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A reorganização curricular foi
orientada a partir da concepção da PHC
como a tarefa para efetivação de um
planejamento educativo para o exercício do
pensar e fazer pedagógicos acerca do ser e
dever ser devemos ser no campo da
emancipação individual e social, permeado
pelos princípios da diversidade,
interdisciplinaridade e flexibilização
curricular. Para tanto, orientou a adoção de
mecanismos participativos para garantia da
gestão democrática e envolvimento da
comunidade escolar para adoção de um
currículo viável/possível e essencial.
O currículo de uma escola, portanto,
é a estruturação didático-pedagógica
e temporal-espacial do saber
sistematizado. Mas, não de qualquer
saber. O saber que importa são
aqueles essenciais ao processo de
humanização, ou seja, os
conhecimentos científicos, sócio-
históricos, filosóficos, artísticos,
culturais e tecnológicos. Para os anos
iniciais da educação básica, é
essencial a aprendizagem dos
rudimentos do saber que tornam
possível o acesso ao conhecimento.
Segundo Saviani (2013, p. 14), “a
primeira exigência para o acesso a
esse tipo de saber seja aprender a ler
e escrever. Além disso, é preciso
conhecer também a linguagem dos
números, a linguagem da natureza e a
linguagem da sociedade.” (Freire et
al., 2021, p. 34).
Nesse intuito, a RCT orientou
professores, coordenadores Pedagógicos e
orientadores de estudos para que as escolas
articulassem e planejassem suas ações
educativas estabelecendo prioridades para
o cuidado com a vida e a garantia das
aprendizagens das crianças, apontando
ações imprescindíveis a serrem
desenvolvidas:
1. Escuta: Ouvir as famílias e alunos
por meio de mecanismo
sistematizado e constante, quanto ao
desenvolvimento das ações
educacionais durante todo o período
de crise; 2. Diagnóstico: Identificar
as condições de estudo de cada aluno,
por meio do diagnóstico, a fim de
conhecer quais as condições que o
aluno dispõe para a aprendizagem –
local de estudo, material,
acompanhamento, tempo disponível
para as aulas e atividades remotas,
recursos tecnológicos e ainda os
fatores sócio econômicos e culturais
que fazem a realidade do aluno; 3.
Análise Situacional: Avaliar os níveis
de aprendizagem e conhecimento dos
alunos alcançados em 2020 para, a
partir dos seus resultados, estabelecer
cenários diferentes, diagnósticos de
aprendizagem de atendimento
àqueles que requerem atenção
distinta, preparando conteúdos e
abordagens específicas; 4.
Reorganização: Analisar os
resultados do diagnóstico e da
avaliação e planejar atividades de
estudo orientadas para o alcance da
aprendizagem dos alunos a partir da
realidade, da diversidade e das
desigualdades evidenciadas; 5.
Selecionar e organizar as habilidades
e conhecimentos prioritários dos
Componentes de Língua Portuguesa
e de Matemática, articulando-os aos
demais componentes curriculares –
Arte, Educação Física, Ciências,
Geografia, História e Ensino
Religioso – a partir de uma
perspectiva inter/multidisciplinar. 6.
Currículo: Considerar, na seleção e
organização do ensino, o formato da
oferta educacional. Há habilidades
possíveis e viáveis para o ensino