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considerados como co-responsáveis por
este cenário: a estrutura escolar e a
abordagem do conteúdo programático.
Quanto à estrutura escolar rural, destaca-se
o baixo número de escolas de Ensino
Médio e o transporte deficiente. Uma das
consequências da falta de unidades
escolares é forçar os alunos a buscarem
formação nas cidades e, ao fazerem isto,
encontram dificuldades financeiras,
culturais, de transporte e de aprendizado
(Nunes, 2014).
Em 2010, a Conferência Nacional de
Educação estipulou diretrizes
infraestruturais para atender a população
rural em idade escolar (Brasil, 2010b).
Criar e manter as escolas do campo
de acordo com os padrões básicos de
infraestrutura que contemplem:
transporte escolar intracampo,
equipamentos tecnológicos de
informação e comunicação agrícolas,
material didático, acervo
bibliográfico, quadra esportiva,
laboratórios científicos e de
informática com acesso à internet
com qualidade, a qualificação e
formação continuada para o uso das
tecnologias pelos/as educadores/as,
custeadas pelo poder público, salas
de aula adequadas e equipadas.
(Brasil, 2010).
Quanto ao conteúdo, Ribeiro (1985,
p. 3) analisa essa situação, ressaltando que:
...mesmo para as famílias que enviam
seus filhos para a escola rural, o
ensino feito através desta escola não
os prepara para permanecerem na
terra. Toda a política para a educação
rural tem se restringido a oferecer um
arremedo da escola urbana, que nem
habilita os filhos dos agricultores
para dar continuidade às lides dos
pais, nem os qualifica para os
empregos urbanos.
Assim sendo, a falta de amparo
efetivo e real faz com que a educação
escolar não seja significativa para esta
população.
A Educação no Campo sempre foi
um dilema e vem sendo estudada há vários
anos. Em seu trabalho, Rangel e Carmo
(2011) recuperam alguns dos eventos
históricos da Educação do Campo, onde
... os primeiros indícios de
visibilidade da educação no meio
rural remontam ao século XIX. No
entanto, apenas nos anos 30 do
século XX começaram a surgir
modelos de educação rural, baseados
em projetos de modernização do
campo, patrocinados por organismos
de cooperação norte-americana ...
Um estudo realizado por Barreiro
(2006) mostra a influência Norte-
Americana no meio rural por meio da
Campanha Nacional de Educação Rural
(CNER), em 1952. Em 1955 surge o
Serviço Social Rural (SSR), que fomenta a
organização do cooperativismo,
associativismo, economia doméstica e
artesanato (Calazans, 1993).
Outro ponto levantado em estudos
relacionados à Educação no Campo aborda
conflitos agrários, tema explorado por
Oliveira (2013). As Políticas Públicas e