Revista Brasileira de Educação do Campo
Brazilian Journal of Rural Education
ARTIGO/ARTICLE/ARTÍCULO
DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e13004
Tocantinópolis/Brasil
v. 6
e13004
10.20873/uft.rbec.e13004
2021
ISSN: 2525-4863
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O processo formativo: história, memória e trajetória de
egressos/as do curso de Licenciatura em Educação do
Campo da Universidade Federal de Roraima
(LEDUCARR/UFRR)
Consuelem da Silva Sarmento1, Sergio Luiz Lopes2
1 Secretaria Municipal de Educação - SMEC. Rua Cecília Brasil, 1078, Centro. Boa Vista - RR. Brasil. 2 Universidade Federal
de Roraima - UFRR.
Autor para correspondência/Author for correspondence: consuelem@hotmail.com
RESUMO. Este estudo tem como objeto a trajetória formativa
de egressos/as do curso de Licenciatura em Educação do
Campo de Roraima da Universidade Federal de Roraima
(LEDUCARR/URR). O objetivo central foi identificar os
desafios da profissão docente sob a perspectiva desses sujeitos,
a partir de sua experiência formativa no referido curso. A
pesquisa adotou como instrumento para a coleta de dados a
entrevista (com 16 egressos/as), baseada no método da história
oral (Thompson, 1998). A análise, de caráter qualitativo,
estruturou-se a partir das categorias: o percurso formativo e a
profissão docente. As vozes dos/as egressos/as revelaram a
importância da LEDUCARR como efetivação de políticas
públicas para a formação, em nível superior, dos sujeitos do
campo, o que se constituía um sonho para maioria dos/as
respondentes da pesquisa. Além disso, expuseram as
dificuldades encontradas para conseguirem uma vaga para
atuar nas escolas do campo. Para maioria dos/as
entrevistados/as, a falta de reconhecimento do curso pelas
entidades governamentais compromete incide sobre a oferta de
vagas em seletivos e concursos públicos. Assim, o presente
trabalho tem em vista a ampliação do debate sobre as
propostas para a Educação do Campo.
Palavras-chave: formação docente, políticas públicas, educação
do campo, história oral.
Sarmento, C. S., & Lopes, S. L. (2021). O processo formativo: história, memória e trajetória de egressos/as do curso de Licenciatura em Educação do Campo da
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The formative process: history, memory and path of
LEDUCARR/UFRR graduates
ABSTRACT. The object of this study is the formative
trajectory of graduates of the Degree Course in Rural Education
at the Federal University of Roraima. The main objective was to
identify the challenges of the teaching profession from the
perspective of these subjects, based on their formative
experience in that course. The research adopted as an instrument
for data collection the interview (with 16 graduates), based on
the oral history method (Thompson, 1998). The analysis, of a
qualitative nature, was structured from the categories: the
training path and the teaching profession. The voices of the
graduates revealed the importance of this course as an
implementation of public policies for the training, at a higher
level, of field subjects, which was a dream for most of the
survey respondents. In addition, they exposed the difficulties
encountered in getting a place to work in rural schools. For most
interviewees, the lack of recognition of the course by
government entities affects the offer of places in selective and
public examinations. Thus, this work aims to expand the debate
on proposals for Rural Education.
Keywords: teacher training, public policies, rural education.
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El proceso formativo: historia, memoria y trayectoria de
los ex alumnos del Curso de Licenciatura en Educación
Rural de la Universidad Federal de Roraima
(LEDUCARR/UFRR)
RESUMEN. El objeto de este estudio es la trayectoria
formativa de los egresados de la Licenciatura en Educación en el
Campo de Roraima de la Universidad Federal de Roraima
(LEDUCARR/UFRR). El objetivo principal fue identificar los
desafíos de la profesión docente desde la perspectiva de estos
sujetos, a partir de su experiencia formativa en dicho curso. La
investigación adoptó como instrumento de recolección de datos
la entrevista (con 16 egresados), basada en el método de historia
oral (Thompson, 1998). El análisis, de carácter cualitativo, se
estructuró a partir de las categorías: trayectoria formativa y
profesión docente. Las voces de los egresados revelaron la
importancia de LEDUCARR como una implementación de
políticas públicas para la formación, a un nivel superior, de las
asignaturas de campo, lo que era un sueño para la mayoría de los
encuestados. Además, expusieron las dificultades encontradas
para conseguir un lugar para trabajar en las escuelas rurales.
Para la mayoría de los entrevistados, la falta de reconocimiento
del curso por parte de las entidades gubernamentales afecta la
oferta de plazas en exámenes selectivos y públicos. Así, este
trabajo tiene como objetivo ampliar el debate sobre propuestas
de Educación Rural.
Palabras clave: formación docente, políticas públicas,
educación rural, historia oral.
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Introdução
O presente trabalho apresenta uma
discussão sobre a história, a memória e as
trajetórias de jovens egressos/as da
primeira turma do curso de Licenciatura
em Educação do Campo de Roraima
(LEDUCARR) da Universidade Federal de
Roraima (UFRR).
O interesse pelo tema se justifica
pela importância de conhecer e registrar o
processo formativo dos/as egressos/as da
LEDUCARR e, principalmente, destacar o
espaço e o contexto da sua própria história:
a de serem moradores/as e educadores/as
do campo. Justifica-se, também, pela
importância de colocar em evidência a
LEDUCARR como uma política pública,
resultado das lutas dos movimentos sociais
do campo, pois a educação para a
população campesina sempre foi tratada
como política compensatória, desprovida
de ações concretas que visassem a um
ensino adequado à realidade das escolas
para o campo.
É um estudo que resulta de meu
envolvimento com a educação do campo
em Roraima, sobretudo na LEDUCARR,
quando atuei como bolsista do Programa
de bolsa Permanência (PANES/UFRR), no
período de 2011 a 2014. E, posteriormente,
no período de 2014 a 2016, quando
desenvolvi atividades junto aos bolsistas de
graduação do Programa Institucional de
Bolsa de Iniciação à Docência para a
Diversidade (PIBID
Diversidade/LEDUCARR), na condição de
professora Supervisora.
Essas ações possibilitaram maior
aproximação com a realidade das escolas
do campo, onde se promovia uma
educação ancorada no envolvimento entre
seus sujeitos, alunos/as e professores/as, a
partir de temas específicos do campo,
favorecendo ao/à educador/a do campo
uma trajetória de formação diferenciada.
Diante do interesse anunciado e das
contribuições supracitadas, propus-me a
realizar, durante o Mestrado em Educação
(2016 a 2018), uma pesquisa cujo principal
objetivo foi compreender: os desafios da
profissão docente enfrentados por
egressos/as do LEDUCARR/UFRR. Essa
pesquisa foi norteada pelas seguintes
questões: qual a trajetória profissional
dos/as egressos/as do referido curso? Que
desafios estão postos para docentes
multidisciplinares formados/as em tal
curso? Os resultados obtidos nessa
pesquisa estão sintetizados neste artigo.
Para iniciarmos, faremos um breve
histórico dos primeiros passos para a
construção da LEDUCARR na UFRR.
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A gênese da LEDUCARR na UFRR
O curso de Licenciatura em
Educação do Campo de Roraima
(LEDUCARR) é resultado do Edital de
convocação 09, de 29 de abril 2009, do
Programa de Apoio à Formação Superior
em Licenciatura em Educação do Campo
(PROCAMPO), por iniciativa do
Ministério da Educação (MEC), por
intermédio da Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização, Diversidade
(SECAD), com apoio da Secretaria de
Educação Superior (SESU) e execução
financeira do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Após a aprovação pelo MEC, o
projeto foi submetido à aprovação nas
instâncias deliberativas da universidade, a
saber: Câmara do Curso de Pedagogia,
Conselho de Centro de Educação
(CEDUC), Câmara de Graduação,
Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão
(CEPE) e o Conselho Universitário
(CUNI). Realizados os trâmites, foi
publicado o primeiro edital para o
vestibular do Curso de Licenciatura em
Educação do Campo de Roraima
LEDUCARR.
Quanto ao perfil do/a ingressante, o
edital destinou vagas especificamente para
educadores/as que atuavam na área de
educação básica do campo, da rede
pública, em escola de qualquer munícipio
de Roraima (exceto os que atuavam na
capital do município de Boa Vista), e que
possuíam nível médio completo.
Tendo conhecimento de que as vagas
haviam sido destinadas apenas para
professores/as que não possuíam
graduação, representantes dos movimentos
sociais, através da Federação dos
Trabalhadores e Trabalhadoras na
Agricultura do Estado de Roraima
(FETAG/RR), entraram com pedido de
impugnação do edital. Seus argumentos
foram cabíveis ao questionarem o edital
quanto a ofertas de vagas destinadas
apenas a uma pequena parcela dos sujeitos
do campo. Logo, requereram que as vagas
também se estendessem a todos/as os/as
moradores/as das comunidades rurais dos
municípios de Roraima, portadores/as de
certificado de conclusão do ensino médio
completo.
Esse fato remete-nos aos argumentos
de Arroyo (1999), quanto à participação
dos Movimentos Sociais nas tomadas de
decisões. Segundo o autor,
A Educação do Campo não é
questionada pela educação das
cidades, nem por uma nova moda
pedagógica, nem por uma nova
política pública, nem sequer pela
modernização produtiva do
agronegócio, nem pela moderna
burguesia agrária, mas pelos
Movimentos Sociais, pelos povos do
campo organizados (Arroyo, 1999, p.
9).
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Com isso após reivindicações, as
vagas, além de serem destinadas aos/às
professores/as que atuavam em escolas do
campo e não possuíam o ensino superior,
passou a atender a jovens e adultos/as que
participavam de ações educativas nas
diversas organizações, movimentos sociais
e rurais; pessoas que atuavam como
educadoras ou coordenadoras de
escolarização básica em comunidades
rurais; e trabalhadores/as rurais. Assim, a
forma de ingresso foi publicada através da
Comissão Permanente de Vestibular (CPV)
da UFRR, com oferta de 60 vagas, sendo
30 vagas para a área de concentração em
Ciências Humanas e Sociais e 30 para a
área de concentração em Ciências da
Natureza e Matemática, em período
integral, na perspectiva da Pedagogia da
Alternância.
A respeito da Pedagogia da
Alternância, esta consistia na articulação
entre Tempo Universidade (TU), nos
meses de janeiro e fevereiro; julho e
agosto, e Tempo Comunidade (TC), nos
meses de março, abril e maio; setembro,
outubro e novembro. No período do TU,
os/as alunos/as permanecem no espaço da
universidade em regime de internato
espaço de formação. No TC, os/as
alunos/as retornam às suas propriedades
familiares, comunidades ou ainda aos
assentamentos, para colocarem em prática
os conhecimentos adquiridos e que foram
objetos de estudos no TU.
Metodologia
A pesquisa foi baseada no método da
história oral (Thompson, 1998), como
forma de reforçar e legitimar a identidade
dos/as educadores/as do campo, pois, nos
permite o registro de testemunhos de
acontecimentos e vivências, ampliando as
possibilidades de interpretação do passado.
Esse método subsidia a pesquisa não
apenas no sentido de fornecer o registro
das memórias dos indivíduos, mas
também, ao focalizar suas memórias
pessoais, proporciona uma visão da
trajetória do próprio grupo social.
O registro de tais memórias foi
realizado por meio de entrevista, que
seguiu as recomendações de Thompson
(1998). Dessa forma, foi possível obter
informações das dimensões básicas
biológica, cultural e social dos membros
participantes desta pesquisa.
A pesquisa empírica foi dividida em
três momentos: a elaboração do roteiro da
entrevista (dividido em blocos temáticos),
estabelecendo o cuidado necessário para
evitar qualquer contexto de desconforto
para os sujeitos da pesquisa; a aplicação da
entrevista (com 16 egressos/as) nos
municípios mapeados e, por fim, a
transcrição e a análise dos dados, com o
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objetivo de entrelaçar as informações
coletadas com os estudos e as leituras
realizadas sobre a temática educação do
campo.
Visando à preservação do anonimato
dos/as participantes da pesquisa,
atribuímos a codificação R, que
corresponde a “respondente”, acrescida do
número do/a participante, como, por
exemplo, R-1, R-2, R-3 e, assim,
sucessivamente.
A análise dos dados seguiu a
abordagem qualitativa, que, segundo
Minayo (2012, p. 622), tem uma matéria-
prima formada por:
... conjunto de substantivos cujos
sentidos se complementam:
experiência, vivência, senso comum
e ação. E o movimento que informa
qualquer abordagem ou análise se
baseia em três verbos: compreender,
interpretar e dialetizar.
Neste artigo, selecionou-se como
bloco temático de análise o percurso
formativo dos/as egressos/as. Isto é,
pretende-se a partir daí observar como
encararam o momento de formação inicial;
como escolheram a área de atuação; qual o
significado, para eles/as, de ingressar no
ensino superior em uma universidade
pública; verificar se o/a entrevistado/a
terminou o curso no período proposto pela
instituição e, por fim, entender como
ocorreu o processo formativo em um curso
com uma metodologia bastante diferente
dos cursos convencionais de licenciatura.
O percurso formativo
Esse bloco temático teve como foco
compreender os fatores que contribuíram
para que os/as participantes da pesquisa se
inscrevessem em um curso de licenciatura
direcionada para a Educação do Campo,
em uma universidade pública. Ao
responderem a tal questão, os/as
participantes revelaram aspectos sobre o
contexto no qual estão inseridos, com
realidades diversas e complexas: condição
socioeconômica desfavorável,
escolarização precária (muitas vezes),
influência de um discurso falso de
meritocracia.
Os/as entrevistados/as usam diversas
explicações quando questionados sobre o
porquê da escolha em cursar uma
licenciatura voltada para o campo. Porém,
todos/as revelam a importância de, como
forma de resistência às adversidades, estar
inserido/a em uma instituição de ensino
superior com o propósito de adquirir um
ofício à docência.
Nota-se, em suas subjetividades, que
se trata de sujeitos cujas oportunidades de
melhorias de vida são poucas, portanto
abraçam as chances que surgem.
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A falta de oportunidades de cursos,
porque aqui em Caroebe não tinha
curso superior, foi a primeira
oportunidade que veio para o
morador do município, fiz minha
inscrição e passei no vestibular (R-1).
Quando fiquei sabendo do curso, vi
que era uma grande oportunidade de
melhorar de condições, tanto em
questões de estudos como financeira
(R-10).
É importante notar, nas duas falas,
que o ingresso no ensino superior
representou uma oportunidade ímpar.
Observa-se também a dificuldade de
ingressar em uma universidade devido à
distância e o pouco comprometimento do
país com as áreas do campo.
Os/as participantes expressam que o
ingresso em uma instituição de nível
superior representou a realização de um
sonho, como, por exemplo, R-2 afirma que
tinha o
... sonho de fazer um curso
Universidade Federal de Roraima e aí
como conhecia um pouquinho
sobre o curso com a pedagogia da
alternância, pensei quero fazer um
curso igual o meu ex-marido fez, até
abandonei o curso de geografia para
fazer, mas esperei passar primeiro no
vestibular.
A fala de R-11 também apresenta
essa mesma perspectiva: “Fiz o vestibular
e passei. Foi a realização de um sonho” (R-
11).
Percebe-se também, na fala de R2,
uma deliberação em sua escolha por um
curso pautado na Pedagogia da
Alternância, que tinha conhecimento da
modalidade, na qual a Educação do Campo
está estruturada.
Observa-se que a expressão
“oportunidade” está presente em todos os
relatos: “Foi uma oportunidade que
apareceu, então arrisquei sem ter certeza se
ia conseguir ou não” (R-13). Ou seja, ainda
que não se esteja falando da conquista em
concluir um curso superior, nota-se,
implicitamente, a satisfação em estar na
universidade e ter alcançado um sonho,
estar em um curso superior.
É comum, para quem vive no campo,
se deparar com momentos de inseguranças
em face das dificuldades de acesso às
novas tecnologias e demais políticas
públicas, e, com isso, deixa-se o campo e
migra-se para a capital, em busca de
melhores condições de vida. Compreende-
se, portanto, a partir das falas, que o campo
é um ambiente pouco atrativo devido à
falta de condições adequadas para
realização de sonhos.
Essa escassez de recursos é revelada
na fala de R-5: “Sempre quis fazer uma
faculdade, mas desprovia de recursos
financeiros. Como o curso LEDUCARR
era totalmente gratuito, pois, a
universidade custeava a hospedagem,
alimentação e transporte, vi que seria a
oportunidade única para cursar uma
graduação”.
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A realidade de R-5 corresponde à de
grande parte das pessoas que vivem no
campo, o que nos ajuda a compreender a
relação entre três expressões-chave nas
falas dos/as respondentes, a saber: o sonho,
a realidade e o ensino superior gratuito.
-se, nitidamente, um depoimento que
denuncia as poucas condições do espaço
campo. Porém, mesmo com dificuldades, o
sonho perdurou e essa pessoa conseguiu
concluir o ensino superior. Certamente a
resposta ajuda a entender a importância do
respeito aos povos do campo, a começar
pelos próprios sistemas educacionais.
Outra fala revela o envolvimento
coletivo para busca de melhorias para o
campo:
Fazia parte do sindicato e
trabalhava na luta por uma
educação do campo e quando surgiu
essa oportunidade, imaginávamos
que não iriamos conseguir por
sermos jovens e a princípio as vagas
seriam para atender somente os
professores que não possuíam
graduação. Quando abriu a
oportunidade para os filhos de
agricultores, fiz minha inscrição para
fazer o vestibular da LEDUCARR,
(R-14).
Aqui aparece uma proposição
interessante, o sujeito que tem
engajamento político e reflexivo consegue
entender melhor o papel da escola e do
estudo em sua comunidade, o que o
encorajou a fazer o vestibular e ingressar
no ensino superior. E novamente a
expressão “oportunidade” é mencionada,
por se tratar de algo raro dentro do
contexto em que esses sujeitos estão
inseridos.
Nesse sentido, ressaltamos a
importância das instituições públicas de
ensino superior no campo e para o campo
como caminho para a criação
oportunidades e desenvolvimento do
campo. Delors (2012) elenca as
contribuições que a universidade pode
oferecer. Segundo o autor, essa instituição
serve:
como local de ciência, como fonte
de conhecimentos, com vista à
pesquisa teórica ou aplicada, ou à
formação de professores;
como meio de adquirir
qualificações profissionais,
conciliando ao mais alto nível, o
saber e o saber-fazer, em cursos e
conteúdos constantemente adaptados
às necessidades da economia;
como recinto privilegiado da
educação ao longo de toda a vida,
abrindo as portas aos adultos que
desejem retomar seus estudos,
adaptar e enriquecer os seus
conhecimentos, ou satisfazer seu
gosto de aprender em qualquer
domínio da vida cultural;
como parceiro privilegiado de
uma cooperação internacional,
permitindo o intercâmbio de
professores e alunos e facilitando,
graças a matérias de caráter
internacional, a difusão do que de
melhor se faz no campo do ensino
(Delors, 2012, p. 24, grifo nosso).
Observe-se que o entendimento do
autor ratifica a fala dos/as respondentes,
especificamente quando atribuem à
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universidade a expressão “oportunidade”,
ou seja, um abrir de “portas”, como
menciona Delors (no grifo da citação).
Outra questão que nos chama a
atenção é que o curso na modalidade de
alternância possibilitou estudar em tempo
de férias, como revela a fala a seguir: “... a
modalidade do curso, por ser um curso de
alternância, facilitou bastante, porque
conseguir conciliar o trabalho, pois, se
fosse um curso regular eu não teria
condições de ter feito um curso na UFRR”
(R-9).
É importante frisar que os sujeitos do
campo, por residirem distante dos grandes
centros urbanos, acabam sendo
prejudicados quando se trata da formação
profissional, porque nem sempre os
possuem condições socioeconômicas e
orientações para acompanharem a logística
do ensino superior convencional.
De acordo com Silva (2014, p. 125-
126):
A Pedagogia da Alternância consiste
em promover uma formação escolar
em que o aprendiz vivencia períodos
de tempos que se alternam entre a
vivência na escola e na família,
buscando, de modo a conciliar o
aprendizado na escola com o
aprendizado da vida. Essa
experiência não fortalece apenas a
relação teórica e prática, mas também
auxilia no desenvolvimento de
prática ecologicamente viáveis na
relação homem e natureza, não
permitindo que o jovem se desligue
do seu ambiente, ao tempo em que se
valoriza o tempo escola e o tempo
comunidade.
Parte dos discursos acima caminha
na mesma direção, o ingresso na
universidade como forma de ampliar o
universo de oportunidades e, como, afirma
R-12, “... adquirir novos conhecimentos”.
No entanto, as escolas do campo com as
suas dificuldades nem sempre despertam
nos/as jovem o interesse pela permanência
em sala de aula, além disso, por se tratar de
jovens que vivem trabalhando, muitas
vezes com os seus pais, esses/as jovens
têm dificuldades de concluir seus estudos
no ensino básico, de modo que chegar até a
universidade parece ser para eles/as um
sonho muito distante.
Assim, conforme Caldart (2004) as
escolas do campo devem ser vistas como
espaços em movimento: elas têm vida, têm
troca de saberes e história. Para a autora, a
Educação do Campo deve estar vinculada à
luta dos povos do campo por melhorias de
suas condições de vida.
É notório, pelos depoimentos, que os
povos do campo enfrentam uma realidade
permeada de dificuldades de diversos
tipos, decorrentes das desigualdades
sociais, que caracterizam não apenas o
estado de Roraima, mas todo o país. Frente
a essa realidade, muitos/as, portanto,
acabam aproveitando a única (talvez)
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oportunidade que lhes é oferecida, é o caso
dos/as respondentes de nossa pesquisa.
Do campo à sala de aula: sonho ou
utopia
Compreendida a motivação para o
ingresso em um curso superior, importa
saber o quanto se identificaram com esse
curso, ou seja, após abraçarem tal
oportunidade, será que fizeram o que
gostam?
Diante dessa indagação, os/as
respondentes afirmam que gostavam do
curso e reiteram que se tratava de
realização de um sonho. Em outras
palavras, pode-se notar o quanto o ingresso
em um curso superior é capaz de favorecer
a um sujeito (especialmente, aqui, o sujeito
do campo) a realização de um sonho, o
qual seria difícil realizar sem o apoio do
setor público.
Quanto à questão levantada, o
depoimento de R-2 nos chama a atenção:
... gostava muito. Apesar de muitas
vezes deixar transparecer que o curso
foi mais por questões de status,
durante o período de formação fui
percebendo que o curso tinha tudo a
ver com minha história de vida. Os
debates em sala de aula, foram aos
poucos me fazendo conhecedora dos
motivos pelos quais fiquei
impossibilitada de estudar durante
quatro anos após concluir a quarta
série. Recordo-me que chorava por
não poder ir à escola devido à falta
de escola na vicinal. E depois quando
passamos a frequentar a escola na
sede do município éramos tratados
com os rurais e então no
LEDUCARR foi que fui entender o
que estava por trás de tudo que vivi.
Me identifiquei muito com o curso,
gostei muito (R-2).
O depoimento é amplo e percebemos
três pontos básicos: o prazer em estar na
universidade, a percepção de que o curso
dialogava com sua própria realidade de
vida e a descoberta das razões que a
impossibilitaram de estudar, em um
determinado momento de sua vida. Ou
seja, o curso despertou-lhe a consciência e
a reflexão sobre sua própria realidade.
O despertar pode significar
curiosidade e criticidade, como assinala
Freire (2013, p. 33):
A curiosidade como inquietação
indagadora, como inclinação ao
desvelamento de algo, como pergunta
verbalizada ou não, como procura de
esclarecimento, como sinal de
atenção que sugere alerta faz parte
integrante do fenômeno vital. Não
haveria criatividade sem a
curiosidade que nos move e que nos
põe pacientemente impacientes
diante do mundo que não fizemos,
acrescentando a ele algo que
fazemos.
Nessa perspectiva, a autonomia e a
liberdade são elementos-chave na
educação, tanto para o docente como para
o aluno. Pensar em ensino sem reflexão é
cair nas armadilhas do fatalismo
tradicional que trata o sujeito-aluno como
uma folha em branco, na qual são
depositadas, mecanicamente, informações.
Sarmento, C. S., & Lopes, S. L. (2021). O processo formativo: história, memória e trajetória de egressos/as do curso de Licenciatura em Educação do Campo da
Universidade Federal de Roraima (LEDUCARR/UFRR)...
Tocantinópolis/Brasil
v. 6
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10.20873/uft.rbec.e13004
2021
ISSN: 2525-4863
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Ao contrário, a educação e aqui nos
referimos, especificamente à Educação do
Campo promove transformações sociais
quando discute e é pautada em: cidadania,
liberdade, autonomia e identidade do povo
do campo.
Sabemos que muitos desses sujeitos
tiveram suas vidas laminadas pelos
contextos aos quais estiveram/estão
submetidos/as. Enfrentaram situações que,
de um lado, os/as levaram a se sentirem
completamente perdidos/as e, de outro,
estimularam neles/as a esperança e o
objetivo de ser “alguém” na vida, como,
por exemplo, voltar para a sua comunidade
e desenvolver a atividade docente.
Esta breve análise nos possibilita
inferir que os/as respondentes, egressos/as
do curso LEDCARR/RR: a) sentiram
grande satisfação em fazer um curso
superior, possivelmente motivados/as pelo
entendimento de que o curso possibilita a
garantia do seu futuro profissional na
comunidade; b) se identificam com o
curso, uma vez que possibilitou a reflexão
sobre sua realidade e, assim, a aquisição de
mais autonomia e independência.
Considerações finais
Sabemos que o histórico da educação
do campo é marcado por lutas dos
movimentos sociais para minimizar o
problema de exclusão social. Embora tenha
sido uma grande conquista, a Educação do
Campo ainda enfrenta grandes desafios, e
um deles é tornar possível a inserção
dos/as egressos/as da LEDUCARR/RR na
docência das escolas do campo existentes
em Roraima. Nessa perspectiva, ao
analisarmos as falas dos/as egressos/as da
LEDUCARR, ficou evidente que curso
tem papel primordial na formação inicial
dos/as educadores/as do campo, como dito
por um dos respondentes o curso trás “a
valorização do homem do campo como
sujeito de ação” (R-2).
A pesquisa permitiu verificar que os
egressos após a formação encontram
dificuldades para a inserção na docência,
assim como também as encontraram
durante o período de formação. Em
algumas falas foi pontuada a falta de
logística durante os Encontros de
Formação Tempo Universidade e Tempo
Comunidade.
... deixava muito a desejar, fugia do
que era a proposta, porque era para
ter um acompanhamento durante o
Tempo Comunidade para colocarmos
em prática os assuntos estudados
durante o Tempo Universidade e isso
poucas vezes acontecia (R-4).
... o Tempo Comunidade nunca saía
como era planejado, mas, de
qualquer forma sempre
conseguíamos adquirir novos
conhecimentos. Mesmo, com a falha
no planejamento no final dava certo
(R-12).
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A falta do reconhecimento do curso
pelas municipalidades e pelo estado, no
sentido de ofertar vagas que contemplem a
formação dos/as egressos/as, foi uma das
questões mais presentes na fala dos
respondentes, o que para eles explica o fato
de muitos ainda não estarem atuando.
Apesar de terem se identificado com
o curso, houve, entre os/as egressos/as,
uma inquietação quanto ao curto espaço de
formação para habilitação em quatro áreas
de conhecimento. Além disso, e
manifestaram descontentamento com a
organização dos espaços de formação do
Tempo Comunidade na proposta da
Pedagogia da Alternância, que não
ocorriam. As falas de R-3 e R-4 expressam
essa inquietação:
Nem sempre a alternância atendia o
que esperávamos, às vezes o
professor resumia tanto um assunto
devido ao pouco tempo, às vezes não
dava tempo para estudar todos os
assuntos, devido ao acúmulo dos
assuntos, como estudávamos em
tempo integral se tornava exaustivo
(R-3).
... deixava muito a desejar, fugia do
que era a proposta, porque era para
ter um acompanhamento durante o
Tempo Comunidade para colocarmos
em prática os assuntos estudados
durante o Tempo Universidade e isso
poucas vezes acontecia (R- 4).
Os dados obtidos nesta pesquisa
indicam uma série de desafios enfrentados
pelos/as egressos/as da primeira turma da
LEDUCARR. Um desses desafios foi ter
de se adaptar a carência de recursos: “... no
interior a gente não tinha acesso a internet.
A falta de acesso a pesquisas na biblioteca
dificultava muito” (R-14).
É importante mencionar que
nenhum/a dos/as respondentes da pesquisa
exercia a profissão docente antes do curso,
e se não fosse a reivindicação dos
Movimentos Sociais, através da
FETAG/RR, para que o curso também
fosse ofertado aos/às moradores/as das
comunidades rurais dos municípios de
Roraima, portadores/as de certificado de
conclusão do ensino médio completo,
certamente os/as participantes da pesquisa
não teriam realizado seu sonho de
ingressar em uma universidade.
Sobre a atuação docente, apenas 6
dentre 16 respondentes estão atuando na
sala de aula, alguns/algumas iniciaram a
docência no semestre do curso. Os/as
demais respondentes apenas tiveram
contato com sala de aula durante os
estágios obrigatórios do curso e durante o
PIBID/DIVERSIDADE sendo que de 16
respondentes apenas 3 não foram bolsistas
do referido programa. Para os/as
respondentes, o PIBID é de grande
relevância para alunos de graduação, faz
com que tenha a vivência da prática
docente.
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Informações do Artigo / Article Information
Recebido em : 03/09/2021
Aprovado em: 12/10/2021
Publicado em: 13/11/2021
Received on September 03th, 2021
Accepted on October 12th, 2021
Published on November, 13th, 2021
Contribuições no Artigo: Os(as) autores(as) foram
os(as) responsáveis por todas as etapas e resultados da
pesquisa, a saber: elaboração, análise e interpretação dos
dados; escrita e revisão do conteúdo do manuscrito
e; aprovação da versão final publicada.
Author Contributions: The author were responsible for
the designing, delineating, analyzing and interpreting the
data, production of the manuscript, critical revision of the
content and approval of the final version published.
Conflitos de Interesse: Os(as) autores(as) declararam
não haver nenhum conflito de interesse referente a este
artigo.
Conflict of Interest: None reported.
Avaliação do artigo
Artigo avaliado por pares.
Article Peer Review
Double review.
Agência de Fomento
Não tem.
Funding
No funding.
Como citar este artigo / How to cite this article
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Universidade Federal de Roraima (LEDUCARR/UFRR)...
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e13004
10.20873/uft.rbec.e13004
2021
ISSN: 2525-4863
15
APA
Sarmento, C. S., & Lopes, S. L. (2021). O processo
formativo: história, memória e trajetória de egressos/as do
curso de Licenciatura em Educação do Campo da
Universidade Federal de Roraima (LEDUCARR/UFRR).
Rev. Bras. Educ. Camp., 6, e13004.
http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e13004
ABNT
SARMENTO, C. S.; LOPES, S. L. O processo formativo:
história, memória e trajetória de egressos/as do curso de
Licenciatura em Educação do Campo da Universidade
Federal de Roraima (LEDUCARR/UFRR). Rev. Bras.
Educ. Camp., Tocantinópolis, v. 6, e13004, 2021.
http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e13004