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[Soma de máscaras] Pede-se a um
ator que, sem perder nenhuma das
características da sua própria
máscara, nenhum dos seus
elementos, junte a ela uma ou mais
características da máscara de um
companheiro. Como seria fulano se,
além de tudo aquilo que é, tivesse a
violência de beltrano? Ou se este ator
forte e agressivo tivesse a timidez de
outro, sem perder a agressividade e a
força? Pode-se fazer uma infinidade
de combinações juntando-se
elementos à máscara, ou os trocando
reciprocamente entre dois ou mais
atores. Também se pode fazer uma
máscara que seja a “soma” de todos
os integrantes do grupo, utilizando o
elemento mais característico de cada
um (Boal, 2015, p. 186- 187, grifo do
autor).
[Jogo peruano das bolas] Cada ator
imaginará estar de posse de uma bola
de futebol, tênis, golfe, de praia,
qualquer tipo de bola ou balão; os
participantes devem imaginar o tipo
de material do qual são feitas e jogar
com essas bolas, repetindo um ritmo,
com todo o corpo envolvido, não
apenas as mãos ou os pés, e com a
voz reproduzindo, ritmicamente, o
som produzido pela bola . . . Depois
de alguns minutos, o diretor dirá:
“Preparar!”. Nesse momento, cada
participante escolhe um parceiro, e os
dois devem continuar jogando com
suas bolas, um na frente do outro,
observando os mínimos detalhes do
jogo do parceiro. Então o diretor dirá:
“Trocar as bolas!”, e eles as trocarão,
adotando, um do outro, os sons e
movimentos rítmicos, o mais
exatamente que puderem. E vão
embora com suas novas bolas, as
segundas. Depois de alguns minutos
em que cada participante brinca com
essa segunda bola, outra vez o diretor
dirá: “Preparar!” Os participantes
deverão procurar outros parceiros
que não os primeiros e, quando
ouvirem, “Trocar de bolas!”, eles as
trocarão novamente, saindo com suas
terceiras bolas. Finalmente, o diretor
dirá: “Encontrar a bola original!”.
Desse momento em diante, os
participantes deverão procurar a bola
com a qual começaram o jogo (Boal,
2015, p. 132-133, grifos do autor).
Pedimos que cada um montasse um
movimento para fazer o gol com uma bola
imaginária, utilizasse o corpo e expressasse
um som em conjunto com o movimento.
Em seguida, solicitamos que
combinassem/somassem seus movimentos
para fazer gols individualmente, mas ao
mesmo tempo. Depois desse momento,
pedimos que, sozinhas e em seus lugares,
fizessem, repetidas vezes, seus
movimentos, formassem duplas e se
mantivessem repetindo o movimento para
seu par. Em certo momento, sugerimos que
trocassem de movimento com seu par e
que cada um voltasse para o próprio
movimento e tentasse fazer o gol. Por fim,
na etapa da avaliação, pedimos às crianças
que fizessem um movimento com a bola
imaginária para representar o que sentiram
durante a oficina.
A segunda oficina que relataremos
cujo tema foi ‘Filme’, foi realizada com o
grupo de adolescentes. Utilizamos dois
exercícios de TO para sensibilizar o grupo.
O primeiro foi ‘Som e Movimento’:
Um grupo de atores emite com a voz
determinado som (que pode ser de
animais, folhagem, rua, fábrica),
enquanto outro grupo faz
movimentos relacionados com os
sons, nascidos desses sons, como se
fossem sua visualização: isto é, se o