Revista Brasileira de Educação do Campo
Brazilian Journal of Rural Education
RESENHA / REVIEW
DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e10774
Tocantinópolis/Brasil
v. 6
e10774
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2021
ISSN: 2525-4863
1
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Resenha: Carvalho, L. F. O., & Ferreira, M. J. L. (2020).
Práticas educativas nas escolas do campo e em outros
espaços educativos dos territórios rurais. Salvador: JM
Gráfica e Editora Ltda.
João Santos da Silva Júnior
1
1
Universidade do Estado da Bahia - UNEB. Departamento de Ciências Humanas Campus IV/UNEB. Trevo J.J. Seabra, 158,
Estação. Jacobina - BA. Brasil.
Autor para correspondência/Author for correspondence: joaosantos088@gmail.com
RESUMO. A materialidade das práticas educativas no campo
está respaldada no interesse coletivo, que tenda a
representatividade dos sujeitos campesinos. Os conhecimentos
adquiridos em ambientes escolares e não escolares no contexto
da Educação do Campo, contribui no/para o desenvolvimento
dos sujeitos na perspectiva de valores humanos, voltando à
consciência de luta, resistência e reconhecimento dos direitos
sociais coletivos, que abrange a população do campo e se
estabelece em consonância com as necessidades do meio,
mobilizando práticas educativas valorativas em diferentes
territórios do campo. A Educação do Campo visa à apropriação
dos conhecimentos, produzidos historicamente pela humanidade
e que representa uma base fortalecedora dos processos
organizativos de classes sociais.
Palavras-chave: educação do campo, práticas educativas,
ambientes escolares e não escolares.
Silva Júnior, J. F. (2021). Resenha: Carvalho, L. F. O., & Ferreira, M. J. L. (2020). Práticas educativas nas escolas do campo e em outros espaços educativos dos
territórios rurais. Salvador: JM Gráfica e Editora Ltda...
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Review: Carvalho, L. F. O., & Ferreira, M. J. L. (2020).
Educational practices in rural schools and other educational
spaces in rural areas. Salvador: JM Gráfica e Editora Ltda.
ABSTRACT. The materiality of educational practices in the
field is supported by the collective interest, which tends to
represent the peasant subjects. The knowledge acquired in
school and non-school environments in the context of rural
education contributes to/to the development of subjects from the
perspective of human values, returning to the consciousness of
struggle, resistance and recognition of collective partner rights,
which covers the population of the countryside and is
established in line with the needs of the environment, mobilizing
educational practices value in different territories of the
countryside. Rural education aims at the appropriation of
knowledge, historically produced by humanity and which
represents a strengthening basis of the organizational processors
of social classes.
Keywords: rural education, educational practices, school and
non-school environments.
Silva Júnior, J. F. (2021). Resenha: Carvalho, L. F. O., & Ferreira, M. J. L. (2020). Práticas educativas nas escolas do campo e em outros espaços educativos dos
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Revisión: Carvalho, L. F. O., & Ferreira, M. J. L. (2020).
Prácticas educativas en escuelas rurales y otros espacios
educativos en las zonas rurales. Salvador: JM Gráfica e
Editora Ltda.
RESUMEN. La materialidad de las prácticas educativas en el
campo está respaldada por el interés colectivo, que tiende a
representar a los sujetos campesinos. Los conocimientos
adquiridos en entornos escolares y no escolar en el contexto de
la educación sobre el terreno contribuyen al desarrollo de
materias desde la perspectiva de los valores humanos, volviendo
a la conciencia de lucha, resistencia y reconocimiento de los
derechos de los socios colectivos, que abarca la población del
campo y se establece en consonancia con las necesidades del
medio ambiente, movilizando prácticas educativas de valor en
diferentes territorios del campo. La educación sobre el terreno
tiene como objetivo la apropiación del conocimiento,
históricamente producido por la humanidad y que representa una
base de fortalecimiento de los procesadores organizativos de las
clases sociales.
Palabras clave: educación de campo, prácticas educativas,
entornos escolares y no escolar.
Silva Júnior, J. F. (2021). Resenha: Carvalho, L. F. O., & Ferreira, M. J. L. (2020). Práticas educativas nas escolas do campo e em outros espaços educativos dos
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Resenha
O livro é organizado pelas autoras:
Luzeni Ferraz de Oliveira Carvalho,
doutora pela Universidade de Brasília
UnB (2018), professora assistente da
Universidade do Estado da Bahia (UNEB)
campus X e Membro da Coordenação da
Feira da Agricultura Familiar
Agroecológica e Econômica Solidária da
UNEB campus X e Maria Jucilene Lima
Ferreira, doutora pela (UnB) em 2015, é
professora adjunta da Universidade do
Estado da Bahia, e membro da
coordenação colegiado do Centro
Acadêmico de educação do Campo e
Desenvolvimento Territorial
(CAECDT/UNEB), é também vice-líder do
grupo de Pesquisa em Educação do
Campo: Trabalho Contra Hegemonia e
Emancipação Humana (GPEC),
desenvolve pesquisas nas áreas de
Educação do Campo e Formação de
Educadores. O livro de qual trata essa
resenha conta também com o posfácio,
desenvolvido pela professora e
pesquisadora Mônica Castagna Molina,
doutora em Desenvolvimento Sustentável
pela UnB em 2003 e Pós-doutorado em
Educação pela Unicamp em 2013 é
professora associada à Universidade de
Brasília no curso de Licenciatura em
Educação do Campo, faz parte do
programa de Pós-graduação em Educação,
possui experiências nas áreas de educação
com ênfase em temas como: a Educação do
Campo; formação de educadores; políticas
públicas; reforma agrária e
desenvolvimento sustentável.
A obra “Pticas educativas nas
escolas do campo e em outros espaços
educativos dos territórios rurais” é a união
de 14 artigos e ensaios que trazem a ótica
da Educação do Campo discussões e
alternativas que buscam viabilizar o
desenvolvimento educacional no campo e
para o campo, proporcionando aos sujeitos
campesinos ocupar seu lugar de direito na
sociedade. Ao mesmo tempo os textos
embasam a formação desses indivíduos
visando torná-los grandes
representatividades no/do campo, na
perspectiva de desestereotipar os sujeitos
que vivem nesse meio.
As discussões iniciam-se com uma
contextualização da Educação do Campo e
suas perspectivas formadoras e de
interação do sujeito com o campo.
Assinado pelas autoras Carvalho e Ferreira
o texto da introdução desperta o olhar para
as lutas e desafios da educação e a visão de
como está sendo concebida a Educação do
Campo para os sujeitos sociais na luta
contra-hegemônica e na busca de ações e
práticas educativas em espaços escolares e
não escolares, que possam subverter a
Silva Júnior, J. F. (2021). Resenha: Carvalho, L. F. O., & Ferreira, M. J. L. (2020). Práticas educativas nas escolas do campo e em outros espaços educativos dos
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visão da sociedade, que tende por uma
política capitalista em detrimento de um
campo para o homem do campo e de uma
educação que represente seus sujeitos. “A
autora (Santos) escreveu o artigo: Práticas
educativas da teia dos povos: o que nos
une é maior que aquilo que nos separa” o
mesmo traz resultados e discussões
relacionados as práticas e ações educativas
desenvolvidas dentro do território do
campo, busca na perspectiva da prática
evidenciar que a conexão com a terra deve
incorporar questões socais, políticas,
culturais e ambientais, entendendo que o
homem e a mulher do campo estão
interligados com a natureza, da qual tiram
o seus sustentos para sobreviverem.
Quanto ao texto “Relato de uma
experiência de formação de educadores do
campo no Assentamento Terra Vista a
partir da perspectiva do trabalho como
princípio educativo” escrito por (Carvalho
e Bogo), traduz os resultados do processo
formativo de educadores do campo
inculcando nessas discussões os desafios e
concepção para uma formação voltada à
realidade do campo, entendendo que o
espaço de trabalho também é um espaço de
aprendizagem e ensino. “A estética das
sementes como forma de resistência
hegemônica do agronegócio” de (Riso e
Bogo) trata-se do relato de experiência, um
trabalho realizado em comunidades rurais
atendidas pelo Movimento dos Sem Terras
(MST), que busca na perspectiva da cultura
e da arte desenvolver a consciência dos
sujeitos do campo ao tempo que preserva o
bem natural que são as sementes como
forma de contrapor o agronegócio e o
avanço de sementes modificadas e
transgênicas dentro do espaço rural
familiar. Dando segmento ao texto “As
cirandas Infantis no MST: uma experncia
de educação infantil no campo”, da autora
(Rossetto) busca introduzir as crianças
dentro dos movimentos sociais, como
sujeitos que podem aprender juntos com as
dinâmicas dos movimentos sociais, mas
em espaços diferentes dos ocupado pelos
adultos, mas que dialogue no mesmo
sentido.
No artigo Escola de convivência
com o semiárido: um espaço de formação
de multiplicadores/as na ótica do bem
viver” de (Silva, Lopes e Costa) traz
resultados de ações de uma formação
educativa em espaços contextualizados e
em consonância com o meio rural onde o
sujeito vive, visto que a condição de
sobrevivência no semiárido requer
modelos educativos, não para o aluno
do campo como também para os sujeitos
da comunidade. Na busca por dar
visibilidade às pessoas que vivem no
campo ou que pertençam as comunidades
quilombolas (Viana) traz em seu texto:
Silva Júnior, J. F. (2021). Resenha: Carvalho, L. F. O., & Ferreira, M. J. L. (2020). Práticas educativas nas escolas do campo e em outros espaços educativos dos
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“Projeto Universidade para todos na
comunidade Quilombola de Praia Grande,
Ilha da Maré- desafio de sua implantação
ao resultado do primeiro ano das cotas
quilombolas na UNEB”, um relato de
experncia, o qual descreve o
desenvolvimento do programa
Universidade Para Todos (UPT),
sustentado pela Universidade do Estado da
Bahia em parceira com polos regionais
i
,
que visa equalizar o processo formativo
educacional para a população do campo e
das comunidades quilombolas.
O artigo “Práticas educativas
desenvolvidas nas comunidades
camponesas pelos estudantes das Escolas
Família agrícola é um texto escrito por
(Andrade), o qual busca através das
palavras evidenciar o trabalho educativo e
o desenvolvimento de atividades, que
consideram o Tempo Escola (TE) e o
tempo comunidade (TC), na perspectiva de
uma educação que atenda a comunidade. O
texto Escolas das Águas: uma educação
pelas águas”, é uma artigo que nasceu
como resultado do projeto desenvolvido
dentro da comunidade as(o) autores(a),
(Santos, Salles, Santos, Rios, Alves) traduz
o resultado de propostas pedagógicas
desenvolvidas na comunidade, propostas
essas que emergem das visão formativa
que leva em consideração o tempo que o
aluno tem para aprender sem distanciar-se
do trabalho e no entrelaçamento da relação
escola e tempo das marés. O texto
“Práticas pedagógicas emancipatórias e
saberes ambientais de ribeirinhos da
Amazônia paranaense”, é um artigo
escrito por (Santos) o qual discorre os
resultados das práticas pedagógicas com
tendência emancipatória na medida em que
valoriza e reconhece os saberes dos
ribeirinhos. Nessa perspectiva a formação
deve levar em consideração o trabalho e a
forma como ele feito e como é
desenvolvida a agricultura de subsistência,
com respeito ao meio onde vive.
A práxis emancipadora no processo
educacional dentro do assentamento de
Reforma Agraria é a discussão do artigo
“A práxis educativa em um assentamento
de reforma agrária: experiências contra-
hegemônicas na formação dos estudantes
da escola estadual do campo Ernesto Che
Guevara. MT”. Essa práxis evidenciada no
texto de (Molina e Pereira) deve buscar a
formação em uma concepção omnilateral
onde o sujeito do campo seja produtor de
significativas mudanças em sua
comunidade (coletivo) ou em todo o seu
meio social. O autor (Alves) traz em seu
texto “Educação do Campo e a construção
de sujeitos sociais coletivos na escola do
campo em João sem Terra, assentamento
25 de maio”, os resultados de uma visão
coletiva que tende a romper coma
Silva Júnior, J. F. (2021). Resenha: Carvalho, L. F. O., & Ferreira, M. J. L. (2020). Práticas educativas nas escolas do campo e em outros espaços educativos dos
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hierarquia monopolista de uma educação
universal que não represente o campo esse
artigo que visa também apresentar o olhar
sobrea educação do campo, discutido as
lutas e as práticas educativas que
materializam a construção de sujeitos
sociais coletivos.
A identidade de uma comunidade de
um povo está presente na arte e na cultura
que os mesmos desenvolvem, nessa
perspectiva (Gomes, Carvalho e Sodré)
desenvolvem o artigo intitulado de: “Arte e
cultura na educação do campo: o trabalho
com a cultura popular na escola”, a
temática desse texto busca evidenciar os
resultados do trabalho com a realidade do
povo do campo, permitido que a
comunidade e os estudantes conheçam
sobre si e sua história, nesse contexto
levando-se em consideração a cultura local
do povo, constituindo-se como uma
formação indenitária. A luta pela a
educação nos assentamentos tornou-se o
caminho produtivo, na busca por recuperar
os valores comunitários, sociais, coletivos
e individuais dos sujeitos, para tanto em
seu artigo “Auto-organização dos
educandos na escola Zumbi dos Palmares:
diálogos e saberes em movimento” (Souza
e Miranda) traz um diálogo que retrata a
prática educativa da comunidade com a
auto-organização dos educandos que
proporciona a organização do espaço
escolar como um todo evidenciando que
essa estrutura organizativa contribui para
os diversos aspectos da vida coletiva, tendo
como princípio a formação dos núcleos de
saberes e dos coletivos que ocupam os
espaços de discussões entre os estudantes.
Para fechar com o conjunto de artigos
(Duarte) em seu texto Projeto Cisternas
nas escolas: um relato de experiência do
direito a água e direito à educação
contextualizada na formação de
educadores e educadoras do campo
retrata a aproximação do projeto de
cisternas com o desenvolvimento
educacional, visto que os benefícios são
implantados nas escolas, e esse fator
possibilita a prática educativa
contextualizada, descolonizadora e
emancipatória, por meio de políticas
públicas sociais para a convivência com o
semiárido, relacionando a educação à vida
do sujeito no campo.
Para fechar o livro, a escrita do
posfácio pela autora Mônica Castagna
Molina, a autora discute com relação às
contribuições voltadas ao desenvolvimento
da educação do campo e da convivência
dos sujeitos como parte integrante da terra.
Para Molina o livro apresenta experiências
fecundas quanto à prática educativa não
em ambientes escolares como também não
escolares, em suas palavras as ações
educativas presente no livro demonstram
Silva Júnior, J. F. (2021). Resenha: Carvalho, L. F. O., & Ferreira, M. J. L. (2020). Práticas educativas nas escolas do campo e em outros espaços educativos dos
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que: “é uma das chaves de saída deste
quadro perverso, é a contínua produção de
ações contra hegemônica”, em suas
palavras essa obra “é um belíssimo
testemunho da práxis promovida pela
Educação do Campo”.
Esse livro traz em seus textos de
forma estruturada, os caminhos de como
pode acontecer e está acontecendo o
desenvolvimento da Educação do Campo
seja ele em ambientes escolares e não
escolares, na perspectiva formadora de
sujeitos do campo, que vive do meio e
sobrevive da luta diária pelos seus direitos
em busca de uma representatividade
valorativa que construa não uma
imagem de respeito, mas que, o homem e a
mulher do campo possam ocupar seu lugar
de direito e de fala no meio social.
Essa obra textual é mais uma que
traduz a significância de um espaço
formativo coerente que leve em
consideração em primeiro lugar os saberes,
a cultura e a história do homem do campo,
suas lutas e desafios pela terra e pelo
espaço de direito. Na construção de uma
sociedade ética e igualitária é fundamental
que a diversidade e as diferenças dos
sujeitos sejam a base para o
desenvolvimento de qualquer atitude
sociopolítica, que represente as demandas
sociais de um povo que ora foram
inviabilizados pelo capitalismo, que no
momento atual se veem sem espaço e sua
terra sendo inundada pela onda do
agronegócio devastador, que possui em sua
gênese o capital, que não leva em
consideração o pequeno proprietário de
terra ou aquele produtor familiar.
A partir da perspectiva de buscar
base para desenvolver caminhos onde o
sujeito do campo seja representado e tenha
seus direitos respeitados, a Educação do
Campo torna-se esse território válido e de
grande força para alcançar esses objetivos,
rompendo com os diferentes desafios do
meio. Nesse sentido o livro conta com
diferentes práticas educativas que vai
desde a formação dos alunos em espaços
não escolares e escolares até a formação de
educadores juntos as comunidades do
campo, buscando trazer os saberes do
campo e de seus sujeitos para o ambiente
escolar dialogando em diferentes interfaces
da Educação do Campo e em diferentes
contextos sociais no campo.
O livro lançado em 2020 trata-se de
produto rico para entender quão forte é a
luta no campo e a luta por uma Educação
do Campo significativa e ao mesmo tempo
representativa, essa obra tem semelhanças
com o livro “Territórios Educativos na
Educação do Campo: escola, comunidade e
movimentos sociais”, de Antunes-Rocha
lançado em 2012. Embora a sua
semelhança esteja expressivamente exposta
Silva Júnior, J. F. (2021). Resenha: Carvalho, L. F. O., & Ferreira, M. J. L. (2020). Práticas educativas nas escolas do campo e em outros espaços educativos dos
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no formato de divisão do livro em artigos,
que evidenciam práticas educativas em
ambientes escolares e não escolares. No
livro organizado por Carvalho e Ferreira,
as ações desenvolvidas e as experiências
são construídas em espaços escolares
reservados à prática educativa formal, mas,
possui também contextualizações e
experiências características de ambientes
não escolares, o que a entender que a
Educação do Campo não se resume apenas
ao espaço escolar definitivo, mas existe
também na alternância no espaço
comunidade. Mas que, a comunidade em si
é um espaço de ensino e aprendizagem a
partir do desenvolvimento de seus
trabalhos cotidianos, como afirma
Antunes- Rocha (2012 pág. 32) “o
reconhecimento de que o sujeito do campo
se coloca como coletivo é um dos
princípios estruturadores da Educação do
Campo”, nesse sentido essa educação
formadora não deve valorizar o coletivo
como deve partir dele, construindo
relações e bases fundantes que desenvolva
uma educação no campo e para o campo,
tendo como atores dessa dinâmica os
sujeitos do campo.
Para finalizar considero essa obra
como uma das mais significativas, que
representa a verdadeira Educação do
Campo e a suas finalidades que são: formar
cidadãos conscientes de seus direitos e de
seu lugar na sociedade, a partir de um
coletivo de ideias embasadas no meio em
que vivem, ou seja, uma educação
contextualizada e representativa de seu
espaço. O desenvolvimento de práticas
educativas em ambientes escolares e não
escolares no campo evidenciam que os
sujeitos do campo estão se organizando
através da educação para lutar por seus
direitos na sociedade onde, o capitalismo
teima em negar. Essa obra é recomendável
a leitores, pesquisadores e profissionais
lidam com a formação dos indivíduos no
campo e que busque construir uma
bagagem crítica e reflexiva em torno da
Educação do Campo e a valorização da
cultura e identidade dos sujeitos do campo,
por possuir textos contextualizados e
construídos a partir da realidade do campo
e da prática formativa para os sujeitos do
campo.
Referências
Antunes-Rocha, M. I., Martins, M. F. A.,
& Martins, A. A. (Orgs.). (2012).
Territórios Educativos na Educação do
Campo: escola, comunidade e movimentos
sociais. 2. ed. Belo Horizonte: Editora
Gutenberg.
Carvalho, L. F. O., & Ferreira, M. J. L.
(2020). Espaços educativos nas escolas do
campo e em outros espaços educativos dos
territórios rurais. Salvador: JM Gráfica e
Editora Ltda.
Silva Júnior, J. F. (2021). Resenha: Carvalho, L. F. O., & Ferreira, M. J. L. (2020). Práticas educativas nas escolas do campo e em outros espaços educativos dos
territórios rurais. Salvador: JM Gráfica e Editora Ltda...
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Molina, M. C. (2009). Cultivando
princípios, conceitos e práticas. Presença
Pedagógica, 15(88), 30-36.
i
São polos da Universidade do Estado da Bahia
(UNEB) distribuídos por diferentes regiões do
interior do estado, os quais atendem os estudantes
que buscam ingressar no ensino superior.
Informações da resenha / Review Information
Recebido em : 16/10/2020
Aprovado em: 09/04/2021
Publicado em: 30/06/2021
Received on October 28th, 2020
Accepted on April 31st, 2021
Published on June, 30th, 2021
Contribuições na resenha: O autor foi o responsável por
todas as etapas e resultados da pesquisa, a
saber: elaboração, análise e interpretação dos dados;
escrita e revisão do conteúdo do manuscrito e; aprovação
da versão final publicada.
Author Contributions: The author was responsible for the
designing, delineating, analyzing and interpreting the data,
production of the manuscript, critical revision of the content
and approval of the final version published.
Conflitos de interesse: O autor declarou não haver
nenhum conflito de interesse referente a esta resenha.
Conflict of Interest: None reported.
Avaliação da resenha
Avaliada por pares.
Review Peer
Double review.
Agência de Fomento
Não tem.
Funding
No funding.
Como citar esta resenha/ How to cite this review
APA
Silva Júnior, J. F. (2021). Resenha: Carvalho, L. F. O., &
Ferreira, M. J. L. (2020). Práticas educativas nas escolas
do campo e em outros espaços educativos dos territórios
rurais. Salvador: JM Gráfica e Editora Ltda. Rev. Bras.
Educ. Camp., 5, e10774.
http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e10774
ABNT
SILVA JÚNIOR, J. F. Resenha: Carvalho, L. F. O., &
Ferreira, M. J. L. Práticas educativas nas escolas do
campo e em outros espaços educativos dos territórios
rurais. Salvador: JM Gráfica e Editora Ltda, 2020. Rev.
Bras. Educ. Camp., Tocantinópolis, v. 5, e10774, 2021.
http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e10774