Revista Brasileira de Educação do Campo
Brazilian Journal of Rural Education
ARTIGO/ARTICLE/ARTÍCULO
DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e12413
Tocantinópolis/Brasil
v. 6
e12413
10.20873/uft.rbec.e12413
2021
ISSN: 2525-4863
1
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A Docência na Educação do Campo no contexto da
COVID-19
Juliana Crespo Lopes
1
, Débora da Silva Noal
2
, Nicolly Papacidero Magrin
3
, Gabriela Fenandes Chaves Lira
4
,
Marina Thuane Melo da Silva
5
1
Univerzita Karlova (Charles University) - Praga, República Tcheca. PedagogicFaculta. Magdalény Rettigové 4 - Praha 1.
Praha 116 39 Česka republika.
2
Fundação Oswaldo Cruz.
3
Universidade Estadual de Londrina - UEL / Fundação Oswaldo
Cruz.
4
Universidade de Brasília - UnB.
5
Centro Universitário IESB.
Autor para correspondência/Author for correspondence: juliana.jcl@gmail.com
RESUMO. A Educação no Campo se configura a partir de lutas
históricas por direitos à educação, à terra, à justiça social e ao
trabalho. Com o surgimento da Pandemia COVID-19, as
vulnerabilidades e precarizações tornaram-se mais evidentes. A
partir das adaptações que foram necessárias em função das
medidas de isolamento social, emergiu a preocupação com a
saúde mental e apoio psicossocial dos atores que tornam
possível a continuidade da educação para as populações do
campo: os(as) professores(as). Diante disso, o artigo tem como
objetivo apresentar uma análise das implicações da Pandemia da
COVID-19 na saúde mental e psicossocial dos professores da
Educação do Campo. Foram realizadas entrevistas
semiestruturadas por meio de plataformas de comunicação
digital com cinco profissionais da Educação do Campo, um de
cada uma das cinco regiões do Brasil. A partir da análise do
discurso, foram identificadas situações geradoras de sofrimento
psicológico bem como os processos críticos protetores que
proviam suporte à saúde mental no contexto pandêmico. As
práticas pedagógicas remotas tornaram a situação da Educação
do Campo e de educadores do Campo ainda mais precária e
vulnerável. A pandemia da COVID-19 também acelerou
processos de despersonalização e desvalorização da Educação
do Campo.
Palavras-chave: saúde mental, atenção psicossocial, educação
do campo, emancipação, COVID-19.
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Teaching in Countryside Education in the context of
COVID-19
ABSTRACT. Education in the countryside is a result of
historical fights for the rights of property, education, social
justice, and labor. The COVID-19 Pandemic highlighted the
existing vulnerabilities and precariousness, and alongside the
social isolation came the need to cope with mental health issues
and psychosocial support for countryside teachers. This paper
aims to present an analysis on the implications of COVID-19
Pandemic in mental and psychosocial health of the countryside
teachers. Five countryside education professionals were
interviewed, one from each Brazilian region. Online semi-
structured interviews were analysed by discourse analysis. The
findings showed situations leading to psychological distress as
well as critical protective processes, which promoted mental
health in the pandemic context. Pedagogical practices from
distance have turned the situation of countryside education and
its educators even more precarious and vulnerable. The
pandemic accelerated processes of depersonalisation and
devaluation of countryside education.
Keywords: mental health, psychosocial care, countryside
education, emancipation, covid-19.
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La enseñanza en la educación rural en el contexto de
COVID-19
RESUMEN. La educación en el campo se forma a partir de las
luchas históricas por los derechos a la educación, la tierra, la
justicia social y el trabajo. Con la aparición de la pandemia
COVID-19, las vulnerabilidades y la precariedad ya presentes en
el pasado se hicieron más evidentes. De las adaptaciones que
fueron necesarias debido a las medidas de aislamiento social,
surgió la preocupación por la salud mental y el apoyo
psicosocial de los actores que hacen posible la continuidad de la
educación para las poblaciones del campo: los maestros. A partir
de ello, tenemos el objetivo de presentar un análisis de las
repercusiones de la pandemia COVID-19 en la salud mental y
psicosocial de los maestros de la educación en el campo. Se
realizaron entrevistas semiestructuradas a través de plataformas
de comunicación digital con cinco profesionales de la educación
en el campo, uno de cada una de las cinco regiones de Brasil.
Utilizó el análisis del discurso para identificar situaciones que
generaron sufrimiento psicológico y también los procesos
críticos que son protectores de la salud mental en contextos
pandémicos. Las prácticas pedagógicas remotas dejaron aún más
precaria y vulnerable la situación de la Educación en el Campo y
de los educadores en el Campo. La pandemia COVID-19
también aceleró la despersonalización y devaluación de la
Educación en el campo.
Palabras clave: salud mental, atención psicosocial, educación
en el campo, emancipación, covid-19.
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Introdução
Cônscios do rápido avanço do
número de casos confirmados e de mortes
em decorrência da COVID-19 em
inúmeros países concomitantemente, a
Organização Mundial da Saúde passou a
caracterizá-la como uma pandemia, no dia
11 de março de 2020 (World Health
Organization, 2020). No que diz respeito
ao contexto do Brasil, ainda no mês de
março de 2020, iniciou-se o fechamento
das escolas, tanto do contexto urbano
quanto do campo, demandando a
realização das atividades educacionais de
forma remota. Dezesseis meses depois do
surgimento dos primeiros casos no país,
existiam regiões que ainda não tinham
previsão para o retorno das aulas
presenciais e outras que já experimentavam
o rápido aumento do número de casos
como uma das consequências da reabertura
das escolas. Em Manaus, por exemplo, as
aulas foram suspensas em algumas escolas
dois dias após o retorno devido ao
surgimento de novos casos entre a
comunidade escolar (Gomes, 2020). Países
como França e Coréia do Sul também
passaram pela mesma situação
(Coronavírus: as estratégias, 2020).
Experiências com eventos extremos
que causam a interrupção do processo
escolar oferecem-nos importantes
evidências a serem consideradas. Nessas
ocasiões, a ausência de medidas tomadas
pelo poder público tende a aprofundar o
abismo das desigualdades presentes
anteriormente e intensificadas pela
situação de emergência (Todos Pela
Educação, 2020). Essa premissa dialoga
com as orientações da Inter-Agency
Standing Committee (IASC) para
emergências humanitárias, compreendendo
que os impactos de situações extremas
podem ser amenizados a partir de ações
coordenadas entre os governos e outros
atores não-governamentais (IASC, 2007).
Em 17 de setembro de 2020, o
Presidente da República do Brasil afirmou
que professoras(es) estão sem trabalhar e
que esta situação lhes é “agradável”
(Bolsonaro, 2020). Sua colocação
desconsidera a sobrecarga de trabalho e
sofrimento psíquico docente desencadeado
pelas tentativas de prover práticas
educacionais remotas sem o devido suporte
das instituições governamentais. Entre os
desafios recorrentes postos nesse cenário,
estão a adaptação pedagógica abrupta ao
exercício profissional e as necessidades de
dividir cuidados domésticos com o
processo de trabalho, acarretando um alto
índice de sofrimento (Gutiérrez et al.,
2020). A Inter-Agency Standing Committee
(IASC, 2020) indica que parte da
população em geral pode vivenciar
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sofrimentos psíquicos e sociais em razão
da pandemia, tendendo ser mais grave a
depender das vulnerabilidades às quais as
pessoas estão expostas.
A educação é considerada uma
importante mediação para que a
comunidade consiga enfrentar e reconstruir
suas vidas após vivenciar uma situação
extrema, como uma pandemia (IASC,
2007). No entanto, o isolamento social,
compreendido como principal medida de
biossegurança, determinou diversos
desafios, especialmente no que se refere à
adaptação à modalidade de ensino remoto
aliado as vulnerabilidades preexistentes.
Em um levantamento realizado entre os
meses de abril e maio de 2020, com a
participação de 1.906 professores
brasileiros, foi identificado que a situação
de educação remota tem precarizado o
trabalho docente e acarretado, com alta
frequência, situações de adoecimentos e
autoculpabilização (Insfran et al., 2020).
Ademais, entre os sentimentos e
percepções dos professores brasileiros em
diferentes estágios da Pandemia, tem sido
identificada a preocupação com a própria
saúde e com familiares, a falta de preparo
para o ensino remoto e a preocupação com
as condições de vida de estudantes
(Sentimento e percepção, 2020).
Ao levarmos em consideração o
cenário imposto pela pandemia aos
docentes brasileiros, buscamos ouvir
professoras(es) da Educação do Campo,
sendo este um lócus que apresenta
importantes especificidades. A Educação
do Campo se forma a partir da luta
constante por direitos, sobretudo pelo
direito à educação, que se relaciona e
suporte às lutas de resistência, direito à
terra, à justiça social e ao trabalho (Caldart,
2010). Nesse sentido, a educação praticada
no campo é fundamental para o
rompimento de barreiras e da garantia de
acesso ao conhecimento, ao mesmo tempo
em que reconhece saberes e
potencialidades próprios, fortalecendo seus
sujeitos (Santos, 2012).
Em relação às condições materiais
que sujeitos do campo têm se deparado,
encontramos, em comparação às zonas
urbanas, um menor acesso às tecnologias
digitais, com 50,8% dos domicílios da área
rural não dispondo de internet, com essa
restrição chegando a 66,9% na região
Norte do país (Pesquisa Nacional, 2018).
Mesmo em relação à luz elétrica, ainda
existem territórios isolados sem acesso,
como as comunidades Kalunga, em Goiás,
que estão ainda em processo de instalação
(Comunidades quilombolas, 2020;
Oliveira, 2020). Olhar para essa realidade
socioterritorial sugere um entendimento
acerca das particularidades desse segmento
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e buscar, a partir de então, estratégias que
contemplem as diversidades do campo.
A oscilação entre a garantia e a não
efetivação do direito à educação apresenta
barreiras à consolidação de uma
perspectiva emancipatória e produz
processos de formação aligeirados e
precários, os quais desconsideram as
singularidades do campo, assim como do
contexto em que os profissionais se
inserem (Santos, 2012).
A naturalização da destrutividade do
processo educativo no campo coloca os
professores em posições alienantes frente a
situação de trabalho. O impacto
psicológico e social desencadeado por
essas rupturas demonstra que a pandemia
amplifica e sinaliza que essa conjunção
está interseccionada com a existência do
sofrimento e sua relação com o corpo
social. Não se trata de mapear “transtornos
mentais e individualizar questões que se
relacionam nas dimensões sociais, políticas
e psíquicas (Rotelli et al., 2001), mas,
entender, a partir de uma perspectiva
psicossocial, as nuances da Educação do
Campo no contexto da COVID-19.
Ressalta-se que esses processos não
são estanques, desencadeiam-se a partir de
uma estrutura que se pauta no
desfinanciamento da política de educação,
a pensar, por exemplo, sobre a Emenda
Constitucional 95 de 2016 que versa
sobre o teto dos gastos com saúde e
educação em um período de 20 anos. Mas
que também está engendrada sobre uma
sociedade que se assenta pelo modelo
econômico neoliberal, onde a formação
subjetiva está atrelada ao processo de
privatização das políticas, da liberdade
individual e de uma lógica de constante
competitividade (Junior, 2021).
Considerando a conjuntura, relatada
nesse artigo, somado as adaptações
abruptas a fim de oportunizar o processo
de ensino-aprendizagem que se fizeram
necessárias em função das medidas de
isolamento social, emergiu a preocupação
com a saúde mental e apoio psicossocial
dos atores que tornam possível a
continuidade da educação para as
populações do campo: os(as)
professores(as). Diante disso, esse artigo
tem como objetivo apresentar uma análise
das implicações da Pandemia da COVID-
19 na saúde mental e psicossocial dos
professores da Educação do Campo nas
cinco regiões geográficas do Brasil, bem
como oferecer subsídios para reflexão
referentes a essas implicações.
Metodologia
A fim de buscar informações a
respeito das situações que educadoras e
educadores do Campo têm vivido neste
momento de emergência sanitária, foram
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contatados pesquisadores de referência de
Universidades Federais que trabalham na
área e com representantes nacionais da
Educação do Campo, a fim de identificar
representantes docentes do campo de cada
região do país.
Foram realizados encontros online
com três professores, uma professora e
uma diretora escolar. Cada profissional
vinculado a Escolas do Campo em uma das
macrorregiões brasileiras, sendo: Manaus
Norte, Ipojuca Nordeste, Cavalcanti
Centro-Oeste, Uberaba Sudeste e
Gravataí Sul. Os critérios de escolha
foram a indicação por meio de
profissionais de referência na área, seguida
pela disponibilidade de tempo e de
recursos tecnológicos. Cada encontro com
educadores(as) contou com a participação
de duas pesquisadoras, de modo a
possibilitar um espaço maior de
interlocução e, também, para garantir uma
maior precisão nos registros.
A própria natureza dos contatos já
consistiu em uma experiência sobre as
adversidades e dificuldades vividas, uma
vez que foram realizados através de
plataformas de comunicação digital como
o Google Meet e WhatsApp e os fatores
tecnológicos e de disponibilidade de tempo
se configuraram enquanto entraves. Foi
possível realizar contato através de
videochamadas com quatro
educadoras(es), sendo que para a quinta
educadora a única ferramenta viável em
termos de acessibilidade tecnológica foi a
troca de mensagens de texto que, ainda que
houvesse uma sincronicidade, encontrou-se
dificuldade em manter uma fluidez no
diálogo.
Utilizou-se a entrevista
semiestruturada com perguntas
exploratórias e pontos objetivos a serem
observados em todas as entrevistas. Os
temas abordados e analisados estavam
relacionados à identidade profissional,
saúde mental autopercebida, trabalho
remoto e ambiência, autonomia no
trabalho, retorno presencial das aulas,
demanda de trabalho, relações familiares,
metodologias pedagógicas, salário e
tecnologias.
A fim de analisar os dados gerados
utilizamos como estratégia a análise de
discurso (Orlandi, 2020). Para apreender as
percepções obtidas diante da pesquisa fez-
se necessário partir de um olhar crítico e
não individual do processo educativo, bem
como do sofrimento psíquico (Amarante,
2007). Entende-se a educação correlata à
saúde e ao trabalho, enquanto uma política
social que não se desvincula das relações
de uma sociedade que historicamente
demarca as desigualdades inerentes ao
modo de produção capitalista (Behring &
Boschetti, 2011).
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Discussão
A partir da análise dos relatos, bem
como das leituras e observações feitas, foi
possível identificar que os impactos da
COVID-19 na Educação do Campo são
exponenciais. Desde o acesso a
equipamentos de qualidade, condições
mínimas de trabalho aos educadores, o
processo de sofrimento ascendente em
razão dessas condições, somados às
medidas de biossegurança que restringem
as ferramentas de acesso aos discentes até
as limitações de um ambiente de trabalho
que atravessa o espaço familiar, afeta as
relações e incide diretamente na forma de
desenvolvê-lo, bem como desencadeia
novos impactos psicossociais.
A adoção de novas metodologias
pedagógicas faz-se fundamental para
conseguir driblar, minimamente, esses
aspectos negativos desencadeados, bem
como demarcar o caráter de resistente que
acompanha de maneira histórica a
Educação no Campo. A comunicação, em
suas variadas formas, é condição essencial
para a mediação dos processos de
construção de conhecimentos (Cardoso &
Rego, 2017; Carminatti & Del Pino, 2019).
É através de discussões em sala de aula
que estudantes são estimulados a refletir
sobre os conteúdos trabalhados,
estabelecendo relações entre teoria e
prática, bem como identificar e aplicar
conceitos e problemas em seu cotidiano
(Littig, Costa & Lorenzoni, 2020). O
diálogo promove mediações entre docentes
e estudantes, sendo um instrumento
fundamental no compartilhamento de
conhecimentos escolares (Henríquez &
Oñate, 2017).
Quando existem entraves para que
estudantes e docentes dialoguem de
maneira espontânea e fluída, como é o caso
de práticas pedagógicas remotas, parte da
função docente é invalidada.
Especificamente em relação à Educação do
Campo e aos docentes entrevistados, o
caráter necessariamente assíncrono de
atividades sobrecarregou docentes que já
não conseguem separar o tempo dedicado à
vida profissional e pessoal, buscando em
diferentes momentos estar em contato com
seus estudantes. Encontramos essas
situações, por exemplo, na narrativa da
diretora escolar, a qual referiu, no início
das atividades, dificuldades em conciliar as
tarefas do lar com tarefas de gestão e
docência. No discurso da diretora ficou
explícito que não há limites entre o seu
espaço pessoal e o tempo dedicado à
escola, as funções se tornam um
amalgamado, em que se misturam
responsabilidades e dificuldade na gestão
do tempo.
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A respeito da retirada da autonomia
docente, um professor mencionou dois
fatos que a Secretaria de Educação de seu
estado tem articulado desde antes da
pandemia e que têm ganhado força no
decurso das implicações da COVID-19. O
primeiro é a respeito da produção e
disseminação de cartilhas a serem seguidas
por todas as escolas. Os materiais têm sido
vistos por docentes como facilitadores no
planejamento e execução de aulas e demais
atividades. Opinião que foi compartilhada
principalmente por quem não teve sua
formação em uma Licenciatura em
Educação do Campo. A adoção de cartilhas
que desconsideram a realidade da
Educação do Campo abre caminho para
um processo de homogeneização das
práticas pedagógicas em todas as escolas
do estado, desconsiderando aspectos
políticos, sociais e culturais.
O segundo movimento da mesma
Secretaria de Educação foi a introdução do
Ensino dio na modalidade de Educação
à Distância nas Escolas do Campo.
Iniciada em 2019, a conduta diminui a
qualidade das práticas pedagógicas e
contribui para o processo de desmonte da
profissão docente e da Educação do
Campo. Conforme exposto por Silva e
Oliveira (2021), o que passa a existir é um
maior controle por parte do Estado de
elementos pedagógicos e de metodologias,
bem como a desobrigação de
educadoras/es com formação adequada
para trabalhar na Educação do Campo. Na
situação atual, com atividades escolares
realizadas de forma remota, há ainda maior
risco de fortalecimento e imposição da
Educação à Distância no contexto do
campo.
A Educação do Campo tem uma
especificidade formativa de caráter não
conteudista que é apenas contemplada de
forma presencial, em uma vivência
coletiva. Atividades pedagógicas remotas
descaracterizam a identidade docente nas
Escolas do Campo. Somado a isso,
percebemos uma perda da autonomia
docente com relatos de uma gestão mais
próxima que, ao invés de colaborar com
planejamentos, atua impondo e até mesmo
censurando propostas educativas. Práticas
pedagógicas remotas promovem uma
homogeneização dos fazeres pedagógicos,
destituindo educadoras(es) e estudantes de
suas próprias experiências e subjetividades
(Carvalho, 2020).
Saúde mental
A respeito da saúde mental
autopercebida, foram mencionados por
docentes enquanto fatos que geraram
algum sofrimento: a invasão do trabalho no
espaço doméstico, a preocupação com a
retomada das aulas e com a aprendizagem
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de estudantes, preocupações com a
contaminação pelo novo Coronavírus, a
perda da autonomia, intensificação das
cobranças e o corte brusco de parte da
remuneração. Nenhum desses pontos foi
unânime, tornando perceptível que não
homogeneidade na identificação dos
desafios gerados pela COVID-19. Mas
essas pontuações manifestadas
demonstram os impactos da pandemia na
saúde mental destas(es) educadoras(es) e
corrobora com o que é discutido no estudo
de Pereira, Santos e Manenti (2020):
A literatura acerca da relação entre o
meio do trabalho e os impactos na
saúde mental ressaltam que a
conjuntura de exploração e
precariedade das condições de
trabalho têm resultado em prejuízos
preocupantes à saúde de professores
e demais trabalhadores da educação
(Pereira, Santos & Manenti, 2020, p.
28).
Tendo em vista os processos de
saúde-adoecimento e sua relação com o
trabalho precarizado, podemos utilizar a
noção de processos críticos protetores e
destrutivos, conceitos adotados pela
epidemiologia crítica. Nessa abordagem, a
noção de “processo” imprime o dinamismo
e complexidade e movimento da realidade
e, por conseguinte, da saúde. Conforme
explicam Viapiana, Gomes e Albuquerque
(2018, p. 178) a partir da teoria de Jaime
Breilh, “são ‘processos críticos protetores’
aqueles que favorecem defesas e suportes e
estimulam uma orientação favorável à vida
humana. os ‘processos críticos
destrutivos’ geram privação ou
deterioração da vida”. Esses processos não
existem de maneira abstrata, mas se
configuram em dada realidade concreta e
histórica. A partir disso, podemos sinalizar
enquanto processos críticos protetores
mencionados pelos(as) docentes: a terapia
psicológica individual ou em grupo,
religiosidade, articulação e
compartilhamento com outros profissionais
com quem trabalha, com amigos e com
familiares.
Salienta-se a importância em
conseguir se colocar frente às injustiças e
às arbitrariedades, apontando essa como
uma importante estratégia de
enfrentamento, reiterando que mais do que
falar, é importante ser ouvido. Além disso,
docentes que sinalizam desconforto
relativo à mudança nas relações com pares
estudantes e outros que adotam a
manutenção dessas relações virtualmente
como estratégia para a minimização do seu
sofrimento. Isso demonstra o quanto a
perda da escola, enquanto um espaço
presencial de socialização e de
compartilhamentos, tem um potencial de
gerador de sofrimento. No entanto, assim
como demonstra Martins et al. (2021),
também a possibilidade da manutenção
dessas relações mesmo à distância, sendo
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essa uma importante forma de minimizar
essas consequências danosas do ensino
remoto.
No que concerne à inserção do
trabalho no ambiente doméstico, que antes
da pandemia era realizado na escola, foram
evidenciados relatos das entrevistadas
quanto à dificuldade de conciliar as
atividades da escola com as do lar.
Segundo Antloga et al. (2020), a
desigualdade de gênero se incumbiu, ao
longo dos anos, de atribuir como feminina
as características do trabalho doméstico e
do magistério, assim como outros ofícios,
portanto, está direcionado à mulher a
execução de tais tarefas ocasionando a
sobrecarga do trabalho feminino.
Desse modo, o que se objetiva
explanar é sobre os sacrifícios físicos,
cognitivos, afetivos e financeiros feito
pelas mulheres com vista a responder a
demandas familiares, profissionais e
pessoais. Sacrifícios que se tornam mais
evidentes quando a barreira da vida
profissional e íntima está maculada pelo
home office”, medida de distanciamento
social para contenção da pandemia da
COVID-19, corroborando com Castro et al.
(2020), em seus relatos sobre a conciliação
da mulher/vida docente, doméstica e
pessoal.
A divisão de tarefas entre os
membros da casa foi se mostrando, ao
longo dos meses, como uma alternativa ao
sofrimento desencadeado pelo cenário
exposto, segundo os entrevistados. Muito
embora, quando o resultado esperado no
dispêndio dessas atividades não é
alcançado, a responsabilidade tende a
recair sobre a mulher.
As mudanças na rotina de trabalho, a
reorganização familiar e o fechamento das
escolas em decorrência da pandemia da
COVID-19 podem impactar na saúde
mental e no bem-estar psicológico (Ornell
et al., 2020). Foi observado nas entrevistas
que as redes de apoio - ou falta delas -
oriundas de relações familiares ou sociais,
têm grande impacto no trabalho remoto e
na saúde mental dos entrevistados.
Além do desafio de manejar conflitos
familiares, a questão financeira foi
identificada como uma barreira no que diz
respeito à saúde mental das(os)
entrevistadas(os). A necessidade de adotar
restrições financeiras e explanar a situação
aos filhos gerou sofrimento e preocupação.
A insegurança econômica foi se agravando
ao longo da pandemia e exigindo que as
pessoas se reinventassem em ações
criativas para manter o sustento familiar
(Ornell et al., 2020).
Contudo, nem todas as
consequências familiares geradas pela
pandemia se mostraram negativas, como
exposto por Cluver et al. (2020), uma vez
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que a dificuldade do momento tende a criar
oportunidades de construir laços mais
fortes na relação pais e filhos. Essa
consequência positiva foi observada em
um dos entrevistados descrevendo que a
relação com os filhos foi percebida como
mais próxima. Vale salientar que a relação
foi apontada, por um professor, como uma
estratégia de apoio ao bem-estar
psicológico. Outra estratégia identificada
foi a comunicação com pares por meio
digital, gerando uma sensação de
pertencimento e acolhimento.
Considerações finais
Ao longo da pesquisa ficou
explícito que a relação entre Educação do
Campo, saúde e trabalho é indissociável. A
análise das implicações da Pandemia da
COVID-19 na saúde mental e psicossocial
dos professores da Educação do Campo
nos permitiu observar o sofrimento
psíquico desencadeado por um processo de
trabalho que mesmo antes da pandemia
carecia de suporte. A despeito disso,
passados meses do início de um processo
abrupto de ressignificação das tecnologias
de formação, fica evidente a agudização de
sistemas deficitários e adoecedores, uma
vez que as(os) professoras(es) não recebem
suporte tecnológico, formativo e ou
psicológico para desenvolver essas novas
estratégias.
Encontramos também que o
investimento e valorização na Educação do
Campo são esvaziadas pelo desinteresse do
Estado frente às necessidades dessa
população. As direções tomadas
precarizam a vida e desencadeiam
sofrimentos que são gerados não apenas
pelo desfinanciamento em uma política
isolada, mas pelo modo neoliberal de
funcionar (Junior, 2021). A própria
Emenda Constitucional 95/2016
demonstra o desinteresse em políticas de
qualidade, sendo a educação fortemente
afetada, com mais ênfase na Educação do
Campo.
Em um país onde umas das
principais causas do adoecimento docente
são as questões relacionadas à saúde
mental (Diehl & Marin, 2016), a situação
específica provocada/intensificada pela
pandemia da COVID-19 e por suas
decorrências na área educacional precisam
ser investigadas. Em específico, faz-se
necessário um olhar para o lócus da
Educação do Campo, marcada por um
longo processo de lutas para garantir sua
existência e permanência e que, no
contexto atual, encontra escassez de
recursos de toda a sorte para garantir
práticas educacionais de qualidade e que
valorizem e fortaleçam o Campo e seus
sujeitos.
Lopes, J. C., Noal, D. S., Magrin, N. P., Lira, G. F. C., & Silva, M. T. M. (2021). A Docência na Educação do Campo no contexto da COVID-19...
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Nesse sentido, as estratégias de
fortalecimentos das lutas sociais do campo
que pautem a necessidade de valorização
de uma política de educação de qualidade,
que subsídios e condições de acesso ao
ensino e ofereça suporte aos educadores
são fundamentais para garantir a
diminuição dos índices de sofrimento,
como também gerar respostas para
amenizar os impactos não apenas
advindos, mas ampliados com a pandemia.
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ISSN: 2525-4863
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Recebido em : 08/06/2021
Aprovado em: 18/08/2021
Publicado em: 29/10/2021
Received on June 08th, 2021
Accepted on August 18th, 2021
Published on October, 29th, 2021
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Lopes, J. C., Noal, D. S., Magrin, N. P., Lira, G. F. C., &
Silva, M. T. M. (2021). A Docência na Educação do
Campo no contexto da COVID-19. Rev. Bras. Educ.
Camp., 6, e12413.
http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e12413
ABNT
LOPES, J. C.; NOAL, D. S.; MAGRIN, N. P.; LIRA, G. F.
C.; SILVA, M. T. M. A Docência na Educação do Campo
no contexto da COVID-19. Rev. Bras. Educ. Camp.,
Tocantinópolis, v. 6, e12413, 2021.
http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e12413