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como ferramenta de pesquisa, intervenção ou análise. Dada a multiplicidade de obras,
mencionamos apenas algumas delas, como é o caso de Leiton (2016) sobre a formação
agroecológica da juventude rural na Colômbia, o trabalho de Andruchovicz, Cano, Duarte &
Fernández (2016) sobre a evasão escolar em áreas rurais da Argentina e o trabalho de Pereira
(2016), do Brasil, com um projeto de intervenção narrativa nas escolas rurais.
Três anos depois, em setembro de 2019, na cidade de Bogotá, Colômbia, foi realizado o
III Congresso Latino-Americano de Psicologia Rural. Através do arquivo da convocatória ao
congresso é possível ver que a área de estudo mudou seu nome para "educação em contextos
rurais". Essa mudança ocorreu na tentativa de abranger as diferentes formas de visualizar e
entender o rural na América Latina que não inclui apenas o contexto que chamaríamos de
campo, mas também outros como desertos, montanhas, baías, selvas, florestas, montanhas ou
terras altas andinas.
Além disso, falar sobre "educação em contextos rurais" é uma tentativa de acolher mais
práticas, sem restringir as pessoas, já que na região elas podem ser chamadas de diferentes
formas (camponeses, nativos, povos das águas, do deserto, camponeses, agricultores
familiares, etc.). Assim, através das memórias do congresso, pode-se ver que quatro sessões
foram apresentadas para a apresentação de trabalhos sobre o tema educação em contextos
rurais originários de diferentes países da América Latina. Nesta edição do evento, ficamos
impressionados com as obras originárias do Brasil, sobre a educação do campo e nas escolas
rurais afetadas pelo rompimento de barragens de mineração (Hunziker, Ribeiro, & Antunes-
Rocha, 2019), do Chile (sobre saúde mental escolar), do México (sobre escolas de povos
indígenas), da Colômbia (sobre o papel da escola rural na soberania alimentar e no projeto de
vida), entre outros países da América Latina. Além disso, foi feita a apresentação do curso de
especialização em educação em contextos rurais promovido pela Uniagraria (sede do evento)
e uma Mesa Nacional de Educação Rural – Capítulo Cundinamarca (atividade aberta). Por
meio dessa pequena amostra do que foi produzido e apresentado nos Congressos Latino-
Americanos de Psicologia Rural, é evidente a necessidade de continuar reconhecendo o que
está sendo feito e como os profissionais da psicologia estão atuando nos contextos
educacionais nos territórios rurais e/ou camponeses da América Latina.
Esta edição especial da Revista Brasileira de Educação do Campo faz parte de um
esforço para compartilhar experiências e disseminar essas e outras questões que levaram à
criação da Rede Latino-Americana de Psicologia Rural. Neste dossiê, há 13 artigos e três
entrevistas. As contribuições são principalmente de autores brasileiros, embora também