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Revista Brasileira de Educação do Campo
Brazilian Journal of Rural Education
ARTIGO/ARTICLE/ARTÍCULO
DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e15764
Corpo, gestos e movimentos na Educação Infantil: o olhar
de professores de Educação Física
Danillo Santos Coutinho1, Luana Zanotto2
1 Universidade Federal de Goiás - UFG. Faculdade de Educação Física e Dança (FEFD). Avenida Esperança, s/n, Câmpus
Samambaia. Goiânia - GO. Brasil. 2 Universidade Federal de Goiás - UFG.
Autor para correspondência/Author for correspondence: sky-dam@hotmail.com
RESUMO. Focaliza os contextos de ensino na Educação
Infantil brasileira, em especial, às questões relacionadas ao
corpo, movimento e Educação Física. Objetiva conhecer
aspectos do trabalho pedagógico com o tema corpo, gestos e
movimentos sob a ótica de professores de Educação Física na
Educação Infantil. A produção dos dados parte da análise
documental de normativos nacionais, estaduais e municipais
para a primeira etapa da Educação Básica e de entrevistas
semiestruturadas realizadas com quatro professores da área
inseridos em diferentes instituições de Educação Infantil. Os
resultados indicam que os professores acreditam na relevância
do trato da temática na infância ao contribuir para o
desenvolvimento biopsicossocial das crianças, bem como para a
formação em tempo de vida presente e futuro. No entanto,
expressam pouco conhecimento advindos das propostas
curriculares em interface com a Educação Física. Conclui-se que
as compreensões acerca do tema corpo, gestos e movimentos
são ainda incipientes na prática pedagógicas dos professores.
Palavras-chave: educação infantil, educação física, corpo,
gestos e movimentos.
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Body, gestures and movements in Early Childhood
Education: the perspective of PE teachers
ABSTRACT. This study focuses on teaching contexts in
Brazilian Early Childhood Education, in particular, on issues
related to the body, movement and PE. It aims to know aspects
of the pedagogical work with the theme body, gestures and
movements from the perspective of PE teachers in. Data
production starts from analysis of national, state and municipal
document regulations for the Early Childhood Education and
from semi-structured interviews carried out with four teachers in
the area in different institutions of Early Childhood Education.
The results indicate that teachers believe in the relevance of
dealing with the theme in childhood by contributing to the
biopsychosocial development of children, as well as to training
in their present and future lives. However, they express little
knowledge arising from the curricular proposals in interface
with PE. The study concluded that the understandings about the
body, gestures and movements are still incipient in the teachers'
pedagogical practice.
Keywords: early childhood education, physical education, body,
gestures and movements.
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Cuerpo, gestos y movimientos en la Educación Infantil: la
perspectiva del profesorado de Educación Física
RESUMEN. Se centra en contextos de enseñanza en la
Educación Infantil brasileña, en particular, en cuestiones
relacionadas con el cuerpo, el movimiento y la Educación
Física. Tiene como objetivo conocer aspectos del trabajo
pedagógico con el tema cuerpo, gestos y movimientos en la
perspectiva de los profesores de Educación Física en la
Educación Infantil. La producción de datos parte del análisis
documental de normativas nacional, estatal y municipal para la
Educación Infantil y de entrevistas semiestructuradas realizadas
a cuatro profesores del área de diferentes instituciones de
Educación Infantil. Los resultados indican que los profesores
creen en la pertinencia de tratar el tema en la infancia
contribuyendo al desarrollo biopsicosocial de los niños, así
como a la formación en su vida presente y futura. Sin embargo,
expresan escasos saberes provenientes de las propuestas
curriculares en relación con la Educación Física. Se concluye
que las comprensiones sobre el cuerpo, gestos y movimientos
aún son incipientes en la práctica pedagógica de los profesores.
Palabras clave: educación infantil, educación física, cuerpo,
gestos y movimientos.
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Considerações iniciais
A Educação Infantil (EI), dentre outras intencionalidades, tem como compromisso
assegurar às crianças a formação indispensável para o exercício da cidadania,
proporcionando-lhes aprendizagem e desenvolvimento por meio de relações estabelecidas
culturalmente (Brasil, 2013). Um dos seus macros objetivos é reafirmar a igualdade de
oportunidades por meio da educação, do cuidado e da socialização entre crianças de classes
sociais diferentes, bem como o acesso aos bens culturais, às diversas experiências e
possibilidades de vivências afetivas, corporais, lúdicas, etc., complementado pela ação da
família (Brasil, 2013).
Do ponto de vista legal, nos últimos 20 anos a EI acumula marcos políticos e
legislativos que evidenciam avanços para a etapa, quer na dimensão sócio-pedagógica, quer
no estatuto da profissão do professor. Dentre esses normativos, destacam-se: a Constituição
Federal de 1988 (Brasil, 1988), que estabelece os princípios da educação brasileira e a
valorização dos profissionais; a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)
(Brasil, 1996), que estabelece a EI como primeira etapa da Educação Básica e explicita a
formação nima para os docentes que nela atuam; o Referencial Nacional Curricular para a
Educação Infantil (RCNEI) (Brasil, 1998), que apresenta as concepções e princípios
propostos à creche e pré-escola; as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
(DCNEI) (Brasil, 2009), que determinam as diretrizes para o trabalho educativo junto às
crianças e; mais recentemente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (Brasil, 2017),
que reafirma a organização curricular específica para a EI com o intuito de orientar os
sistemas de ensino sico brasileiro. Todo este aparato legal visa contribuir para que as
crianças se desenvolvam integralmente, sendo garantidos seus direitos no período de infância
e a sua constituição enquanto cidadã.
De maneira geral, as análises, reflexões e disputas teórico-metodológicas em favor de
uma educação de qualidade na EI, na intrincada relação entre o cuidar e o educar, são postas
como resultantes das reivindicações de diversos movimentos sociais e retrocessos
(Rosemberg, 1984; Paschoal & Machado, 2009). Apesar deste cenário de conquistas e
determinações, ainda se encontram inúmeras dificuldades na implementação dos normativos
no cotidiano das instituições de EI face às suas especificidades. A título de exemplo, na
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própria organização do trabalho pedagógico do professor ao assumir a EI pelo caráter
meramente assistencialista, bem como pela transposição dos ditames da organização escolar
do Ensino Fundamental tradicionalista/fragmentado para a EI, imputando uma visão
segmentada de sujeito e disciplinar dos conteúdos e do cotidiano das instituições.
Uma dessas dificuldades, destacada no presente estudo, corresponde ao trato dos temas
relacionados ao corpo e ao movimento na infância, os quais, segundo a BNCC (Brasil, 2017),
são elementos que constituem um determinado Campo de experiências, nomeadamente,
Corpo, gestos e movimentos. Cumpre mencionar que Campos de experiências representam
um conjunto de conhecimentos agrupados por afinidades e aproximações. Cada Campo tem
objetivos de aprendizagens e desenvolvimento organizados por faixa etária, ou seja, bebês (0
a 1 ano e 6 meses); crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) e crianças
pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses). Na seção destinada à EI, o referido documento ainda
apresenta cinco Campos, sendo eles: O eu, o outro e o ns”; Corpo, gestos e movimentos;
Traos, sons, cores e formas”; “Escuta, fala, pensamento e imaginaoe Espaos, tempos,
quantidades, relaes e transformaes”.
O Campo de experiência Corpo, gestos e movimentos visa possibilitar o
desenvolvimento e a aprendizagem em relação ao corpo, das expressões e significados que
podem ser criados e recriados de acordo com as necessidades das crianças. Perpassa pelas
relações do cuidado e transcorre até a linguagem corporal, dos conhecimentos adquiridos por
meio de vivências acerca do conhecimento do próprio corpo, das diferentes formas de
expressão, comunicação e movimentação, desenvolvendo não somente noções sobre saúde e
autocuidado, mas também do entendimento do corpo em contexto sociocultural (Brasil,
2017).
A literatura consultada (Quaranta, Franco & Betti, 2015, Bonfietti et al., 2019, Zanotto
& Costa, 2021) tem apontado para o relevante papel do professor de EF na EI, isto é, do
professor com formação específica em EF no desenvolvimento dos princípios preconizados
pelo mencionado Campo de experiência, além de outras esferas de atuação que correspondem
ao ensino das práticas corporais específicas da EF, segundo a sua inserção na área de
Linguagens, igualmente demarcado na BNCC (Brasil, 2017).
Em acordo com o referido documento, a EF corresponde a área de Linguagens junto
com os componentes curriculares Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna e Artes. A
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área de Linguagens se refere aos conhecimentos relativos à ação dos sujeitos em práticas de
linguagem nas variadas esferas da comunicação humana, desde as mais cotidianas até as mais
complexas (Brasil, 2017).
No que respeita ao acúmulo teórico das discussões sobre a EF na EI, quer da EF
enquanto componente obrigatória da primeira etapa da Educação Básica - em relevo na pré-
escola - quer do/a professor/a nela inserido, embora recente e ainda incipiente, cumpre
lembrar a constituição de uma trajetória de debates que representa mais de 40 anos de
produção (Sayão, 1997, Ayoub 2001, Vaz, 2002, Oliveira & Prodócimo, 2015, Mello et al.,
2016, Tonietto & Garanhani, 2017, Carvalho & Lavoura, 2020, Zanotto, 2021,
Zandomínegue, Barbosa & Guimarães, 2022), tendo sofrido um expressivo aumento a partir
dos anos 2000 (Rocha, Quintão de Almeida & Doña, 2021).
Sobre a análise desses estudos, nota-se uma íntima ligação temática com a prática
pedagógica da/na área, bem como sobre a inserção de professores de distintas áreas neste
ambiente, além de contribuírem para o conhecimento e reflexão dos normativos nacionais e
da afirmação do que tange o papel do corpo e do movimento na EI. Esses, entre outros
estudos correlacionados (Lerina & Sao, 2004, Buss-Simão, 2006), em síntese, apontam
possibilidades para transpor o conteúdo do plano das intenções legais (normativos) para o
plano das ações (prática pedagógica) em propostas que estabelecem ora consenso e ora
confronto com os referenciais da EI e da EF.
O acúmulo da literatura não pode ser ignorado, tampouco negligenciado na proposição
de novos estudos que busquem interligar as compreensões sobre os temas corpo, gestos,
movimentos, infâncias, crianças e EF, mas sim posicionar como base para o avanço. Destarte,
a literatura traz apontamentos diversos, no entanto, faz-se necessário intensificar as
investigações no âmbito do trabalho pedagógico da EF na EI ante às determinações recentes
apresentas pela BNCC (Brasil, 2017), neste cenário, em especial, no trato do Campo de
experiência Corpo, gestos e movimentos, entre outras justificativas, pela sua recente
formulação na EI/BNCC. De modo mais convergente, importa para a presente investigação
compreender a relação entre o trabalho com o tema corpo, gestos e movimentos e os
profissionais que atuam nesses processos, especialmente, os professores de EF da pré-escola.
Este estudo se estrutura pela seguinte questão: como a prática pedagógica no trabalho
com o corpo, gestos e movimentos é orientada segundo a ótica do professor de EF na EI? Para
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atender ao questionamento, objetiva conhecer aspectos do trabalho pedagógico com o tema
corpo, gestos e movimentos sob a ótica de professores da área na Educação Infantil.
Decisões metodológicas
A investigação se organiza pelos princípios da pesquisa de natureza qualitativa. Por essa
ótica, todo fenômeno pode ser compreendido dentro do contexto em que ele ocorre e do qual
participa, sendo analisado numa perspectiva integrada (Godoy, 1995). Segundo Triviños
(1994), a abordagem qualitativa-interpretativa parte de diversas informações referentes à vida
social que necessitam ser interpretadas de forma ampla, portanto, não quantificadas. Dessa
maneira, a principal finalidade dos estudos qualitativos é buscar uma compreensão
interpretativa dos fenômenos sociais vigentes por meio do olhar dos próprios sujeitos da
investigação (Santos Filho & Gamboa, 1995).
O estudo procedeu a duas etapas para a produção dos dados: 1) pesquisa/análise
documental e 2) pesquisa de campo. De acordo com Godoy (1995), a primeira consiste em
identificar as contribuições relevantes para a compreensão de determinados temas. Neste
estudo, a referida etapa foi efetivada pela análise dos documentos normativos acerca da EI em
dimensões nacionais (BNCC, RCNEI e DCNEI), estaduais (Documento Curricular para o
estado de Goiás - ampliado (DC-GO) (Goiás, 2019)) e municipais (Proposta Político-
Pedagógica destinada às Infâncias e Crianças em uma Política de Educação Infantil para a
Rede Municipal investigada). Além deles, foi feita uma consulta aos documentos que
orientam a EF nas primeiras etapas da Educação Básica, a exemplo, a própria BNCC e os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (Brasil, 1997), sendo as informações
sistematizadas em um roteiro semiestruturado. O roteiro perpassou pelas etapas de
identificação do contexto histórico-político de promulgação dos documentos analisados;
identificação dos interesses e suas vinculações teóricas e; das orientações para trabalho
docente na EI a partir da leitura, produção de sínteses e revisões sistematizadas das divisões
internas dos documentos (seções) correspondentes à temática investigativa.
A segunda etapa, a pesquisa de campo, foi empregada com o objetivo de contribuir para
a análise de determinada unidade social de modo mais intenso (Godoy, 1995). Manzini (2003)
enfatiza que a utilização da entrevista para produção dos dados pode apresentar vantagens e
desvantagens, por isso, exige severos cuidados do pesquisador. A entrevista semiestruturada,
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também conhecida como semidiretiva ou semiaberta, busca direcionamento para algum ponto
de abordagem do tema, tendo em vista o objetivo a ser alcançado (Manzini, 2003). O guião de
entrevista foi composto por 7 questões abertas e separadas em dois agrupamentos, a saber:
duas questões referentes à caracterização dos participantes (formação acadêmica, profissional
e o trabalho na EI) e cinco referentes aos objetivos do estudo de acordo com os seguintes
núcleos temáticos: a) conhecimento dos documentos norteadores do currículo da EI,
especialmente, os municipais; b) importância do trabalho com as linguagens previstas nos
documentos, nomeadamente, corpo e movimento; c) o papel do trabalho da EF no trato do
Campo corpo, gestos e movimentos e d) formas de organização do trabalho pedagógico a
partir deste Campo.
As entrevistas foram realizadas com quatro professores de EF atuantes em quatro
instituições de EI situadas em regiões distintas de um município do Centro-Oeste brasileiro.
Cada uma teve média de 1 hora e 15 minutos. Os critérios de inclusão dos professores-
participantes respeitaram: possuir formação em EF e atuar com turmas de pré-escola no ano
de realização das entrevistas. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento
Livre Esclarecido (TCLE), reconhecendo a garantia de anonimato das suas identidades e das
instituições de ensino em que trabalham via atribuição de nomes fictícios.
A professora L1, especialista em Gestão do ensino, atua na rede municipal 11 anos.
Trabalha com crianças da EI e Ensino Fundamental na área, distribuídas pelos turnos
matutino e vespertino. A professora está inserida na escola Andorinha, localizada na região
Sudeste do município investigado. O professor G2, mestre e doutor em EF, atua na EI, Ensino
Fundamental e Médio na rede municipal e estadual há 35 anos. O professor trabalha na escola
Batuíra, localizada na região Leste do município investigado. A professora K3, especialista
em EF escolar, atua 5 anos na EI. A professora trabalha na escola Colibri, localizada na
região Noroeste do município. Por fim, a professora T4 é graduada em EF e atua na rede
municipal há 1 ano. Trabalha na escola Douradinha, localizada na região central.
Os dados foram analisados qualitativamente com base nos fundamentos da análise de
conteúdo (Bardin, 2009). Este método, segundo a autora, perpassa por três etapas: 1) a Pré-
análise, que consiste em realizar a escolha dos documentos a serem submetidos à análise, a
formulação das hipóteses e a elaboração de indicadores que fundamentam a interpretação
final; 2) a Exploração do Material, correspondente à codificação dos dados a partir do recorte,
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classificação, contagem dos temas evidentes e em latência do conjunto de dados e; 3) o
Tratamento dos resultados, o que, em síntese, consiste na atribuição de significado aos dados
brutos com relevo às informações fornecidas pela análise.
Mediante a aplicação desses procedimentos, foram organizadas categorias de análise
para compreender, a partir da interpretação do corpus do estudo submetido à luz da literatura,
as propostas pedagógicas desenvolvidas na perspectiva de trabalho com o corpo, gestos e
movimentos e as orientações compreendidas sob a ótica de professores de EF na EI.
O item a seguir apresenta as categorias de análise, intituladas: i) O trabalho pedagógico
e os normativos da EI e ii) O trabalho pedagógico e sua relação com o tema corpo, gestos e
movimentos.
Resultados e discussão
O trabalho pedagógico e os normativos da Educação Infantil
Esta categoria corresponde aos entendimentos dos professores acerca dos documentos
normativos (nacional, estadual e municipal) da EI na interface com o trabalho pedagógico
materializado na EF. Para tanto, parte das percepções docentes acerca da forma como os
conteúdos da EF podem ser abordados na pré-escola, tendo como base o conhecimento dos
currículos.
Apesar de reconhecerem que a documentação apresenta importantes contribuições para
a educação brasileira e para o desenvolvimento do sujeito na infância, todos os participantes
concordaram que os documentos para a EI possuem poucos elementos para o trabalho da EF
na integração desta etapa. Observam que os conteúdos apresentam concepções e certos
ditames que não condizem com a realidade vivenciada nas instituições, conforme se refere a
professora K3 ao falar sobre a BNCC e as Diretrizes Curriculares da EI da rede municipal
investigada:
Mas é assim, é um documento que avança, aumenta a visão um pouco sobre a educação
física, mas, mesmo assim, não é um documento que abraça todas as possibilidades (K3,
Entrevista, fev./2021).
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Nessa direção, as falas dos professores K3 e L1 remetem à ideia de que o documento
não considera a realidade das unidades escolares, bem como, são limitadoras das ações
pedagógicas.
A prefeitura formulou esse documento e a gente tem que seguir à risca tudo o que tem lá,
isso acaba que engessa um pouco nossas possibilidades com tudo o que a comunidade
deseja (L1, Entrevista, fev./2021).
Na verdade, a nossa relação é que o corpo é uma cartilha, deveria ser uma base para
desenvolver nosso trabalho de forma autônoma, mas não é assim que acontece (K3,
Entrevista, fev./2021).
Vale esclarecer que nenhum professor questionou a relevância do conjunto documental,
mas reconheceram a necessidade de indicar possibilidades de atividades pedagógicas na
infância e, ao mesmo tempo, promover a autonomia do professor.
As Diretrizes Curriculares específicas para a EI do município (atualizada pela SME no
ano de 2019) traz orientações destinadas às unidades educacionais, sendo organizadas em
Direitos de Aprendizagens e Desenvolvimento e Campos de Experiências, assim como
precisado na BNCC (Brasil, 2017). Também possui uma seção subdividida para a expressão
dos cinco Campos de experiências, indicados na BNCC, isto é, como conjunto de
experiências constituídas por conhecimentos agrupados segundo as afinidades e aproximações
do que é essencial na aprendizagem das crianças. O documento municipal reconhece que o
trabalho com o movimento precisa contemplar a multiplicidade de manifestações e funções do
ato motor, possibilitando tanto o desenvolvimento físico quanto a ampliação da cultura
corporal de cada uma dessas manifestações, remetendo-se, ainda, a algumas ideias do RCNEI
(Brasil, 1998).
Igualmente se verifica certa presença dos elementos da psicomotricidade e coincidem
com a ideia de que eles não contemplam o que os documentos normativos atuais indicam.
Observa-se, assim, que os professores encontram limitações dos conteúdos curriculares,
reconhecendo que não expressam entendimento amplo do que estes documentos enfatizam
sobre a EF na EI.
Correspondente à EF na EI, houve entendimento coletivo de que as orientações
normativas em todas as dimensões (nacional, estadual e municipal) deveriam ser abordadas de
maneira a oferecer a vivência de experiências acerca do próprio corpo das crianças em suas
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diversas formas de expressão, gestualidade e comunicações verbal e corporal, bem como de
movimento, pois assim seria possível não somente colaborar com o desenvolvimento da
noção de saúde e autocuidado, como também das questões atreladas aos universos artístico,
estético e cultural.
Ainda ao refletir sobre o conhecimento legislativo, o coletivo aborda o trabalho da EF
na EI articulado à área de Linguagens, destacando a sua relevância. Segundo o professorado,
o trabalho pautado na área de Linguagens (BNCC), referida em todas as falas, orienta o que
deve ser feito na EF, sobretudo, na pré-escola. Destarte, expressa o professor T4: a
linguagem do corpo em si é entendida como apenas espaço do brincar, sem objetivo(T4,
Entrevista, fev./2021).
Os professores explicitam a necessidade de compreender o lugar da EF nas instituições
e, dessa forma, entender que a mesma deve ser tempo e espaço de desenvolvimento infantil,
de promoção e troca cultural por meio das brincadeiras, além de incentivo à própria atividade
física e educação para a saúde. Ao lado disso, compreendem que por meio da EF pode-se
trabalhar ações em equipe, cooperação e socialização entre as crianças:
O lugar da educação física com a criança, é lugar assim de experimentar, mas com muita
ludicidade, pela brincadeira, pelo gosto da criança de conhecer. Então a educação física
vem por esse sentido, por meio de várias brincadeiras. Pelo lúdico a gente promove nessa
criança esse desenvolvimento (L1, Entrevista, fev./2021).
Destaca-se neste trecho a influência que os temas de estudo e tradição na EF exerce na
organização dos conteúdos na EI, em destaque, à brincadeira e o lúdico. Por outro lado, ao
buscar, mais uma vez a interface das orientações curriculares para o trabalho da EF na EI,
reconhecem que os mesmos não exercem significativa contribuição na organização da prática
pedagógica, conforme relatam os professores L1 e T4 ao se remeterem aos processos de
formação continuada da rede municipal:
Na minha escola, quando tem formação através de reuniões, eles separam a educação
infantil do ensino fundamental, então eles colocam nós da Educação Física apenas no
ensino fundamental (L1, Entrevista, fev./2021).
... nas creches e CMEI’s, a Educação Física não tem lugar, que com esse movimento de
tentar arrumar vagas para todos, de suprir déficits da prefeitura, eles colocaram a
Educação Física na escola, mas tem pouca formação na escola (T4, Entrevista, fev./2021).
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As falas apontam para uma questão intrigante acerca da presença de professores da área
nas instituições de EI, refletindo sobre seu lugar e as percepções de como são vistos pelo
coletivo escolar, ao que indica, compreendidos pela lógica disciplinar da EF, isto é, como
disciplina de EF na EI. Estudiosos sobre o tema (Lerina & Sayão, 2004, Martins et al. 2016,
Zanotto & Costa, 2019, Zanotto, Alves & Januário, 2022) enfatizam que a presença da EF na
primeira etapa viabiliza condições para que as crianças desenvolvam suas potencialidades de
modo democrático e não seletivo/fragmentado, extrapolando as questões do corpo, visando a
ampliação do potencial formativo por meio de atividades integradas entre as áreas do
conhecimento.
Em síntese, o grupo de participantes reconhece que o trabalho com o movimento exige a
contemplação da multiplicidade das funções e manifestações do ato motor, o que possibilita o
desenvolvimento da motricidade, ou melhor, do desenvolvimento biopsicossocial da criança,
bem como a construção de habilidades essenciais para a vida presente e futura. Nesta ótica,
Mello et al. (2016) argumentam que o eixo movimento é o que mais se aproxima da EF na EI,
sendo também vislumbrado no RCNEI (Brasil, 1998) como uma linguagem que favorece a
criança a ter sua ação sobre o meio físico atuando sobre o ambiente humano e mobilizando as
pessoas por meio da sua expressividade.
Ao buscar congregar os entendimentos docentes acerca dos documentos normativos da
EI na interface com o trabalho pedagógico na EF, esta categoria evidenciou que os
professores acreditam na relevância documental, sobremaneira, com foco nos saberes da EF,
como ponto de partida e contribuição ao desenvolvimento de crianças de 3 a 5 anos e 11
meses. No entanto, denotam pouco entendimento sobre como os documentos podem
contribuir com a organização da prática pedagógica, isto é, da lida cotidiana nas instituições.
O trabalho pedagógico e sua relação com o tema corpo, gestos e movimentos
Esta categoria apresenta a análise dos eixos finais do roteiro de questões, representando,
dentre outros aspectos, a importância do trato da temática corpo, gestos e movimentos na
ótica dos participantes. Segundo a reconhecida obra Coletivo de autores (1992), o ser humano
se apropria da cultura corporal apresentando sua intencionalidade para o lúdico, agonístico,
estético, artístico, etc., representando conceitos e ideias produzidos pela consciência social. A
cultura corporal defendida nesta obra é tratada pedagogicamente na escola pela EF e se baseia
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em temas ou formas de atividades materializadas em conteúdos a serem transmitidos. Neste
ínterim, o foco central do trabalho com o corpo na escola são as experiências e vivências
referentes ao conhecimento do próprio corpo e da cultura produzida e acumulada
historicamente pela humanidade, além das variadas formas de comunicação, movimentação e
expressão (Coletivo de autores, 1992). Isso implica não somente em desenvolver as noções de
autocuidado e saúde em ambiente escolarizado, mas, sobretudo, a busca pela compreensão do
próprio corpo e do corpo coletivo em determinados contextos socioculturais.
Tal como precedido pelas definições da BNCC (Brasil, 2017), o corpo [da criança]
precisa ser compreendido na sua relação com o mundo; com o outro; com a natureza e
mediante as relações estabelecidas em várias atividades, tempos e espaços, isto é, em casa, na
instituição e demais locais de convivência. Desse modo, o corpo, além de se constituir de
matéria, se constitui de subjetividade. Conforme Silva e Damiani (2005), as práticas corporais
vivenciadas na infância são compreendidas como expressões concretas de formas de educação
do corpo, assim como de vivências, de prazeres e de descobertas carregadas de valores. Essas
práticas podem ser desenvolvidas em vários ambientes, não se restringindo à escola, porém,
devem ser planejadas e mediadas por um par capacitado, no caso, o professor especialista em
determinada área do conhecimento.
É nesta direção que os professores demonstram organizar o trabalho pedagógico acerca
do tema com base na proposição da BNCC. A professora K3 reflete:
O campo de corpo, gestos e movimentos tem como foco oferecer vivências de experiências
sobre o próprio corpo e suas diversas formas de expressão, comunicação e movimentação
(K3, Entrevista, fev./2021).
Igualmente, os professores G2 e T4 reconhecem que é preciso conhecer todas as
possibilidades do ser humano, sendo que este deve conhecer bem a si próprio:
A gente, conhecendo nosso lugar e toda a construção histórica da humanidade, do que a
gente lutou e conseguiu, eu acho que é muito importante conhecer para a partir daí
formar uma opinião (G2, Entrevista, fev./2021).
A criança aprende explorando os movimentos, explorando a cultura corporal em si, na
Educação Infantil trabalhamos corpo, gestos e movimentos quando a criança explora o
mundo e a si próprio (T4, Entrevista, fev./2021).
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Também segundo os professores K3 e L1:
A criança é um sujeito sócio-histórico-cultural. É importante o desenvolvimento dela por
meio da cultura corporal e do movimento. A educação física se destaca como uma
importante ferramenta, especialmente, porque muitas crianças vislumbram nela uma
oportunidade para conhecer as dimensões do corpo, gestos e movimento (K3, Entrevista,
fev./2021).
É durante a infância que a criança começa a educar seu corpo com movimentos que fazem
parte do seu dia a dia, até da sua linguagem, como levantar a mão para você saber que ela
precisa de ajuda (L1, Entrevista, fev./2021).
Embora aparentem reconhecer as dimensões sócio-históricas das atividades corporais,
os professores enfatizam a necessária presença do corpo na percepção do trabalho pedagógico
com as crianças da pré-escola. Isso nos remete às reflexões de que a centralidade da EF ainda
permanece nos corpos, tendo em vista que todos apontaram este como um instrumento de
representação do ser humano, mesmo frente às fragilidades de algumas respostas pelo não
aprofundamento interpretativo da inter-relação entre corpo, movimento e EF.
Adiante, indicam que a prática pedagógica precisa contemplar os saberes e
conhecimentos presentes no dia a dia das crianças, assim como envolver atividades centradas
na ampliação da cultura corporal de cada uma, como se observa na seguinte fala:
Acredito que o trabalho com o corpo, gesto e movimento possibilita a criança se desenvolver
da melhor forma possível, se conhecendo melhor e suas possibilidades como um todo. É
importante fazer com que ela se desenvolva bem, fazer que passe por maior quantidade de
experiências para fazer que seu corpo possa elaborar as sínteses necessárias para que ela
possa seguir sozinha (G2, Entrevista, fev./2021).
Para os participantes, a EF possui papel relevante no desenvolvimento integrado, plural
e diversificado, respeitando o trato do conhecimento de modo a fazer sentido para as crianças,
tanto no presente quanto no futuro. Essa ótica parece acompanhar o que Vaz (2002)
defendia em seus estudos sobre a importância da EF escolar e seu papel fundamental no início
da escolarização, endossando o trabalho na pré-escola ao promover o acesso à diversidade de
experiências em situações que as crianças alcancem a possibilidade de inventar, criar,
descobrir movimentos novos e reformular conceitos que extrapolam a dimensão visível do
corpo. Nesse caso, o autor ainda defende que as práticas corporais precisam envolver a
ludicidade com atividades afetivas e prazerosas para que a criança veja significado nelas
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(Vaz, 2002), argumento que também foi defendido pela totalidade dos participantes do
presente estudo.
Em suma, esta categoria indicou unanimidade na compreensão docente sobre a
relevância do trato da temática corpo, gestos e movimentos por meio da EF na EI. Nela foi
explicitada a centralidade dos corpos das crianças na proposição das atividades corporais, as
quais devem ser apresentadas de forma lúdica, além de garantir as vivências formativas.
Considerações finais
Esta investigação objetivou conhecer aspectos do trabalho pedagógico com foco no
tema corpo, gestos e movimentos sob a ótica de professores da EF na EI. Embora realizada
com um reduzido grupo de participantes, a pesquisa possibilita compreender não somente a
ótica docente sobre o objeto investigado, mas também refletir sobre o conhecimento docente
em relação aos documentos normativos que orientam o currículo da EI, em especial, face ao
tema corpo, gestos e movimentos e suas possíveis ligações ao Campo de experiência proposto
pela BNCC (Brasil, 2017).
Houve concordância entre os professores no que tange à importância da existência dos
documentos, tanto nacionais quanto estaduais e municipais, enfatizando um ponto comum,
qual seja: a crença de que nem todos, embora configurem-se como avanços políticos-
formativos, correspondem à totalidade da realidade vivida no município em termos das
especificidades das suas instituições, crianças e comunidades. Apesar de reconhecerem essa
importância, o grupo expressou não notar impactos significativos dos conteúdos normativos
na prática pedagógica, o que talvez seja fruto de um conhecimento documental ainda
incipiente e/ou debatido de modo insuficiente no coletivo, no sentido de compreender as
especificidades e as finalidades desses documentos.
Os professores demonstraram preocupação com os processos de formação,
notadamente, de formação continuada para qualificação do trabalho. Nesse ponto, observa-se
a tendência do “isolamento pedaggico” enfrentado pelos professores especialistas na EI, em
destaque, os professores de EF.
Por fim, nota-se que apesar dos muitos avanços políticos e legais, ao investigar-se o
cotidiano das instituições de EI pelas lentes docentes, observa-se que o trato pedagógico com
o corpo, gestos e movimento é visto como algo pouco esclarecido, possivelmente, fruto de
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uma reduzida articulação entre o teor dos normativos e os saberes e conhecimentos teórico-
práticos advindos do cotidiano de trabalho dos participantes.
O universo pesquisado favoreceu a compreensão de que, embora a passos lentos, os
sujeitos professores com formação em EF que perfazem a EI têm trilhado um caminho rumo à
melhoria das práticas pedagógicas nesta etapa, mas ainda que percorrer tantos outros
trilhos para sua qualificação e processo de reconhecimento, em especial, ao que cabe à EF na
abordagem do Campo de experiência Corpo, gestos e movimentos.
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Informações do Artigo / Article Information
Recebido em: 17/02/2023
Aprovado em: 22/03/2023
Publicado em: 30/05/2023
Received on February 17th, 2023
Accepted on March 22th, 2023
Published on May, 30th, 2023
Contribuições no Artigo: Os(as) autores(as) foram os(as) responsáveis por todas as etapas e resultados da pesquisa, a
saber: elaboração, análise e interpretação dos dados; escrita e revisão do conteúdo do manuscrito e; aprovação da versão
final publicada.
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Conflitos de Interesse: Os(as) autores(as) declararam não haver nenhum conflito de interesse referente a este artigo.
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Artigo avaliado por pares.
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Como citar este artigo / How to cite this article
APA
Coutinho, D. S., & Zanotto, L. (2023). Corpo, gestos e movimentos na Educação Infantil: o olhar de professores de Educação
Física. Rev. Bras. Educ. Camp., 8, e15764. http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e15764
ABNT
COUTINHO, D. S.; ZANOTTO, L. Corpo, gestos e movimentos na Educação Infantil: o olhar de professores de Educação
Física. Rev. Bras. Educ. Camp., Tocantinópolis, v. 8, e15764, 2022. http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e15764