RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
1
Este conteúdo utiliza a Licença Creative Commons Attribution 4.0 International License
Open Access. This content is licensed under a Creative Commons attribution-type BY
Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a
partir do ponto de vista docente em duas instituições de
ensino de Tocantinópolis-TO
Gracilene dos Santos1, Cássia Ferreira Miranda2
1 Escola Municipal Professor Antonio Farias - EMPAF. Rua Equador, s/n. Vila Matilde. Tocantinópolis/TO. Brasil. 2 Universidade
Federal do Pampa - UNIPAMPA.
Autor para correspondência/Author for correspondence: nandatoc23@gmail.com
RESUMO. Pensando na importância do ensino das Artes na
Educação Infantil, esta pesquisa debate qual o entendimento das
docentes que atuam com essa etapa de da Educação Básica
acerca das Artes e de sua importância no processo de ensino e
aprendizagem das crianças pequenas. Para tanto, a pesquisa foi
realizada em duas unidades escolares do município de
Tocantinópolis. O aporte metodológico utilizado neste trabalho
é a pesquisa de cunho qualitativo, com a utilização de
entrevistas e apoio da História Cultural para análise das
informações. Foram entrevistadas quatro professoras do
município de Tocantinópolis que trabalham em duas escolas da
Educação Infantil, nas duas modalidades da Educação Infantil:
Creche e Pré-escola. A pesquisa mostra a carência de formação
em Artes por parte das professoras que atuam nessa etapa, bem
como a predominância do trabalho com as Artes Visuais em
detrimento das demais linguagens artísticas. Além disso, é
possível perceber que embora as docentes não possuam
formação na área das Artes, elas demonstraram gostar de
trabalhar com a área e reconhecer a importância das Artes na
vida das crianças, assim como seu potencial didático na
Educação Infantil.
Palavras-chave: educação básica, professoras, ensino de artes,
linguagens artísticas, Tocantins.
Revista Brasileira de Educação do Campo
Brazilian Journal of Rural Education
ARTIGO/ARTICLE/ARTÍCULO
DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e15631
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
2
Thinking about Artes in Early Childhood Education: a
look from the teaching point of view in two educational
institutions in Tocantinópolis-TO
ABSTRACT. Thinking about the importance of teaching the
Arts in Early Childhood Education, this research debates the
understanding of teachers who work with this stage of Basic
Education about the Arts and its importance in the teaching and
learning process of young children. Therefore, the research was
carried out in two school units in the city of Tocantinópolis. The
methodological contribution used in this work is qualitative
research, with the use of interviews and support of Cultural
History for analysis of information. We interviewed four
teachers from the city of Tocantinópolis who work in two
schools of early childhood education, in the two modalities of
early childhood education: daycare and preschool. The research
shows the lack of training in Arts by the teachers who work at
this stage, as well as the predominance of work with the Visual
Arts at the expense of other artistic languages: Theater, Dance
and Music. In addition, it is possible to realize that although
teachers do not have training in Arts, they have shown to enjoy
working with the area and value the importance of Arts in the
lives of children, as well as their teaching potential in Early
Childhood Education.
Keywords: basic education, teachers, arts teaching, artistic
languages, Tocantins.
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
3
Pensando las Artes en la Educación Infantil: una mirada
desde el punto de vista de la enseñanza en dos instituciones
educativas de Tocantinópolis-TO
RESUMEN. Pensando en la enseñanza de las Artes en la
Educación Infantil, esta investigación debate la comprensión de
los docentes que trabajan con esta etapa de la Educación Básica
sobre las Artes y su importancia en el proceso de enseñanza y
aprendizaje de los niños pequeños. Por lo tanto, la investigación
se realizó en dos unidades escolares de la ciudad de
Tocantinópolis. El aporte metodológico utilizado en este trabajo
es la investigación cualitativa, con el uso de entrevistas y apoyo
de la Historia Cultural para el análisis de la información.
Entrevistamos a cuatro docentes de la ciudad de Tocantinópolis
que actúan en dos escuelas de educación inicial, en las dos
modalidades de educación inicial: guardería y preescolar. La
investigación muestra la falta de formación en Artes por parte
del profesorado que se desempeña en esta etapa, así como el
predominio del trabajo con las Artes Visuales en detrimento de
otros lenguajes artísticos: Teatro, Danza y Música. Además, es
posible darse cuenta que si bien los docentes no tienen
formación en Artes, han demostrado disfrutar trabajando con el
área y valoran la importancia de las Artes en la vida de los
niños, así como su potencial docente en Educación Infantil.
Palabras clave: educación básica, profesores, enseñanza de las
artes, lenguajes artísticos, Tocantins.
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
4
Introdução
Fundada em 1858 com o nome de Boa Vista do Tocantins, a cidade de Tocantinópolis
passou a ter esse nome em 1943. Com aproximadamente 22.619 mil habitantes, está
localizada no norte do Estado do Tocantins em uma região conhecida como Bico do Papagaio
(UFT, s.d.). Em relação ao sistema educacional, no município são oferecidas as modalidades
de ensino Educação Infantil, Ensino Fundamental Anos Iniciais e Finais, Ensino dio,
Ensino Superior e Ensino Profissionalizante, nas esferas municipal, estadual e federal, em
instituições públicas e particulares.
Entre essas etapas, a Educação Infantil é a primeira fase da Educação Básica, atendendo
as crianças de 0 a 5 anos de idade, sendo dividida em duas fases: creche (0-3 anos) e pré-
escolar (4-5 anos). É nessa etapa que as crianças começam a desenvolver os aspectos físico,
motor, emocional e social, e ter as primeiras experiências de socialização fora do seu convívio
familiar. Portanto, a Educação Infantil, ao acolher as crianças, tem o objetivo de “ampliar o
universo de experiências, conhecimentos e habilidades dessas crianças, diversificando e
consolidando novas aprendizagens, atuando de maneira complementar à educação familiar”.
(Brasil, 2017, p. 32).
Nesse sentido, a escola passa a ser um espaço de experimentação onde as crianças vão
adquirir novas habilidades e principalmente novos aprendizados. Portanto, sendo muito
importante, a Educação Infantil deve ser um direito das crianças, devendo a esfera pública
ofertar a ela um ensino com qualidade. "O Estado deverá garanti-lo por meio da ampliação do
acesso e da qualidade no atendimento com espaços físicos e materiais adequados, além de
formação específica de seus professores”. (Oliveira & Teixeira, 2014, p. 2).
Ao serem inseridas no âmbito escolar, as crianças costumam apresentar uma certa
resistência em permanecer nas instituições, em decorrência da separação temporária da
família, demonstrando certas emoções como: choro, birras, angústia e muitas vezes até
agressividade. Mediante esses aspectos, é essencial que a escola saiba acolher e estimular a
permanência das crianças pequenas no ambiente escolar. Um ambiente lúdico pode ser um
aliado nesse esforço de socializar e integrar a criança no ambiente escolar. As artes podem
colaborar muito nessa empreitada.
Pensando na importância do contato e do ensino das Artes na Educação Infantil, esta
pesquisa debate qual o entendimento das docentes que atuam com essa etapa de ensino acerca
das Artes e de sua importância no processo de ensino e aprendizagem das crianças pequenas.
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
5
Para tanto, a pesquisa foi realizada em umas duas unidades escolares do município de
Tocantinópolis, sendo elas aqui identificadas como: Creche e Pré-escola. Embora tenham
sido autorizadas a publicização das escolas e participantes, optou-se por manter o sigilo
quanto às unidades pesquisadas e as professoras participantes buscando evitar a identificação
e qualquer possível constrangimento decorrente. Julga-se que essa escolha não impacta a
importância e qualidade da pesquisa visto que o foco é analisar as representações e práticas
presentes nas falas das professoras, não precisando revelar suas identidades para tal. Para
fundamentar as análises dos dados, será utilizado o aporte da História Cultural, buscando
compreender as práticas e representações detectáveis a partir dos relatos compartilhados pelas
professoras (Barros, 2005; Chartier, 1990). Para a obtenção de dados, foram entrevistadas
duas professoras que atuam na Educação Infantil de cada Instituição, totalizando quatro
pessoas entrevistadas.
As discussões deste artigo estão divididas em seis seções. Acima está a Introdução,
seguida da segunda seção que traz uma breve discussão sobre a Educação Infantil. Depois, na
terceira seção, são abordadas algumas considerações a respeito do Ensino de Artes no Brasil.
Posteriormente, na quarta seção, é apresentado o percurso metodológico da pesquisa. Depois,
na quinta seção, são analisados os dados gerados no estudo a partir das entrevistas realizadas
com as professoras. Por fim, são apresentadas as Considerações Finais da investigação
realizada.
Considerações sobre a Educação Infantil
A implementação da Educação infantil enquanto modalidade de ensino não aconteceu
de um dia para outro, foi preciso muita luta e reivindicações que tiveram um maior impulso
na década de 1980, principalmente quando foi criado o Programa Nacional de Educação Pré-
Escolar. De acordo com Mendes (2013, p. 36) esse Programa tinha como objetivo “o
compromisso oficial e formal com a educação da criança de 4 a 6 anos de idade, bem como, o
estabelecimento de metas de atendimento e, ainda, a alocação de recursos financeiros no
orçamento do Ministério”.
Em 1988, com a promulgação da Constituição Federal (Brasil, 1988) a Educação
Infantil é garantida como direito da criança de zero a seis anos de idade, portanto Educação
Infantil se torna a primeira etapa da Educação Básica. É importante destacar também que foi a
partir da elaboração da Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) n. 9394 de
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
6
1996 (Brasil, 1996) que ficou instituído que as crianças de zero a três anos de idade
frequentem a Creche e as crianças de quatro e cinco anos de idade frequentem a Pré-Escola,
passando assim a Educação Infantil a ser um direito das crianças, um dever do Estado e uma
opção das famílias.
Para que essa modalidade de ensino pudesse ser desenvolvida e promovesse um ensino
de qualidade para as crianças foram implementadas Políticas Públicas específicas. Dentre as
importantes ações que impactaram a Educação Infantil, houve a aprovação do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (FUNDEB). O FUNDEB tem como objetivo “assegurar o direito à educação básica
pública, da creche ao ensino médio, considerando todas as etapas, os tipos e as modalidades
de ensino a todos os brasileiros”. (Santos & Sousa Junior, 2021, p. 02).
Além dele, a elaboração de alguns documentos foi fundamental para fortalecer a
importância da Educação Infantil enquanto etapa essencial da Educação Básica. Os principais
documentos norteadores são o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
(RCNEI) (Brasil, 1998); as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil (DCNEI) (Brasil,
2009); a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) e a Lei n.º 9.394 de 1996
(Brasil, 1996).
A estrutura da Educação Infantil baseada exclusivamente nesses documentos
norteadores prevaleceu durante muitos anos, sendo reformulada no ano de 2017 com a
implementação de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (Brasil, 2017). Esse
documento tem como objetivo determinar as competências, as habilidades e aprendizagens
essenciais que os alunos precisam desenvolver durante toda a sua vida escolar, desde a
Educação Infantil até o Ensino Médio em todo o território brasileiro. Portanto,
independentemente de onde as crianças, os adolescentes e os jovens residem, conteúdos
que devem ser universais no ensino brasileiro, havendo alguma margem prevista para o
trabalho com as questões regionais.
A BNCC é frequentemente confundida com o Currículo das escolas, porém é
importante atentar que são documentos com finalidades distintas. A BNCC apresenta os
conhecimentos que os alunos precisam aprender durante cada etapa da Educação Básica, o
Currículo é o percurso que as unidades escolares estabeleceram para desenvolver esses
conhecimentos. Em suma, podemos afirmar que a BNCC não é um currículo, na verdade ela
faz parte dele, tendo como função orientar a construção do currículo. Com o surgimento da
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
7
BNCC muitas pessoas acreditam que ela substitui os outros documentos norteadores da
Educação, na verdade, esses documentos dialogam e cada um tem suas especificidades e suas
contribuições para com a tentativa de oferta de uma educação de qualidade.
Quanto à Educação Infantil, a BNCC pontua que as atividades devem viabilizar
situações em que ocorram interação e brincadeiras que garantam às crianças o acesso a seis
direitos de aprendizagem: Conviver, Brincar, Participar, Explorar, Expressão e Conhecer-se:
Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando
diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à
cultura e às diferenças entre as pessoas.
Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos,
com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu
acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas
experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas,
cognitivas, sociais e relacionais.
Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da
escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida
cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes,
desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se
posicionando.
Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções,
transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora
dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a
escrita, a ciência e a tecnologia.
Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções,
sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de
diferentes linguagens.
Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem
positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados,
interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto
familiar e comunitário. (Brasil, 2017, p. 38).
Esses direitos de aprendizagem são trabalhados em cinco campos de experiências: O eu,
outro e o nós; Corpo, gesto e movimentos; Traços, sons, cores e formas; Escuta, fala,
pensamento e imaginação; e Espaços, tempo, quantidade, relações e transformações. A
BNCC aponta para cada campo de experiência aprendizagens específicas que devem ser
trabalhadas no ambiente escolar, em cada fase da Educação Infantil.
O campo O eu, o outro e o nós refere-se à interação das crianças entre si e com as
pessoas adultas, buscando constituir-se enquanto sujeitos, com modo próprio de agir, sentir e
pensar, descobrindo que existem outros modos de vida, pessoas diferentes, com outros pontos
de vista. O segundo campo é o Corpo, gestos e movimentos, no qual por meio da vivência de
seus corpos e expressão corporal, as crianças exploram o mundo e o espaço. O terceiro
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
8
campo, Traços, sons, cores e formas estimula o conhecimento e a experimentação de diversas
manifestações artísticas, culturais e científicas, locais e universais, proporcionando vivências
nas diversas formas de expressão e Linguagens, como as Artes visuais, a Música e as Artes
Cênicas (Teatro, Dança, Circo e Ópera). O quarto campo é a Escuta, fala, pensamento e
imaginação abordando e estimulando as várias formas de comunicação cotidiana das crianças
e os pensamentos concreto e abstrato. Por fim, no quinto campo, o Espaços, tempos,
quantidades, relações e transformações, as crianças são estimuladas a pensar e experimentar
em espaços, quantidades, relacionando diferentes dimensões, em um mundo constituído de
fenômenos naturais e socioculturais, buscando estimular também a compreensão de tempo
cronológico/histórico. (Brasil, 2017).
É importante destacar que as Linguagens Artísticas, distribuídas em Artes Visuais,
Teatro, Dança e Música podem e devem ser trabalhadas em todos os campos do
conhecimento visto que juntas abarcam um universo de conhecimentos e habilidades
fundamentais para o desenvolvimento das crianças tanto nessa etapa de ensino - Educação
Infantil - quanto nas etapas posteriores da Educação Básica, incluindo o Ensino Médio.
Para além dos campos de experiência, ao observar os direitos de aprendizagem
expressos na BNCC - Conviver, Brincar, Participar, Explorar, Expressar e Conhecer-se -,
evidencia-se ainda mais a conexão das Artes enquanto área do conhecimento essencial, visto
que todos esses direitos apontados são características inerentes às Artes. A forma como são
elencados e valorizados na BNCC para a Educação Infantil, serve para reforçar ainda mais a
importância do ensino de Artes nessa etapa da educação.
Considerações sobre o ensino de Artes no Brasil
As Artes na história estão presentes desde a Pré-História, quando ainda não havia sido
desenvolvida a escrita como conhecemos hoje e eram realizados desenhos nas paredes das
cavernas. As pinturas e os desenhos rupestres são registros de que o homem utilizava da
arte para se expressar e se comunicar a milênios.
No Brasil, a história do ensino de Artes institucionalmente inicia com a chegada da
família real que ao se instalar no país cria a Academia Imperial de Belas Artes. Em tempos
posteriores, final do século XIX e início do século XX, surge o processo de industrialização, e
com a corrida para o desenvolvimento de habilidades para o trabalho nas fábricas, começou-
se a incentivar o ensino de Artes em torno do desenho geométrico, mais tecnicista, visando
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
9
principalmente o desenvolvimento de habilidades para o trabalho na área da construção civil.
(Amaral, 2011).
Conforme destaca Araújo (2014), na década de 1930 se destacou no Brasil o movimento
que ficou conhecido como Escola Nova, argumentando, entre outras questões, a favor de uma
renovação do ensino e uma valorização da criatividade, da expressão, das emoções, da
experiência e da percepção no trabalho com as Artes. Esse movimento ia na contramão da
tendência tecnicista que ganhou força no início da industrialização no Brasil e desde então
ainda é uma tendência forte no ensino das Artes.
A partir da década de 1960, desenvolve-se também a tendência realista progressista,
tendo em Paulo Freire um de seus principais líderes. Aliado aos pressupostos da Escola Nova,
a Pedagogia Libertadora, de Paulo Freire, defende uma arte popular e engajada
politicamente. Além dela, destaca-se também outra tendência realista progressista, a Crítica
Social dos Conteúdos, na qual destacam-se Demerval Saviani e José Carlos Libâneo, mais ao
final da década de 1970. Essa defendeu a importância de se aliar a teoria, a prática e a
consciência crítica nos processos educativos (Araújo, 2014).
Embora sufocadas pela ditadura, as tendências progressistas se enraizaram na
sociedade e atualmente estão presentes disputando espaço com outras tendências, inclusive a
tecnicista. Atualmente, se destaca no campo do Ensino de Artes, a concepção desenvolvida
por Ana Mae Barbosa, chamada Abordagem Triangular (Barbosa, 1998). Essa proposta
concebe como três polos do ensino das Artes em constante diálogo a produção, a apreciação e
a contextualização das obras de arte. Isto é, ao trabalhar determinado conteúdo, é importante
que os alunos tenham a oportunidade de fazer/criar arte, que sejam capazes de fazer a leitura
das obras de arte e a contextualizá-las em seu tempo e espaço de criação.
Em suma, ao rememorar os caminhos do ensino das Artes no Brasil podemos dizer que
vários são os percalços vivenciados para que a Arte fosse inserida enquanto disciplina nas
escolas e as Artes um campo de conhecimento presente no currículo da Educação Básica.
Atualmente as Artes conquistaram um espaço considerável, no entanto frequentemente são
ameaçadas e tem sua importância contestada e colocada à prova. Conforme pontua Costa
(2020, p. 22),
É possível perceber muitas mudanças que aconteceram e vem acontecendo a cada ano e que
contribuem para ampliar e solidificar o ensino da Arte de modo que as Artes sejam
consideradas enquanto um campo de saber com conhecimentos próprios e que deve ser
desenvolvido por profissionais com formação específica para tal.
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
10
Na Educação Infantil, as Artes têm sua importância potencializada na medida em que as
crianças precisam ser estimuladas de maneira lúdica a utilizarem todos os sentidos possíveis -
olfato, paladar, visão, audição e tato - para se conhecer e conhecer o mundo que a cerca.
Sendo assim, as crianças devem ser incentivadas desde pequenas a se expressarem e a
explorarem o mundo a partir do universo das sensibilidades, do sensível. Para tal, as
Linguagens Artísticas são fundamentais:
Cada linguagem artística que conhecemos - vivenciamos, fruímos, compreendemos -
possibilita-nos outro olhar e formas diferentes de vivenciar o mundo. Uma vez articuladas
pelo professor, as diferentes linguagens artísticas possibilitam aos estudantes diversas
leituras de mundo imbricadas entre si e em movimentos dialógicos constantes entre pessoas,
tempos e espaços. As diversas leituras de mundo via diferentes linguagens - não somente a
verbal - possibilitam conhecer, reconhecer, ressignificar e, sobretudo, impregnar de sentidos
a vida em sociedade. (Marques & Brazil, 2014, p. 30).
Embora tendo um grande potencial, o ensino das Artes é por vezes incompreendido e
trabalhado de maneira superficial. Esse fator pode ser considerado um sintoma do acesso que
se tem às Artes, em suas diversas manifestações, e de como se deu a formação dos professores
que hoje atuam e que atuaram na disciplina de Arte nas escolas.
A Educação Infantil não funciona com a estrutura disciplinar presente nas outras etapas
da Educação Básica. Logo, não o ensino das Artes na disciplina de Arte, o que não
significa que ela não deva estar presente cotidianamente nas atividades, em consonância com
os campos de experiência e com os direitos de aprendizagem expressos na BNCC.
Buscando compreender como se dá a presença do ensino das Artes na Educação Infantil
na cidade de Tocantinópolis e quais as concepções que as docentes têm da disciplina de Arte e
de sua manifestação nas escolas, se deu o percurso desta investigação que será abordado a
seguir.
Percurso metodológico da pesquisa
O aporte metodológico utilizado neste trabalho é a pesquisa de cunho qualitativo, com a
utilização de entrevistas. Essa abordagem metodológica favorece uma aproximação com o
objeto a ser estudado e a compreensão dos significados presentes em determinada realidade
investigada. A pesquisa qualitativa, conforme pontua Neves (1996, p. 5), “compreende um
conjunto de diferentes técnicas interpretativas que visam a descrever e decodificar os
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
11
componentes de um sistema complexo de significados ... os estudos qualitativos são feitos no
local de origem dos dados”.
Para a coleta de dados foram realizadas entrevistas em duas escolas de Educação
Infantil do município de Tocantinópolis-TO. No dia 10 de maio de 2022, foram entrevistadas
quatro professoras que trabalham em duas escolas da Educação Infantil, uma Creche e uma
Pré-escola. Optou-se por entrevistar duas docentes de cada nível da Educação Infantil -
Creche e Pré-escola - buscando se ter um panorama de como o ensino de Artes vem sendo
materializado nos diferentes níveis de ensino da EI.
De acordo Bogdan e Biklen (1982, p. 136), as “entrevistas produzem uma riqueza de
dados recheados de palavras que revelam as perspectivas dos respondentes”. Para realização
das entrevistas, foi elaborado um roteiro de perguntas que foram respondidas em conversa
gravada com a entrevistadora. Segundo Gil (2008), é relevante destacar que a entrevista
estruturada intenta ser formulada de maneira tal que corresponda a um estímulo idêntico para
todas as pessoas entrevistadas. Nesse sentido, buscou-se realizar as perguntas da mesma
forma para todas as participantes. No entanto, por se tratar de uma entrevista, um diálogo,
algumas adaptações foram necessárias como troca de ordem das perguntas ou até subtração de
algum questionamento que havia sido respondido. Todas as participantes assinaram uma
Carta de Cessão de Direitos sobre Depoimento Oral, autorizando que seus relatos fossem
utilizados nesta pesquisa.
Após a construção do roteiro da entrevista, o passo seguinte foi selecionar as unidades
escolares que participaram da pesquisa. Por questões geográficas, escolhi as duas unidades
próximas a minha residência. Conforme mencionado, as unidades selecionadas são aqui
identificadas como Creche e Pré-escola.
Como aporte para análise de dados, será utilizada a História Cultural, por trabalhar com
a interpretação dos fenômenos buscando apreender quais os significados presentes, as práticas
e representações manifestas nos relatos (Barros, 2005; Chartier, 1990). Aqui a História
Cultural permite olhar para as narrativas das professoras entrevistadas e interpretá-las
buscando suas representações e significados acerca das Artes e da presença das Linguagens
Artísticas nos seus fazeres docentes na Educação Infantil.
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
12
Entidades pesquisadas
A Creche funciona das 06h às 18h, sendo que o horário de atendimento com crianças é
das 07h às 17h. A Instituição oferece às crianças matriculadas cinco refeições diariamente.
Atualmente a unidade escolar conta com setenta e um funcionários e funcionárias,
distribuídas nos cargos de professora, assistente educacional, zeladores, merendeiras,
coordenação pedagógica, gestão escolar, secretariado, entre outros.
A Pré-Escola atende 127 crianças de 4 e 5 anos, nos turnos matutino e vespertino. A
unidade escolar tem três turmas de Jardim I e três turmas de Jardim II, funcionando pela
manhã das 07h30min. às 11h45min. e a tarde das 13h às 17h15min. Atualmente conta com
dezessete funcionários e funcionárias, distribuídas nos cargos de professora, assistente
educacional, zeladores, merendeiras, coordenação pedagógica, gestão escolar, secretariado,
entre outros.
Realização das entrevistas
A priori se deu o contato com cada unidade escolar a partir de conversa com as diretoras
e apresentação e assinatura do Termo de Autorização de Pesquisa Acadêmico/Científica. Esse
documento registra a autorização da representante da Escola para que a pesquisa seja
realizada.
No dia das visitas nas duas unidades escolares, as diretoras me informaram que tinham
algumas professoras realizando o planejamento escolar e perguntaram se não seria possível
realizar a conversa naquele momento, o que foi feito. A coleta das entrevistas foi realizada no
dia 10 de maio de 2022.
A primeira unidade visitada foi a Pré-escola. Após a apresentação, foi apresentada a
pesquisa e o objetivo da investigação para as professoras. Algumas professoras alegaram estar
ocupadas e demonstraram um pouco de resistência em colaborar com o estudo. Após expor
que se tratava de uma conversa rápida, uma das professoras aceitou participar. Após a
assinatura da Carta de Cessão de Direitos sobre Depoimento Oral, se deu início a gravação
de áudio com o celular e a realização da conversa com base no roteiro elaborado. As
entrevistas foram tranquilas, realizadas à sombra de uma mangueira no pátio da escola.
A primeira professora entrevistada, identificada aqui como Professora A, tem formação
em Pedagogia, sendo Pós-graduada em Gestão e Orientação e Supervisão e em Libras e
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
13
Educação Especial. É docente desde 2001 e sempre trabalhou na Educação Infantil.
Atualmente está lecionando na turma do Jardim II. A entrevista com a Professora A durou 10
minutos e 03 segundos.
A segunda entrevistada na Pré-escola, aqui indicada como Professora B, também tem
formação em Pedagogia e atua em sala de aula 26 anos. Sempre atuou na Educação
Infantil e atualmente está lecionando no Jardim I. A entrevista com a Professora B durou 12
minutos e 49 segundos.
Ao terminar a entrevista nesta unidade escolar foi realizada a coleta de dados na Creche.
Os mesmos encaminhamentos foram tomados, conversa com a diretora, apresentação da
pesquisa, assinatura do Termo de Autorização de Pesquisa Acadêmico/Científica e convite às
professoras. Ao conversar com as professoras, que também estavam no momento de
planejamento pedagógico, nesta escola houve uma maior resistência em participar. Após
muita conversa explicando os motivos da pesquisa, duas professoras aceitaram conceder a
entrevista, colaborando assim com a continuidade deste estudo e assinando a Carta de Cessão
de Direitos sobre Depoimento Oral.
Primeiro, foi entrevistada a Professora C. Formada em Pedagogia e Mestranda em
Educação, atua como professora 27 anos. Além de lecionar em Tocantinópolis-TO,
também atua em Porto Franco- MA. Já trabalhou em outras unidades escolares na cidade de
Tocantinópolis e seis anos está atuando na Educação Infantil. Atualmente leciona no
Maternal II. A entrevista com a Professora C durou 10 minutos e 44 segundos.
A segunda entrevistada na unidade escolar Creche foi a Professora D. Formada em
Pedagogia, tem especialização em Gestão e Orientação e Supervisão Escolar. Atua como
docente 18 anos, sempre na Educação Infantil, atualmente leciona no Berçário. A
entrevista com a Professora D durou 09 minutos e 44 segundos.
A seguir serão expostos e analisados os dados coletados nas quatro entrevistas
realizadas com as duas professoras da Pré-escola e as duas professoras da Creche.
Discussões e análise dos dados acerca da investigação realizada
Conforme exposto, para as entrevistas foi utilizado o mesmo roteiro de perguntas para
investigar as concepções das docentes sobre as Artes e sobre o Ensino de Artes na Educação
Infantil, enfatizando as experiências desenvolvidas por elas.
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
14
Foram realizadas perguntas visando conhecer a formação, a experiência prévia com
Educação Infantil e o nível de ensino em que as professoras estão atuando. Além dessas
perguntas mais gerais, foram realizados questionamentos acerca do conceito de Artes e de
artistas, a experiência das docentes com o Ensino de Artes, se tiveram alguma orientação
específica ou formação voltada para o trabalho com as Artes na Educação Infantil, como se dá
o trabalho com as Artes na Escola, entre outras questões.
Primeiramente, foi importante buscar compreender como as professoras entendiam as
Artes, e o que essa área do conhecimento significava para elas. Quando perguntado para as
docentes, qual a primeira coisa que elas pensam quando ouvem a palavra Artes, obtivemos as
seguintes respostas:
Vem assim o fluir da imaginação. A gente vai colocar pra fora aquilo que a gente tem dentro
da gente na Arte. Eu sou apaixonada por arte. (Professora A).
É criatividades, são criatividades, é com materiais ... eu trabalho muito com materiais
reciclados, pinturas, colagens. (Professora B).
Imaginação, criação, sonho, além do pensar, além do imaginar. (Professora C).
Artes é um desenho bonito, fazer um designer, fazer uma arte, um desenho bem bonito, bem
chamativo. (Professora D).
De acordo com as falas das docentes, podemos dizer que elas têm uma visão idealizada
das Artes, mais vinculada à ideia de beleza. Esses trechos permitem perceber que uma
interpretação do conceito de Artes mais vinculado ao senso comum, à imaginação, à
expressão e ao conceito daquilo que é belo, bonito.
Barbosa (2003) pontua que a Arte começou a perder a sua valorização também por falta
de aprofundamento dos professores e pela forma tradicional de se ensinar a Arte, que
impedem que as pessoas percebam a dimensão que a Arte abrange. Segundo a autora, a Arte
exige um leitor informado e um produtor consciente, capaz de produzir seus trabalhos e
principalmente aprender a apreciá-los criticamente. O objetivo é ensinar o educando a ser um
crítico reflexivo e não passivo.
Na sequência, foram feitas perguntas relacionadas a opinião das professoras sobre o que
era Artes e para que servem as Artes. É possível perceber a partir das respostas uma
concepção bem ampla e abstrata de Artes:
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
15
Vem assim o fluir da imaginação a gente vai colocar pra fora aquilo que a gente tem dentro
da gente na Arte eu sou apaixonada por arte... Tudo pra mim é artes, tudo vira arte, um
graveto ele cria vida e se torna uma obra de arte, uma sucata um lixo que é pra muitos é lixo,
eu aproveito bastante. Eu trabalho com teclados de computador, com muitos rolinhos de
papel higiênicos, tá no meu armário. Eu trabalho com tampinhas, eu trabalho com aquelas
frutinhas da árvore que a gente chama de mugulu, que os indígenas fazem arte, eu trabalho
com palitos aqueles de churrasco que a gente consome na minha casa. Eu vou guardando.
Trabalho com garrafas, tantas outras coisas, é uma diversidade. (Professora A).
eu vejo que leva a criança ter uma visão, mas além que ela vai criar, porque assim, a
gente trabalha arte é você entrega o material e deixa ela fluir os pensamentos dela a
criatividade dela. (Professora B).
Imaginação, criação, sonhos além do pensar além do imaginar ... Arte é você poder passar
para o papel ou para o concreto ou para imaginação aquilo que é criado de novo, uma coisa
que você pode fazer além do objeto que tem ... a arte é eu formular o objeto conforme a
minha imaginação ... A arte serve para despertar a curiosidade, a imaginação, o saber, a arte
serve para que as pessoas veja além do objeto que está vendo. (Professora C).
Arte é você colocar sua mente para fluir você fazer aquele desenho, e você deixar a mente
fluir é criar aquele desenho lindo e maravilhoso ... Arte serve pra gente admirar pra gente
observar, se inspirar (Professora D).
As professoras demonstram uma relação com as Artes construída a partir da
concepção de que “tudo é artes” “tudo vira artes”. Demonstram também um empenho em
criar arte a partir de objetos do dia a dia das crianças, o que é um fato muito positivo para
tornar a fruição artística ao alcance das crianças. Além disso, parecem estimular a criação
livre das crianças, sem trazer para suas narrativas preocupações técnicas relacionadas às
habilidades trabalhadas em Artes enquanto área do conhecimento.
Outra questão que chama atenção nos relatos compartilhados é a falta de formação das
docentes na área de Artes. Todas têm formação em Pedagogia, o que é o esperado para as
professoras que atuam nessa modalidade de ensino. No entanto, embora das quatro
professoras entrevistadas três tenham buscado a continuidade de seus estudos com a
realização de especialização ou mestrado, nenhuma dessas formações é na área de Artes. Essa
informação possibilita interpretar que ou há um desinteresse em aprofundar-se na temática, ou
há uma falta de oferta na região de cursos na área.
O estudo de Araújo, Oliveira e Almeida (2019) nos mostra que essa realidade se
apresenta também nas demais escolas do Estado do Tocantins. De acordo com o autor e as
autoras, a maioria dos professores que atuam na disciplina de Arte são formados em
Pedagogia, não tendo nenhum professor graduado na área de Artes. Outro fator preocupante
mostrado na pesquisa é que a maior parte dos professores que atuam na disciplina de Arte o
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
16
fazem somente para complementação de carga horária (Araujo, Oliveira & Almeida, 2019).
Esses dados acerca do ensino de Artes nas unidades escolares do Tocantins permitem
perceber uma desvalorização em torno dessa área do conhecimento e do profissional com
formação nessa área.
Conforme salientado, as professoras entrevistadas têm formação em Pedagogia,
portanto a pesquisa nos mostra a carência de formação na área das Artes principalmente de
professores que atuam na educação infantil no município de Tocantinópolis. Esse fator pode
ser também um reflexo da falta de possibilidade de formação em Artes na região Norte do
Tocantins. Recentemente, em 2015, foi criado na Universidade Federal do Tocantins, campus
de Tocantinópolis, o curso de Licenciatura em Educação do Campo, com habilitação em
Artes e Música. Esse curso pode suprir uma importante lacuna de profissionais habilitados
para trabalhar com o Ensino de Artes na região. Mesmo assim, o curso é voltado para atuação
nos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Logo, ainda não supriria a
necessidade de especialização voltada à Educação Infantil.
Ao serem questionadas com relação ao acesso que tiveram na formação básica ou na
formação continuada a conhecimentos na área de Artes e as possíveis formas de trabalhar as
linguagens artísticas. Essas foram suas respostas:
Eu tive na parte teórica depois de fazer concursos entrar na Educação Infantil eu me
aprofundei mais e coloco em prática sempre. (Professora A).
Não as formações que já fiz, não direciona para arte (Professora B).
Como a gente trabalha sempre entendeu e tem as formações e tema as experiências como
professora a gente vai aprendendo e desenvolvendo experiências, sendo que tem os
complementos das formações complemento da base complemento dos livros complemento
de toda a grade curricular da educação infantil então a gente vai desenvolvendo como
experiências de docência mesmo, conforme a prática da docência. (Professora C).
Sim eu participei de formação que fala sobre as Artes Visuais a trabalhar com as crianças
que é muito importante no desenvolvimento da criança. (Professora D).
A partir das falas das docentes, podemos observar uma carência de formação
direcionada para as Artes, o que perceber é que elas aprendem a partir de suas experiências
dentro de sala de aula, ou seja, a partir da prática na docência. Apenas uma delas elencou uma
formação que abordava as Artes Visuais.
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
17
Essa é uma questão importante também visto que retrata boa parte da compreensão do
que se lembra ao falar da presença das Artes nas escolas. Os conhecimentos de Artes Visuais
são predominantes nas atividades desenvolvidas, embora os conhecimentos vinculados à
disciplina de Arte englobem também as demais Linguagens Artísticas: Teatro, Música e
Dança.
Quando foram compartilhar as experiências que realizaram com suas turmas, vinculadas
às Artes, as professoras predominantemente mostraram a presença marcante das Artes Visuais
nos seus fazeres docentes:
Eu trabalho com tinta guache, trabalho com reciclagem, como eu falei, trabalho com
dobraduras, trabalho com objetos da natureza também, agente coleta. Dias atrás nós
coletamos a areia que tem aqui na escola disponível, a brita gravetos e folhas caídos das
árvores e nós confeccionamos uma árvore. Em questão de artes? Quase todas as minhas
atividades sejam matemática, português, linguagem oral e escrita, traços, sons, tudo, eu
incluo a arte, pra mim é fundamental. (Professora A).
A gente trabalha na semana passada mesmo ou na semana retrasada, eu trabalhei com as
folhas das plantas, nós tava trabalhando sobre a natureza a gente veio aqui pegou as
folhas, fizemos jabuti com as folhas, fizemos as borboletas, fizemos também o tema do
indígenas né, fizemos os pedacinhos de folhas, fizemos o penacho do indiozinho,
trabalhamos e sempre nos registra e passa para a diretora essas atividades todas para ter um
registro das nossas atividades. (Professora B).
... trabalho em quase todos os momentos quando eu passo a música eu trabalho arte, quando
eu passo música eu trabalho arte, quando eu faço atividade entendeu e quando faço atividade
impressa eu trabalho arte ... nos apresentamos sobre o dia 20 de novembro, dia da
consciência negra, todas as salas fizeram desenhos fizeram montagens fizeram objetos
concretos em relação a consciência negra e dentro da nossa sala foi trabalhada, menina
bonita do laço de fita foi trabalhado com bonecos ,um monte de arte então especificamente é
arte. (Professora C).
Sim trabalho toda semana sempre eu faço um desenho, faço um quadro, faço um coração,
peço pra eles rasgar papel ficar à vontade rasgando papel e colando no coração, e no coração
no quadro deixar a criatividade deles mesmo. Esses dias trabalhei com ele o ovo da Páscoa
com eles, fiz um ovo grande e depois fiz uns ovinhos pequeninos e coloquei as mãozinhas
deles dentro dos ovinhos para formar os ovinhos dentro do ovo grande e ficou muito criativo
o desenho. (Professora D).
Como exposto, das quatro docentes, somente uma, ao contar a respeito das atividades
desenvolvidas, trouxe atividades para além das Artes Visuais, destacando a Música.
No entanto, todas as Linguagens Artísticas são importantes para o desenvolvimento das
crianças. A educação sensível passa pelos conhecimentos oriundos não das Artes Visuais,
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
18
mas também da Música, do Teatro e da Dança. As crianças devem ser estimuladas a conhecer
o mundo e se expressar nas diferentes linguagens.
Com relação ao planejamento docente, a maior parte das entrevistadas discorreu que
utilizam a internet e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para montarem suas aulas e
orientarem seu fazer docente:
Eu uso material concreto ou matéria geral. Eu uso computador, Youtube é um dos canais que
mais uso. Mas eu trabalho muito com o concreto, com um lúdico trabalho, com reciclagem
bastante. (Professora A).
Eu uso a BNCC e pesquiso na Internet também. (Professora B).
Nós usamos eu digo nós porque é trabalho coletivo, nós usamos livro que é o CADER, que é
uma base, usamos a BNCC, usamos site, usamos atividades da internet, usamos atividades
com materiais concretos, usamos também a sala da aula como material para dar aula.
(Professora C).
Tem a BNCC que nós trabalhamos, tem a BNCC que a gente pesquisa os campos de
experiências para trabalhar na Educação Infantil. Que é do berçário, que tem do Berçário,
cada um tem as habilidades. (Professora D).
De acordo com as falas das entrevistadas, a BNCC é de fundamental relevância nas suas
práticas docentes, juntamente com auxílio da internet, uma ferramenta nos últimos dois anos
foi de suma importância no auxílio das atividades escolares, principalmente em decorrência
da pandemia do Sars-Cov 2 que impossibilitou o contato presencial e
impulsionou/condicionou o desenvolvimento de grande parte das atividades docentes por
meios digitais.
Para compreender melhor sobre o olhar das docentes, foi perguntado o que elas pensam
a respeito dos trabalhos com Artes na Educação Infantil e se os conhecimentos dessa área do
conhecimento podem contribuir nessa modalidade de ensino. Elas responderam:
A criança, ela se dirige por aquilo que ela vê, ela é muito da imagem e eu gosto muito de
trazer a imagem para elas até mais que a arte escrita ou oral, ela compre entende mais ... Eu
tenho certeza que ela [a arte] contribui quase cem por cento. (Professora A).
Eu vejo assim seja uma coisa que a gente tem que ir desenvolvendo pra ver se futuramente,
tivemos, não vou dizer que vamos tirar uma artista, mas pelo menos tem pessoas que vai dar
valor, que vai valorizar o trabalho de outra pessoa ... Eu acredito que sim porque assim,
porque assim, a arte eu vejo principalmente na Educação Infantil você vai desenvolver a
mente da criança começando a desenvolver as habilidades da criança, então a criança vai
tendo várias visões (Professora B).
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
19
Ah! Artes é tudo. Como nós trabalhamos com Educação Infantil, que é o criar, o imaginar, o
explorar, então tudo que é transformado, em tudo que a criança consegue construir, é uma
arte ... Pode sim porque nessa etapa as crianças não conseguem desenvolver as habilidades,
entendeu… na escrita, na leitura, mas parte do desenho, parte do montar, entendeu… a partir
do juntar, do riscar, transforma em uma arte, transforma também no conhecimento da criança
que desenvolve as habilidades através dos movimentos, através olhar dos gestos, através
do pintar do cortar, do colar. (Professora C).
é muito importante, eu mesmo trabalho muito com artes na Educação Infantil, gosto de
trabalhar com as crianças, com as mãozinhas. Esses dias mesmo nós criamos um desenho
muito bonito do dia do livro infantil, fizemos o cabelo da boneca do Sítio do Pica Pau
Amarelo, a Emília, nós fizemos com a mãozinha ... Com certeza acredito que sim! [as Artes]
contribuem na aprendizagem da criança, no desenvolvimento da criança. (Professora D).
De acordo com a fala da Professora A, podemos observar a presença predominante das
Artes Visuais enquanto a Linguagem Artística mais trabalhada nas duas Instituições
pesquisadas. Esse fato pode ser em decorrência de um acesso maior que as educadoras
tiveram a essa Linguagem, aos materiais disponíveis para o trabalho com Artes e as visões
construídas socialmente do que é trabalhado em Arte nas escolas.
Interessante observar, que a Professora B demonstra uma preocupação com a
valorização do profissional de Artes, pois segundo ela é necessário que seja trabalhado a
valorização da arte já na Educação Infantil, para que futuramente as crianças possam se tornar
adultas e que valorizem essa disciplina fundamental tanto no desenvolvimento humano
quanto no nosso cotidiano.
Podemos perceber também, que as docentes apesar de não serem formadas em Artes, e
não terem tido acesso a formações continuadas na área, demonstram gostar de trabalhar com
Artes e valorizar a sua presença na Educação Infantil. Ao ser perguntado a elas se gostavam
de trabalhar com Artes, responderam da seguinte forma:
Sim! Amo. (Professora A).
Eu gosto, mais moço, ajuda, entendeu… e é tranquilo e já ajuda. (Professora C).
Gosto! Porque arte chama muito atenção da criança, a arte chama muito atenção, desenvolve
o intelectual da criança então eu acho importante trabalhar a arte na Educação infantil.
(Professora D).
Portanto podemos perceber nas falas das docentes que as Artes estão constantemente no
cotidiano da Educação Infantil e que trabalhar com Artes é visto como algo acessível e
prazeroso tanto para as professoras quanto para os alunos.
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
20
Considerações finais
Conhecer o processo de implementação da Educação Infantil é adentrar um espaço
permeado de lutas e reivindicações em busca do reconhecimento da criança enquanto sujeito
de direitos, inclusive com o direito à uma educação de qualidade desde o nascimento.
Refletir e ressaltar a importância do ensino de Artes na Educação Infantil é fundamental
tanto para as crianças que têm o direito a uma educação de qualidade e que precisam ter
acesso aos conhecimentos da área de Artes, quanto para a área de conhecimento que merece
ter sua importância na vida das crianças, jovens e adultos reconhecida e valorizada.
Importantes reflexões a respeito foram possíveis a partir dessa investigação.
Primeiramente, a pesquisa nos mostrou a carência de professores nas duas escolas com
formação em Arte. Conforme mencionado, apesar do município de Tocantinópolis ter um
curso de Licenciatura em Educação do Campo com Habilitação em Artes e Música, tendo
algumas turmas formadas, esses profissionais ainda não conquistaram esses postos de
trabalho. Além disso, esse curso forma docentes para atuar nas escolas do Ensino
Fundamental Anos Finais e Ensino Médio, portanto, mesmo tendo na região uma formação na
área de Artes, essa não contempla e prepara seus formados para atuar na Educação Infantil e
Ensino Fundamental Anos Iniciais. Como a formação superior para essas etapas de ensino é a
de Pedagogia, é importante que o currículo das Universidades contemple os conhecimentos
em Artes, valorizando todas as Linguagens Artísticas e possibilitando para seus alunos
espaços de aprendizagem e experimentação em Artes Visuais, Dança, Teatro e Música.
A possível carência de contato com as demais linguagens artísticas pode acarretar um
desconhecimento que influencia no trabalho das docentes. Ao compartilharem suas
experiências e impressões em Artes e de Artes, as professoras frequentemente traziam
experiências voltadas às Artes Visuais, sendo a Música a única outra linguagem mencionada
por uma das professoras, apenas uma vez.
Foi observado também que as professoras entrevistadas têm uma longa experiência na
Educação Infantil e demonstram muita dedicação e empenho no desenvolvimento do fazer
docente. Embora não possuam formação na área das Artes, elas demonstraram gostar de
trabalhar com a área e valorizar a sua importância na vida das crianças e seu potencial
didático na Educação Infantil. Nesse sentido, elas ressaltam que a Arte é de suma relevância
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
21
no processo de ensino e aprendizagem da criança, pois auxilia no desenvolvimento das
habilidades importantes para as crianças.
Referências
Amaral, C. S. (2011). John Ruskin e o ensino do desenho no Brasil. São Paulo, SP: Editora
UNESP.
Araújo, G. C. (2014). O Ensino de Arte na Educação de Jovens e Adultos: uma experiência
em Cuiabá (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá.
Araújo, G. C., Oliveira, S. B., & Almeida, L. S. (2019). A formação do professor de Arte em
Tocantins: Velhos desafios e problemas na educação brasileira. Laplage em Revista, 5(2),
176-189.
Barros, J. D. (2005). A História Cultural e a Contribuição de Roger Chartier. Diálogos, 9(1).
125-141.
Chartier, R. (1990). A História Cultural: entre práticas e representações. Lisboa: DIFEL.
Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas.
Barbosa, A. M. (1988). Tópicos Utópicos. Belo Horizonte: C/Arte.
Barbosa, A. M. (2003). O Ensino da Arte no Brasil nos inícios do século XXI. Aprender.
Bogdan, R., & Birklen, S. K. (1982). Investigação qualitativa em educação. São Paulo: Atlas.
Brasil. (2016). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF:
Presidência da República.
Brasil. (1996). Diretrizes para a Política Nacional de Educação Escolar. 2.ed. Brasília:
MEC/ SEF/DPEF.
Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. (1998).
Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil.
Brasil. Ministério da Educação. (2009) Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil. Resolução CNE/CEB 5.
Brasil. Ministério da Educação e Cultura. (2017). Base Nacional Comum Curricular.
Educação Infantil e Ensino Fundamental.
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
22
Costa, C. A. (2020). Um olhar reflexivo acerca da Arte na Educação Infantil na Escola
Municipal Manoel de Sousa Lima (Tocantinópolis-TO) (Monografia de Graduação).
Universidade Federal do Tocantins, Tocantinópolis.
Marques, I., & Brazil, F. (2014). Arte em questões. São Paulo: Cortez.
Mendes, R. P. (2013). A Formação Continuada na Educação Infantil e sua repercussão na
prática docente (Dissertação de Mestrado). Universidade do Estado de Mato Grosso, Cáceres.
Neves, J. L. (1996). Pesquisa qualitativa: características, usos e possibilidades. Caderno de
Pesquisas em Administração, 1(3), 1-5.
Oliveira, R. R. A., & Teixeira, B. B. (2014). Acesso à educação infantil: desafios à política
municipal e a exigibilidade de seu direito. In Anais IV Congresso Ibero-Americano de
Política e Administração da Educação / VII Congresso Luso Brasileiro de Política e
Administração da Educação. Porto, Portugal.
Santos, J. B., & Sousa Junior, L. (2021). Os Recursos Direcionados às Crianças de 0 a 5 Anos
de Idade no Contexto do Fundeb em João Pessoa/PB. FINEDUCA-Revista de Financiamento
da Educação, 11.
UFT. (s.d). Tocantinópolis. Município. Campus de Tocantinópolis. Universidade Federal do
Tocantins.
Informações do Artigo / Article Information
Recebido em: 31/01/2023
Aprovado em: 22/03/2023
Publicado em: 30/05/2023
Received on January 31th, 2023
Accepted on March 22th, 2023
Published on May, 30th, 2023
Contribuições no Artigo: Os(as) autores(as) foram os(as) responsáveis por todas as etapas e resultados da pesquisa, a
saber: elaboração, análise e interpretação dos dados; escrita e revisão do conteúdo do manuscrito e; aprovação da versão
final publicada.
Author Contributions: The author were responsible for the designing, delineating, analyzing and interpreting the data,
production of the manuscript, critical revision of the content and approval of the final version published.
Conflitos de Interesse: Os(as) autores(as) declararam não haver nenhum conflito de interesse referente a este artigo.
Conflict of Interest: None reported.
Avaliação do artigo
Artigo avaliado por pares.
Article Peer Review
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em duas instituições de ensino de
Tocantinópolis-TO...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15631
10.20873/uft.rbec.e15631
2023
23
Double review.
Agência de Fomento
Não tem.
Funding
No funding.
Como citar este artigo / How to cite this article
APA
Santos, G., & Miranda, C. F. (2023). Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista
docente em duas instituições de ensino de Tocantinópolis-TO. Rev. Bras. Educ. Camp., 8, e15631.
http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e15631
ABNT
SANTOS, G.; MIRANDA, C. F. Pensando sobre as Artes na Educação Infantil: um olhar a partir do ponto de vista docente em
duas instituições de ensino de Tocantinópolis-TO. Rev. Bras. Educ. Camp., Tocantinópolis, v. 8, e15631, 2023.
http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e15631