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repercutido na maioria dos estados da
federação. Tal comportamento é marcado,
principalmente, pelo embate contra os
mecanismos de democracia e combate à
desigualdade social já instituídos.
A morbidez da política do governo
de Jair Bolsonaro não se ocupa dos
desafios para o cumprimento das metas do
Plano Nacional de Educação a partir do
debate em torno do Fundo de
Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação
Básica (Fundeb) e do financiamento
adequado da educação de qualidade social
(Tássia, David, Gregory, Luana, Sammara
& João, 2019). Ao contrário, acentua,
conforme Lobo (2020), a pauta neoliberal
para a educação que é construída por meio
do pensamento “ultra neoliberal e
autoritário-fascista” (Lobo, 2020, p. 3) de
organização do novo Estado, instaurada
com do Golpe de Estado de 2016, seguindo
propósito de regressão das políticas
sociais.
O impeachment de Dilma Rousseff,
que resultou do movimento de
radicalização das lutas de classes
desde o advento a crise mundial que
eclodiu em 2008, da crise do regime
de democracia liberal de cooptação da
Nova República e da crise da política
de colaboração de classes lulopetista,
foi a forma aparente do Golpe de
Estado de agosto de 2016, de
característica judiciária, parlamentar,
policial-militar e midiático. Foi
orientado por um projeto que, de
Temer a Bolsonaro, está em pleno
curso. Tem em vista: i. Em termos
econômicos: conformar uma estrutura
econômica organicamente integrada ao
capital financeiro internacional,
sobretudo no setor de serviços, nele
incluída a educação, bem como
apoiada no agronegócio, na agro e
minero-industrialização de exportação
e nas filiais de grupos oligopolistas
internacionais; ii. Em termos da
formação social: impor uma estrutura
social fortemente polarizada entre uma
classe burguesa e camadas médias
intermediárias e superiores, de um
lado, e gigantescas parcelas das
classes trabalhadoras submetidas à
informalidade, precarização,
marginalização social e acesso restrito
aos direitos sociais como os de
educação, saúde e previdência, de
outro; iii. Em termos de regime
político-jurídico: aprofundar o
controle que as classes dominantes
exercem sobre o Estado mediante a
utilização do aparato político, jurídico
e policial-militar sem concessões
significativas à representação política
dos trabalhadores e nos limites de uma
institucionalidade liberal
representativa ultra restritiva ou
mesmo fascista, voltada para proteção
jurídica da propriedade, repressão dos
movimentos sociais e criminalização
da pobreza, inclusive de interdição de
democratização de acesso, de
florescimento do pensamento crítico e
de desenvolvimento políticas, projetos
e ações que orientem as instituições
públicas de educação para o
atendimento das demandas das
camadas populares; iv. Em temos
ideológicos: mobilizar uma vasta e
diversificada rede de organizações da
sociedade civil do mundo do capital
sedimentando um novo padrão de
hegemonia profundamente dependente
de aparatos de coação/violência social,
com base em estruturas como sistema
de mídia, instituições/hierarquias
religiosas fundamentalistas
estelionatárias da fé e
organizações/movimentos ideológicos
neoliberais e organizações
paramilitares (milícias), bem como
procurando reiterar a dimensão de