RESUMO. A pesquisa visou caracterizar os desafios da família
e professores durante a prática educativa realizada no processo
de ensino e aprendizagem em escolas secundárias da área urbana
e rural em Huila, Angola. A realização desta pesquisa justifica-
se pelo fato de não existirem trabalhos que versam sobre essa
temática no contexto educativo de Angola. Esta é uma
investigação de estudo de caso de natureza qualitativa, caráter
descritivo e interpretativo, que analisa uma situação real no seu
contexto real. A mesma teve uma amostra intencional de 24
participantes. Para a recolha, tratamento e interpretação da
informação utilizou-se a entrevista em profundidade e a análise
de conteúdo. Os resultados evidenciam mais dificuldades no
processo educativo realizado na escola rural em relação à urbana
tais como: a maioria das famílias é analfabeta, pobre e não
participa nem valoriza o processo de ensino e aprendizagem. A
rede escolar é mais precária, pois não possui água, energia,
internet, nem estradas de acesso para comunidades do interior,
além de deficiente pontualidade e assiduidade dos professores
percorrendo 400 quilômetros para chegar à escola. Existe
convergência entre as escolas rural e urbana, pois todas possuem
alguns docentes sem formação inicial, excessivo número de
alunos por turma dificultando na avaliação. Em função disso,
não existe uniformidade no ensino entre a escola rural e a urbana
afetando deste modo à qualidade de ensino. Portanto, para
melhorar a qualidade da prática educativa é essencial o
envolvimento de todos, investir na formação dos atores,
construir, apetrechar as escolas e conferi-las uma gestão
participativa.
Palavras-chave: escolas secundárias, professores, prática
educativa, família.
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Challenges of family and teachers in educational practice:
Urban and rural secondary school in Angola
ABSTRACT. The research aimed to characterize the challenges
of family and teachers during the educational practice carried
out in the teaching and learning process in secondary schools in
the urban and rural areas in Huila, Angola. The reason for the
investigation lies in the fact that there are no studies that make
reference to this theme in the educational context of Angola.
This is a case study investigation of qualitative, descriptive and
interpretative character, which analyzes a real situation in its
real context. It had an intentional sample of 24 participants. The
in-depth interviewing and content analysis were used to collect
process and interpret the information. The results show many
difficulties in the educational process, such as: predominance of
traditional teaching methods, more precarious school network in
the rural area, excessive number of students per class making it
difficult to evaluate, mostly illiterate families and with
unsatisfactory involvement in the educational process, deficient
punctuality of the actors, there is not uniformity in teaching
affecting the quality of teaching. Therefore, to improve the
quality of educational practice it is essential to invest in the
training of actors, build, equip schools and confer good
participatory management.
Keywords: secondary schools, teachers, educational practice,
family.
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Desafíos de la familia y los profesores en la práctica
educativa: Escuela secundaria urbana y rural en Angola
RESUMEN. La investigación tuvo como objetivo caracterizar
los retos de la familia y los profesores durante la práctica
educativa llevada a cabo en el proceso de enseñanza y
aprendizaje en escuelas secundarias de las zonas urbanas y
rurales de Huila, Angola. La realización de esta investigación se
justifica por el hecho de que no hay estudios que aborden este
tema en el contexto educativo de Angola. Se trata de un estudio
de caso de investigación de carácter cualitativo, descriptivo e
interpretativo, que analiza una situación real en su contexto real.
Tenía una muestra intencional de 24 participantes. Se utilizaron
entrevistas en profundidad y análisis de contenido para
recopilar, procesar e interpretar la información. Los resultados
muestran muchas dificultades en el proceso educativo, tales
como: predominio de los métodos de enseñanza tradicionales,
red escolar más precaria en el área rural, número excesivo de
estudiantes por clase que dificulta la evaluación, en su mayoría
familias analfabetas y con una participación insatisfactoria en el
proceso educativo, puntualidad deficiente de los actores, no hay
uniformidad en la enseñanza que afectan a la calidad de la
enseñanza. Así que para mejorar la calidad de las prácticas
educativas es esencial invertir en la formación de los actores,
construir, equipar las escuelas y conferir una buena gestión
participativa.
Palabras clave: escuelas secundarias, profesores, práctica
educativa, familia.
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Introdução
Já é sabido que o desenvolvimento
de qualquer país, passa pela qualidade das
políticas educativas que tem
implementado, pois, estas têm incidências
diretas no caráter do processo de ensino e
aprendizagem. Angola é um país
localizado no continente africano,
concretamente na zona austral, possui uma
superfície calculada em 1.246.700
quilômetros quadrados possui uma
população atualmente estimada em 30
milhões de habitantes, sendo que a maioria
representa o gênero feminino com 52%.
Tornou-se independente em 11 de
Novembro de 1975, e vive apenas um
clima de paz desde 4 de Abril de 2002
i
. É
um país habitado por povos de várias tribos
tais como: Nyaneka-Khumbi, Ambó,
Ambundu, Ovimbundu, bacongo, Kuroka,
Herero, Ngangela, Koisan e outros
(Angola, 2014).
É um país que procura impor a sua
educação aos níveis de desenvolvimento
educativo vigente no mundo. Assim, na
busca do indicador de qualidade educativa,
está a realizar a segunda reforma
educativa, em função da nova política de
educação que tem como objetivo garantir
uma educação para todos, e adequar o
ensino as reais necessidades e anseios dos
angolanos. Assim, está a implementar
reformas no setor educativo para diminuir
o alto grau de analfabetismo resultante do
colonialismo e da longa guerra civil que
constitui um obstáculo para o
desenvolvimento da educação e de outros
setores da esfera social (Angola, 2016).
Assim, a implementação da
alfabetização contemplava uma formação
que contribuísse em pouco tempo ter
quadros, que podiam ajudar no
desenvolvimento do país. Com essa
abertura houve muita adesão dos cidadãos
ao projeto, podendo estudar onde eles se
encontravam, desde o local de trabalho,
quartéis, fábricas, escolas ou debaixo das
árvores. Isto permitiu nacionalizar o ensino
e fazer dele um instrumento do Estado para
o desenvolvimento da sociedade e
eliminando do currículo aspetos educativos
de caráter português (Brás & Gonçalves,
2017).
No entanto, a desenvoltura deste
processo no contexto angolano não é
conhecido ainda pelo fato de não se fazer
sentir a existência de trabalhos que se
debruçam sobre os desafios das famílias,
diretores e professores durante o processo
de ensino e aprendizagem em escola
secundária rural e urbana. Por esta razão
decidimos realizar este estudo de caso de
natureza qualitativa, caráter descritivo e
interpretativo, realizado em duas escolas
estatais do primeiro ciclo do ensino
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secundário, sendo uma sediada na zona
urbana e outra na área rural, o mesmo
contou com uma amostra intencional, pelo
fato de selecionar participantes que têm a
noção do objeto de estudo. A mesma está
constituída por 24 participantes, sendo 2
diretores de escolas, 6 responsáveis da
comissão de famílias e 16 professores, e
foi realizado num período de 8 meses, e
visou responder as seguintes questões:
Como caracterizam os desafios da família,
diretores e professores durante a prática
educativa realizada em escola secundária
rural e urbana? Que perspectivas têm os
participantes acerca da prática educativa
realizada na escola secundária rural e
urbana em função dos contextos
institucionais e socioculturais?
Atualmente, o governo angolano
continua a fazer algum esforço na
consolidação deste desiderato de se
alcançar a melhoria no subsistema de
ensino, assim ao longo do trabalho
procuraremos abordar se existem
dificuldades de várias ordens. Deste modo,
a pesquisa teve como objetivo caracterizar
os desafios da falia, diretores e
professores durante a prática educativa
realizada no processo de ensino e
aprendizagem em escolas secundárias da
área urbana e rural em Huila, Angola. O
estudo resultou da constatação feita a nível
da realidade angolana e do setor da
educão em particular, pelo fato de não
existirem trabalhos que fazem menção das
atividades dos professores realizadas em
escola secundária rural e urbana que pudesse
elucidar uma reflexão mais próxima da
qualidade de trabalho prestado por eles nos
diferentes centros escolares. Acreditamos
que pesquisando sobre o processo de ensino
e aprendizagem, ajuda a perspectivar
mudanças que podem ocorrer para a
realização de aprendizagem mais
significativa, de maneira a desenvolver as
competências dos alunos, bem como o
alcance da qualidade educativa que o país
deseja.
Contexto educativo angolano
Durante o início do período colonial,
os angolanos não tinham direitos de
estudarem e eram proibidos de falarem as
suas línguas locais. No ano de 1856, da
Bandeira determinou que os filhos dos
régulos
ii
e outros nativos deveriam ser
educados em Luanda, sob a supervisão de
acompanhamento dos responsáveis
portugueses. Assim, os poucos quadros
superiores angolanos existentes são
aqueles que se beneficiaram de bolsa de
estudo, cujo acesso estava vedado à
maioria dos angolanos, e prova disso é que
até 1857 estudavam na Europa apenas 19
estudantes angolanos. Nesta base, as
iniciativas para se implementar um sistema
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de ensino em Angola continuaram em
função de algumas decisões tomadas,
surgindo em 1869 uma inovação na criação
e articulação da escola principal como
primeiro grau do ensino secundário. A
partir de 1963, Angola passou a realizar
estudos universitários e a criação da
primeira universidade em 1975; anos
seguintes foi desdobrada para outras
localidades do país (Santos, 1970).
Em 1978, Angola adotou o sistema
de educação, caracterizado essencialmente
por uma maior oportunidade de acesso à
educação e à continuação dos estudos, o
alargamento da gratuidade e o
aperfeiçoamento permanente do pessoal
docente. Hoje a educação continua a ser
projetada de acordo a Lei Constitucional
Angolana (2010), que consagra no seu
artigo 23°, a educação como um direito
para todos os cidadãos, independentemente
do sexo, raça, etnia e crença religiosa
(Angola, 2010a). Entretanto, ainda existem
fortes assimetrias no seu acesso, em que
22% das crianças em idade escolar, estão
fora do sistema educativo, tanto nas áreas
urbanas e rurais. A escola estatal rural em
estudo está inserida numa comunidade de
difícil acesso devido à falta de estradas, o
povo pratica como atividade principal a
agricultura e a criação de gado. A pobreza
está avaliada em 58,8% da população rural,
contra 18,5% da população urbana. Tendo
53,1% da população a trabalhar por conta
própria, a maioria no setor informal da
economia, onde as reformas não estão
atualizadas com o nível de vida (Angola,
2014).
Escolas secundárias
No contexto educativo, o governo
angolano aprovou alguma legislação,
destacando a Lei de Bases 17/16 do
Sistema de Ensino e Educação, que define
a escola secundária como sendo aquela que
sucede a escola primária e prepara os
alunos para o ingresso no ensino superior
ou no mercado de trabalho imediatamente
ou após a formação profissional
complementar.
Assim, em Angola existe dois níveis
secundários, um que é alcançado mediante
a formação na escola secundária do
primeiro ciclo com a duração de 3 anos,
onde se leciona a 7ª, e classes,
podendo ser educação regular com idades
compreendidas entre os 12 aos 14 anos ou
educação de adultos, quando for maior de
17 anos. Em seguida, existe o segundo
ciclo do ensino secundário que
compreende a 10ª, 11ª, 12ª ou até a 13ª
classes, isto é, para as escolas de formação
profissional, a idade para o enquadramento
dos alunos varia dos 15 aos 17 anos, mas
na prática esse limite de idade não é
cumprido (Angola, 2016).
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Ainda de acordo com a lei 32/20,
considera-se escolas secundárias, as
instituições que ministram o primeiro ciclo
do ensino secundário geral ou sempre que
ministrem o segundo ciclo do ensino
secundário geral (Angola, 2020). Assim,
estas instituições de ensino constituem os
espaços onde se realizam as práticas
educativas dos docentes. Deste modo, estes
cenários são formadores de novas gerações
para os diversos desafios que a sociedade
apresenta, devido à maneira que ela
influencia e modela a forma de pensar,
perceber e atuar dos alunos. No entanto,
muitas são as vozes que se têm levantado
repetidas vezes, que a escola como
organização, é a verdadeira unidade de
mudança na educação. Para que haja
melhoria no processo de ensino e
aprendizagem, segundo López et al.
(2011), precisa-se de atuar
inteligentemente sobre as necessidades,
requerimentos e trajetórias de cada
entidade complexa que chamamos de
escola.
No que concerne aos dados
estatísticos do Gabinete Provincial da
Huila existem 1.826 escolas, com 20 mil
professores, 48.313 alunos matriculados
em 73 escolas do ensino secundário do
primeiro ciclo, num processo assegurado
por 7.176 professores. No entanto, as
escolas estatais sediadas na área urbana, na
sua maioria carecem de condições de água,
energia, material gastável, falta de mobília
escolar e outros materiais indispensáveis
no processo de ensino e aprendizagem, em
contra partida, as escolas privadas
apresentam condições mais aceitáveis em
relação as estatais. O estudo realizou-se
nas escolas estatais sendo uma urbana,
denominada secundária do primeiro ciclo 2
de Maio, constituída por 12 salas,
construída com material definitivo, no
interior do quintal (pátio) da mesma escola,
funciona outras 18 turmas pertencentes a
escola do ensino primário, cujas aulas são
dadas ao ar livre, debaixo das árvores e
outras dentro de tendas. Ela está ladeada
por igreja, supermercados, unidade
policial; Já a Escola Rural Catambori do I
ciclo está constituída por 6 salas,
construídas com material precário, isto é,
pau e cobertura de capim, não possui
carteiras, laboratório, biblioteca e outras
condições cruciais no processo de ensino e
aprendizagem. O trabalho é realizado num
ambiente desafiante, pois constamos ao
longo da investigação que existem
problemas de saneamento nas escolas
secundárias, falta de água, energia, livros
de textos suficientes, falta de mais salas de
aulas, papel, giz, quadro para escrever,
entre outras.
Considera-se escolas secundárias as
instituições de ensino que constituem
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espaços onde se configuram as práticas dos
docentes; estes cenários são formadores de
novas gerações para os diversos desafios
que a sociedade apresenta, devido a
maneira que influencia e modela sua forma
de pensar, perceber e atuar.
A escola como agente socializador,
na visão de Jordi et al. (2016), assume um
protagonismo particular na inserção e
participação do aluno na comunidade. Ela
visa desenvolver valores, competências,
normas e significados culturais pertinentes,
que ajudam na convivência com outras
pessoas, de maneira que esteja mais
implicada na participação das atividades de
acordo ao meio em que estiver envolvido.
Por isso, muitas são as vozes que se
têm levantado repetidas vezes, que a escola
como organização, é a verdadeira unidade
de mudança na educação. Para que haja
melhoria no processo de ensino e
aprendizagem, segundo López et al.
(2011), precisa-se de atuar
inteligentemente sobre as necessidades,
requerimentos e trajetórias de cada
entidade complexa que chamamos de
escola.
Na perspectiva de Salazar (2015), a
escola tem uma nova missão e desafio nos
dias de hoje, que é de promover o
conhecimento ao longo de toda vida, para
tal se requer professores comprometidos
com a aprendizagem contínua, em
colaboração com os colegas, ajudar os
alunos na gestão e utilização do
conhecimento.
Formação de professores em Lubango
A educação constitui um processo
que visa preparar o indivíduo para as
exigências da vida política, econômica e
social. O sistema de educação angolano
tende à formação harmoniosa e integral do
indivíduo. A estrutura do sistema de
educação aprovado em 1977 e
implementado em 1978, contempla o
Ensino Médio Normal com duração de 4
anos. A formação média de professores do
primeiro ciclo do ensino secundário
realiza-se após a classe com a duração
de 4 anos, isto é da 10ª à 13ª classe
(Angola, 2001).
Nos planos de estudo da formação
de professores do primeiro ciclo do ensino
secundário adaptou-se a formação de
docentes, de um modo geral, para duas
disciplinas com afinidades epistemológicas
entre si. Assim, os planos de estudo
concebidos destinam-se à formação de
professores de Português/Educação Moral
e Cívica, Inglês/Educação Moral e Cívica,
Francês/Educação Moral e Cívica,
Matemática/Física, Biologia/Química,
História/Geografia, Educação Visual e
Plástica e Educação Física (Angola,
2011a).
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Uma particularidade destes planos de
estudos foi a aglutinação das disciplinas
em quatro grupos: formação geral,
formação específica, formação profissional
e ainda um novo grupo denominado de
formação facultativa. Esta formação geral
tem um troco comum às disciplinas de
(Língua Portuguesa, Língua Estrangeira,
Matemática, Filosofia, Informática e
Educação Física). O grupo de formação
específica integra disciplinas das ciências
da educação que asseguram o fundamento
científico-pedagógico para o exercício da
atividade docente. Este grupo inclui as
disciplinas de: Psicologia do
Desenvolvimento e da Aprendizagem,
Análise Sociológica da Educação e
Administração e Gestão Escolar, Higiene e
Saúde Escolar, Teoria da Educação e
Desenvolvimento Curricular e Formação
Pessoal, Social e Deontológica. A
formação profissional compreende as
ciências das especialidades, as
metodologias de ensino destas, as Práticas,
Seminários e os Estágios Pedagógicos
(Angola, 2011b).
No entanto, as condições de estudos
oferecidas aos futuros professores são
difíceis devido ao número excessivo de
alunos por turma, ausência de laboratório,
infraestruturas desportivas, cantinas,
biblioteca, manuais escolares e a falta de
inspeção escolar regular. Atualmente o
Estado Angolano tem parceria com
algumas instituições escolares privadas na
formação de professores para o ensino
primário, secundário e superior. Entretanto,
é necessário refletir acerca da formação de
professores, porque apresenta algumas
deficiências em termos de tempo e de
qualidades de ações práticas, para além da
falha na distribuição do material escolar
(Angola, 2010b).
No contexto angolano não existe a
estatística sobre os professores que
possuem a formação inicial, em relação
aqueles que não possuem, pois esse
elemento tem sido menos relevante no ato
da admissão de novos agentes para o setor
educativo. Porém, a formação de
professores é crucial no desenvolvimento
educativo e nesta base Díez (2014),
defende que quando os professores não
possuírem a boa preparação para trabalhar
com a diversidade, pode surgir conflitos,
incapacidade e frustração, por não saberem
como lidar com esta realidade heterogênea,
daí a necessidade da formação específica
de professor. Por isso, o grande desafio da
educação em Angola atualmente segundo
Neves (2015), prende-se com o baixo nível
de formação acadêmica e pedagógica dos
professores, além da falta de qualificações
adequadas para os diversos níveis e áreas
de ensino.
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Diante este quadro, necessidade
de repensar-se a formação de professores
desde o seu desenvolvimento profissional,
de maneira que o tal desenvolvimento nos
leve a melhorar a aprendizagem dos alunos
em circunstâncias complexas, porque os
professores veem vacinados com ideias,
premeditadas sobre o ensino que foram
adquiridas ao longo dos anos de formação.
Estas ideias dificultam ou limitam o
professor na sua evolução e
consequentemente no desenvolvimento da
sua identidade profissional mais
equilibrada. (Barbero Consuegra et al.,
2018).
Portanto, a formação inicial dada ao
professor é bastante teórica em função das
limitações que constamos ao longo do
trabalho. Por isso, consideramos crucial
que a formação se oriente a partir da base
do desenvolvimento de competências para
o professor e ser pensado a partir do
modelo: ação-reflexão-ação, colocando o
futuro professor frente a situações
profissionais similares às reais para que,
partindo de contextos particulares e por
meio da reflexão, seja capaz de elaborar
modelos figurativos, que possam ser
transferidos ao resolver situações similares
num novo contexto (Liliana et al., 2012).
Participação da família na educação dos
filhos
No contexto educativo espera-se das
famílias que desempenhem o seu papel,
que a sua participação é aquela que se
estabelece entre o centro educativo e os
familiares dos alunos. Assim, existem
várias formas de atuação na relação que
estabelecem com a escola. Nesta
perspectiva, existem correntes que referem
a possibilidade de manter boa relação com
ela, para outros essa relação não é a mais
adequada, pois, a entender que não
existe interação aceitável entre a escola
com a família, porque existe pouca
afluência das mesmas.
O trabalho de Bolivar (2006)
apresenta uma tipificação da atitude de
certas famílias, durante o processo de
ensino e aprendizagem, assim muitos
encarregados ou famílias são considerados
«clientes» dos serviços educativos e
limitam-se a exigirem serviços e eleger o
centro que mais satisfaz as suas
preferências em vez de participarem
diretamente na educação dos filhos. Das
vezes que a família foi à escola, é porque o
professor ou a direção escolar convidou
para comparecer, a fim de resolver a
situação em que o aluno está envolvido.
Assim, para algumas famílias, a escola é
considerada um cenário de continuidade
para o desenvolvimento do aluno, ao passo
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que para outras, a escola é apenas um
cenário de muitas dificuldades para o filho.
Para o bom relacionamento entre todos
agentes educativos é necessário segundo
Rivas e Ugarte (2014), que as famílias
participem ativamente nas decisões e que
as mesmas estejam formadas. Para tal, é
necessária a responsabilidade, tempo,
recursos necessários e uma liderança
escolar participativa na tomada de
decisões.
Atualmente existe decadência de
valores morais e cívicos e muitas famílias
desestruturadas, algumas são
monoparentais, onde os pais ou mães são
mais ausentes, pelo fato de alguns casos, o
homem na comunidade rural e urbana
poder viver com várias mulheres. Alguns
filhos resultantes deste modo de vida
foram mais afetados, gerando clima de
conflitos e violência com outros habitantes
podendo ofender psicologicamente ou
fisicamente. Em alguns casos, chegam a
serem mais radicais, matando os próprios
pais e vice-versa, vendem a casa dos pais.
Infelizmente alguns adultos violam
sexualmente as crianças. Acusam as
mesmas com práticas de feitiçaria, porque
os valores da cultura angolana que se
acreditou durante muito tempo estão
ficando para trás, como a divindade (Deus)
e seus ensinamentos, devido à confusão de
divergências de ideologias, umas baseadas
na religião e outras no ateísmo
(Kundongende, 2013).
Este declínio acontece numa altura
em que o pais viveu 41 anos de guerra civil
iniciada em 1961 até 2002, e a
utilização e interpretação da influência das
tecnologias produtos da
globalização/modernização, que afetou
algumas famílias de uma forma muito
forte, que até em alguns casos esquecem as
suas próprias ideologias e culturas,
realizando ações que não dignificam as
pessoas como, por exemplo, o aumento de
crimes e vícios. É necessário que haja mais
acompanhamento e responsabilidade dos
progenitores para orientarem os filhos,
porque no contexto angolano alguns pais,
devido os vários filhos que possuem e por
não conseguir educá-los perderam
autoridade perante os filhos.
A família desempenha um papel
crucial no sistema educativo, os fatores
socioeconômicos têm um maior peso para
explicar os desafios educacionais dos
alunos. De acordo com esta perspectiva, as
classes econômicas mais privilegiadas se
beneficiam de numerosas vantagens para
que os filhos alcancem a excelência
escolar, como possessão de capital cultural.
No trabalho de Quaresma (2017), foi
comprovado, que existe uma correlação
entre êxito escolar e a escolaridade dos
pais e mães, a quem compete assegurar o
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bem estar dos filhos e seu desenvolvimento
cognitivo cultural. A capitalização cultural
das famílias potencia não apenas a fluidez
da interação com a escola e com os seus
professores, podendo assim ter um
acompanhamento em casa, em função das
tarefas que se reveste de um caráter
pedagógico. Deste modo, constitui uma
indiscutível vantagem escolar sobre o tipo
de acompanhamento que as famílias
podem dar aos seus filhos.
No entanto, as famílias angolanas
encontram dificuldades de orientar as
tarefas escolares dos filhos pelo fato de
apresentarem um nível de escolaridade ou
competência reduzida, limitando-se a fazer
a vigilância sobre o cumprimento das
tarefas e sua apresentação estética. Os
recursos econômicos ou financeiros
familiares também são essenciais na
definição de trajetórias escolares exitosas,
pois possibilitam o acesso ao bem estar e
serviços escolarmente rentáveis tais como:
o capital cultural objetivado, sobretudo em
forma de livros, material pedagógico extra
e as classes particulares de apoio (Colás &
Rosado, 2013).
As boas práticas pedagógicas dos
docentes
A educação atualmente se converteu
em todos seus níveis e especialidade num
espaço de muita complexidade e
diversificação em função da
heterogeneidade de sujeitos e contexto
escolar existente. Realmente constatasse
dificuldades que inviabilizam as mesmas
no contexto estudado, devido à falta de
condições e pelos fatos dos professores não
estarem formados para desempenharem
corretamente as atividades programadas,
planificadas, aliado também à ausência de
condições favoráveis na escola urbana e
principalmente na escola rural huilana.
Assim, a prática é considerada como a
ação, a prática profissional, como
referentes e como estratégias formativas,
caracterizada pelo trabalho colaborativo
entre os atores implicados (professor -
tutor-aluno) e pelo seu perfil
interdisciplinar, relacionado com lógicas
metodológicas de articulação curricular e
de inovação entre as escolas de prática.
Igualmente, a prática é a interconexão
entre o mundo formativo e o mundo
produtivo, um espaço formativo de
compartilhamento de saberes e um tempo
em que os alunos podem aprender fazendo
(Tejada-Fernández et al., 2017).
Para Caluvi e González (2019), a
função fundamental da prática educativa é
reconstruir e reinventar a existência
humana, isto é, consiste em um conjunto
de ações sociopedagógicas organizadas em
um tempo e espaço de caráter histórico,
que permite ensinar e aprender a partir de
experiências formativas e práticas. Deste
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modo, Garcia e Garcia (2009),
argumentam que é necessário acompanhar
os docentes nos seus processos de
desenvolvimento profissional e conhecer
como atuam na aula, o que fazem, como
vivem o seu trabalho. É imprescindível
descrever as características de casos
concretos que acontecem durante a aula
tanto com o professor e o aluno, que as
boas práticas não são perfeitas, precisam
de planificação para melhorar a qualidade
de ensino.
O enfoque das boas práticas nos situa
acerca da necessidade de se fazer a
planificação e cumprimento das normas,
que servem de orientação nos modos de
fazer, de forma mais artístico. Permitindo
que os técnicos tenham e façam uma
melhor reinterpretação e reconstrução da
sua experiência, tomando em consideração
as situações do contexto. Para que haja
aprendizagem significativa é importante
que ela ocorra num clima e espaço
favorável a prática educativa, onde cada
aluno pode interpretar, argumentar e
refletir entre pares e com o professor. O
contexto estudo rural em estudo está longe
de fornecer ou ocorrer essas boas práticas
devido à ausência dos indicadores
essenciais para a escola, professores e
outros integrantes do processo de ensino-
aprendizagem (Rivas et al., 2015).
As boas práticas educativas nas
escolas urbana e rural estão longe de ser
concretizada porque sem energia e internet
não tem como fazer o uso das tecnologias
de informação e comunicação durante as
aulas, pois, dentro do processo docente
educativo, existem professores que
utilizam as mesmas no contexto de aula,
pelo fato de ter desenvolvido a
competência digital criando recursos
didáticos com as tecnologias de
informação e comunicação, esforçando-se
em obter o maior rendimento na
aprendizagem dos alunos (Ramos &
González, 2016). Para Alderete et al.
(2017), uns dos elementos que têm
influenciado bastante o sistema educativo
nos últimos anos são as tecnologias de
informação e comunicação. Deste modo,
essas tecnologias ocupam atualmente um
lugar muito significativo entre as
prioridades educativas devido ao seu
contributo no processo de ensino-
aprendizagem dos alunos de maneira a
favorecer a realização de boas práticas
educativas.
Metodologia da investigação
Em ciências sociais, o propósito e
interesse do investigador de explicar,
compreender um fenômeno, faz com que
ele adote uma ou outra metodologia que
considerar mais vantajosa para o estudo.
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Assim, a pesquisa utilizou a metodologia
de estudo de casos que é o método ativo de
aprendizagem, que permite fazer descrição
de situações reais em seu contexto (Denzin
& Lincoln, 2013).
Esta investigação é de natureza
qualitativa, caráter descritivo e
interpretativo, pois, segundo Flick (2013),
preocupa-se em lidar mais com
interpretações da realidade social em
detrimento, por exemplo, dos números.
Assim, este estudo de caso foi realizado
em duas escolas secundárias, sendo uma
sediada na zona urbana com 1563 alunos
matriculados e outra na área rural com 625
alunos. O estudo contou com uma amostra
intencional, pelo fato de selecionar
participantes que têm a noção do objeto de
estudo, sendo constituída por 24
participantes, sendo 2 diretores de escola, 6
responsáveis da comissão de famílias e 16
professores, e foi realizado num período de
8 meses. Para aderência dos participantes
na investigação foi necessário negociar
com os mesmos para evitar mal entendido
durante a pesquisa, tal como aconselha
(Yáñez, 2010). Igualmente foi necessário
salvaguardar a identidade dos participantes
mediante a atribuição de nomes fictícios ou
pseudônimos para garantir o anonimato
(Banks, 2010).
Para recolha de informação utilizou a
entrevista cujos dados provenientes foram
gravados, transcritos e apresentados aos
participantes para garantir a confiabilidade
e validade dos dados fornecidos (Goetz &
Lecompte, 2010). No entanto, para análise,
tratamento e interpretação da informação,
utilizou-se a técnica de análise de
conteúdo, cujo objetivo foi classificar,
codificar, analisar o conteúdo e construir as
categorias significativas dos resultados
(Olabuénaga, 2012).
Portanto, segundo Flick (2015), a
informação qualitativa em estudo de caso
não está muito associado com a
generalização dos resultados em estudo
com entrevistas, por não se basear em
amostra representativa da população,
visando a quantificar os resultados. Por
isso, nesta situação Kvale (2011),
recomenda fazer a generalização analítica e
não estatística, aquela que fornece
conhecimentos de um estudo que podem
ser utilizado como guia para uma outra
investigação.
Resultados e discussão
Por ser um enfoque qualitativo, os
resultados estão expressados de maneira
narrativa, sistematizados em diversas
categorias, com descrições dos assuntos
mais significativos, que apresentamos nas
seguintes categorias:
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Pensamento sobre a prática educativa
Essa dimensão visou caracterizar a
desenvoltura da prática educativa dos
professores, nesta base, os participantes
pensam da maneira seguinte:
A prática educativa constitui uma dor
de cabeça é verdade que se tem
dado alguns passos positivos, mas na
verdade temos muitas dificuldades na
condução da aula. Os alunos
participam pouco, a maioria dos
professores não possuem agregação
pedagógica para dar aulas. Estamos a
remediar, o importante é ter bom
perfil de aproveitamento da turma.
Precisamos de formação mais
prolongada, para se abordar outros
temas desde a planificação a a
concretização da aula (Entrevista,
professora Casova Escola rural).
Mesmo com dificuldades de
preparação da aula, digo que a prática
tem decorrido bem, porque transmito
o conteúdo, explico e os alunos ficam
calados, depois pego o livro e dito a
matéria. Os alunos estão a
compreender bem e mesmo na prova
muitos conseguem bom resultado, e
isto é o que a direção pediu
(Entrevista, professora Futi Escola
urbana).
É necessário melhorar a atuação do
docente durante a prática educativa e a
liderança escolar deve desempenhar o seu
papel no supervisionamento de todas as
atividades escolares. De lembrar que nem
toda gente que aula é um professor, e o
ministério da educação de Angola
trabalhou de forma contrária, implementou
a reforma educativa e a renovação do plano
curricular sem antes primeiro formar os
docentes para as respectivas disciplinas. A
investigação de Cerecer e Gutiérrez (2014)
demonstrou que para realização de
qualquer reforma educacional, deve ser
precedida de uma reestruturação de
organização, formação de professores, uma
mudança de condições de trabalho para os
professores, de maneira a proporcionar um
desenvolvimento profissional ao longo da
carreira. Nesta ordem de ideia, Guerra
(2010) defendeu que mudam os tempos,
também mudam as responsabilidades
profissionais, daí a necessidade dos
profissionais em educação empreenderem
esforços no sentido de continuarem a
formar-se para acompanharem a dinâmica
da própria sociedade atual.
Nível acadêmico das famílias
Visou descrever o grau de
escolaridade das famílias e sua influência
no acompanhamento e orientação dos
filhos. Os intervenientes fazem menção o
seguinte:
Infelizmente na área rural a maioria
das famílias não sabem ler e escrever
e têm dificuldades ao acompanharem
e orientarem os filhos durante o
processo de ensino-aprendizagem,
pelo fato de não terem estudado,
devido a falta de oportunidade para
todos (entrevista diretor 2 - Escola
rural).
Na área urbana existem poucas
famílias que sabem ler e escrever, a
maioria teve dificuldade de
integração, e em muitos casos tal
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deve-se a insuficiência da rede
escolar e de professores no país
aliado os longos anos de guerra que
também contribuiu para a existência
do analfabetismo (Entrevista, família
3 Escola urbana).
Perante está situação, na ótica de
Tirado e Conde (2015), para se inverter o
quadro, a solução passa pela formação da
comunidade escolar: alunos, professores e
famílias. Para tal, é importante realizar
ações preventivas sobre a violência escolar
e outros tipos, de maneira promover a boa
convivência. Nesta base, é crucial que os
agentes responsáveis pela educação
estejam formados para que se convertam
em agentes de mudanças socioeducativo,
capazes de detectar, solucionar e prevenir
os problemas.
Valorização da escola pelas famílias
Nesta dimensão procurarmos
descrever a visão que as famílias têm
acerca da função social da escola. Assim,
os participantes entrevistados teceram as
seguintes opiniões:
Muitas famílias valorizam mais o
gado, considerado como riqueza que
garante o bem estar dos homens, do
que perder o tempo a estudar, para no
final o ser nada na sociedade e
levar uma vida cheia de várias
dificuldades económicas. muita
gente que não sabe ler e escrever,
mas socialmente está num nível mais
alto e melhor em relação aquele que
trabalha, surgindo também o
ceticismo pelos estudos ao contrário
da área urbana (Entrevista, família 2
Escola rural).
Na área rural o pai em vez de mandar
o filho ir à escola, algumas vezes
prefere que vá apascentar o gado, por
ser o bem mais precioso na maneira
de pensar. O gado ajuda a superar
qualquer problema financeiro, por
isso, deve ser bem cuidado para
garantir o bem estar das populações.
Aquela velha ideia de que
conseguiríamos fazer algo, se for
formado, começa a desaparecer,
porque há quem não está formado,
mas encontra-se melhor posicionado
socialmente em relação aquele que
estudou (Entrevista, professora
Jesuina - Escola rural).
É necessário valorizar a escola que
segundo Gomilla e Pascual (2015), é um
dos aspetos que influenciam em grande
medida os comportamentos e atitudes dos
alunos durante o processo de ensino-
aprendizagem, em função da implicação ou
não da família. No entanto, sabemos que a
participação da família é possível
quando existe um clima escolar
harmonioso a nível das escolas ou centros
educativos, de forma a facilitar o seu
acesso e cooperação nas atividades e
sobretudo quando são escutados e
respeitados na tomada de decisões. Por
isso, quando a escola se transforma em
lugar de instrução e educação é necessário
a existência de professores preparados para
esta dupla função, enquanto instrutor e
educador (Fraile, 2015).
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A Relação da família e a escola
Relativamente ao papel da família no
processo de ensino-aprendizagem é pouco
visível, parecendo que a família demitiu-se
do seu papel na relação com a escola, tal
como podemos confirmar nos seguintes
depoimentos:
Hoje muitos pais que devido a luta
para diminuir as dificuldades
económicas e sociais, para uma
estabilização social, não temos tempo
de participar da educação dos filhos.
Porque acordamos muito cedo para
procurar e realizar um serviço, de
maneira a ganhar alguma coisa, que
contribuirá para no final do dia levar
o alimento para os filhos, espero que
a escola faça tudo (Entrevista, família
1 Escola urbana).
Geralmente os pais não vão ao
encontro dos professores a fim de se
inteirar acerca da ocorrência do
processo educativo, aparecem no
início do ano letivo para fazer
matrícula e no fim para reclamar se o
filho reprovou, daí a relação ser fraca
(Entrevista, professora Cilombo -
Escola rural).
Ficou evidente que algumas famílias,
não desempenham o seu real papel no
processo de educativo. Assim, para o bom
relacionamento entre todos agentes é
necessário tal como refere Rivas e Ugarte
(2014), que as famílias participaram
ativamente nas decisões, se as famílias
estarem mais envolvidas com a educação
dos filhos para que haja mais
responsabilidade, tempo, recursos
necessários e uma liderança escolar
participativa na tomada de decisões.
Pontualidade do trabalhador
Esta categoria visou avaliar esta
qualidade indispensável para as boas
práticas, infelizmente tem sido pouco
cumprido, e os participantes apresentam as
seguintes justificações:
Não se o trabalho como um fator
de ascensão na sociedade, porque
temos uma cultura de corrupção, que
faz com que as pessoas tenham
outros expedientes... e não apenas o
seu próprio trabalho dificultado a
maneira de exercer e atuar com mais
responsabilidade em cada trabalho
(Entrevista, professora Cilombo
Escola rural).
Os professores ausentam-se muito
das atividades da escola, alegando
que estudam na cidade, não honram o
compromisso, esquecem-se que em
primeiro lugar são trabalhadores.
Ficam duas ou mais semanas sem
trabalhar. E os alunos também da
área rural não são pontuais porque
primeiro vão ao pasto, e quando
estiagem viajam e abandonam a
escola (Diretor 1 Escola rural).
Nesta base, Jara e Dagach (2014),
justificam que os docentes e os futuros
professores deverão ter não bons
resultados acadêmicos e excelentes
habilidades interpessoais, sem que haja
também um profundo compromisso
pessoal para ensinar e trabalhar nas
escolas. O compromisso dos professores é
fundamental para melhoria do ensino, para
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que haja qualidade na educação. É preciso
que se realize mudança educativa e
passarmos de uma educação centrada no
ensino, na docência um processo
centrado no discente. Isto deve fazer-nos
refletir e revisar completamente a
importância da pontualidade para produzir-
se a boa programação da aula por parte dos
professores de forma que assumam a sua
responsabilidade e controlo da
aprendizagem, a iniciativa, metas e
recursos (Solo de Zaldívar, 2017).
O contexto das escolas secundárias
Esta categoria serviu para descrever
acerca da realidade das duas escolas do
ensino secundário do primeiro ciclo, sendo
uma sediada na zona urbana e outra na
rural e apresentam as seguintes
características:
As escolas existentes no interior,
maioritariamente não possuem
condições, porque o colonizador não
deixou escolas construídas. Por isso,
os alunos estudam em escolas
construídas com material precário,
sentando em pedras ou troncos de
árvores. Não possuem água, energia.
Outras escolas funcionam debaixo
das árvores, sem parede e cobertura
(Entrevista, Diretor 1 - Escola rural).
Algumas escolas dos centros urbanos
apresentam mínimas condições para
os professores e alunos realizarem as
atividades pedagógicas. Devido o
excessivo número de alunos, muitos
também estudam em salas precárias,
resultantes de escolas improvisadas
ou salas anexas (Entrevista,
professora Samba Escola urbana).
Está claro que a escola secundária na
zona rural é de construção precária, isto é,
de pau a pique e cobertas de capim, outras
cobertas de chapas de zinco, há falta de
carteiras suficientes, chegando alguns
alunos a sentarem dois alunos por carteira,
outros em pedras ou troncos de árvores
cortados e apoiando o caderno na coxa,
existe falta de saneamento básico, falta de
água, energia, livros de textos suficientes,
falta de mais salas de aulas, papel, giz,
quadro para escrever, entre outras. É
essencial o equipamento escolar para que a
aprendizagem ocorra em condições
favoráveis, quer da parte do aluno como
para os professores. Por isso, é crucial
investir para que elas ofereçam condições
propícias para o bom desenrolar do
processo de ensino e aprendizagem. que
a função da escola também se realiza
através das instituições de ensino para
aproximar o passado ao presente, pois o
presente abre espaços dinâmicos para
prognosticar o futuro, antecipando e
revelando as experiências e saberes
socioeducacionais, socioemocionais e
sociopessoais que engrandecem a
perspectiva histórica da educação
(Amorim, 2017).
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A formação contínua de professores
Procurou-se nesta dimensão
qualificar a formação contínua que
realizam os docentes, tal como se defende
nas contribuições abaixo:
Algumas vezes -se formação
contínua, mas não tem ajudado muito
na solução dos problemas dos
professores, porque não se faz o
diagnóstico das reais dificuldades e
necessidades dos mesmos, acabando
sempre de ser repetitiva e sem muito
interesse. Parecendo mais que tem
servido apenas como uma medida de
ocupar e concentrar os professores
nas respetivas escolas (Entrevista,
professor Cicito Escola urbana).
Somos apologistas que é importante
realizar ações de formação que vão
de acordo as reais necessidades dos
professores e não formar apenas na
vertente política, elaborando relatório
que referem em alguns casos até de
formações não realizadas pelas
escolas, com o objetivo apenas de
justificar que tem-se dado formações
aos professores (Entrevista, professor
Kativa - Escola rural).
Diante este quadro, necessidade
de realizar formação contínua em função
das reais necessidades dos docentes para
sejam competentes na orientação das
práticas pedagógicas que levam o aluno a
construir o saber. Assim, os conteúdos não
importam tanto que eles sejam nominais,
mas que sejam bons com valores,
princípios, concepções, crenças e práticas
educativas. Daí, a necessidade de incidir
cada vez mais na formação de professor
pelo fato de ser de capital importância para
promover sujeitos críticos e
transformadores da realidade educativa
(Dominguez & Entrena, 2017).
A supervisão das atividades escolares
Nesta dimensão procuramos analisar
o papel que desempenha a supervisão
durante o processo educativo, assim os
participantes teceram os seguintes
fundamentos:
O acompanhamento de aulas é feito
pelo coordenador, uma vez por ano,
que ele não tem tempo, por estar
muito sobrecarregado e, a direção
não ajuda na observação das aulas. O
inspetor e supervisor não são
conhecidos, porque nunca
apareceram na escola (Entrevista,
professor Cicito Escola urbana).
Na área rural não se faz sentir,
porque desde o inicio do ano letivo
até ao fim, não aparece ninguém para
observar a aula. Assim, fica difícil o
professor progredir, porque nunca
saberemos se temos realizado bem as
atividades na sala de aula, em função
dos métodos utilizados. Precisamos
que a direção ajude e não chame
apenas o docente para assinar a ficha
de uma avaliação duvidosa no fim do
ano... porque não acompanham, mas
atribuem nota na base de quê? Não
sabemos (Entrevista, professora
Samba - Escola rural).
A província da Huíla possui apenas
12 inspetores para 1.826 escolas. É um
número bastante insignificante, precisa-se
ter inspetores e supervisores suficientes
para apoiar o processo de ensino e
aprendizagem. Nesta base, mesmo Soledad
e Carmen (2009), preveniram que é
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necessário acompanhar os docentes nos
seus processos de desenvolvimento
profissional e conhecer como atuam na
aula, o que fazem, como vivem o seu
trabalho, a interação entre o professor e o
aluno, porque as boas práticas não são
perfeitas, precisam de ser planificadas para
melhorar a qualidade de ensino.
A relação entre os diretores e professores
Esta dimensão visou descrever a
relação que existe entre os professores e
diretores durante o processo de ensino e
aprendizagem. Nesta ordem de ideia, as
razões apresentadas são as seguintes:
A relação não tem sido boa, pois as
direções escolares não têm cultura de
interagirem com os professores, são
muitas apegadas ao estilo
autoritário...e não consentem muitas
vezes as sugestões e críticas
construtivas feitas pelos docentes
para melhorar o funcionamento
escolar, dificultando deste modo as
relações interpessoais, tão cruciais no
desenvolvimento escolar (Entrevista,
professora Jesuina Escola rural).
A relação do professor com a direção
é regular, quando você se submete ao
cumprimento de toda orientação
dada. Assim, não terás problemas,
caso contrário serás rotulado como
indisciplinado, incumpridor e até
pode ser acusado de que está contra a
direcção ou o programa do partido no
poder, e se ocupa algum cargo de
chefia é exonerado (Entrevista,
professor Mateus Escola urbana).
Pensamos que é indispensável a
relação colaborativa entre a administração
escolar com os professores, pois é ela que
deve criar um clima propício para que os
professores se realizem atividades
produtivas durante o processo de ensino e
aprendizagem. Segundo Fagundes (2016),
com o bom clima escolar é possível
surgir pesquisadores que podem estar
envolvidos com a produção de
conhecimento para área de educação e
contribuir para que haja boas práticas
educativas nas escolas, pois fomenta a
implicação, colaboração e participação
democrática na maneira de atuar.
A avaliação de aluno
Esta dimensão visa recolher
informações acerca da maneira como é
realizada a avaliação, pois constata-se uma
elevada taxa de aprovação, tal como
justificam com os seguintes argumentos:
A reforma prevê avaliação contínua,
mas como os alunos são mais de 50
em cada turma, então não
conseguimos cumprir. Elaboramos
em cada trimestre uma prova e uma
chamada escrita. Os alunos
respondem tal como está escrito no
apontamento. As vezes orientamos o
trabalho de grupo ou individual para
fazer a vez da prova e, os resultados
vão variando em função da
capacidade de assimilação... é
necessário conhecer os alunos neste
aspecto para não avaliar mal
(Entrevista, professora Catimba
Escola urbana).
Na avaliação dos alunos existe muita
aprovação e a mesma não se traduz
em competência que adquiriram, Já
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que este perfil está adulterado pelo
professor, para não ser sancionado,
pois a direção da escola se preocupa
muito pela percentagem positiva dos
alunos. Obriga os professores a
satisfazerem tal propósito, não
importa a quantidade de alunos por
turma e o contexto em que as aulas
são orientadas (Entrevista, professor
Moio Escola rural).
Assim, é crucial que se trabalhe
mais, tal como referem Grasso e Robledo
(2010), para que os alunos da escola
secundária sejam competentes e tenham
bons perfis de saída para ser uma nova
geração de profissionais competentes e que
assumirão responsabilidades de exercerem
seus direitos e outras obrigações. Portanto,
é essencial que na avaliação haja mais
rigor, tal como referem Bauer et al. (2015),
a prestação de contas acerca do trabalho
realizado nas instituições escolares e a
responsabilização de diretores e
professores pelos resultados obtidos, pode
contribuir para que esses fiquem mais
comprometidos em melhorar a sua prática
e garantir uma aprendizagem mais
significativa aos alunos, de acordo com os
padrões estabelecidos pelo ministério da
educação, envolvendo neste sentido a
responsabilidade também aos governantes.
Qualidade dos docentes do ensino
secundário
Esta categoria consistiu em tem a ver
com o conjunto de competências que o
docente possui para exercer com mestria a
atividade de ensinar. Nesta base, a
qualidade do perfil do docente do I ciclo
do ensino secundário é pobre, que a
maioria não possuem formação inicial de
professor e qualitativamente os
responsáveis da educação justificam:
A qualidade de docentes ainda não é
a ideal, pois, devido a necessidade
recrutou-se trabalhadores tendo o
nível académico e não profissional,
porque estes na sua maioria
frequentaram formação geral sem
especialização ou formação inicial
para a arte de ensinar e educar
(Entrevista, Diretor 2 Escola
urbana).
Muitos docentes na atualidade o
possuem a formação inicial de
professor... não têm agregação
pedagógica. O processo de ensino
tem a ver com a questão pedagógica,
formadores competentes, porque nem
toda gente que aulas é um
professor, é necessário de fato que o
professor tenha preparação
profissional a vel do saber, fazer,
ser e saber estar, indicadores que
muitos docentes o possuem
(Entrevista, professor Cambinda
Escola rual).
Como é de esperar o processo de
ensino-aprendizagem pode estar afetado,
tal como consta do trabalho de Larrosa
(2010), onde ressalta que nem toda gente
serve para esta profissão, daí a necessidade
de se selecionar aqueles candidatos com
perfil adequado, competentes, capazes de
dedicar-se a profissão com bom
desempenho ético.
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Qualidade de ensino
Esta dimensão visou refletir sobre a
qualidade de ensino no contexto destas
escolas. Os participantes manifestaram os
argumentos seguintes:
A qualidade de ensino é negativa,
falar de educação é falar de
desenvolvimento. O ensino está ainda
a ser visto como transmissão de
conhecimentos, e não como
construção e produção de
conhecimentos. Temos problema da
aprendizagem, pois, nem sempre
aquilo que se ensina é o que o aluno
aprende, precisamos de formadores
competentes e escolas apetrechadas e
com líderes escolares democráticos
(Entrevista, professora Casova
Escola rural).
A dita falta de qualidade tem a ver
com a guerra, que destruiu as escolas,
e não tivemos tempo de pensar na
qualidade, simplesmente tivemos de
admitir as crianças que estavam fora
do sistema. Sabemos que, um aluno
no centro urbano tem mais acesso ao
ensino, ao passo que no interior, o
aluno espera pelo docente, que em
alguns casos vive a 400 km.
Pensarrmos que o ensino é uniforme,
é um equívoco, precisamos rever os
critérios de colocação dos docentes e
outras condições (Entrevista, Diretor
l Escola rural).
É altura do ministério da educação
fazer um pouco mais para melhorar a
qualidade de ensino, porque antes a
prioridade era massificar o ensino, de
forma a incluir mais crianças no sistema.
Nesta base, segundo Sánchez (2012) para
existir a qualidade de ensino, é necessário
que o governo se envolva, enquanto órgão
planificador e coordenador de toda política
educativa, averiguando os projetos
educativos, avaliação da atividade
educativa e sua gestão, contando para tal
com a colaboração de todos integrantes:
diretores, docentes, coordenadores,
supervisores, alunos e famílias que
diretamente estão implicadas no
desenvolvimento de competências básicas
dos alunos.
Considerações finais
A caracterização sobre os desafios da
família e professores durante a prática
pedagógica realizada nas escolas
secundárias, sendo uma urbana e outra
rural, foi feita em função das
especificidades que ela apresenta.
Relativamente ao pensamento sobre a
prática educativa os resultados convergem
entre a escola rural e urbana, pois os
professores confirmam a existência de
dificuldades, alegam não possuírem
agregação pedagógica ou formação inicial
de professores e os seus alunos participam
pouco durante a transmissão de
conhecimentos para obterem resultados
positivos. Pensamos que é crucial Angola
investir mais na formação de professores
para que apliquem outras abordagens
pedagógicas para que sejam visualizadas as
boas práticas educativas, e deste modo o
ensino deixar de ser encarado como algo
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que se transmite apenas, mas que seja visto
como um processo de construção. A área
rural apresenta uma rede escolar mais
débil, sem estrutura definitiva e condições
dignas para se trabalhar adequadamente,
pois o colonizador só deixou escola na área
urbana, daí a necessidade do governo
construir as infraestruturas escolares
adequadas para melhorar a qualidade de
ensino.
Ainda na escola rural os professores
apresentam mais dificuldades de
pontualidade, por viverem na área urbana,
e trabalharem na área rural, chegando a
percorrerem de automóvel uma distância
de 400 quilômetros. É necessário construir
habitações para que os docentes colocados
nesta zona possam alcançar os objetivos
propostos pelo ministério da educação.
Igualmente constatou-se a falta de
pontualidade e assiduidade dos alunos na
escola rural e na fase de estiagem acabam
perdendo aulas, por migrarem para outras
regiões para pastar o gado. Outra
divergência reside no fato da maioria das
famílias da escola rural serem mais pobres,
analfabetas e valorizam mais o gado,
considerado culturalmente a maior riqueza
da comunidade em detrimento da escola,
enquanto que na escola urbana algumas
famílias estão alfabetizadas e valorizam a
escola para o desenvolvimento social. Por
isso, é crucial implicar na escola rural as
famílias para melhorar a sua relação e
desempenhar o seu papel no processo de
ensino e aprendizagem. Também existem
dificuldades na avaliação em função do
excessivo número de alunos por escolas e
turma, perfazendo na área urbana uma
média de 65 alunos por turmas e 52 alunos
na zona rural, enquanto a lei angolana
prevê 36 alunos, o que dificulta realiza-la
de forma mais criteriosa. Outra semelhança
evidencia a existência de bom
aproveitamento escolar na escola rural e
urbana, mas pouca competência por parte
dos alunos, porque os diretores exigem dos
professores percentagem de
aproveitamento positiva, daí a necessidade
de existir mais rigor na formação e
avaliação. Precisa-se melhorar a
colaboração entre os docentes e a diretores
da escola secundária rural e urbana, a fim
de passar a supervisionar o trabalho
realizado pelos docentes de maneira a
superar as deficiências dos mesmos e
contribuir para boas práticas e
consequentemente melhorar a qualidade de
ensino.
Portanto, não se trata de uma
investigação com resultados generalizados,
devido à metodologia e amostra
selecionada. Por isso, o desafio é lançado
aos pesquisadores porque futuras
investigações são necessárias no âmbito
educacional. Daí que é preciso incentivar a
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produção de conhecimento para se
compreender profundamente o processo
educativo angolano e se perspectivar as
novas políticas educativas que concorram
para melhorar a qualidade de ensino na
escola rural e urbana em função dos
desafios do mundo globalizado.
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movimentos de libertação sobre quem iria governar
o país, desencadearam uma guerra civil no período
entre 1975-2002.
ii
No contexto africano, são aqueles considerados de
«civilizados», filhos de colonizadores e seus
descendentes.
Informações do Artigo / Article Information
Recebido em : 20/09/2020
Aprovado em: 09/04/2021
Publicado em: 24/08/2021
Received on September 20th, 2020
Accepted on April 09th, 2021
Published on August, 24th, 2021
Contribuições no Artigo: O autor foi o responsável por
todas as etapas e resultados da pesquisa, a
saber: elaboração, análise e interpretação dos dados;
escrita e revisão do conteúdo do manuscrito e; aprovação
da versão final publicada.
Author Contributions: The author was responsible for the
designing, delineating, analyzing and interpreting the data,
production of the manuscript, critical revision of the content
and approval of the final version published.
Conflitos de Interesse: O autor declarou não haver
nenhum conflito de interesse referente a este artigo.
Conflict of Interest: None reported.
Avaliação do artigo
Artigo avaliado por pares.
Article Peer Review
Double review.
Agência de Fomento
Não teve financiamento.
Funding
No funding.
Como citar este artigo / How to cite this article
APA
Nicolau, M. C. (2021). Desafios da família e professores
na prática educativa: Escola secundária urbana e rural em
Angola. Rev. Bras. Educ. Camp., 6, e10527.
http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e10527
ABNT
NICOLAU, M. C. Desafios da família e professores na
prática educativa: Escola secundária urbana e rural em
Angola. Rev. Bras. Educ. Camp., Tocantinópolis, v. 6,
e10527, 2021. http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e10527