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que o ensino de ciências deve considerar a cultura na formação de docentes para o campo,
contribuindo para o intercâmbio e produção de conhecimento.
Já no artigo intitulado “Uso de objetos educacionais digitais para ensinar sistemas
do corpo humano em uma escola do campo”, dos pesquisadores Marcelo Franco Leão e
Silvio Ferreira dos Santos (IFMT/UFRGS), a atenção está sobre a utilização da tecnologia
voltada ao processo de ensino e aprendizagem. Nesse estudo, analisa-se a utilização de
softwares educacionais com o objetivo de ensinar sistemas do corpo humano, numa escola do
campo, em Mato Grosso. Com base nos resultados dessa pesquisa, os autores relataram que a
utilização de tecnologias digitais pelos estudantes permitiu que os mesmos aprendessem
melhor os conteúdos relacionados aos sistemas do corpo humano, em comparação com
recursos tradicionais, como o livro didático, por exemplo.
Agrotóxicos no campo é o tema do artigo “Discutindo a temática agrotóxicos
relacionada à saúde: uma abordagem através das controvérsias sociocientíficas”, de
autoria de Eril Medeiros da Fonseca, Leandro Duso e Marilisa Bialvo Hoffmann
(UNIPAMPA/UFRGS). O artigo discute as implicações dos agrotóxicos para a saúde da
população camponesa, por meio da abordagem das Controvérsias Sociocientíficas (CSC) no
Ensino de Ciências e na Educação do Campo. Nesse sentido, afirmam que além de prejudicar
a saúde daquelas pessoas que vivem e trabalham no campo, os agrotóxicos trazem uma
concepção de saúde que afeta a diversidade biológica.
No manuscrito intitulado “Júri Simulado e tempestade cerebral: entendendo a
implantação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte”, de autoria de Marcos Marques
Formigosa, Marli Terezinha Quartieri e José Cláudio Del Pino (UFPA/UNIVATES), a partir
das estratégias metodológicas do Júri Simulado e Tempestade Cerebral, discutem as
metodologias utilizadas por professores que ensinam conteúdos de Física por meios
tradicionais. Nessa investigação, identificaram que essas metodologias – Júri Simulado e
Tempestade Cerebral – contribuíram para que os conteúdos do ensino de Física fossem
ampliados aos estudantes, além de terem possibilitado aos discentes um entendimento crítico
da realidade da qual fazem parte.
O artigo intitulado “
A sustentabilidade, a educação ambiental e o curso de
Educação do Campo: é possível essa aproximação?
”, das pesquisadoras Juliana Pereira
Araújo, Maria Paulina de Assis e Elis Regina Costa (UFG), tem como base reflexões sobre
formação de professores no curso de Licenciatura em Educação do Campo com habilitação
em Ciências da Natureza, da UFG - Regional Catalão. Ao discutirem desafios para
consolidação dessa licenciatura, as autoras apontam a necessidade de estabelecer
compreensão sobre sustentabilidade como a avaliação das possibilidades de sua utilização
como norteador da prática ou inspiração teórico-metodológica. Os resultados da pesquisa
revelaram que o conceito de sustentabilidade é mais complexo do que parece, exigindo maior
compreensão por parte dos docentes e estudantes.
Em “
Formação de professores em Ciências da Natureza para escolas do/no
campo na UFFS – Campus Erechim: perspectivas e desafios
”, de autoria de
Moises
Marques Prsybyciem, Almir Paulo dos Santos e Jeronimo Sartori (UFFS), o objetivo proposto
é evidenciar, no processo de formação de professores, perspectivas e desafios no Curso
Interdisciplinar em Educação do Campo: Ciências da Natureza (Licenciatura da UFFS,
Campus Erechim), para escolas do/no campo. Com base nos resultados, os pesquisadores
afirmam que ficaram evidentes desafios e potencialidades na formação de professores para as
escolas localizadas nas comunidades indígenas e nas escolas do/no campo, assim como a
necessidade de sua articulação com o Ensino de Ciências da Natureza (Química, Física e
Biologia), tais como: a identidade cultural dos sujeitos, o choque de culturas (diferentes povos
do campo e diferentes especificidades), os aspectos pedagógicos relacionados à organização e
ao trabalho no regime de alternância.