2
que vem deste escopo de atividades e de lutas. Se temos professores no Campo, ou em escolas
no perímetro urbano que recebem alunos do campo e, assim, são consideradas, a saber,
Escolas do Campo, é fundamental uma formação continuada que, diferentemente de outros
programas, previamente formatados, este considera a autonomia dos sujeitos que propõem os
cursos de aperfeiçoamento. Isso garante que as diferenças em cada estado possam ser
consideradas.
Neste dossiê, é verificável esta diversidade do Programa Escola da Terra que se firma,
não somente como política de governo, mas como Política de Estado e, também, textos que
mostram a Educação do Campo em condições específicas. Como se disse, trata-se de um
programa cuja ligação com a historicidade das lutas, permanece, apesar de ‘tempos sombrios’,
para utilizar um conceito aredtiano. O dossiê, sua maioria, atesta as diferentes experiências do
Programa Escola da Terra. Sistematiza como tais experiências perpassam todas as regiões do
Brasil. O primeiro artigo, assinado por Ana Cristina Hammel (UFFS) e por Marcos Gehrke
(Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO), evidencia e sistematiza a
experiência do Programa Escola da Terra no Paraná. Para os autores a potencialidade do
Programa em questão é ser uma referência a professores da Educação Básica do Paraná e
desvelar, a partir da análise de conjuntura realizada a importância de uma formação
continuada, contextualizada, bem como os retrocessos recentes no Brasil, no que tange à
Educação do Campo. Já o segundo artigo, A epistemologia do Escola da Terra no Distrito
Federal: ensaios do Sistema de Complexos nas Escolas do Campo, de Clarice Aparecida
Santos (Universidade de Brasília – UnB), Eliene Novaes Rocha (Universidade de Brasília –
UnB) e Maura Luciane Souza (Secretaria de Educação do Distrito Federal) mostra como no
Distrito Federal em parceria com a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal
(SEEDF), utiliza-se a perspectiva do Sistema de Complexos. O artigo enfatiza que elementos
do Programa Escola da Terra contribuem para perceber perspectivas de ensino e de
aprendizagem nas Escolas do Campo e a superação de desafios.
O terceiro artigo nos remete à experiência mineira, a saber, Escola da Terra em Minas
Gerais: repercussões da formação continuada nas escolas do campo. Dois destaques
merecem, aqui, relevância: o número expressivo de professores que receberam a formação,
mais de 2.000. Note-se, igualmente, o acúmulo de experiência entre a Universidade Federal
de Minas Gerais – UFMG e Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais. O Programa
Escola da Terra já se encontra em sua quarta oferta. Tal formação “está fundamentada em
princípios da Educação do Campo: considerando como centrais a escola como direito, a