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Ensino de Ciências no campo
Para alunos de escolas do campo, o ensino de ciências se apresenta de forma muito
relevante, importante e transformadora, podendo trazer para as discussões em sala de aula,
juntamente com os alunos, vivências de suas realidades e experiências diante de problemas
atuais como: as mudanças climáticas, poluição dos rios, dos igarapés, desmatamento, entre
outros assuntos. Scarpa e Campos (2018) reafirmam que explorar temas realizando conexões
ao cotidiano dos alunos, surge como uma forma de gerar interesse e engajamento nas
atividades.
O conhecimento teórico deve ser relacionado com o saber tradicional, o saber empírico
dos alunos, tornando o processo de aprendizagem mais relevante, o qual não precisarão
simplesmente aprender coisas novas, conhecimentos imaginários baseados em exemplos
teóricos e práticos que não fazem parte de sua realidade, desenvolvendo assim um significado
científico e teórico ao conhecimento que já possuem, por estarem diretamente ligados, e
conhecerem os fenômenos da ciência que ocorrem em seu dia a dia, aprendendo assim mais
que conceitos e conteúdo, depositando um sentido social e real ao que aprendem. Segundo
Filho et al. (2008) na sala de aula ocorre a troca de experiências, discussão e interação entre
os alunos.
A monotonia das aulas, conduzida pelo tradicionalismo dos professores deixam os
alunos pouco motivados e interessados pelas aulas, não assimilando contundentemente os
fenômenos, muito menos os conceitos básicos das ciências, pois estão sendo sufocados por
assuntos, exercícios, provas, e acabam utilizando o método de memorização. Nesse sentido,
Brasil (1997, p. 58) destaca da seguinte maneira;
Já são bem divulgadas as críticas ao ensino de ciências centrado na memorização dos
conteúdos, ao ensino enciclopédico e fora de contexto social, cultural ou ambiental, que
resulta em uma aprendizagem momentânea, ‘para a prova’, que não se sustenta a médio ou
longos prazos. Por outro lado, é sabido que aulas interessantes de ciência envolvem coisas
bem diferentes, como, por exemplo, ler texto científico, experimentar e observar, fazer
resumo, esquematizar ideias, ler matéria jornalística, valorizar ... dessa forma o
conhecimento científico, que também é construção humana, pode auxiliar os alunos a
compreenderem sua realidade global ou regional.
Para a formação de um ser pensante, social capaz de intervir e compreender o meio, os
conteúdos científicos devem deixar de serem memorizados, pressupõe-se que o ensino deve
ser reelaborado, requerendo que os professores sejam capazes de mudar, e abandonar a
utilização de aulas tradicionais como o seu único método de ensino.