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aprofundamentos no âmbito dos sistemas articulados de educação, tendo em vista a
imprescindibilidade de fundamentar concepções e práticas.
No artigo, Gestão da educação municipal dos/nos sistemas e redes de
ensino/educação tocantinenses: dilemas e desafios na garantia do direito educacional no
período da pandemia, Rute Soares Rodrigues, Idemar Vizolli e Maria Solange Rodrigues
Sousa têm por objetivo apreender os desafios e dilemas enfrentados pelas Secretarias
Municipais de Ensino/Educação em Municípios tocantinenses, no período pandêmico, quanto
ao ensino remoto, híbrido e/ou com o uso das tecnologias digitais de informação e
comunicação (TDIC) como forma de garantir o direito educacional instituído por lei.
O último artigo, O Financiamento da Educação Infantil nos municípios da região do
Jalapão – Tocantins: (in)capacidades e desigualdades no atendimento da meta 1 do
PNE/PME, de Alexandre Oliveira da Silva e Juciley Silva Evangelista Freire, apresenta os
resultados de estudo sobre o financiamento da educação infantil nos municípios da região do
Jalapão – Tocantins, questionando como ocorre o financiamento da educação infantil nesses
Municípios com vistas a universalização e atendimento da Meta 1 do PNE/PME. O texto
mostra dificuldades e dependência dos Municípios às ações de colaboração dos entes
federados.
No Eixo II – Sistema Municipal de Educação na perspectiva da Filosofia da Práxis:
planejamento, ação e avaliação, o Dossiê traz seis artigos.
No primeiro, Educação municipal no Tocantins: institucionalização orgânica dos
sistemas, redes e escolas, Rosilene Lagares, Ìtalo Bruno Paiva Gonçalves e Maria Solange
Rodrigues Sousa analisam o movimento de institucionalização efetiva de um sistema
educacional municipal, o que implica um conjunto de elementos materiais e imateriais,
incluindo gestão, articulados e interdependentes, em uma relação orgânica e ininterrupta. No
texto, os autores discutem que não há obrigação normativa para o Município institucionalizar
seu sistema no campo da educação, assim como que a institucionalização não é garantia de
uma educação melhor. No entanto, em uma perspectiva democrática, esse movimento pode
ser uma possibilidade de materialização de um projeto de Estado que garanta a educação em
seu âmbito mais amplo, não como uma concessão à classe trabalhadora; inclusivo;
democrático; e de qualidade social para todas as pessoas. Porém, não se pode perder de vista
as relações sociais mais amplas com seus fatores estruturais e conjunturais, em busca de tais
mediações.
No artigo Conselho Municipal de Educação e Planejamento Participativo:
mecanismos de efetivação da gestão dos sistemas e escolas, Roberto Francisco de Carvalho,
Rute Soares Rodrigues e Ana Cléia Gomes da Silva, com perspectiva crítico-dialética,
apresentam discussão acerca do Conselho Municipal de Educação (CME) – reflexão teórica
sobre o conceito, natureza, função e importância, para além do aspecto teórico – tendo o
planejamento participativo como mecanismo de efetivação do Sistema Municipal de
Educação (SME) do Tocantins na perspectiva da gestão democrática. Buscam explicitar essa
tensão entre o SME como órgão burocrático de regulação e como espaço e mecanismo
democrático no âmbito dos municípios, incluindo os municípios da realidade tocantinense.
O artigo de Cleivane Peres dos Reis, Cleidiana Santana Parente, Fóruns de educação:
resistências, limites e possibilidades de atuação no contexto da pandemia da COVID-19, traz
uma reflexão sobre a instituição do Fórum de Educação, suas competências, limites e
possibilidades no contexto da luta de classes que se estabelece no campo das políticas
educacionais. Tomando como referência o materialismo histórico dialético contextualiza-se o
processo recente de disputas em torno da política nacional de educação, em que o Plano
Nacional de Educação, o Fórum Nacional de Educação e as Conferências de Educação
ganham centralidade, enquanto instâncias onde se materializa a luta de classe por distintos
projetos de educação e sociedade. Na análise, são tomados como referências concretas os