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A obra segue com o cenário na região de Varadero, com o início da preparação dos
brigadistas vindos de todas as partes da ilha e que iriam fazer o trabalho de alfabetização em
toda Cuba. Os dias de preparação foram de intensa convivência, conhecimento sobre a
realidade cubana, sobre os planos da revolução e a centralidade no papel dos brigadistas em
defender o povo cubano e o processo revolucionário.
Após a preparação, Anita é designada para cumprir seus trabalhos em Bainoa, um
pequeno vilarejo rural cubano. Certamente, a realidade de Bainoa era muito distinta da vida
de Anita em Havana. Os camponeses eram muito pobres, temerosos com a presença dos
brigadistas, viviam em casas simples e sem energia elétrica. Apesar do choque de realidades,
Anita estava disposta a fazer seu trabalho e mergulhar em sua nova realidade.
Durante a narrativa a autora escreve o processo de alfabetização da família Pérez por
Anita, onde dividiria seu bohío com eles. Lá moravam Ramón, de 50 anos, Clara, sua esposa
de 19 anos, Zenaida, irmã mais nova de Clara e Nataniel, bebê filho do casal. Viviam da terra,
criavam porcos e não tinham condições de acesso à saúde e educação.
Os primeiros momentos de convívio familiar não foram dos melhores. Zenaida mal
trocava palavras com Anita e havia gritantes diferenças culturais e de costumes. Aos poucos,
Clara e Ramón foram deixando Anita mais à vontade e confiante em seu trabalho. Colocaram
uma placa à frente do bohío que dizia “Um professor alfabetizador está ensinando aqui”. No
livro, esses personagens estavam determinados a fazerem parte de sua nova realidade,
ajudando em tudo que podiam.
A narração em terceira pessoa vai contando as reflexões de Anita a partir de sua
vivência com a família Pérez. Como poderiam existir tantas diferenças na vida das pessoas? A
família de Anita possuía empregados que faziam todo serviço doméstico. Tomasa, empregada
na casa da família de Anita e analfabeta, era responsável pela limpeza, pela alimentação, por
lavar e passar as roupas da família. A família Péreze era pobre e todos ajudavam nos trabalhos
cotidianos. Anita lavou, lavrou e cozinhou, atividades que em sua casa não preocupações.
Havia uma grande desesperança da família Pérez em conseguir ler e escrever.
Imaginavam que jamais conseguiriam ler um livro. Mesmo assim, Anita continuava seu
trabalho, apresentando o mundo das palavras e como elas seriam importantes e possíveis na
vida de todos que estavam se alfabetizando. A revolução de Anita se construía cada dia mais.
A realidade do povo cubano a fazia refletir sobre seus posicionamentos frente à vida e ao
processo revolucionário. O convívio com a família Pérez foi ficando cada vez mais intenso e
chegara o momento da primeira prova para os alunos Pérez. Todos estavam muito receosos se