iv
escolas/salas anexas, localizadas no Projeto de Assentamento Mata Azul e no Projeto de
Assentamento Dom Pedro Casaldáliga, vinculadas às Escolas Estaduais 29 de Setembro, no
município de Novo Santo Antônio, e Tancredo Neves, no município de São Félix do
Araguaia, na Microrregião Norte Araguaia – nordeste de Mato Grosso. Adotou-se na pesquisa
a abordagem qualitativa, numa perspectiva crítico-dialética. Para a coleta dos dados foram
utilizadas entrevistas semiestruturadas. Os resultados da investigação mostraram que o Ensino
Médio no campo, nas escolas pesquisadas é uma experiência ainda incipiente, que envolve
questões relativas à estrutura física das unidades escolares, à organização curricular, ao papel
social da escola do campo, à formação dos docentes, ao acesso e permanência dos jovens
camponeses a escola até concluírem a formação de nível médio, evidenciando tensão, por
parte dos educadores, no sentido de contrapor ao paradigma da seletividade e dualidade do
Ensino Médio e do urbanocentrismo em escolas do campo.
Já o trabalho intitulado “Oficina de tinta de terra: contextualizando pigmentos na
disciplina de História da Química na LEdoC/UFMA”, elaborado por Meubles Borges
Júnior (UFMA), Matheus Casimiro Soares Ferreira (UFMA) e Carolina Pereira Aranha
(UFMA), apresenta um relato vivenciado na disciplina História da Química, em um curso de
Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal do Maranhão (UFMA-
Bacabal), na qual a temática central trabalhada foi “a química dos pigmentos”. A
contextualização do conteúdo se deu perpassando as três categorias do processo de
contextualização (exemplificação pontual e caráter motivacional; estratégia de ensino-
aprendizado; formação de cidadão crítico na tomada de decisões), culminando com o
desenvolvimento de uma consciência crítico-reflexiva na perspectiva CTSA. Como
procedimentos metodológicos, utilizou-se: aula expositiva, leitura e interpretação de artigos
científicos, debates, oficina de Tinta de Terra, pintura e exposição dos artefatos cerâmicos e
avaliação. Com base nos resultados, conclui-se que a oficina de tinta de terra ganhou destaque
no processo formativo, pois trouxe contextos científicos, tecnológicos e sociais, o que
contribuiu para a valorização e o resgate de fatos e experiências do cotidiano, ao discutir e
vivenciar o significado de sustentabilidade, com tecnologia ambientalmente saudável e
técnica de baixo custo, portanto, ampliando o potencial do processo de ensino-aprendizagem.
Na sequência, em “Ecologia de Saberes na Educação do Campo como alternativa
epistemológica e societal: experiência do SIECS”, de Maria Elizabeth Souza Gonçalves
(UNEB), o fito do trabalho foi descrever analiticamente a experiência do Seminário
Interterritorial de Educação do Campo no Semiárido (SIECS), sediado no IFBA de Juazeiro-
Bahia, em novembro de 2016. Com o tema “Terra, Trabalho e Educação”, o SIECS apresenta
uma perspectiva pluralista de pensar engajadamente o conhecimento sobre Educação do
Campo, com a contribuição de um coletivo plural e portador de saberes diversos: Academia,
Movimentos Sociais do Campo, Movimento Estudantil e Artistas. Sob a égide de uma
ecologia de saberes (Santos, 2010), os resultados apontam o SIECS como espaço contra-
hegemônico no fortalecimento da luta pela terra, pela educação, por qualidade de vida para
todos, construído numa perspectiva descolonial que assume o lugar, o tempo e os sujeitos nas
suas diversas relações de poder.
Em “Política de expansão das licenciaturas em Educação do Campo: desafios
para a implantação do Programa Nacional de Educação do Campo na Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul”, de autoria de Jorge Luis D'Ávila (UFMS), objetiva-se
analisar o processo de implantação do curso de Licenciatura em Educação do Campo da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), na perspectiva de compreender a
morosidade do Estado brasileiro na execução da gestão das políticas educacionais. Levando-
se em consideração as articulações recíprocas entre Estado, educação e Educação do Campo,
na perspectiva marxiana, o pressuposto de análise parte da totalidade das relações entre os
homens, o que permite reintegrar nessa totalidade a base material e a base política do mundo