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Revista Brasileira de Educação do Campo
Brazilian Journal of Rural Education
ARTIGO/ARTICLE/ARTÍCULO
DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e15677
O uso de mídias digitais na educação infantil: uma
reflexão a partir das competências e habilidades
Cibele dos Santos Silva,1Francisca Rodrigues Lopes2,
1 Secretaria Municipal da Educação de Porto Franco - MA, Travessa Maranhão Sobrinho 70, Centro, Porto Franco- MA.
Brasil. 2 Universidade Federal do Norte do Tocantins - UFNT.
Autor para correspondência/Author for correspondence: france@uft.edu.br
RESUMO. O uso de mídias na educação da primeira infância
tem encontrado barreiras, principalmente, no tocante à prática
docente. Este artigo tem por objetivo refletir sobre os desafios
da prática docente referente ao uso das mídias na Educação
Infantil; refletir também sobre os conceitos de competência e
habilidade contextualizando com os documentos que orientam a
Educação Infantil e alguns autores que discutem o referido
assunto. Para isso foi realizada uma pesquisa qualitativa, de
natureza bibliográfica. A análise dos dados se deu através da
interpretação de documentos e textos teóricos, os quais
apontaram para a polivalência dos conceitos de competência e
habilidades, que se popularizou com a implementação da
BNCC. Os resultados da pesquisa possibilitaram evidenciar que
a criança deve ser protagonista na sua interação com o mundo
midiático, assim, a escola deve garantir sua interação social,
cultural, digital e com seus pares, superando o tradicionalismo e
o papel centrado no docente. Mostraram, também, que existe um
paradoxo provocado pelos diferentes posicionamentos dos
educadores quanto ao uso das mídias na Educação Infantil.
Palavras-chave: educação infantil, prática docente, mídias,
competências, habilidades.
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The use of digital media in early childhood education: a
reflection from skills and abilities
ABSTRACT: The use of media in early childhood education
has found barriers, especially regarding teaching practice. This
article aims to reflect on the challenges of teaching practice
regarding the use of media in Early Childhood Education; also
reflect on the concepts of competence and skill contextualizing
with the documents that guide Early Childhood Education and
some authors who discuss this subject. For this, qualitative
research of bibliographic nature was carried out. Data analysis
occurred through the interpretation of theoretical documents and
texts, which pointed to the polyvalence of the concepts of
competence and skills, which became popular with the
implementation of the BNCC. The results of the research made
it possible to show that the child should be protagonist in their
interaction with the media world, thus, the school must ensure
it’s social, cultural, digital and with its peers, overcoming
traditionalism and the role centered on the teacher. They also
showed that there is a paradox caused by the different positions
of educators regarding the use of media in Early Childhood
Education.
Keywords: early childhood education, teaching Practice, media,
competencies, abilities.
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El uso de los medios digitales en la educación infantil: una
reflexión desde habilidades y destrezas
RESUMEN: El uso de los medios de comunicación en la
educación de la primera infancia ha encontrado barreras,
especialmente con respecto a la práctica docente. Este artículo
tiene como objetivo reflexionar sobre los desafíos de la práctica
docente relacionados con el uso de los medios de comunicación
en la Educación Infantil; también reflexionar sobre los
conceptos de competencia y habilidad contextualizando con los
documentos que orientan la Educación Infantil y algunos autores
que tratan este tema. Para ello, se realizó una investigación
cualitativa de carácter bibliográfico. El análisis de los datos
ocurrió a través de la interpretación de documentos teóricos y
textos, que apuntaron a la polivalencia de los conceptos de
competencia y habilidades, que se popularizó con la
implementación del BNCC. Los resultados de la investigación
permitieron demostrar que el niño debe ser protagonista en su
interacción con el mundo de los medios, por lo tanto, la escuela
debe garantizar su carácter social, cultural, digital y con sus
compañeros, superando el tradicionalismo y el papel centrado en
el maestro. También mostraron que existe una paradoja causada
por las diferentes posiciones de los educadores con respecto al
uso de los medios de comunicación en la Educación Infantil.
Palabras clave: educación infantil, práctica docente, medio,
habilidades, destrezas.
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Introdução
As crianças dessa geração têm acesso à internet cada vez mais cedo, principalmente
através do Smartphone, antes mesmo de saberem ler ou escrever elas conseguem manusear
muitos aparelhos tecnológicos. O desenvolvimento dessas novas habilidades adquiridas por
meio das múltiplas linguagens faz parte do cotidiano da criança antes mesmo de frequentarem
o ambiente escolar, e não incentivar o uso dessas ferramentas digitais nas escolas é negar
presença delas na vida dos alunos, o que pode ser um grande erro. Paralelo a isso, a educação
tem se tornado alvo dos mais variados questionamentos quanto às suas metodologias e
práticas pedagógicas para atender a essa nova geração de crianças cibernéticas que chegam às
escolas de Educação Infantil (EI) atualmente.
Dessa forma, cabe às escolas caminharem no mesmo sentido dos avanços tecnológicos,
e o professor deve incentivar o uso das mídias na sala de aula para tornar sua prática de ensino
dinâmica e prazerosa. Os recursos midiáticos atuam como parceiro na educação, deixando a
aula mais moderna, com metodologias mais atraentes para as crianças e que estimulam o
aprendizado desde a primeira etapa da Educação Básica.
Sobre este tema a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) traz como quinta
competência a ser desenvolvida ao longo da educação básica, o seguinte: “Compreender,
utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica,
significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais” (2017, p. 9), incluindo também o
espaço escolar. Neste sentido, a inserção das tecnologias digitais na sociedade moderna
demanda novas formas de comunicação.
É notório que a Educação Infantil teve avanços significativos, no propósito de garantir
igualdade de condições para o acesso e a permanência da criança na escola. E no que diz
respeito à prática docente, esta, por sua vez, é considerada como a ação específica do
professor na sala de aula que organiza ambientes de aprendizagem para que as crianças se
apropriem de determinados conhecimentos e saberes. Concomitantemente, as mídias tomaram
significado importantíssimo para o ensino e a aprendizagem na EI, visto que, ganhou destaque
dentre as dez competências gerais, a saber: a cultura digital.
Nesta perspectiva, ao refletirmos sobre o mundo midiático no âmbito da Educação
surgiu a pretensão de repensarmos os desafios da prática docente quanto ao uso das mídias na
EI, buscando refletir com os conceitos de competências e habilidades, uma vez que, a BNCC
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orienta que o professor deve compreender as novas linguagens digitais, que emergem
constantemente das novas tecnologias, visando contribuir para uma maior análise e
compreensão dessa realidade. Diante disso, questionamos: Quais os desafios da prática
docente para o desenvolvimento de competências e habilidades capazes de preparar os
professores para o uso das mídias na Educação Infantil?
Diante deste questionamento podemos insinuar algumas hipóteses, as quais são
desafiadoras para o professor que se propõe a refletir sua prática pedagógica, como: os
professores e equipe pedagógica não estão preparados para manusear as ferramentas digitais;
a escola não dispõe de recurso de tecnologias, nem de laboratórios, ou estes são inadequados
pois os materiais chegam à escola por imposição e não por escolha dos professores; a
quantidade de materiais existentes é inadequada ao porte da escola. Podemos afirmar ainda
que, esta responsabilidade amputada ao professor coloca-se como um desafio para o exercício
de sua prática, uma vez que, ele vem de uma geração anterior à do seu aluno, e que a relação
com as tecnologias era outra.
Todas as suposições supracitadas, interferem consideravelmente na disposição dos
educadores para a utilização das inovações tecnológicas. Acreditamos, como uma última
hipótese, que tudo isso implica no desenvolvimento da criança frente às habilidades e
competências contempladas na BNCC, vale ressaltar que, este documento tem caráter
normativo que define as competências que os alunos devem desenvolver em cada fase da
educação.
Entendemos que, quando refletimos sobre a prática docente, validamos o conhecimento
construído, isto é, explicar e compreender o que pode ser feito, apontar caminhos para
planejar, repensar, reinventar o novo conhecimento e reconstruir racionalmente o
conhecimento crítico, científico-educacional, que subsidia mudanças na realidade. Neste
sentido, repensar a prática docente com o uso das mídias na EI é de suma importância diante
dos avanços tecnológicos que as crianças vivenciam antes mesmo de frequentar a escola, além
disso, as crianças estão cercadas pelo mundo midiático do qual é impossível se desvencilhar.
Finalmente, o interesse por este estudo se deu a partir do Curso de Especialização em
Educação Infantil, ofertado pela Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT), em
Tocantinópolis. Tendo como metodologia a pesquisa de natureza qualitativa, de caráter
bibliográfica, o estudo visou compreender a importância da utilização das mídias na Educação
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Infantil à luz dos documentos que normatizam a Educação Infantil: As Diretrizes Curriculares
Nacionais Para a Educação Infantil (DCNEI) e a Base Nacional Curricular Comum (BNCC).
Outras leituras reflexivas como Belloni (2008), Lopes (2019) e Perrenoud (2000)
contribuíram para fundamentar, referenciando e destacando aspectos relevantes para o
embasamento teórico do assunto em tela que agora passamos a apresentar.
Os Caminhos da pesquisa: Buscando Conceituar Competências e Habilidades.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei 9.394 de 20 de
dezembro de 1996, em seu Artigo 26, regulamenta uma base nacional comum para a
Educação Básica, o que ocasionou na implementação da BNCC. De acordo com o portal do
Ministério de Educação (MEC), a BNCC inclui um conjunto de orientações que deverá
nortear a (re)elaboração dos currículos de referência das escolas das redes públicas e privadas
de ensino de todo o Brasil, dessa forma a Base contempla os conhecimentos essenciais, as
competências, habilidades e as aprendizagens pretendidas para crianças e jovens em cada
etapa da educação básica.
Antes de adentrarmos no entendimento de Competências e Habilidades apresentado
pela BNCC, destacamos a conceituação destes termos a partir do Glossário de Terminologia
Curricular organizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e
Cultura (UNESCO). Vale ressaltar que no setor de Educação, a principal diretriz da UNESCO
prima por auxiliar os países membros a alcançarem as metas de Educação para todos,
promovendo o acesso e a qualidade da educação em todos os níveis e modalidades. Desse
modo, tendo em vista a forte conexão entre conceitos e práticas, o acesso ao Glossário pode
contribuir para uma reflexão produtiva no âmbito dos sistemas educacionais nacionais sobre o
papel da terminologia curricular na promoção de melhorias significativas.
A conceituação de Competências e Habilidades a partir do Glossário de Terminologia
Curricular (2013), define Competência como uma combinação de conhecimentos, habilidades
e atitudes apropriadas ao contexto. Notamos, que a palavra habilidade aparece logo de início,
na definição de competência trazendo a compreensão de que estão relacionadas. Dando
continuidade o significado do conceito de competência:
Competência indica a capacidade de aplicar adequadamente os resultados de aprendizagem
em um contexto definido (educação, trabalho, desenvolvimento pessoal ou profissional).
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Competência não se limita a elementos cognitivos (que envolvem o uso de teoria, conceitos
ou conhecimento tácito); também abrange aspectos funcionais (que envolvem habilidades
técnicas), atributos interpessoais (como habilidades sociais ou organizacionais) e valores
éticos. Competências podem ser específicas por domínio, isto é, relacionadas a
conhecimentos, habilidades e atitudes em uma matéria ou uma disciplina específica, ou
gerais/transversais quando o relevantes para todos os domínios. Em alguns contextos, o
termo habilidades (em sentido mais amplo) é às vezes usado como equivalente de
competências. (UNESCO, 2013, p. 25).
A partir desta citação compreendemos que o conceito de competência possui vários
significados, a depender de sua colocação e, também, está relacionado a aplicação de algo que
já foi aprendido, seja no trabalho, na vida pessoal ou social. No que diz respeito à educação, a
competência está para além de elementos cognitivos, nesta lógica, o conceito de competência
se aproxima do conceito de habilidades, no seu sentido mais amplo.
De acordo com o mesmo Glossário de Terminologia Curricular, habilidades referem-se
à capacidade, a proficiência ou a destreza para desempenhar tarefas, derivada da educação,
da formação, da prática ou da experiência”, podendo ser conceituada como a possibilidade de:
“Aplicação prática de conhecimentos teóricos a tarefas ou situações particulares. Mais
amplamente, inclui comportamentos, atitudes e atributos pessoais que tornam indivíduos mais
efetivos em determinados contextos, como educação e formação, emprego e engajamento
social”. (UNESCO, 2013, p. 52).
Dessa forma, os conceitos de competências e habilidades se aproximam, haja vista que,
competências envolve a capacidade de aplicar resultados de aprendizagens em diferentes
contextos, neste mesmo sentido, habilidades denota praticidade, isto é, a aplicação prática dos
conhecimentos teóricos. No contexto da Educação, o termo habilidade está direcionado às
atitudes e as qualidades do aprendente, para que este seja ativo nos mais diferentes contextos
em que esteja inserido. De modo geral, isso possibilita afirmar que habilidade está
relacionado ao saber fazer, enquanto que as competências seriam a mobilização dos saberes,
conhecimentos, habilidades e valores.
A relação de competência com o saber fazer, é defendida por Philippe Perrenoud (2000,
p. 15) que conceitua competência como sendo a “... a capacidade de mobilizar diversos
recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situação”, ou seja, está associado à capacidade
de agrupar e utilizar conhecimentos para o enfrentamento de determinadas situações. Desse
modo, para compreendermos a conceituação proposta pelo autor é necessário destacar alguns
aspectos:
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1.As competências não são elas mesmas saberes, savoir-faire ou atitudes, mas mobilizam,
integram e orquestram tais recursos. 2. Essa mobilização é pertinente em situação, sendo
cada situação singular, mesmo que se possa tratá-la em analogia com outras, já encontradas.
3. O exercício da competência passa por operações mentais complexas, subentendidas por
esquemas de pensamento que permite determinar (mais ou menos consciente e rapidamente)
e realizar (de modo mais ou menos eficaz) uma ação relativamente adaptada à situação. 4. As
competências profissionais constroem-se, em formação, mas também ao sabor da navegação
diária de um professor, de uma situação de trabalho à outra. (Le Boterf, 1997 Apud
Perrenoud, 2000, p. 15).
Diante do exposto, podemos perceber que a definição de competências, explicitada por
Perrenoud (2000), está na capacidade, habilidade, aptidão, potencialidade, conhecimento ou
savoir-faire, podendo ser associada ao sentido da ação, ao saber fazer, isto é, na habilidade
sustentada por conhecimentos. Em suma, competência seria o que permite ao sujeito
aprendente enfrentar adequadamente um conjunto de tarefas e de situações educativas,
enquanto a ideia de habilidade seria complementar, ou seja, para cada competência é
necessário que o aprendente desenvolva um conjunto de habilidades.
Etimologicamente, a noção de competência traz nuances importantes, segundo Veschi
(2020) competência refere-se ao latim competentia, o qual possui vários significados, que
variam de acordo com o seu emprego, pode indicar uma aptidão para cumprir alguma função,
embora também possa ser empregada como cultura, jurisdição e conhecimento. Como sinal
de aptidão, competência pode indicar algum conhecimento, talento ou habilidade em uma
determinada área. Esta reflexão nos permite dizer que as palavras competência e
habilidade possuem semelhanças, uma vez que a palavra competência seja de caráter mais
amplo, ao passo que envolve atributos ligados ao conhecimento, atitude e habilidade. Esta
última, por sua vez, é de cunho mais restrito e denota praticidade, porém, exige aplicabilidade
de um saber teórico.
Nessa perspectiva, habilidade seria uma capacidade (saber fazer) e a atitude (saber ser),
para que esta se transforme em competência seria preciso o investimento em aprendizagens
significativas que favoreçam o alcance do domínio dos conhecimentos e saberes. Esse
domínio seria competência.
Competência e Habilidade sob a luz da BNCC
A escola tem papel fundamental na formação integral do ser humano, visto que, deve
oportunizar as crianças a serem protagonistas no processo de construção de seu próprio
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conhecimento. Neste sentido, a autonomia que permita ao estudante atuar de forma consciente
para a construção de sua identidade pessoal e social, pode ser considerado um dos mais
importantes desafios da qualidade na educação. Para ratificar essa afirmativa a BNCC diz
que:
No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se,
ser criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo
e responsável requer muito mais do que o acúmulo de informações. Requer o
desenvolvimento de competências para aprender a aprender, saber lidar com a informação
cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos das
culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar
decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e
aprender com as diferenças e as diversidades. (Brasil, 2017, p. 14).
Para tanto, torna-se necessário garantir a qualidade da educação para além da
construção de conhecimento. Os educadores devem estar com o olhar intencionalmente
voltado à aprendizagem das crianças, para que, por meio de uma educação que valorize os
estudantes, seja possível que estes tornem-se protagonistas no processo de construção de seu
próprio conhecimento.
Com esse olhar atento, a EI constitui-se um espaço singular de vivências, experiências e
intervenção pedagógica que busca o desenvolvimento nessa etapa da Educação Básica. Nesse
espaço, em que simultaneamente convivem a unidade e a diversidade, a escola deve ter o
princípio de despertar e motivar para a aprendizagem, considerando a pluralidade de
características e propiciando condições para responder às necessidades de cada criança em seu
processo de aprendizagem.
O conceito de competência e habilidade vinha sendo apresentado desde a Lei de
Diretrizes e Bases 9.394/1996 (LDB), porém um fato curioso é que nas Diretrizes
Curriculares Nacionais Para Educação Infantil (DCNEI) a palavra Competência não aparece
nenhuma vez, o que ocasiona uma falta quanto ao entendimento do próprio conceito. Já a
palavra habilidade aparece uma vez como sinônimo de superdotação, no Artigo VII “a
acessibilidade de espaços, materiais, objetos, brinquedos e instruções para as crianças com
deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação” (Brasil,
2010). Embora os documentos específicos para EI demonstrarem dificuldade em conceituar
competência e habilidade, abordaremos a seguir aspectos identificados na BNCC quanto a
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competência e habilidade, em razão de este ser o documento normativo para a formulação dos
currículos estaduais e municipais.
A BNCC teve sua publicação final em 2017, homologada pelo MEC, com o processo de
construção desse documento, dentre outras temáticas, surgiu também discussões acerca das
competências e habilidades essenciais que todo estudante tem o direito de aprender na
Educação Básica, nos atemos aqui no que diz respeito à EI.
A inserção do termo competência no contexto da EI, veio à tona com a implementação
da BNCC, o que ocasionou indagações sobre vários aspectos nos quais a noção de
competência e habilidades estão relacionadas, principalmente no que diz respeito aos Direitos
de Aprendizagem e Objetivos Aprendizagem propostos dentro dos Campos de Experiências.
De acordo com o referido documento, as dez Competências Gerais para Educação Básica, em
sua formulação original, seriam:
1.Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico,
social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e
colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 2. Exercitar a
curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação,
a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e
testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com
base nos conhecimentos das diferentes áreas. 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações
artísticas e culturais, das locais às mundiais e, também, participar de práticas diversificadas
da produção artístico-cultural. 4. Utilizar diferentes linguagens verbal (oral ou visual-
motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital , bem como
conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar
informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos
que levem ao entendimento mútuo. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de
informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar
informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria
na vida pessoal e coletiva. 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e
apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações
próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu
projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 7.
Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e
defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos
humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e
global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do
planeta. 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,
compreendendo- se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros,
com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a
resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro
e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de
grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de
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qualquer natureza. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos,
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. (Brasil, 2017, p. 10).
Resumidamente podemos entender que as competências gerais, são respectivamente; 1.
Conhecimento; 2. Pensamento científico, crítico e criativo; 3. Repertório cultural; 4.
Comunicação; 5. Cultura digital; 6. Trabalho e projeto de vida; 7. Argumentação; 8.
Autoconhecimento e autocuidado; 9. Empatia e cooperação; 10. Responsabilidade e
cidadania. Estas dez competências demonstram o que o aluno deveria alcançar na etapa da
Educação Infantil, de maneira a assegurar os seus direitos de aprendizagem, e que as mesmas
estão ligadas às habilidades em caráter mais específico dentro dos campos de experiências.
No texto da BNCC, a definição de competência aparece como a mobilização de
conceitos (procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais).
Ao adotar esse enfoque, a BNCC indica que as decisões pedagógicas devem estar orientadas
para o desenvolvimento de competências. Por meio da indicação clara do que os alunos
devem “saber” (considerando a constituição de conhecimentos, habilidades, atitudes e
valores) e, sobretudo, do que devem “saber fazer” (considerando a mobilização desses
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida
cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho), a explicitação das
competências oferece referências para o fortalecimento de ações que assegurem as
aprendizagens essenciais definidas na BNCC. (Brasil, 2017, p. 13).
Em síntese, fica explícito que a visão de ensino por competência e habilidade, equivale
à capacidade e expectativa de aprendizagem ou ao que os alunos devem aprender, o “saber
fazer”, no sentido de decidir desde situações corriqueiras como também as mais complexas,
para o pleno exercício da cidadania e para o mundo do trabalho. Neste sentido, para
Perrenoud (2010) a abordagem por competências considera os conhecimentos como
ferramentas a serem mobilizadas conforme as necessidades, a fim de que se possa resolver
determinadas situações-problemas apresentadas na escola, no trabalho e fora dele.
Assim, entendemos que a concepção da BNCC é amparada pela concepção de
competência e habilidade do autor supracitado. Diante disso, questionamos quais os desafios
da prática docente para o desenvolvimento das competências e habilidades quanto ao uso das
mídias no contexto da Educação Infantil?
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A prática docente e o uso das mídias na educação infantil: Reflexões
A inserção das tecnologias digitais na sociedade moderna demanda novas formas de
comunicação, as mídias, por sua vez, atuam na transmissão dos mais diversos tipos de
informação e linguagem. Segundo Moran (2006), o recurso tecnológico é um meio que se
vale da tecnologia para cumprir com o seu propósito, neste sentido, o rádio, a televisão, os
jornais, as revistas, os vídeos, a internet, dentre outros são exemplos de recursos midiáticos.
Dessa forma, afirmamos que o crescente uso das mídias e os recursos tecnológicos por parte
da sociedade, tem causado mudanças na educação.
No contexto da EI, as DCNEI e a BNCC propõem a integração das mídias às práticas
pedagógicas. Nas DCNEI ao sugerir que os professores devem garantir às crianças
experiências que “... possibilitem a utilização de gravadores, projetores, computadores,
máquinas fotográficas, e outros recursos tecnológicos e midiáticos.” (Brasil, 2010, p. 27). No
Artigo 9º, as DNCEI resolvem como eixos norteadores para as práticas pedagógicas dessa
etapa da Educação Básica as interações e a brincadeira, a partir de experiências as crianças
possam construir e apropriar-se de conhecimentos por meio de suas ações e interações com
seus pares e com os adultos, possibilitando aprendizagem, desenvolvimento e socialização.
Ainda nessa perspectiva, a BNCC apresenta a cultura digital como sua quinta competência, a
qual, por sua vez, tem como objetivo:
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma
crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares)
para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver
problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. (Brasil, 2017, p. 9).
O trabalho com as mídias desde a EI possibilita espaços de amplas aprendizagens para
além das salas de aulas e demais espaços escolares, consolidados com os recursos midiáticos,
as aulas tornam-se diversificadas, interessantes, com uma infinita diversidade de conteúdos e
informações que apresentem subsídios para enriquecer o trabalho desenvolvido pelo
professor. É importante rememorar que, o RCNEI (1998) apontava os diversos benefícios
das mídias para o desenvolvimento integral da criança, destacando a importância de trabalhar
a relação criança-escola-televisão-vídeo-computador, numa perspectiva crítica, reflexiva,
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lúdica e harmonizadora, considerando as concepções emancipatórias de educação e estratégias
metodológicas coerentes com os objetivos de aprendizagens propostos.
As crianças são o principal alvo da mídia, que pautada na sua livre expressão, divulga
conteúdos e informações como uma corrente de água, independente da faixa etária. Souza
(2014. p. 3) afirma que “O público infantil vem ganhando importância nas últimas décadas e
as empresas voltadas para esse segmento têm investido na diferenciação de produtos para
atendimento às necessidades cada vez mais específicas e exigentes.”
No que diz respeito ao uso das mídias pelas crianças, a Sociedade Brasileira de Pediatria
(SBP) lançou em dezembro de 2019, um manual de orientação “Menos Telas, Mais Saúde”
elaborado pelo Grupo de Trabalho sobre Saúde na Era Digital da SBP, este tem como objetivo
promover a saúde e o bem-estar de crianças e adolescentes em contato constante com
tecnologias digitais, como Smartphones, Computadores e Tablets. Segundo esse manual é
preciso evitar que as crianças fiquem expostas às telas por tempo excessivo. Para o uso
correto das telas, a SBP propõe subsídios para Responsabilidade Social e Políticas Públicas de
Proteção de Crianças e Adolescentes frente às Mídias Digitais, dentre elas:
Crianças com idades entre 2 e 5 anos, limitar o tempo de telas ao máximo de 1 hora/dia,
sempre com supervisão de pais/cuidadores/responsáveis.
Crianças com idades entre 6 e 10 anos, limitar o tempo de telas ao máximo de 1-2
horas/dia, sempre com supervisão de pais/responsáveis.
Adolescentes com idades entre 11 e 18 anos, limitar o tempo de telas e jogos de
videogames a 2-3 horas/dia, e nunca deixar “virar a noite” jogando.
Nunca postar fotos de crianças e adolescentes em redes sociais públicas, por quaisquer
motivos.
Conteúdos ou vídeos com teor de violência, abusos, exploração sexual, nudez,
pornografia ou produções inadequadas e danosas ao desenvolvimento cerebral e mental de
crianças e adolescentes, postados por cyber criminosos devem ser denunciados e retirados
pelas empresas de entretenimento ou publicidade responsáveis.
Identificar, avaliar e diagnosticar o uso inadequado precoce, excessivo, prolongado,
problemático ou tóxico de crianças e adolescentes para tratamento e intervenções imediatas e
prevenção da epidemia de transtornos físicos, mentais e comportamentais associados ao uso
problemático e à dependência digital. (SBP, 2019, p. 7).
Fica evidente, a preocupação por parte dos órgãos de saúde quanto ao uso excessivo das
telas pelas crianças. Dessa forma, para que o uso das mídias e tecnologias venham contribuir
de forma benéfica na aprendizagem da criança faz-se necessário o acompanhamento de um
adulto/responsável que a direcione de forma construtiva, orientando-a e filtrando as
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informações e conteúdos veiculadas no cotidiano da criança. Neste sentido, a escola deve
estimular a mediação parental das famílias e a alfabetização digital com regras éticas de
convivência e respeito em todas as idades e situações culturais, para o uso seguro e saudável
das tecnologias, visto que, a responsabilidade social é também uma questão de direitos à
saúde e prevenção de riscos e danos para Crianças e Adolescentes na Era Digital” (SBP,
2019, p. 7).
Recentemente, tivemos as Olimpíadas de Tóquio e, a partir desta, um site de economia
noticiou que as vendas de artigos esportivos ligados ao skate dispararam na plataforma, após a
skatista brasileira Rayssa Leal, de apenas 13 anos, conquistar medalha de prata nas
Olimpíadas de Tóquio. Segundo a empresa, as vendas de skates da categoria infanto-juvenil
subiram 79,7%. Resultado da conquista da medalha, associada a propaganda na marca usada
pela medalhista mais jovem da história do Brasil. Nesta direção, Souza (2014), refletia
que,
Vivemos em uma sociedade capitalista e consumista, a qual usa a mídia em seu favor,
influenciando nos valores e costumes da população. A publicidade é a principal ferramenta
para atingir ao público infantil, que influencia cerca de 70% das decisões de compra de uma
família, segundo o instituto de pesquisa TNS Interscience. Além de consumidoras, tendo em
vista os lucrativos mercados de jogos, brinquedos, guloseimas, roupas e calçados infantis, as
crianças também são importantes para o poder de influência que exercem sobre os pais.
(Souza, 2014, p. 4).
Enfim, a consciência quanto ao uso das mídias é primordial para uma mudança de
comportamento a fim de não resultar em um círculo vicioso, e para, além disso, proteger as
crianças desse bombardeio do mercado do consumo. O papel da escola frente ao consumo é
conscientizar quanto a banalização do consumo, visto que, “não há possibilidade de se pensar
no trabalho docente sem considerar a influência da tecnologia, da mídia e do consumo sobre
os alunos.” (Souza, 2014, p. 9).
A necessidade de discutir o uso das mídias e as ferramentas tecnológicas na EI tornou-
se importante porque as crianças estão cada vez mais cedo em contato com as tecnologias,
principalmente smartphones. Antes mesmo de balbuciar as primeiras palavras, crianças bem
pequenas conseguem interagir com as ferramentas digitais, o dedo indicador desliza
rapidamente na tela do celular e a atenção fica presa por horas nos quatro cantos da tela.
Como mencionado anteriormente, apesar de compreenderem uma faixa etária inicial da
vida, as crianças ao adentrar na E.I trazem consigo as suas experiências vividas nos seus
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ambientes sociais de convívio, isto é, com seus pares. Apesar da pouca idade demonstram
muita destreza ao utilizar com aparelhos tecnológicos, apresentando habilidades digitais
diversas.
Nessa perspectiva, desde os primeiros níveis de escolaridade faz-se necessário que o
docente promova interação das mídias em sua prática, haja visto que, essas interações trazem
possibilidades para as crianças pequenas desenvolverem competências e habilidades no
mundo tecnológico. De acordo com Totta (2017, Apud, Lopes, Menezes e Moura, 2019) as
pessoas nascidas a partir de 1997 são chamadas de Centennialspor pertencerem à primeira
geração que cresceu em pleno boom tecnológico. Afirma que, essas pessoas,
Nasceram com um smartphone conectado à internet nas mãos e não conheceram a vida sem
internet e mídias sociais. Para as crianças desta geração o uso de e-mail já está ultrapassado,
pois são imediatistas na busca por resolver seus problemas não se conformariam a esperar
uma resposta de e-mail. Preferindo recorrer a meios mais rápidos. (Lopes, Menezes &
Moura, 2019, p. 109).
Para melhor atender essa geração Centennials, envolvida no mundo midiatizado, os
sujeitos escolares e mediadores da EI precisam estar atentos na busca por aprender,
aperfeiçoar, atualizar-se e preparar-se para desenvolver sua prática docente de maneira
apropriada e consentânea para essa geração que chega nas instituições de EI, para que isso
aconteça faz-se necessário que os instituições de EI disponham de ferramentas digitais e
recurso de tecnologias, adequados para essa etapa da Educação Básica.
Compreendemos, que o contato das crianças com o mundo midiático possibilita ampliar
as suas habilidades e visão de mundo, visto que, a criança tem acesso a inúmeros modos de
perceber a realidade, de aprender, de produzir conhecimento e informação. Esta realidade
requer da escola a possibilidade de aprendizagem através do acesso às mídias, para isso, os
professores devem ser qualificados e o acesso às mídias devem ser vinculados ao ensino de
qualidade. Portanto, os docentes devem estar aptos para organizarem seus planejamentos com
objetivos voltados ao desenvolvimento de competências, possibilitando aos alunos
internalização de aprendizagem com o uso das dias e a integração dessas novas formas de
comunicação.
A educação escolar precisa compreender e incorporar mais as novas linguagens, desvendar
os seus códigos, dominar as possibilidades de expressão e as possíveis manipulações. É
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importante educar para usos democráticos, mais progressivos e participativos das
tecnologias, que facilitem a evolução dos indivíduos. (Moran, 2013, p. 53).
Em consonância ao parágrafo anterior, quanto às práticas pedagógicas o professor
precisa incorporar as novas linguagens às suas práticas pedagógicas, para esse propósito, as
competências e as habilidades podem contribuir consideravelmente para o manuseio dessas
tecnologias unificadas às novas práticas sociais. Para tanto, essas práticas sociais precisam
agregar, transformando as tecnologias de informação e comunicação, “incluindo habilidades
para construir sentidos a partir de textos multimodais e a capacidade para localizar, filtrar e
avaliar criticamente a informação disponibilizada eletronicamente, além da familiaridade com
as “normas” que regem a comunicação através do computador”. (Pinheiro, 2014, p. 607).
É inviável se pensar na prática docente sem o uso das mídias e ferramentas digitais, uma
vez que, “não possibilidade de se pensar no trabalho docente sem considerar a influência
da tecnologia, da mídia e do consumo sobre os alunos.” (Souza, 2014, p. 9). A mesma autora
acrescenta que:
Bubna (2011) aconselha o docente a fazer um planejamento que englobe a cultura midiática
e escolar e considere a relevância da mídia como instrumento de socialização do indivíduo
na sociedade contemporânea, pois não tem como fugir ou se deixar passar por despercebido
à influência midiática no cotidiano das crianças e às novas exigências para a instituição
escolar. Neste mundo consumista em que se vive, passa a ser objetivo do professor educar
um cidadão consciente ao consumo exagerado e lhe mostrar suas diversas consequências
daquele. (Souza, 2014, p. 10).
A BNCC, conforme já mencionado, indica a cultura digital como uma das competências
gerais, reconhecendo o papel fundamental da tecnologia para que a criança possa dominar o
universo digital, sendo capaz de fazer uso das ferramentas digitais de maneira qualificada e
ética, e ainda compreender os impactos das tecnologias na sua vida e da sociedade.
Diante do acesso cada vez mais rápido das crianças às mídias e ferramentas digitais, a
escola precisa estar devidamente preparada para desenvolver atividades incluindo as novas
linguagens digitais, os professores devem desenvolver suas competências e habilidades na
busca por tornar sua prática docente um aliado para a aprendizagem com os recursos
midiáticos desde a EI. A esse respeito, Moran (2013, p. 31) afirma que: “Com as tecnologias
atuais, a escola pode transformar-se em um conjunto de espaços ricos de aprendizagem
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significativas, presenciais e digitais, que motivem os alunos a aprender ativamente, a
pesquisar o tempo todo, a serem proativos, a saber tomar iniciativas e interagir”.
Essa reflexão permite dizer, que o uso das mídias desde a primeira fase da educação
básica, busca garantir a integração e a continuidade dos processos de aprendizagens das
crianças e dar prosseguimento às situações lúdicas e às experiências vividas respeitando suas
singularidades e suas relações com o conhecimento, baseando-se no que as crianças sabem e
são capazes de fazer. Para além, a criança deve ser protagonista na sua interação com o
mundo midiático, assim, a escola deve garantir sua interação social, cultural, digital e com
seus pares, superando o tradicionalismo e o papel centrado no docente.
Os desafios do uso das Mídias na Prática Docente
Quando o assunto é tecnologia, a educação vive um paradoxo. De um lado professores
resistentes às transformações e avanços tecnológicos, por outro lado, existem professores que
demonstram interesse em reformular sua didática, se apropriar e aperfeiçoar sua dinâmica,
compromissados em incorporar as novas linguagens às suas práticas pedagógicas, contudo, se
deparam com dificuldades no que diz respeito ao acesso às novas mídias, a falta de recursos
midiáticos adequados para faixa etária, enfim, os desafios surgem de várias frentes, desde a
estrutura físicas das instituições de EI, à tímida oferta de recursos midiáticos pelos órgãos
competentes.
Podemos apontar algumas situações desafiadoras no exercício do professor que se
propõe a fazer uso desses recursos midiáticos, entre elas: os professores e equipe pedagógica
não estão preparados para manusear as ferramentas digitais; a escola não dispõe de recurso de
tecnologias, nem de laboratórios, ou estes são inadequados, pois, os materiais chegam à
escola por imposição e não por escolha dos professores; a quantidade de material existente é
inadequada ao porte da escola. Podemos afirmar ainda que, esta responsabilidade coloca-se
amputada ao professor como um desafio para o exercício de sua prática, uma vez que, ele vem
de uma geração anterior à do seu aluno, e que a relação com as tecnologias era outra.
Consideramos que, as situações supracitadas interferem consideravelmente no interesse
e disposição dos educadores para a utilização dos recursos mencionados, o que compromete a
garantia dos direitos conferidos nos documentos para essa etapa da educação básica.
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Em tempos cibernéticos é fundamental que o professor tenha uma atenção especial ao
seu preparo e formação quanto ao uso das tecnologias. Os profissionais docentes necessitam
estar devidamente habilitados para manusearem e acessarem conteúdos propícios à
aprendizagem de seus alunos através recursos midiáticos e eletrônicos, no sentido de buscar
atualizações para a sua formação que os conduzam a uma organização pedagógica mais
eficiente.
Sabemos que as instituições escolares têm ofertado aos professores vários cursos
formativos no intento de capacitá-los no manuseio das ferramentas tecnológicas. Todavia,
consideramos que a relação tecnologia/professor/aluno exige muito mais do professor do que
apenas saber utilizar os recursos, para além disso, exige que o docente exerça um papel
reflexivo e crítico sobre as formas de aprender e ensinar diante desse processo educativo
envolvendo as ferramentas tecnológicas. A esse respeito, Moraes e Teruya (2010, p. 2), em
seus estudos afirmam que:
A competência para utilizar as novas tecnologias pressupõem novas formas de se relacionar
com o conhecimento, com os outros e com o mundo, em uma perspectiva colaborativa. Essas
alternativas propõem ir além dos cursos de formação que contemplam apenas aspectos
técnicos e operacionais. Isso exigirá do professor para alcançar uma concepção teórica da
aplicação das tecnologias na educação escolar. Para utilizar os computadores, os professores
precisam criar situações em que o conteúdo da aula faça sentido para o aluno, para que as
produções escolares sejam significativas.
A partir desse pensamento, o uso das mídias no exercício docente exige do professor
maior flexibilidade e reflexão sobre suas práticas pedagógicas, em paralelo à visão
tradicionalista na qual distingue a Educação Infantil como lugar apenas de acolhimento
infantil em suas necessidades básicas. Nessa direção, o professor deve ter consciência quanto
a sua função como educador e aos objetivos a serem alcançados precisam estar presentes nas
suas práticas pedagógicas com o auxílio das mídias e recursos tecnológicos.
Existem muitos desafios na implantação de políticas públicas para o acesso às mídias.
Este percalço, entre escola e o uso das mídias, mostra que a inserção das novas tecnologias de
informação e comunicação são essenciais no espaço escolar, pois estão presentes em todos
os âmbitos da sociedade.
À luz desse pensamento, Lopes; Menezes; Moura (2019, p. 111) afirmam que “o
professor deve cuidar para que a sua atuação didática com as mídias digitais não se restrinja
ao ato de ligar e desligar o computador. É preciso conhecer as oportunidades pedagógicas que
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as mídias digitais podem oferecer”. Dessa forma, as mídias digitais devem favorecer a prática
docente no sentido de estimular a autonomia e criatividade das crianças. Nesta direção, Souza
(2014) argumenta que:
A criança ao longo do processo cognitivo desenvolve capacidade de interação com o
ambiente, seleção e interpretação de informações. Ela absorve progressivamente os
conteúdos oferecidos pela mídia, que se torna co-responsável pelo processo de formação de
opinião, tanto pelo veicula quanto pelo que não veicula, destacando-se conteúdos que terão
ou não importância ao longo do tempo. A capacidade de entendimento e assimilação dos
conteúdos expostos pela televisão, até porque as discussões não se alongam por muito
tempo, contribui para a inserção de maior número de telespectadores, independente da
escolaridade ou idade. (Souza, 2014, p. 5).
Nessa linha de pensamento, cabe aos professores a responsabilidade de desenvolver e
orientar sobre a utilização dos recursos midiáticos para que as crianças possam desenvolver
competências e habilidades para comunicar-se, produzir conhecimentos, utilizar diferentes
linguagens e assim exercer a sua protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. Moraes e
Teruya (2010, p. 5) afirmam que “ao assumir uma metodologia colaborativa, o professor deve
incorporar o uso da internet como ferramenta auxiliar no processo de ensino e aprendizagem”.
As mudanças no cenário da EI decorrente da tecnologia requerem novas possibilidades
quanto às práticas docentes. As crianças da geração Centennials tendem a absorver inúmeras
informações e acabam por dominar mais as máquinas do que os próprios professores, desse
modo, o docente deve ater sua preocupação quanto ao seu preparo e a sua formação. Isso
possibilita afirmar que, atualmente o docente precisa aprender a trabalhar com as múltiplas
linguagens geradas pelas mídias, de forma a criar práticas pedagógicas e metodologias
midiatizadas, fazendo uso de sua criatividade para a utilização das novas tecnologias para
obter resultados positivos junto ao corpo discente.
Desse modo, o professor, dispondo de recursos midiáticos, pode promover às crianças
experiências com o uso das mídias e recursos tecnológicos tais como: televisão, rádio, vídeo,
filmadora, gravador, câmera fotográfica, computador e a internet. O acesso da criança com as
mídias no ambiente escolar favorece muitas possibilidades entre elas: a expressividade, a
criatividade, a produção artística (fotografia, filmagens, reprodução), a interação crítica e
consciente, contribuindo na construção de sua autonomia e identidade.
Em suma, a EI é um espaço de socialização e formação pessoal, conforme aponta o
RCNEI, em que a criança se comunica e desenvolve-se em meio a experiências conjuntas com
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seus pares e professores. Neste sentido, entendemos que a criança faz parte de uma sociedade
em que a comunicação é a roda do desenvolvimento, ela necessita ser apresentada e inserida
no ambiente midiáticos, desde que seja supervisionada e direcionada à aprendizagem afim de
alcançar aprendizagem efetiva. Para esse fim, além de docentes preparados, as instituições de
EI precisam dispor de recursos tecnológicos adequados, como laboratórios, recursos digitais
selecionados apropriadamente, pensados de maneira específica para a faixa etária e adequada
ao porte das instituições de EI.
Breves considerações
A partir das reformas educacionais dos anos de 1990 a ideia de competência ocupa
lugar de destaque. Podemos perceber que a multiplicidade de relações feitas entre os
conceitos, e os seus distintos aspectos educativos, mostram a polivalência encontradas nas
definições de competência e de habilidades.
Trazer a concepção desses termos na Educação Infantil é relevante para
compreendermos a atual conjuntura dessa etapa da educação, corroboramos que a discussão
dos termos competência e habilidade foi retomado e se popularizou na seara da EI com a
implementação da BNCC. A escolha por trazer essa discussão não é aleatória, vale lembrar,
que a propagação contemporânea do ensino pautado nas competências e habilidades,
solidifica uma nova forma de organização do ensino e da aprendizagem, que foi impulsionada
desde Perrenoud (2000), que as colocou em destaque.
No decorrer do estudo, compreendemos que a BNCC, enquanto um documento
normativo, reformula a concepção de criança, concebida como protagonista, e constitui
competências para Educação Básica que articuladas cooperam na construção de
conhecimentos, no desenvolvimento de habilidades e na formação de atitudes e valores.
No contexto da EI, quando falamos em mídias é imprescindível que as crianças tenham
a oportunidade de experienciar aprendizagens que envolvam o mundo da informação
enquanto cidadãos e sujeitos de direitos à educação de qualidade. O trabalho com mídias
nessa etapa da educação básica, requer boas ferramentas de trabalho, espaços adequados,
momentos de reflexão, planejamento e construção crítica, docentes preparados e em constante
aperfeiçoamento, a fim de desenvolver nas crianças capacidades e novas habilidades, para que
a integração das mídias seja exequível.
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Foi possível perceber que a mídia e a publicidade podem ser instrumentos que auxiliam
os educadores em suas práticas e interações com a criança, contudo, de forma conectadas
estes mesmos instrumentos promovem cada vez mais o consumo infantil na sociedade, neste
sentido, a escola tem o papel de fortalecer os valores humanos, bem como criar iniciativas
para defender a infância desse consumismo abusivo.
Nessa linha de pensamento, fica evidente a importância de a criança vivenciar
experiências com o mundo da comunicação de maneira a criar interações sociais de qualidade,
desenvolvendo competência crítica e habilidades criativas, uma vez que, o uso das mídias na
EI podem ser considerados como agentes de difusão cultura e social oportunizando as
crianças a socialização, criticidade e a construção de conhecimentos na busca por uma
formação integral.
Apesar da presença marcante de recursos midiáticos dentro e fora das instituições em
EI, ainda encontramos Escolas de Educação Infantil que não dispõem desses recursos, e
quando dispõem, os mesmos são inadequados à faixa etária, somado ainda a resistência de
alguns docentes a adoção dessas ferramentas digitais justificados pela falta de preparo, com
um discurso atrelado ao tradicionalismo, na qual deve ser superado.
Parece redundante, mas é importante que fique claro que a adoção dos recursos
midiáticos na EI, requer pensar os diferentes desafios a serem superados, que comprometem o
uso adequado e os direitos que os documentos asseguram no desenvolvimento da criança,
quando falamos de mídias. Podemos afirmar que, o desafio com o uso das dias na EI está
intimamente ligado à oferta de estrutura adequada, à necessidade de formação docente e
recursos midiáticos suficientes para as instituições de EI.
Em síntese, para alcançar as expectativas da educação com o uso de mídias em sala o
professor precisa criar ambientes de aprendizagens, que resultam da intencionalidade
pedagógica, a fim, de aperfeiçoar as habilidades inerentes na criança, como: práticas,
cognitivas e socioemocionais, e desenvolver as competências esperadas, tais como:
conhecimento, criatividade, comunicação colaboração, interação, socialização, cultura digital,
cooperação e empatia, autoconhecimento e autocuidado, responsabilidade e cidadania. Cabe
ao docente realizar suas práticas pedagógicas com a intencionalidade de desafiar as crianças
por meio da mídia, para que esta possa ser canal cultural de construção da autonomia e
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identidade, sobre esse aspecto, como é bem definido por Moraes e Teruya (2010, p.7),
“substituindo a pedagogia rígida tradicional por uma pedagogia virtual colaborativa.”
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Informações do Artigo / Article Information
Recebido em: 07/02/2023
Aprovado em: 22/03/2023
Publicado em: 30/05/2023
Received on February 07th, 2023
Accepted on March 22th, 2023
Published on May, 30th, 2023
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saber: elaboração, análise e interpretação dos dados; escrita e revisão do conteúdo do manuscrito e; aprovão da versão
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habilidades. Rev. Bras. Educ. Camp., 8, e15677. http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e15677
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habilidades. Rev. Bras. Educ. Camp., Tocantinópolis, v. 8, e15677, 2023. http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e15677