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Mẽbêngôkre localizadas em São Félix do Xingú, PA; o segundo apresenta vivências de um
profissional indígena do povo Borari que atua como assessor pedagógico da Gerência de
Educação Escolar Indígena da Secretaria Municipal de Educação de Manaus-AM. Uma
vivência profissional que propiciou o contato com a política de atendimento educacional de
forma diferenciada em quatro escolas indígenas localizadas nas aldeias dos povos Baré e
Kambeba; já o terceiro relato refere-se às experiências de uma professora formadora de uma
turma de professores indígenas cursistas do Programa Saberes Indígenas na Escola, que
atende professores indígenas no estado do Amazonas, com ênfase no uso de tecnologias
digitais.
O presente estudo é de natureza qualitativa, uma vez que possibilita respostas a questões
muito particulares ao se ocupar do universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das
crenças, dos valores e das atitudes, ou seja, da realidade social, já que o ser humano se
distingue de outros seres por agir e pensar sobre suas ações, bem como interpretá-las a partir
de suas experiências vividas e compartilhadas com seus pares (Minayo, 2016). O estudo
documental, nesse contexto, é uma técnica de análise documental, característico de pesquisas
qualitativas, que serve como complemento de informações obtidas por outras técnicas, bem
como possibilita o desvelar de aspectos novos de um tema ou problema, uma vez que os
documentos são fonte rica e estável, propícios para estudo (Ludke & André, 2020).
Conforme Marconi e Lakatos (2021, p. 190) “A característica da pesquisa documental é tomar
como fonte de coleta de dados apenas documentos, escritos ou não, que constituem o que se
denomina de fontes primárias. Estas podem ter sido feitas quando o fato ou fenômeno ocorre,
ou depois”.
A discussão aqui empreendida tem como referência documentos e leis que versam sobre
a Educação Escolar Indígena no país, em articulação aos relatos de experiências docentes,
compreendendo que as fontes documentais podem ser variadas e “incluem desde leis e
regulamentos, normas, pareceres, cartas, memorandos, diários pessoais, autobiografias,
jornais, revistas, discursos, roteiros de programas de rádio e televisão até livros, estatísticas e
arquivos escolares” (Ludke & André, 2020, p. 45).
Os três relatos das experiências que suscitaram a escrita deste texto são oriundos das
experiências docentes dos/das primeiros autores/as que, ao estabelecerem diálogos em uma
disciplina de um programa de doutoramento em rede na Amazônia, perceberam a importância
de estendê-los a outros docentes e demais interessados na temática, por meio da publicização.
É uma forma de pensar a ação docente em escolas indígenas no Brasil, sobretudo na