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motivadores para o surgimento do
toyotismo no Japão (Ohno, 1997).
O surgimento da microeletrônica
impulsionou novos padrões de trabalho e
produtividade, de acordo com Kuenzer
(2007, 2018) esse sistema de produção
pediu um novo tipo de trabalhador, o
multitarefa, aquele que não se atinha
somente a um tipo de atividade, mas
analisava e atuava em vários processos.
Com isso houve mudanças nos padrões de
formação profissional, que pediam: um
sujeito preparado para execução de
atividades envolvendo trabalho em equipe,
realização de diagnósticos, correção dos
problemas identificados, que realizaria
capacitações constantes, isto é, um
profissional que exercesse todas as
competências necessárias para o bom
andamento da indústria.
Partindo desse enfoque, esse sistema
possuía algumas características transitórias
herdadas do fordismo: treinamento com
diferenciação para operadores e chefias,
controle do tempo, aprimoramento dos
movimentos e eficiência na execução das
atividades. Intensificou-se no seu processo
de readequação a redução dos postos de
trabalho e houve um enxugamento do
corpo funcional das empresas, os gerentes
ou proprietários buscavam a todo custo
reduzir o efetivo, sobrecarregando com
multitarefas boa parte dos trabalhadores.
O fato é que o mercado internacional
recebeu muito bem a perspectiva que
nasceu no território oriental. As práticas
administrativas, econômicas e de produção
toyotistas foram ajustadas nos países
desenvolvidos como solução para a crise
que se encontrava com base no fordismo.
Harvey (1992, p. 140-141) definiu o que
seria o regime de acumulação flexível e
afirma a emergência desse novo modelo
econômico, social e político de impactos
significativos para o mundo.
A acumulação flexível como vou
chamá-la, é marcada por um
confronto direto com a rigidez do
fordismo. Ela se apoia na
flexibilidade dos processos de
trabalho, dos mercados de trabalho,
dos produtos e padrões de consumo.
Caracteriza-se pelo surgimento de
setores de produção inteiramente
novos, novas maneiras de
fornecimento de serviços financeiros,
novos mercados e, sobretudo, taxas
altamente intensificadas de inovação
comercial, tecnológica e
organizacional. A acumulação
flexível envolve rápidas mudanças
dos padrões do desenvolvimento
desigual, tanto entre setores como
entre regiões geográficas, criando,
por exemplo, um vasto movimento
no emprego no chamado “setor de
serviços”, bem como conjuntos
industriais completamente novos em
regiões até então subdesenvolvidas.
(Harvey, 1992, p. 140-141).
De acordo com a ideia supracitada, o
pesquisador identifica que o excesso de
mão de obra disponível no mercado causou
importante fragmentação no sindicalismo,
reforçada principalmente pela crise