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específicas dadas pelas condições objetivas
de seu tempo de vida, capazes de assumir
responsabilidades e desafios nos parecem
elementos de motivação para que os jovens
do campo independentemente de suas
escolhas futuras, busquem alternativas de
reprodução de sua existência. Partindo
desta compreensão os jovens, devem ser
compreendidos como sujeitos, aspecto que
independe de sua idade, ou ciclo de vida.
Neste sentido, concordamos com Janata
(2012, p. 112), quando esta afirma que o
conceito de juventude além de estar
vinculado diretamente a um período, ou
faixa etária da vida, deve ser considerado
“uma categoria geracional que encerra na
classe suas questões fundamentais”.
Segundo D’Agostini e Titton (2018),
na atualidade muitos estudos sobre a
juventude, tem provocado uma alteração
na terminologia juventude para juventudes,
no plural, a qual segundo os autores
“fragmentam e individualizam os grupos
de tal forma que obnubilam a totalidade e
as relações de fundo existentes”. Para os
autores, a juventude deve ser
compreendida como
uma condição/ciclo da vida vivida
por todos e as questões estruturais
desta condição são base para todos, a
saber, a produção da existência na
sociedade capitalista. As diferenças
fundamentais estão entre as classes
sociais, e contam com complexas
relações com questões como as
opressões, a desigualdade social, o
racismo, a discriminação de gênero
etc, e, portanto, ao tratar a juventude
no seu devido contexto, e não de
forma idealista e abstrata, a
pluralidade está contemplada.
(D’agostini & Titton, 2018, p. 60).
Considerar o lugar social ocupado
pelos jovens e as condições objetivas de
existência são ao nosso entendimento
elementos importantes, os quais
determinam os limites e as possibilidades
da participação dos jovens, bem como as
relações que estes sujeitos estabelecem
com o trabalho, com seus pares, com a
escola, com suas lutas e com a sociedade.
No sistema capitalista, os jovens da classe
trabalhadora têm como grande desafio a
garantia da própria sobrevivência, que
ocorre na tensão da busca por conquistas
imediatas, desejos e necessidades do
momento e depois por um possível projeto
para o futuro, do que cada um virá a ser.
Os estudos sobre a sociologia da
juventude, que seguem uma concepção
dialética recuperam o caráter social e
histórico da juventude moderna e
contemporânea, enquanto grupos etários
homogêneos, institucionalizados ou
informais. De maneira geral indica a
necessidade de realizar análises tendo
como referência os aspectos sociais e
históricos da juventude em relação direta
com outras categorias sociais, como classe
social, nacionalidade, região, etnia, gênero,
religião, condição urbana ou rural,