RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2023
1
Este conteúdo utiliza a Licença Creative Commons Attribution 4.0 International License
Open Access. This content is licensed under a Creative Commons attribution-type BY
Revista Brasileira de Educação do Campo
Brazilian Journal of Rural Education
ARTIGO/ARTICLE/ARTÍCULO
DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e15645
Avaliação na educação infantil a partir da compressão de
professoras de uma pré-escola
Zanadréya Marinho Sodré1, Joedson Brito dos Santos2
1 Rede Pública Municipal de Tocantinópolis. Rua da Estrela 303, Centro. Tocantinópolis - TO. Brasil. 2 Universidade Federal
de Campina Grande - UFCG.
Autor para correspondência/Author for correspondence: zanadreya@gmail.com
RESUMO. A avaliação na Educação Infantil (EI) é um
elemento estrutural do planejamento e da prática pedagógica e
está vinculado ao currículo e aos processos formativos na EI,
mas existem desafios e dificuldades e equívocos na forma de sua
compreensão. O artigo objetiva refletir sobre a avaliação na EI a
partir da compreensão de professoras de um Pré-escolar do
município de Tocantinópolis/TO. Optamos por uma abordagem
de natureza qualitativa com pesquisa exploratória e
bibliográfica, tendo o estudo de caso como estratégia
metodológica e a aplicação de um questionário como técnica de
investigação. Os resultados apontam proximidade e adequação
entre a compreensão sobre avaliação das docentes investigadas
aos dispositivos legais e a literatura especializada. Contudo
evidencia uma abordagem genérica com expressão que sugere a
existência de práticas pautadas na avaliação classificatória,
seletiva e excludente. Certa fragilidade e equívoco conceitual na
explicitação dos instrumentos utilizados com avaliação na EI,
bem como sua importância para garantir procedimentos de
acompanhamento do trabalho pedagógico e de avaliação do
desenvolvimento das crianças, sem objetivo de seleção,
promoção ou classificação.
Palavras-chave: avaliação, educação infantil, desenvolvimento
e aprendizagem infantil, práticas docentes.
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2022
2
Evaluation in early childhood education based on the
understanding of preschool teachers
ABSTRACT. Assessment in Early Childhood Education (ECE)
is a structural element of planning and pedagogical practice and
is linked to the curriculum and training processes in ECE, but
there are challenges, difficulties and misunderstandings in the
way of understanding it. The article aims to reflect on the
evaluation in EI from the understanding of preschool teachers in
the city of Tocantinópolis/O. We opted for a qualitative
approach with exploratory and bibliographical research, using
the case study as a methodological strategy and the application
of a questionnaire as an investigation technique. The results
point to proximity and adequacy between the understanding
about the evaluation of the investigated professors to the legal
provisions and the specialized literature. However, it shows a
generic approach with an expression that suggests the existence
of practices based on classifying, selective and excluding
evaluation. A certain fragility and conceptual misunderstanding
in the explanation of the instruments used with evaluation in
ECE, as well as their importance to guarantee procedures for
monitoring the pedagogical work and evaluating the
development of children, with no objective of selection,
promotion or classification.
Keywords: assessment, early childhood education, child
development and learning, teaching practices.
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2022
3
Evaluación en educación infantil a partir de la
comprensión de docentes de preescolar
RESUMEN. La evaluación en Educación Infantil (EPI) es un
elemento estructural de la planificación y de la práctica
pedagógica y está vinculada al currículo y procesos formativos
en ECE, pero existen desafíos, dificultades y malentendidos en
la forma de entenderla. El artículo tiene como objetivo
reflexionar sobre la evaluación en IE a partir de la comprensión
de docentes de preescolar en la ciudad de Tocantinópolis/O.
Optamos por un enfoque cualitativo con investigación
exploratoria y bibliográfica, utilizando el estudio de caso como
estrategia metodológica y la aplicación de un cuestionario como
técnica de investigación. Los resultados apuntan a la proximidad
y adecuación entre la comprensión sobre la evaluación de los
profesores investigados a las disposiciones legales y la literatura
especializada. Sin embargo, muestra un enfoque genérico con
una expresión que sugiere la existencia de prácticas basadas en
la evaluación clasificadora, selectiva y excluyente. Cierta
fragilidad y malentendido conceptual en la explicación de los
instrumentos utilizados con la evaluación en ECE, así como su
importancia para garantizar procedimientos de seguimiento del
trabajo pedagógico y evaluación del desarrollo de los niños, sin
fines de selección, promoción o clasificación.
Palabras clave: evaluación, educación infantil, desarrollo y
aprendizaje infantil, prácticas docentes.
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2023
4
Introdução
A avaliação na Educação Infantil (EI) é um elemento estrutural do planejamento e da
prática pedagógica e está vinculada ao currículo e aos processos formativos, mas existem
desafios e dificuldades e equívocos na sua compreensão conceitual, bem como qual seja sua
finalidade e papel e ainda qual a diferença entre avaliação na EI e da EI. De acordo com
Didonet (2012), por avaliação da EI compreende-se a avaliação da oferta, seja ela pública ou
privada, da cobertura e da qualidade do atendimento. A avaliação na EI refere-se aos
processos avaliativos da criança e seus processos de desenvolvimento e aprendizagem que
ocorrem nas instituições de creche e pré-escola. No presente estudo trataremos desse segundo
foco.
O processo de avaliação na EI é um importante meio para o acompanhamento e
construção do desenvolvimento e aprendizagem da criança e da prática docente, que se
desenvolvem através de procedimentos didáticos no ambiente escolar ao longo dos anos.
Sendo papel do docente verificar a sua proposta de maneira flexível, levando em consideração
as especificidades da primeira etapa da educação básica e as singularidades e particularidades
da criança, sem a finalidade de classificar, aprovar ou selecionar. Sobretudo, tendo em vista
os processos de planejamento das ações didáticas pedagógicas com centralidade na criança.
Como nos aponta Hoffmann (2013) a avaliação “envolve um conjunto de
procedimentos inerentes ao fazer pedagógico. Os princípios que embasam a avaliação
norteiam o planejamento, as propostas pedagógicas e a relação entre todos os elementos da
ação educativa” (Hoffmann, 2013, p. 19). No contexto da EI que tem como foco central a
criança e seus processos de desenvolvimento biopsicossocial, a avaliação nos incita a refletir
sobre a prática pedagógica, a criança e os múltiplos registros de acompanhamento, sobretudo,
porque o fazer pedagógico demanda uma avaliação contínua. Por isso, o ato de avaliar requer
um olhar e escuta atenta em relação à criança e seus processos de desenvolvimento e
aprendizagem infantil. Processo que demanda, registros de diversas naturezas, observação e
acompanhamento.
Porém, avaliar na EI é algo complexo e difícil que pode causar muitas ambiguidades,
dúvidas, enganos e insegurança da parte das professoras da EI, sobretudo, pela falta de clareza
quanto ao seu papel e finalidade, seus instrumentos e sua adequação aos documentos legais
sobre a EI e os múltiplos contextos dos sujeitos envolvidos. Além da fragilidade na
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2023
5
compreensão das características e especificidades da EI e do trabalho com crianças de 0 a 5
anos de idade (Guimarães, Cardona & Oliveira, 2014).
Assim, apesar estrutural e estruturante da prática pedagógica, ainda muitas
dificuldades e equívocos na compreensão sobre avaliação na EI, por parte das professoras,
que tem ocasionado distintas interpretações com repercussões na prática pedagógica e no
desenvolvimento infantil. Com já observado por Alves (2011) que, ao pesquisar concepções e
sentidos de professores sobre avaliação na EI constatou que a continuidade de concepções de
avaliação diagnósticas, classificatório e desenvolvimentistas na EI, que seguem o modelo
lógico da avaliação do Ensino Fundamental. Nesse sentido, o presente trabalho aborda o tema,
através da compreensão de professoras sobre o processo avaliativo na EI.
Com esta pesquisa objetivamos compreender como as professoras de uma pré-escola
compreendem e realizam a avaliação na EI, enquanto elemento central para o
desenvolvimento da aprendizagem da criança e do docente, que requer olhar crítico e
reflexivo. Entendemos a importância do tema da avaliação na EI e os sentido e compreensão
docente sobre a avaliação e sua operacionalização na EI, bem como sua adequação às
proposições de documentos legais e aos aportes teóricos e metodológicos para o trabalho
educativo com crianças da EI. De (des)construir conhecimentos e práticas contrárias a uma
avaliação mediadora que são promotoras de uma avaliação seletiva, excludente, punitiva e
classificatória.
A pesquisa é de caráter qualitativo, tendo o estudo de caso como estratégia de pesquisa
e o questionário como técnica de pesquisa. A luz de leituras reflexivas da literatura da área,
particularmente, em Oliveira (2005), Hoffmann (2013;2012), Fullgraff e Wiggers (2014),
Guimarães, Oliveira e Cardona (2014), Campos (2014), Corsino (2022) e de documentos
como as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI), Referencial
Curricular Nacional da Educação Infantil (RCNEI), e Base Nacional Comum Curricular
(BNCC). A pesquisa foi realizada durante o primeiro semestre de 2022 e utilizou-se do
questionário com questões abertas e fechadas enviadas às professoras de um Pré-escolar do
município de Tocantinópolis/TO.
O texto está estruturado em cinco momentos considerando essa breve introdução. No
segundo momento traz uma contextualização sobre o processo avaliativo na EI. Em seguida,
apresentamos o percurso metodológico do estudo. No quarto momento trazemos os resultados
da pesquisa e na sequência as considerações finais.
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2023
6
Contextualização do processo avaliativo na educação infantil
De acordo com Luckesi (2011) o ato de avaliar é eminentemente humano e por tanto está
vinculado a toda ação do ser humano. Ela pode ser compreendida como a investigação da
qualidade dos resultados de nossa ação, tendo em vista uma tomada de decisão para a sua
melhoria. Uma atividade que fornece conhecimentos para ação e tomada de decisão, por isso
mesmo requer precisão e cuidados metodológicos. No caso da educação, “uma atribuição de
qualidade, com base em dados relevantes da aprendizagem dos educandos, para uma tomada de
decisão” (Luckesi, 2011. p. 264). Essa definição refere-se à avaliação de aprendizagem escolar
“como um ato de investigar a qualidade do desempenho dos educandos, tendo por base dados
relevantes, decorrentes de sua aprendizagem e, se necessário, numa intervenção, a fim de corrigir
os rumos da ação”. (Luckesi, 2011. p. 264).
No caso da EI o foco e centralidade da avaliação é a criança e não o aluno, os processos
de desenvolvimento e aprendizagem e não os processos de ensino. É compreendida como uma
prática pedagógica de acompanhamento e reflexão dos processos desenvolvimento e
aprendizagem da criança, por meio da observação criteriosa e de múltiplos modos de fazer
registros para promover o conhecimento, promoção do desenvolvimento e aprendizagem
infantil. Por isso, de acordo com Hoffmann (2013, p. 13), “avaliar não é julgar, mas
acompanhar um percurso de vida da criança, durante o qual ocorrem mudanças em múltiplas
dimensões com a intenção de favorecer o máximo possível seu desenvolvimento” associado a
reflexão da pesquisadora, o processo avaliativo não pode ser entendido como um produto
final que delimita e rotula a criança, portanto cabe ao professor acompanhá-la na sua trajetória
de maneira a observar e mediar seu desenvolvimento integral.
Entretanto, como alerta Fullgraf e Wiggers (2014) a EI, historicamente, sofre a
influência do sistema escolar como um todo, que utiliza amplamente os modelos e
instrumentos de avaliação classificatória, e particularmente, dos métodos, modelos e
instrumentos de avaliação da aprendizagem do ensino fundamental. Quando na verdade, a
avaliação na EI diz respeito a descrever, registrar e acompanhar os processos de
desenvolvimento e interações e não em quantificar o ensino e aprendizagem.
Füllgraf e Wiggers (2014) apontam que por muito tempo a avaliação foi entendida
como classificação de desempenho das crianças tendo como objetivo, quase sempre, “a
aprendizagem das crianças numa perspectiva dos resultados da aprendizagem”, pois assim,
seria mais possível classificar e quantificar desempenho da criança, em geral, a partir da
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2023
7
representação numérica ou em conceitos/habilidades. (Fullgraf & Wiggers, 2014, p. 164). Por
essa razão, Hoffman (1996), defende que a avaliação na EI tem que considerar os fatores
socioculturais próprios e passa a exigir, nestes tempos de expansão de políticas públicas para
o atendimento educacional dessa faixa etária, uma série de reflexões a respeito dos
pressupostos fundamentais da EI. A autora indica que,
... o modelo de avaliação classificatória se faz presente nas instituições de educação infantil
quando, para elas avaliar é registrar ao final de um semestre (periodicidade mais frequente na
pré-escola) os comportamentos que a criança apresentou, utilizando-se para isso, listagens
uniformes de comportamentos a serem classificados a partir de escalas comparativas tais
como: atingiu, atingiu parcialmente, não atingiu, muitas vezes, não apresentou, muito bom,
bom, fraco; e outros. (Hoffmann, 1996, p. 12).
A partir dessa compreensão, a forma de exames estava presente na EI, não tendo muito
o que ser feito em relação a crianças, pois, a finalidade da avaliação se limitava a simples
estratégia de conhecer o que as crianças sabiam, apoiadas em propostas pedagógicas
vinculadas a teorias utilizadas por testes psicológicos ou experimentais, esperando obter
resultados para classificar em relação a conceitos e habilidades o que definia a aprendizagem,
assim, contribuir com estereótipos e rótulos.
Nesse sentido, faz-se necessário conhecer, analisar e romper com esse modelo de
avaliação classificatória que tem por objetivo controlar a ação do professor e julgar a ação das
crianças, tornando-se excludente e seletiva. Muitos são os desafios a que se compreender e
enfrentar Campos (2014) chama atenção, por exemplo, para questões estruturantes que afetam
a EI, principalmente, a creche, e que são necessários para o enfrentamento da avaliação na EI,
por exemplo, o fato de muitas turmas de EI funcionarem nos mesmos prédios do ensino
fundamental; a lógica dos prédios escolares e seu caráter controlador, de vigilância e punição,
caracterizado na existência de uma professora ou outro profissional como observador dos
acontecimentos e comportamento nos espaços e momento da escola; “as equipes de gestão
funcional na mesma gica. Não havendo distinção entre a formação exigida para diretor,
coordenador pedagógico, secretários e funcionários operacionais”; e, muitos professores que
atuam na EI atuam ao mesmo tempo no ensino fundamental ou em outra etapa de educação,
dentre outros aspectos (Campos, 2014, p. 65). Por isso, esse debate precisa ser enfrentado
mais sistematicamente, bem como os processos de formação docente precisam de mais
atenção no que se refere ao tema.
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2023
8
A LDB/ 1996 estabelece, na Seção II, artigo 31 que avaliação na EI far-semediante
acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção,
mesmo para o acesso ao ensino fundamental.” (Brasil, 1996). Portanto a avaliação na
Educação Infantil não tem caráter de aprovação ou reprovação, mas sim de refletir e
acompanhar o seu envolvimento e desenvolvimento nas atividades propostas. Por isso, o
Parecer CNE/CEB 20/2009 a avaliação deve funcionar como um instrumento de reflexão
sobre a prática pedagógica na busca de melhores caminhos e estratégias para orientar as
aprendizagens e o desenvolvimento das crianças,
Ela deve incidir sobre todo o contexto de aprendizagem: as atividades propostas e o modo
como foram realizadas, as instruções e os apoios oferecidos às crianças individualmente e ao
coletivo de crianças, a forma como o professor respondeu às manifestações e às interações
das crianças, os agrupamentos que as crianças formaram, o material oferecido e o espaço e o
tempo garantidos para a realização das atividades. (Brasil, 2009, p. 16).
Nessa direção, as DCNEI vão dispor que as instituições de EI devem elaborar
procedimentos que acompanhem o trabalho pedagógico e que avaliem o desenvolvimento da
criança, garantindo que (DCNEI, 2010, p. 29):
A observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e interações das
crianças no cotidiano;
Utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças (relatórios,
fotografias, desenhos, álbuns etc.);
A continuidade dos processos de aprendizagens por meio da criação de estratégias
adequadas aos diferentes momentos de transição vividos pela criança (transição
casa/instituição de Educação Infantil, transições no interior da instituição, transição
creche/pré-escola e transição p-escola/Ensino Fundamental);
Documentação específica que permita às famílias conhecer o trabalho da instituição
junto às crianças e os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança na Educação
Infantil;
A não retenção das crianças na Educação Infantil.
Desse modo, compreendemos por meio da LDB e das DCNEI que o processo avaliativo
na EI envolve diversas técnicas e instrumentos de avaliação, que serão selecionados e/ou
produzidos pelas instituições e redes considerando as particularidades e singularidades da
criança e seus contextos, os fundamentos e finalidades do trabalho pedagógico com a criança
pequena, e o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físicos, psicológico,
intelectual e social” (Brasil, 1996) e sua constituição enquanto “sujeito histórico e de direitos
que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2023
9
pessoal e coletiva ... e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura
(Brasil, 2009).
Sendo assim, a partir da LDB, das DCNEI e de outros documentos legais da EI, a
avaliação na EI deve ser compreendida e defendida como uma prática educativa que tem
como desígnio “promover o acompanhamento e a reflexão sobre as maneiras mais adequadas
do trabalho pedagógico e de avaliação do desenvolvimento e aprendizagem da criança, sem
objetivo de seleção, classificação ou promoção” (Oliveira & Guimarães, p. 94). Esse
acompanhamento deve se realizar “por meio da observação criteriosa, mediante as várias
circunstâncias cotidianas, dos múltiplos modos de fazer registros e sua documentação e da
informação” que possibilite que às famílias e responsável pela criança possam não
conhecer o desenvolvimento e aprendizagem, mas também contribuir com esse processo
(Oliveira & Guimarães, p. 94).
Por ser a infância uma importante fase de vivências e experiências inerentes à criança e
a EI uma etapa de transição de idade, de processos de desenvolvimento e de aprendizagens
Corsino (2021, p. 3) vai afirmar que a avaliação é um desafio, porque o educador e avaliador
é um debruçar-se sobre o que se faz, o que se fez e o que se poderá fazer melhor, durante o
tempo de convívio coletivo”. Neste sentido, requer um olhar e escuta atenta do docente para
diagnosticar o que a criança sabe e o que ainda precisa saber e qual caminho seguir no
processo de desenvolvimento da aprendizagem, contemplados no planejamento do professor
de maneira flexível, sendo responsivo as curiosidades da criança, interação e descoberta de
um novo mundo.
Por isso, a avaliação na EI é um processo formativo indissociável do processo educativo
que precisa considerar a observação, registro e avaliação formativa, como apontava o
RCNEI a afirmar a avaliação na EI como “um conjunto de ações que auxiliam o professor a
refletir sobre as condições de aprendizagens oferecidas e ajustar a sua prática às necessidades
colocadas pela criança” (Brasil, 1998, p. 59). Possui caráter formativo, pois visa o diagnóstico
e o acompanhamento do educando em todos os seus aspectos, com a finalidade de conduzir o
trabalho pedagógico de promoção do desenvolvimento infantil.
Neste sentido, cabe ao docente refletir sobre a avaliação em conformidade com os
documentos vigentes que embasam e sustentam a prática pedagógica, sobre como avaliar e
quais instrumentos utilizar. De acordo com Corsino (2021, p. 14). “A avaliação nas práticas
cotidianas volta-se à compreensão da aprendizagem infantil, à organização das ações docentes
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2023
10
e à indicação de temas relevantes para a formação continuada de professores, como atividade
integrada aos atos escolares”. Dessa forma, é imprescindível conhecer a criança em sua
totalidade, observando sempre como se apresenta diante do grupo, sua interação com os
objetos e os materiais, estar atento às suas preferências, rejeições, alegrias, tristezas e seu
posicionamento com o surgimento de conflitos.
Com base nessa discussão, a Avaliação na EI parte da observação e registros realizados
pela professora, contudo, faz-se necessário refletir sobre o que observar e quais instrumentos
utilizar. Entretanto, para executar o processo avaliativo, precisamos ter claro o que estamos
avaliando, levando em consideração o processo de desenvolvimento da criança. A avaliação
está sobreposta ao processo de planejamento das ações educativas do professor, assim,
Esta deverá ser formativa, ou seja, realizada ao longo do processo visando aperfeiçoá-lo -
não sendo conveniente o seu uso para rotular, enquadrar, emitir juízo, comparar, quantificar,
julgar ou prestar contas para alguém, ou, ainda, para a simples constatação de problemas. Ao
contrário, a avaliação deve subsidiar melhoras tanto no planejamento quanto na execução
dele, nas relações entre e com as crianças e principalmente, no ambiente que deve ser
fomentador de aprendizagens significativas (Fullgraf & Wiggers, 2014, p. 185).
No processo avaliativo na EI, a observação e o registro são indispensáveis para
assegurar que esta atividade. De acordo RCNEI ,
Por meio deles o professor pode registrar, contextualmente, os processos de aprendizagem
das crianças; a qualidade das interações estabelecidas com outras crianças, funcionários e
com o professor e acompanhar os processos de desenvolvimento obtendo informações sobre
as experiências das crianças na instituição. Esta observação e seu registro fornecem aos
professores uma visão integral das crianças ao mesmo tempo que revelam suas
particularidades. (Brasil, 1998, p. 58).
Segundo as DCENI as instituições e seus profissionais devem criar procedimentos e
instrumento para acompanhamento do trabalho pedagógico e para avaliação do
desenvolvimento das crianças que considerem:
A observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e interações das crianças no
cotidiano; Utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças (relatórios,
fotografias, desenhos, álbuns etc.); A continuidade dos processos de aprendizagens por meio
da criação de estratégias adequadas aos diferentes momentos de transição vividos pela
criança (transição casa/instituição de Educação Infantil, transições no interior da instituição,
transição creche/pré-escola e transição pré-escola/ Ensino Fundamental); Documentação
específica que permita às famílias conhecer o trabalho da instituição junto às crianças e os
processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança na Educação Infantil;
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2023
11
Portanto, a docente precisa ter consciência e condições de realizar uma avaliação de
modo coerente deve fazer uso da observação crítica e criativa, com a utilização de múltiplos
registros dentre eles relatórios, fotografias, desenhos, álbuns etc. Deve criar estratégias
adequadas aos diferentes momentos de transição da criança e realizar a documentação
específica do trabalho junto às crianças, suas trajetórias e processos de desenvolvimento e
aprendizagem, juntos aos contextos e ao cotidiano das brincadeiras e interações. Um exercício
que deve retratar as teorias e os fundamentos que sustentam a sua prática pedagógica.
Para Fullgraf e Wiggers, (2014, p. 188),
Registrar para avaliar significa falar sobre as dificuldades e avanços, comparando o antes e o
depois, buscando informações que melhor descrevam a participação da criança. Este registro
deve ser detalhado o suficiente de maneira a visualizar o caminho para ações, pensamentos e
atitudes mais complexas ao se defrontarem com novas situações e problemas. Descrever
superficialmente estes caminhos não nos dão informações profundas e significativas para
avançar nas situações pedagógicas. (Fullgraf & Wiggers, 2014, p. 188).
Dessa maneira a avaliação é uma prática que deve levar em consideração que cada
criança é única, sendo observado seu processo de aprendizagem de formas e maneiras
diferentes, considerado sentimentos, habilidades e conhecimentos. Para tanto, o professor
precisa ter uma proposta flexível, visto que, a ação pedagógica proporciona diferentes
experiências e internalizações às crianças. Daí a importância de se compreender a criança na
sua individualidade e propor meios diversos para desenvolver as suas aprendizagens.
Com a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a avaliação na EI
ampliou as orientações através de novas possibilidades para a reestruturação do currículo que
assegura a concepção de criança e infância contando uma nova divisão de grupos por faixa
etária para bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas. Além disso, definiu direitos de
aprendizagem para a construção do currículo para EI, são eles, os direitos de: Conviver,
Brincar, Participar, Explorar, Expressar e Conhecer-se. Todos eles devem ser levados em
consideração e deve ser pensando no que ficou denominado de Campos de Experiências: O
eu, o outro e o nós: Traços, sons, cores e formas; Corpo, gestos e movimentos, Fala, escuta,
pensamento e imaginação e Espaços, tempos quantidades, relações e transformações. Desse
modo, se faz necessário ampliar ou aguçar o olhar e a escuta atenta e apoia-se em práticas e
instrumentos que acompanham o desenvolvimento da criança nessa etapa tão importante
considerando essas proposições.
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2023
12
Neste sentido podemos compreender que os registros educacionais realizados pelos
professores devem retratar todas as observações que são significativas para o processo de
desenvolvimento das aprendizagens da criança, sendo múltiplas as opções: caderno de
registro, fotografia, mini história, vídeo, cartaz, painel, portfólio entre outros. Neles constam a
trajetória da criança e experiências com base nos dois grandes eixos: brincadeiras e
interações. Todos esses aspectos evidenciam que a avaliar na EI é algo complexo e que
precisa de atenção quanto à sua compreensão, papel e finalidade, bem como sua importância
nos cursos de formação docente, seja inicial ou continuada.
Percurso metodológico da investigação
O estudo teve como objetivo refletir sobre a avaliação na EI a partir da compreensão de
professoras de um Pré-escolar do município de Tocantinópolis TO. Para alcançar o objetivo
deste estudo optamos por uma abordagem de natureza qualitativa com pesquisa exploratória e
bibliográfica, tendo o estudo de caso com estratégia metodológica e a aplicação de um
questionário como técnica de produção de dados e informações. De acordo com Markoni e
Lakatos (2017) trata-se uma técnica de investigação e instrumento de coleta de dados
estruturado com uma sequência de questões objetivas ou subjetivas que devem aplicado aos
sujeitos participantes da uma pesquisa com a finalidade de alcançar, aprofundar ou esclarecer
respostas e informações mais pontuais e objetivas sobre um tema ou fenômeno, sentimentos,
comportamento ou expectativas entre outros aspectos.
A pesquisa foi desenvolvida em uma unidade de EI da rede pública do município de
Tocantinópolis/To, que atende crianças de 4 e 5 anos de idade e os sujeitos da pesquisa foram
professoras das turmas de jardim I e II, em junho de 2022. Devido à intensidade das
demandas de conclusão do semestre letivo por parte da instituição e seguindo as
recomendações de segurança sugeridas pelo Ministério da Saúde em virtude, ainda, do
contexto de pandemia da Covid-19, para não colocar em risco a saúde das professoras,
trabalhamos com questionários.
O questionário foi organizado e dividido em duas partes, com questões fechadas e
abertas: a primeira consta a identificação e caracterização dos sujeitos da pesquisa e a segunda
contendo 04 questões abertas e argumentativas, na qual as professoras responderam sobre o
que entendem sobre avaliação na EI e como realizam os processos avaliativos nessa etapa da
educação.
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2023
13
A pesquisa foi realizada em passos distintos, mas que complementam o conjunto da
análise: pesquisa bibliográfica, embasada em documentos, livros e artigos que tratam sobre a
temática em tela, visita em lócus para apresentar as professoras o referido estudo; e por fim, o
envio dos questionários às professoras participantes via WhatsApp, com a intenção de
compreender como as docentes entendem e realizam o processo avaliativo na EI
i
.
Compreensão de professoras de uma pré-escola sobre avaliação na educação infantil
De acordo com pesquisa, a instituição possui três turmas de Jardim I, quatro de Jardim
II e uma sala de Atendimento Educacional Especializado. No ano de 2022, a Pré-escola teve
132 crianças matriculadas. Essas estavam distribuídas em 03 turmas de jardim I compondo
um total de 61 crianças e 04 turmas de jardim II, ao todo com 71 crianças.
Fizeram parte da análise três professoras efetivas: uma que atua na turma de Jardim I e
duas no Jardim II. As professoras tinham os seguintes perfis: a professora “A” se
autodeclarou parda, tem faixa etária entre 42 a 49 anos, graduada em Normal Superior. Exerce
a profissão 15 anos e todo esse tempo de docência foi dedicado à EI; A professora “B”
também se autodeclarou parda, com faixa etária entre 42 a 49 anos, graduada em pedagogia,
atuando 15 anos somente na Educação Infantil. Quanto a professora “C”, se declarou
parda, tem faixa etária entre 42 e 49 anos, atua na educação 21 anos. Tais informações são
relevantes para compreensão do tempo em tela, pois sugere que formação e tempo de atuação
no segmento EI podem indicar certo conhecimento e propriedade para tratar do tema.
Na primeira questão foi perguntado às professoras o que é ou como se dá a avaliação na
EI e qual a sua importância. Segundo a professora A:
A avaliação na educação infantil se dá através de parecer descritivos onde o professor aponta
o que a criança alcançou durante o bimestre ou semestre no ano letivo. Para que o docente da
série seguinte possa visualizar as capacidades desenvolvidas pelo discente o analisar o que
pode fazer para melhor cada vez mais o desempenho das crianças com mais qualidades.
A professora B destacou que trata-se de “um processo de acompanhamento do
desenvolvimento, que acontece atrelado à observação atenta, tornando-se um instrumento
muito importante para o professor acompanhar a aprendizagem das crianças”. Ela apontou
que,
A avaliação na educação infantil deve ser contínua, precisa ser contemplando os momentos
em que a criança exercita o aprendizado, no desenvolvimento das habilidades na
expressividade dos sentidos que define suas relações. A importância advém em apontar
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2023
14
como a criança está se desenvolvendo, como também para examinar as falhas que ocorrem
no aprendizado e o que pode ser feito para corrigi-las, a fim de garantir a real aprendizagem
e desenvolvimento dos alunos em todos os aspectos.
Para a professora C:
A avaliação é um processo de acompanhamento do desenvolvimento da criança, realizado
através da observação e do registro, que possibilita ao educador, conhecer os avanços dos
educandos, no desenvolvimento infantil e na aprendizagem, sendo assim cabe ao professor
acompanhar os processos de desenvolvimento das crianças, através de atividades diversas
como: leitura, escrita, brincadeiras individuais e coletivas. É o modo pelo qual o professor irá
acompanhar o desenvolvimento da criança e vai perceber onde a criança está mais
desenvolvida e qual a sua maior dificuldade que precisa ser trabalhada.
As respondentes A. B e C apresentaram certa concordância com a literatura e com a
legislação da área. De acordo com Hoffmann (2013), Fullgraff e Wiggers (2014), a avaliação
na EI é um processo que deve acontecer de maneira contínua, em todas as atividades
propostas à criança, através do acompanhamento e da observação, regados de atenção para
ofertar melhores oportunidades para o desenvolvimento da aprendizagem da criança e da
prática docente. Esse fazer pedagógico proporciona à criança participar ativamente, tornando-
se protagonista na construção de seus conhecimentos. Nesse sentido, será função da
professora acompanhá-la de maneira crítica e criativa realizando múltiplos registros que
servem de base para a sua observação, reflexão e tomada de decisões.
Contudo, nota-se que há um equívoco na fala da professora A, pode sugerir a avaliação
como um fim e não como um meio para o desenvolvimento da criança, ao colocar a avaliação
por meio de uma parecer que vai apontar o que a criança alcançou durante período do ano
letivo, para passar para o docente da série seguinte, além disso a expressão série seguinte
também aponta fragilidade na ausência da expressão mas pedagógica e apropriada para se
referir a EI, mesmo que essa possa não ser a sua intencionalidade. Vale ressaltar que, a
expressão examinar as falhas que ocorrem no aprendizado ditas pela professora B e o
destaque na leitura, escrita, brincadeiras individuais e coletivas que aparecem na compressão
da professora C, por si não permite compreender a complexidade e expansão do
entendimento das respondentes sobre a avaliação na EI.
A resposta da professora B iniciou de acordo com a LDB, DCNEI e RCNEI, quando
afirma que a avaliação é um processo de acompanhamento do desenvolvimento, que acontece
atrelado à observação atenta, porém, no decorrer de sua resposta observamos que na sua
compreensão a avaliação possui um caráter de seleção e classificar quando usa expressões,
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2023
15
como apontar, examinar e corrigir falhas em crianças em processo de desenvolvimento e
aprendizagem inicial, “a fim de garantir a real aprendizagem e desenvolvimento dos alunos
em todos os aspectos”. As respostas parecem partir de um pressuposto de que existe uma
forma aprendizagem e de desenvolvimento modelo padronizado que precisa ser comparado e
alcançado.
Quanto à resposta da professora C, nota-se que esta fundamenta-se nos documentos
legais ao destacar que “a avaliação é um processo de acompanhamento do desenvolvimento
da criança, realizado através da observação e do registro, que possibilita ao educador,
conhecer os avanços dos educandos, no desenvolvimento infantil e na aprendizagem”. A
resposta também aponta para dimensão ou compreensão da avaliação mediadora. Segundo
Hoffman (2012) a avaliação mediadora caracteriza-se por uma observação individualizada da
criança e por uma ação pedagógica reflexiva em relação ao educando, visando o planejamento
intencional para sempre melhorar o objeto avaliado.
Na segunda questão foi perguntado sobre com qual frequência realizam a avaliação das
crianças. A professora A respondeu que
As avaliações são feitas diariamente no andamento ou desenvolvimento das atividades em
sala de aula assim, possibilitando o professor a planejar suas aulas dentro das dificuldades
analisadas no processo dessas atividades. Bimestral ou semestral é um parecer descritivo
dessas habilidades dentro de um conjunto de informações recolhidas durante o
desenvolvimento de aprendizagem.
Para a professora B, a avaliação ocorre “De forma contínua que por meio dela é
possível acompanhar o desempenho emocional, cognitivo e afetivo de cada criança. Além de
ajudar a identificar formas de apoiar a aprendizagem e o desenvolvimento de cada um deles e
suas dificuldades”. Já a professora C, respondeu que, “De acordo o planejamento a avaliação
é contínua e processual, sendo, de grande importância, fazer os ajustes necessários todos os
dias da nossa prática pedagógica, para melhor desenvolvimento das habilidades das crianças
no processo educativo”.
Com base nos relatos das professoras A, B e C, entendemos que enfatizam sobre a
avaliação contínua a ser realizada diariamente dentro de um conjunto de informações
transmitidas pela criança, tornando-se um caminho a ser percorrido de maneira crítica e
reflexiva, através de uma prática flexível. As reflexões estão de acordo, com o Parecer
CNE/CEB nº 20/2009, ao destacar que,
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2023
16
A avaliação deve ocorrer do seguinte modo: A avaliação é instrumento de reflexão sobre a
prática pedagógica na busca de melhores caminhos para orientar as aprendizagens das
crianças. Ela deve incidir sobre todo o contexto de aprendizagem: as atividades propostas e o
modo como foram realizadas, as instruções e os apoios oferecidos às crianças
individualmente e ao coletivo de crianças, a forma como a professora respondeu às
manifestações e às interações das crianças, os agrupamentos que as crianças formaram, o
material oferecido e o espaço e o tempo garantidos para a realização das atividades”. (Brasil,
2009, p. 16).
Na terceira questão foi perguntada às professoras quais(os) instrumentos utilizam no
processo de avaliação das crianças. Em resposta, a professora A, disse que esta ocorre através
da, “Observação, participação e cooperação no desenrolar das atividades desenvolvidas em
sala de aula, com as experiências brincar, o lúdico, o gosto em escutar histórias infantis e suas
oralidades de suas expressões do que gosta e do que não gosta”. Para a professora B, os
instrumentos são: “A observação e o registro, pois são eles que dão possibilidade de fazer um
diagnóstico do processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças decorrente das
atividades propostas em todos os aspectos”. A última resposta da professora C, afirmou que,
“Utilizamos diversos instrumentos de avaliação desde o momento da entrada e saída do aluno
no ambiente escolar, sendo assim cabe ao professor acompanhar os processos de
desenvolvimento das crianças, através de atividades diversas como: leitura, escrita,
brincadeiras individuais e coletivas”.
Com base nas respostas das professoras A, B e C, percebemos que estão de acordo a
BNCC que orienta que é necessário “Construir e aplicar procedimentos de avaliação
formativa de processo ou de resultado que levem em consideração os contextos e as condições
de aprendizagem, tomando tais registros como referência para melhorar o desempenho da
escola, dos professores e dos alunos” (BNCC, 2017, p.17). Apesar da EI não ter como foco a
categoria desempenho nem focar na terminologia alunos por que ambas fortalecem um caráter
de ensino fundamental, de foco em desempenho e, portanto, em resultados. Mas também se
aproxima do que a LDEB e as DCNEI preconizam. Porém as respostas são genéricas e
abstratas, pois não apresentam explicitamente, nem descrevem os tipos e modelo de
instrumentos usados para observar, registrar e acompanhar cada aluno individual e
coletivamente, como o brincar, o gosto em escutar histórias infantis e suas oralidades, são
observados, registrados. É verdade que a DCNEI/2009 e sugere que as instituições criem seus
procedimentos para o acompanhamento do trabalho pedagógico, mas eles e seus usos
precisam ser melhor explicitados.
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2023
17
Na quarta questão foi perguntada às professoras: Na avaliação da criança, qual
instrumento considera mais importante. Segundo a professora A: “A atenção, porque se a
criança não estiver a atentar nas explicações ou orientação do professor encontrará muita
dificuldade em desenvolver suas habilidades e capacidade de aprendizagem”. Para a
professora B o mais importante é a observação, pois “através dela, detecto as dificuldades que
me direcionará e me possibilitará melhorar a minha prática pedagógica que,
consequentemente suprirá as dificuldades detectadas pela observação”. Já a professora C,
respondeu que:
O acompanhamento das crianças inclui uma atividade com materiais, outra coletiva, no
parque, uma roda de leitura e um passeio. Esses momentos de interação permitem avaliar as
áreas mais bem-sucedidas e o que ainda requer ajustes, ajustando o planejamento à nossa
prática, para melhorar o desempenho das crianças no processo educativo de si, do outro e do
mundo. Sendo de grande relevância a observação, em todas as atividades desenvolvidas,
como as brincadeiras individuais e coletivas, onde, aprende na prática a convivência com o
outro.
As respostas para a questão 04 estiveram coerentes com as respostas para a questão três.
A dificuldade em responder qual o instrumento mais importante também se deve ao fato de
não saber distinguir e compreender claramente quais são os instrumentos utilizados e como o
são, o que são instrumentos de avaliação e qual a diferença entre o instrumento e a avaliação.
Os instrumentos compõem um processo de avaliação, mas não podem ser confundidos com a
própria avaliação. Por exemplo, uma coisa é um relatório, um caderno, uma foto, um vídeo,
uma pintura, um documento, um dos múltiplos registros, outra coisa é o que o conjunto dos
momentos, fatos, vivência registrados e acompanhados indicam. Os instrumentos fazem parte
e auxiliam um processo de avaliação, mas não representam a avaliação em si, sobretudo, se
observarmos fora do contexto (Hoffmann, 2012).
Ao analisarmos a fala da professora A, notamos uma postura que faz referência a
obediência, considerando a atenção da criança como o principal instrumento a ser utilizado no
processo avaliativo, referindo-se a criança como um ser passivo que depende da professora
para desenvolver suas habilidades, quando diz: “A atenção, porque se a criança não estiver
atenta nas explicações ou orientação do professor encontrará muita dificuldade em
desenvolver suas habilidades e capacidade de aprendizagem”. Além do equívoco de
compreensão quanto ao que seja o instrumento de avaliação, também apresenta um equívoco
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2023
18
sobre o foco da atenção. O foco deveria estar na atenção docente em relação ao processo de
desenvolvimento e aprendizagem da atenção da criança.
Quanto às respostas das professoras B e C, notamos que a observação é considerada
como o principal instrumento e metodologia para mediar às aprendizagens da criança e refletir
sobre a sua prática pedagógica. Não que a observação não seja um instrumento, mas a
resposta além de genérica e frágil não consegue explicitar como é feita a observação e como
ele se constitui como instrumento técnico para o levantamento, registro e análise de
informação sobre os processos de desenvolvimento.
As respostas das professoras indicam certa proximidade e adequação com o que rege os
dispositivos legais e a literatura especializada, porém expõe fragilidade, falta de profundidade,
detalhamento sobre a complexidade, e potencialidade da avaliação na EI, bem como não
consegue apresentar claramente quais as principais dificuldades com esse processo e
atividade. Reflete a compreensão das professoras investigadas o que possivelmente deve
refletir em sua prática. Não nos permite generalizar sobre a compreensão em relação à
avaliação na EI, como tem sido os processos de avaliação e quais os instrumentos criados e
utilizados nas instituições da EI da rede municipal, porém contribui para pensar o tema e
defender a necessidade da formação continuada com esse foco. Refletir sobre essa
compreensão e prática deve proporcionar ao docente ampliar conhecimentos para construção
e realização, de maneira confiante e vinculando aos processos de aprendizagem e
desenvolvimento infantil e desafiador e necessário.
Avaliar é algo complexo e difícil que pode causar dúvidas, enganos e insegurança ao
professor da EI, sobretudo, pela falta de clareza quanto ao seu papel e finalidade, a fragilidade
na compreensão das características e especificidades da EI e do trabalho com crianças de 0 a 5
anos de idade. Nesse sentido, para Guimarães, Cardona e Oliveira (2014, p. 9) defende que
para ampliação a compressão sobre a avaliação na EI como “um processo contextual a serviço
da criança e do projeto educacional” é preciso pensar no papel e na estrutura do curso de
formação docente, bem como o peso de suas propostas pedagógicas. Nessa perspectiva, não
só a formação inicial, mas também a formação continuada em rede sobre o tema em tela deve
ser considerada basilar para o enfrentamento dos desafios e problemas com a avaliação na EI.
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2023
19
Considerações finais
A pesquisa possibilitou conhecer a compreensão das professoras de uma pré-escola da
cidade de Tocantinópolis-TO, como também os métodos e práticas do processo avaliativo na
EI. Buscamos ter um olhar atento aos documentos específicos do campo e autores da área da
EI, bem como os que tratam particularmente sobre o tema do processo avaliativo nessa etapa.
Evidenciamos a importância, a potencialidade e os desafios da avaliação na EI, bem como a
necessidade de ampliar os estudos e formação continuada com a temática.
No que se refere à pesquisa empírica, sobretudo, a análise das respostas das professoras,
percebemos que a compreensão sobre a avaliação na EI da maioria das respondentes está de
acordo o que dispõe e orientam os documentos legais e normativos para a EI, bem como o que
sustenta a literatura específica. Sobretudo, por compreender a avaliação como um processo de
acompanhamento, observação e registros dos processos de desenvolvimento e aprendizagem
tendo em vista a melhoria da prática pedagógica com as crianças.
Contudo, expressões presentes nas respostas indicam classificação, seleção, correção,
adequação a modelos e uma abordagem panorâmica sobre o tema, aspectos que apontam para
uma prática pautada na avaliação classificatória, seletiva e excludente, mesmo que essa não
seja a sua intencionalidade. Os resultados apontam certa fragilidade e incoerência nas
respostas que se evidenciam na dificuldade de apresentar com clareza quais os instrumentos
de avaliação utilizados pelas respondentes na prática pedagógica com as crianças da EI, como
também sobre qual deles seria o mais importante. Equívoco conceitual sobre o que são os
instrumentos e para que servem, bem como eles se articulam para garantir procedimentos para
acompanhamento do trabalho pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das crianças,
sem objetivo de seleção, promoção ou classificação.
No geral, as respostas sugerem certa proximidade e adequação aos dispositivos legais e
a literatura especializada. Mas reflete a compreensão e discursos das professoras investigadas
e por isso, não nos permite generalizar o estudo para toda rede. Entretanto, contribui para
pensar o tema e fortalecer a formação continuada com esse foco. Há que considerar os limites
da pesquisa em virtude do tempo e do contexto de sua realização, bem como da necessidade
de maior acompanhamento e vivência com os sujeitos envolvidos da pesquisa e do acesso aos
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2023
20
instrumentos de avaliação. Aspectos que exigiriam mais tempo e outros protocolos de
investigação.
Contudo, esperamos que o presente estudo possa motivar e contribuir com novos
trabalhos com enfoque em Avaliação na Educação Infantil, cooperando dessa forma as
reflexões sobre essa temática, seus desafios e importância para uma EI de e com qualidade. O
fortalecimento da oferta de formação continuada específica sobre o tema poderá contribuir no
processo de ampliação da compreensão sobre o processo de avaliação na EI.
Referências
Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília, DF: Senado Federal.
Recuperado de:
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/CF88_Livro_EC91_2016.pdf.
Acesso em: 23 jul. 2022.
Brasil. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996). LDB, 9394/1996. Brasília-
DF. Recuperado de: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn1.pdf. Acessado
em: 10 de junho de 2022.
Brasil (2009). Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Básica.
Resolução no 5, de 17/12/2009 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.
Recuperado de: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb005_09.pdf. Acesso em: 10 de
maio de 2022.
Brasil (1998). Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Ministério da
Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Vol. 1. Brasília, MEC/SEF,.
Recuperado de: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf. Acesso em: 13 de
jul. de 2022
Brasil (2017). Ministério da educação. Base Nacional Comum Curricular. Recuperado de:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdfOL
Acesso em: 20 de jul. de 2021.
Campos, M. M. (2014). Políticas educativas e avaliação na infância no Brasil. In Guimarães,
M. C., Cardona, J. M., & Oliveria, D. R. (Orgs.). Fundamentos e práticas da avaliação na
educação infantil (s./p.). Porto Alegre: Mediação.
Corsino, P. (2021). Movimentos Avaliativos na e da Educação Infantil. Dossiê- Desafios da
Avaliação na e da Educação Infantil. Educar em Revista, 37, e83539.
https://doi.org/10.1590/0104-4060.83539
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2023
21
Didonet, V. (2012). A avaliação na e da Educação Infantil. Brasília: Ministério Público.
Recuperado de: http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Educacao/Doutrina. Acesso: 15
mar. 2022.
Fullgraf, J., & Wiggers, V. (2014). Educação infantil: projetos e práticas pedagógicas.
Brasília: Liber Livros.
Guimarães, M. C., Cardona, J. M., & Oliveria, D. R. (Orgs.). (2014). Fundamentos e práticas
da avaliação na educação infantil. Porto Alegre: Mediação.
Hoffmann, J. (2013). Um olhar sensível e reflexivo sobre a criança. Porto Alegre: Editora
Mediação.
Hoffmann, J. (1996). Avaliação na pré- escola: um olhar sensível e reflexivo sobre a criança.
Porto Alegre: Mediação.
Hoffmann, J. (2012). Avaliação e educação infantil: um olhar sensível e reflexivo sobre a
criança. Porto Alegre: Mediação,
Luckesi, C. C. (2011). Avaliação da Aprendizagem: componente do ato pedagógico. São
Paulo: Cortez Editora.
Oliveria, Z. R. (2005.). Educação Infantil: Fundamentos e Métodos. São Paulo: Cortez
Editora.
Oliveira, D. R., & Guimarães, M. C. (2014). Estudos sobre avaliação na/da educação infantil:
tendências das pesquisas e das práticas brasileiras (1996-2011). In Guimarães, M. C.,
Cardona, J. M., & Oliveria, D. R. (Orgs.). Fundamentos e práticas da avaliação na educação
infantil (s./p.). Porto Alegre: Mediação.
Marconi, M. A., & Lakatos, E. M. (2017). Fundamentos de Metodologia Científica. 8ª ed. São
Paulo: Editora Atlas S/A.
i
Cabe ressaltar que utilizamos também o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, visando à
confidencialidade, credibilidade e segurança dos sujeitos envolvidos na pesquisa. O estudo se inscreve no
contexto do Trabalho de Conclusão de Curso da Especialização em Educação Infantil, ofertado pela
Universidade Federal do Tocantins (UFT). Para manter a privacidade das professoras participantes da pesquisa
escolhemos chamá-las de Professoras A, B e C.
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola...
RBEC
Tocantinópolis/Brasil
v. 8
e15645
10.20873/uft.rbec.e15645
2023
22
Informações do Artigo / Article Information
Recebido em: 02/02/2023
Aprovado em: 22/03/2023
Publicado em: 30/05/2023
Received on February 02nd, 2023
Accepted on March 22th, 2023
Published on May, 30th, 2023
Contribuições no Artigo: Os(as) autores(as) foram os(as) responsáveis por todas as etapas e resultados da pesquisa, a
saber: elaboração, análise e interpretação dos dados; escrita e revisão do conteúdo do manuscrito e; aprovação da versão
final publicada..
Author Contributions: The author were responsible for the designing, delineating, analyzing and interpreting the data,
production of the manuscript, critical revision of the content and approval of the final version published.
Conflitos de Interesse: Os(as) autores(as) declararam não haver nenhum conflito de interesse referente a este artigo.
Conflict of Interest: None reported.
Avaliação do artigo
Artigo avaliado por pares.
Article Peer Review
Double review.
Agência de Fomento
Não tem.
Funding
No funding.
Como citar este artigo / How to cite this article
APA
Sodré, Z. M., & Santos, J. B. (2023). Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-
escola. Rev. Bras. Educ. Camp., 8, e15645. http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e15645
ABNT
SODRÉ, Z. M., SANTOS, J. B. Avaliação na educação infantil a partir da compressão de professoras de uma pré-escola.
Rev. Bras. Educ. Camp., Tocantinópolis, v. 8, e15645, 2023. http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e15645