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educação democrática e científica,
ressaltando o papel social e político para o
desenvolvimento do Brasil, a exemplo de
Sud Mennucci, Carneiro Leão e Alberto
Torres, que pensaram o movimento
ruralista pedagógico, o qual encontrou
ressonância em países da Europa, América
Latina e América do Norte.
O autor possibilita ao leitor uma
ampla discussão sobre as propostas
educativas de fixação do homem no campo
através da Pedagogia, defendidas pelo
movimento ruralista, ressaltando o papel
central que era dado à escola, e
principalmente, ao professor, aqui
considerado agente ativo no processo de
manter o camponês neste espaço.
Bezerra Neto prossegue com as
discussões sobre as reformas educacionais
brasileiras realizadas ao longo do século
XX, contextualizando as mudanças e
regularidades no âmbito educacional
brasileiro diante das inúmeras
modificações para atender ao processo de
industrialização que se instalava no país, o
qual trouxe a demanda da formação de
mão de obra qualificada para dentro das
instituições escolares. No entanto, o acesso
à educação sempre ficou restrito a uma
parcela privilegiada do país.
Para contextualizar os diálogos e
distinções entre o movimento ruralista
pedagógico e o Movimento Sem Terra na
atualidade, Bezerra Neto, com base em
autores que discutem a educação do
campo, principalmente Roseli Caldart,
aborda a gênese do MST, a qual data da
reestruturação dos movimentos sociais no
Brasil na década de 1970, após um período
de grande silenciamento causado pelo
governo ditatorial que regia o país. O MST
enquanto movimento foi reconhecido em
janeiro de 1984, no Encontro Nacional de
Trabalhadores Rurais Sem Terra realizado
em Cascavel/PR. Além disso, o autor
apresenta a organização do MST em
setores articulados e a busca do
rompimento da organização social desigual
e lucrativa do sistema capitalista através da
luta pela terra e da educação.
A partir de uma ampla análise, o
autor constata que o movimento do
ruralismo pedagógico já propusera ideias
que hoje estão sendo defendidas pelo
movimento sem-terra, sendo estas:
possibilitar a permanência dos camponeses
em seus espaços de origem; evitar a grande
população das favelas nos centros urbanos;
a busca da relação entre o homem e a
natureza, através das relações de trabalho
no campo; a defesa de uma educação
específica para o campo capaz de
contemplar a cultura da comunidade;
adaptação dos currículos e calendários à
realidade sociocultural; além da formação