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alimento. Na secagem, o homem percebeu que alguns frutos, mesmo depois de secos, ainda
eram comestíveis, e a carne durava mais tempo sem estragar.
Um dos fatores que influi no desenvolvimento de bactérias é a atividade de água, que
nada mais é que a “água disponível no alimento é utilizada pelos microrganismos para o seu
crescimento”. Assim, a adição de sal reduz a quantidade de água disponível, tornando mais
difícil o desenvolvimento bacteriano (Raimundo & Machado, 2017).
Pardi (1993) aborda que o sal “atua na solubilização das proteínas” e essas, por sua vez,
desempenham diversas funções no organismo como transporte, proteção, catálise, dentre
outras. Silva (2000), por sua vez, apresenta o sal como “um produto de fácil aplicação, porém
precisa se efetuar um esfregaço para que o sal consiga permear as membranas e alcançar o
tecido magro” haja vista sua estrutura celular fibrosa característica.
O sal desidrata o alimento, ou seja, retira a água da sua composição, por diferença de
pressão osmótica. A água desloca-se do meio em que se encontra, em maior concentração no
alimento, para fora reduzindo assim sua atividade. Assim, permite a sua conservação, pois a
água é uma enorme fonte de microrganismos. Por vezes, este processo é apenas preliminar já
que, em seguida, efetua-se fumagem ou secagem do alimento como presunto, enchidos, etc.
A desidratação nesse caso ocorre por osmose, amplamente estudada em nível
acadêmico, é uma técnica que pode ser desempenhada com poucos artifícios. O processo
acontece pela retirada de parte da água através da pressão, que é produzida ao colocar o
alimento em contato direto com uma mistura hipertônica de solutos, açúcar ou sal, por
exemplo, diminuindo, desta maneira, a atividade de água e aumentando a sua estabilidade, em
combinação com outros fatores como controle de pH, adição de aditivos químicos
conservadores, etc.
Esse processo era frequentemente usado no passado, tanto para carnes, como para
peixes, todavia, com a inovação e o surgimento de outros métodos de conservação, entrou um
pouco em desuso, dando lugar à congelação ou à refrigeração. Os produtos submetidos a salga
foram, por um longo tempo, moedas de troca de barqueiros, mercadores intitulados viajantes,
que levavam ou traziam esses produtos pelos rios da bacia amazônica.
Diante disso, secar os alimentos melhora a possibilidade de dispor deles em boas
condições para consumo, por mais tempo, além de proporcionar um paladar diferenciado e a
alteração de seu peso devido à retirada de líquido. Com este método de conservação o custo
de transporte e de armazenamento diminui por não necessitar de resfriamento ou outros
conservantes químicos, comumente utilizados nas indústrias. Alguns alimentos ao serem