11
públicas, permitindo aos brasileiros a
liberdade de construção das suas
existências participativas (Furtado, 2005).
No ano de 2000, a universalização
do ensino com qualidade ganhou espaço
também nas Organizações das Nações
Unidas (2016), quando 191 países
assinaram as metas do milênio,
compromissos que foram definidos como
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
(ODM). O segundo deles é “Oferecer
educação básica de qualidade para todos”.
As nações que se comprometeram a
cumprir as metas têm o apoio do
Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD).
Em setembro de 2000, refletindo e
baseando-se na década das grandes
conferências e encontros das Nações
Unidas, os líderes mundiais se
reuniram na sede das Nações Unidas,
em Nova York, para adotar a
Declaração do Milênio da ONU.
Com a Declaração, as Nações se
comprometeram a uma nova parceria
global para reduzir a pobreza
extrema, em uma série de oito
objetivos – com um prazo para o seu
alcance em 2015 – que se tornaram
conhecidos como os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio.
A necessidade da mudança do
contexto histórico existente no Brasil,
com relação ao atendimento à sociedade
com a devida universalização e uma
distribuição de renda mais justa, é
destacada por De Oliveira (2003, p. 118)
quando afirma:
Longe de ser uma proposição
reformista, o acesso das grandes
massas da população aos ganhos da
produção foi sempre uma condição
sine qua non da expansão capitalista,
mas a expansão capitalista da
economia brasileira aprofundou no
pós-ano 1964 a exclusão que já era
uma característica que vinha se
firmando sobre as outras e, mais que
isso, tornou a exclusão um elemento
vital de seu dinamismo.
O histórico cultural alicerçado no
país distanciou as classes sociais – fator
ocorrido e perceptível em todos os campos
–, a dinâmica social na busca pelo espaço
no meio de produção proporciona o
desequilíbrio, os acessos às tecnologias
favorecem uns em detrimento de outros, a
efetiva universalização da educação é fator
preponderante de mudança (De Oliveira,
2003).
Nessa perspectiva, é possível
observar que, quando sobressaem
medidas que vão na contramão dos
desdobramentos da expansão
mercadológica, uma das estratégias
adotadas pelo neoliberalismo é a
posse de termos constantes na pauta
de reivindicação popular. Assim,
discursos e planos com viés de
exploração econômica simulam
atendimento aos anseios daqueles
que se encontram na base da
pirâmide social e passam a ser
aceitos ou incorporados. Contudo,
diferente do que parece, esses termos
são ressignificados tendo como
objetivo fazer cumprir os interesses
econômico-corporativos, que tendem
a aumentar a desigualdade social e
problemas dela provenientes (Luzenir
& Lagares, 2017, pp. 840-841).