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losango? Um losango não tem, também,
quatro lados de medidas iguais?
Pedagogicamente, mais efetivo seria
conduzir os sujeitos a observar, manipular,
sobrepor e comparar figuras geométricas
diversas de modo a reconhecer
regularidades nelas presentes, de modo a
estabelecer que todo quadrado é, a rigor,
um losango, mas nem todo losango é um
quadrado. O mesmo problema da
associação de modelos que não trata,
efetivamente, da elaboração conceitual,
pode ser notado relativamente à
incompreensão dos alunos da distinção
entre circunferência e círculo, ou entre
quadrado e cubo, ou de importantes
relações conceituais, de uso social, entre
cm³ e mililitro ou entre dm³ e litro, dentre
outras dificuldades.
De fato,
A aprendizagem da Matemática
refere-se a um conjunto de conceitos
e procedimentos que comportam
métodos de investigação e raciocínio,
formas de representação e
comunicação. Como ciência, a
Matemática engloba um amplo
campo de relações, regularidades e
coerências, despertando a curiosidade
e instigando a capacidade de
generalizar, projetar, prever e
abstrair. O desenvolvimento desses
procedimentos amplia os meios para
compreender o mundo que nos cerca,
tanto em situações mais próximas,
presentes na vida cotidiana, como
naquelas de caráter mais geral. Por
outro lado, a Matemática também é a
base para a construção de
conhecimentos relacionados às outras
áreas do currículo. Ela está presente
nas Ciências Exatas, nas Ciências
Naturais e Sociais, nas variadas
formas de comunicação e expressão.
(Brasil, 2001, p. 99).
Sem a necessária atitude pedagógica
de contextualização e descontextualização
não há que falar em produção de sentidos e
negociação de significados de
aprendizagem. Trata-se de conduzir os
educandos da EJA a compreender que as
ideias matemáticas evoluem. Então, a
História da Matemática se revela como
importante estratégia de abordagem e
motivação para o ensino de conceitos
matemáticos. Por isso, D’Ambrosio (1996)
assegura que a História da Matemática é
elemento central para o estabelecimento de
um processo de ensino que apresente a
Matemática como um produto cultural,
contrariamente à difusão usual no sistema
escolar que a trata como verdade pronta,
definitiva e acabada, ciência exata que
parece alheia às vicissitudes humanas.
Igualmente, Miguel e Miorim (2004)
destacam que a História da Matemática
ajudará o aluno a perceber que a
Matemática não é uma ciência isolada das
demais áreas do conhecimento,
consolidando-se como uma criação
humana e, principalmente, indicando para
os educandos as razões pelas quais as
pessoas fazem e praticam Matemática, ou
seja, as necessidades práticas, econômicas
e culturais constituem o estímulo ao