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... inter-relacionam-se e desdobram-se no tratamento didático proposto para as três etapas da
Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio), articulando-se
na construção de conhecimentos, no desenvolvimento de habilidades e na formação de
atitudes e valores, nos termos da LDB (Brasil, 2017, p. 8).
Como o excerto acima ratifica, o desenvolvimento das competências irá perpassar por
toda a educação básica, a fim de que os alunos aprendam a usar técnicas que possam ser
adaptadas às imprevisibilidades típicas de um ambiente de trabalho, assim a noção de
competência aparece de forma inseparável da ação (Costa, 2007). Segundo Isamber-Jamati:
As competências dizem respeito ao uso de técnicas definidas que, embora não tenham sido
criadas pelo indivíduo, são por eles usadas e podem ser adaptadas às situações. A noção de
competência está associada à execução de tarefas complexas, organizadas e que exigem uma
atividade intelectual importante. Tarefas são realizadas por especialistas. O incompetente
não possui o saber e o saber fazer, ou possui incompletamente (Isamber-Jamati, 1994, p.
105).
O ensino por competência é estritamente instrumental reduzindo, então, a formação
humana e política da criança ao mero desenvolvimento de habilidades e competências que
têm a finalidade de executar tarefas complexas no dia a dia. Nesta perspectiva, Delors (1998)
apresenta os quatro pilares da educação que “devem transmitir, de fato, de forma maciça e
eficaz, cada vez mais saberes e saber-fazer evolutivos, adaptados à civilização cognitiva, pois
são as bases das competências do futuro” (Delors, 1998, p. 89) sendo: aprender a conhecer;
aprender a fazer; aprender a viver juntos; aprender a ser. Se compararmos o pilar aprender a
viver junto, o direito de aprendizagem conviver e a competência geral 9, respectivamente,
fica evidente que se assemelham:
Aprender a viver juntos desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das
interdependências — realizar projetos comuns e preparar-se para gerir conflitos — no
respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz (Delors, 1998, p. 102,
grifo do autor).
Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes
linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e
às diferenças entre as pessoas (Brasil, 2017, p. 38, grifo nosso).
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar
e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização
da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e
potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza (Brasil, 2017, p. 10, grifo nosso).