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forma diferente nas Escolas do Campo,
trazendo, para dentro delas, para dentro de
seus processos de ensino-aprendizagem, a
vida dos sujeitos camponeses que pretende
educar” (Ferreira & Molina, 2014, p. 142).
Para Molina (2014) a Licenciatura
em Educação do Campo é resultado das
lutas e demandas dos movimentos sociais
ao Estado. Ainda segundo a autora,
... é uma nova modalidade de
graduação nas universidades públicas
brasileiras, cujos principais
destinatários são os próprios sujeitos
camponeses, quer já sejam eles
professores que atuam no meio rural,
quer sejam jovens camponeses que
almejam se tornar educadores.
Portanto, esta Licenciatura tem como
objetivo formar e habilitar
profissionais do próprio campo, para
atuação nos anos finais do ensino
fundamental e médio, tendo como
objeto de estudo e de práticas as
escolas de Educação Básica do
campo. Esses cursos devem
promover uma estratégia
metodológica de formação de
educadores, que tenha como pilar
central a formação para docência
multidisciplinar por áreas de
conhecimento. Essas graduações
objetivam preparar educadores para,
além da docência, atuar na gestão de
processos educativos escolares e na
gestão de processos educativos
comunitários (Molina, 2014, p. 11).
Desta forma, o futuro licenciado em
Educação do Campo estará apto para
lecionar no campo em determinada área do
conhecimento, podendo ser ela Ciências da
Natureza e Matemática, Linguagens,
Ciências Humanas e Sociais ou ainda
Ciências Agrárias. Além da docência, o
professor da Escola do Campo terá
condições de atuar na gestão escolar.
Nos anos de 2008 e 2009, o MEC
lançou editais, que de acordo com Molina
(2015, p. 151) tinha a finalidade de
... que novas instituições passassem a
ofertar a Licenciatura em Educação
do Campo, sendo que a partir da
concorrência a estes Editais, 32
universidades passaram a ofertar o
curso, porém sem nenhuma garantia
de sua continuidade e permanência,
já que esta oferta através de Editais
faz-se através da aprovação nas
instituições de ensino superior de
projetos especiais, tramitados e
autorizados somente para oferta de
uma turma.
Assim após esse período foram
surgindo novos cursos, no entanto nem
todos os estados brasileiros abraçaram a
causa. Alguns estados, de acordo com os
estudos de Molina (2015), passaram a
ofertar essas licenciaturas, sendo que na
época de seu estudo o Rio Grande do Sul
tinha a maior oferta com 6 cursos,
enquanto que Minas Gerais, Piauí e Pará
ofertavam 4 cursos cada estado. Os demais
estados brasileiros ofertavam 1 ou 2
cursos, e há os estados que não ofertavam
cursos, sendo eles: Acre; Alagoas; Bahia;
Ceará; Pernambuco; São Paulo e Sergipe.
Para as autoras Ghedini, Onçay e
Debortoli (Gehdini, Onçay, & Debortoli,
2014, p. 84), as propostas viabilizadas de
cursos de Licenciatura em Educação do
Campo, possuem um “currículo em