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inferior. E com isso vai prejudicar a
disputa das vagas nas universidades
de quem mora no campo com quem
mora na cidade, porque quem está
no ensino médio regular, tem acesso
a cursinho e a internet com
qualidade; hoje, o SOME disputa de
igual para igual com o regular de
qualquer cidade no estado do Pará.
Esse projeto do SEI é inviável, nós
já estivemos em Belém com a
Secretária de Educação do governo
anterior, o sindicato continua
discutindo isso. Quanto ao governo
somos nós que trabalhamos e
conhecemos a realidade das
comunidades rurais no estado do
Pará, discordamos deste projeto e
esperamos que o governo possa
desistir e manter o SOME
funcionando nas comunidades
rurais e que possa levar para outras
que ainda não tem (A. N., professor
do SOME, 2020).
No mesmo sentido, o SEI também
não agrada a professora A. C. R, que atua
no SOME, e tem resistido, lutando em prol
de uma educação de qualidade a ser
ofertado pelo sistema modular atual.
Atualmente o SOME vem
enfrentando diversos ataques
governamentais, com a finalidade
de efetivar a substituição do SOME
pelo SEI. Tal tentativa é uma
afronta ao aluno do interior do
estado, pois sabemos do
sucateamento sofrido
intencionalmente pelo Sistema de
Organização Modular de Ensino,
objetivando, descredibilizando-o em
prol da implantação do SEI, sendo
que não oferece manutenção de
necessidades básicas para os
estudantes no que tange o processo
de ensino-aprendizagem. Apesar
das mazelas, causadas pelo descaso
do governo, o SOME tem mostrado,
ao longo dos anos, desempenho
positivo no processo educacional,
assim fortalecendo as lutas de
educadores e educandos na
manutenção de aulas presenciais e
não a um ensino frio e inerte
proposto pelo SEI. (A. C. R.,
professora do SOME, 2020).
Como podemos perceber nas
opiniões colocadas, o SEI é um sistema
que não é bem visto pelos alunos das
comunidades e professores que atuam no
SOME. Nessa perspectiva, ao questionar
o Secretário de Educação do município
em relação ao sistema implantado como
projeto piloto em uma das escolas da zona
rural do município, o mesmo ressalta:
Hoje estamos com apenas uma
escola com o sistema SEI
implantado, entrando já para o 3º
ano do ensino por intervenção de
mídias. Eu tive a oportunidade de
acompanhar as aulas via plataforma,
onde os alunos observam as aulas,
eles prestam atenção no professor e
depois ele trabalha na resolução das
atividades, eu particularmente não
encontrei pontos negativos a se
fazer em relação a essa modalidade
de ensino. Inclusive, no momento
que eu estive observando, eu até
observei os alunos bem mais
concentrados do que numa sala de
aula de ensino normal. No meu
ponto de vista, é uma maneira, uma
nova metodologia que pode dar
certo! Porque o aluno não está
ausente do professor. Entendeu? O
professor está apenas à distância,
transmitindo as suas aulas através
de uma tela, mas é como se fosse
uma aula presencial normal, porque
existe a interação com o professor.
Do meu ponto de vista, eu não
encontrei falhas, eu achei
meramente positivo e interessante e
até foi provado para os alunos da
EMEF Magalhães Barata, inclusive