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podemos afirmar, que o ProJovem Campo – Saberes da Terra, tanto contribuiu para a oferta
da educação escolarizada integrada e qualificação social e profissional, gerando expectativas
de trabalho e renda e, consequentemente, contribuindo para o desenvolvimento de suas
respectivas comunidades; quando contribuiu, para a permanência dos jovens camponeses em
localidades rurais. (Fernandes, 2015, p. 181).
De acordo com o Censo Escolar da SEDUC de 2005, mais de 16 mil alunos da rede
pública estadual, matriculados e frequentes nas escolas da zona urbana residiam na zona rural
e frequentavam a escola por meio do transporte escolar. Frente a esses dados, instituições
governamentais e não governamentais, por meio do Fórum Permanente da Educação do
Campo, sugeriram à SEDUC a implantação do Programa ProJovem Campo: Saberes da Terra,
do MEC, no Tocantins. Para identificação das necessidades da área de abrangência os
representantes dos movimentos sociais e secretarias municipais de educação do Bico do
Papagaio indicaram dez municípios com interesse e necessidade de implantação do Saberes
da Terra, os municípios de Araguatins, Augustinópolis, Buriti do Tocantins, Cachoeirinha,
Carrasco Bonito, Esperantina, e Sítio Novo do Tocantins. A Pastoral da Terra indicou a
inclusão do município de Campos Lindos, que não fazendo parte da Microrregião do Bico do
Papagaio, considerando o grande número de jovens residentes das comunidades rurais que
estavam fora da escola. (Moreira et al., 2018).
Conforme Silva, Suarte & Leitão (2020), o ProJovem Campo – Saberes da Terra no
Bico do Papagaio disponibilizou 31 turmas de alunos. Conforme os autores:
No Tocantins, o programa Projovem Campo – Saberes da Terra foi disponibilizado para 31
turmas de alunos, porém, 28 turmas finalizaram a formação em junho de 2011. Para agosto
do mesmo ano, estava prevista a abertura de mais 45 turmas, sendo cadastradas no MEC
apenas 10 delas, pois segundo informações do próprio MEC, as turmas eram a
complementação da etapa 2009/2011 do programa (Tocantins, 2011a). Por sua vez, a
formação dos professores do Programa Projovem Campo – Saberes da Terra foi
desenvolvida pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus de Tocantinópolis
(UFT, 2009). (Silva, Suarte & Leitão, 2020, p. 14).
Segundo os dados da SEDUC, o Saberes da Terra no Tocantins adotou a Pedagogia da
Alternância, onde o aluno permanecia 75% do semestre letivo no tempo-escola (TE) e 25%
com a família no tempo-comunidade (TC). No tempo-comunidade, com as orientações
teóricas põe em prática o que aprende na escola. Possui material próprio, recebe orientações
técnicas profissionalizantes com os educadores e técnicos contratados para o tempo-escola e
tempo-comunidade. No Tocantins:
a) Tempo-Escola: os alunos frequentavam a unidade escolar em contato com o saber
sistematizado com planejamento e recebiam orientações dos professores. Realizavam projetos