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escola urbana ou suburbana para escola rural” (Paraná, 1917, p. 46). A remoção poderia se dar
pelos seguintes motivos:
Art. 151- A remoção de escola urbana ou suburbana para escola rural será imposta pelo
Governo, mediante as condições seguintes: a) se, em duas visitas de inspeção técnica, feita
uma, 2 meses, pelo menos, depois da outra, for verificado que o professor perdeu ou não tem
a capacidade intelectual necessária para cumprir o programa da escola urbana ou
suburbana, tendo-a, entretanto, para cumprir o programa de escola rural (Paraná, 1917, p.
46).
Pelo explicitado no Código de Ensino, ser removido para uma escola rural era uma
punição aplicada a professores que não tinham a devida “capacidade intelectual”, para
atuarem nas escolas da zona urbana. Esse artigo da lei deixou claro que havia uma exigência
maior para os ensinamentos dados às crianças que estavam na zona urbana, especialmente nos
Grupos Escolares, conhecimentos esses que não eram necessários na zona rural.
Na Segunda Conferência Nacional de Educação, em 1929, a preocupação com as
escolas isoladas rurais continuava. Na oportunidade foi retomada a ideia do inspetor Lamenha
Lins de 1905, de que “... os professores públicos, antes de serem colocados em escolas da
cidade, deverão exercer o magistério durante dois anos, pelo menos, nas zonas rurais” (Diário
da Tarde, 09/04/1929, p. 2). A proposição levantada pelo inspetor geral Bento José Lamenha
Lins, em 1905 não foi implementada, ou seja, a falta de professores habilitados para reger as
escolas da zona rural continuou durante toda a primeira metade do século XX, sobretudo, pela
falta de professores formados.
Como destacou Miguel (2011), a chegada do movimento da Escola Nova ampliou o
debate sobre as questões educacionais, com isso, a educação na zona rural também passou a
ser debatida, visto que, na zona rural era onde se encontrava a maioria das escolas em
atividade na época.
Em uma matéria publicada no jornal no ano de 1930 enfatizou-se a relevância do
professor, nos seguintes termos:
Que página brilhante a da vida benfazeja de um mestre! Desde a infância até a adolescência
é sob sua guia espiritual que vivemos, nas horas que nos afastamos do lar extremado. Desde
a professora primária, que nos forças para soletrarmos a primeira sílaba, a primeira palavra –
veículo maravilhoso da transmissão do pensamento – até o mestre que nos confere o diploma
que nos habilita a pormos em atividade nossas funções, nossa competência, nossas
possibilidades infinitas através do saber, sondando os mistérios das ciências ... um forte
hosana a esses batalhadores do progresso intelectual, moral e social dos povos! (Diário da
Tarde, 15/05/1930, p. 2).