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em que vivem. Destarte, o processo de
ensino e aprendizagem se dá em uma
dinâmica de movimento em diferentes
espaços e tempos, com a finalidade de
integrar os saberes de cada tempo de forma
dinâmica (o TU e TC).
Nessa perspectiva analítica e prática,
na alternância, a realização das
atividades é entendida não como
complementar, mas de interação
permanente entre as atividades
formativas e o trabalho formador no
processo educativo, em que os
sujeitos e os sistemas constituem-se
em movimento dinâmica de
formação e não uma mera
transmissão de conhecimento
(Antunes-Rocha & Martins, 2011, p.
217).
Há uma corresponsabilização dos
alternantes sobre seu processo de
formação, tendo a interdisciplinaridade
também como eixo essencial, pois a partir
do momento que o TC possibilita imersão
nas as particularidades do campo, suas
questões históricas, culturais, sociais e
políticas, esses sujeitos devem ser capazes
de associar os saberes acadêmicos com
valores, saberes e conhecimentos
produzidos nas relações sociais e reais das
comunidades. Esse modo de produzir
saberes estimula um movimento
interdisciplinar que supõe a comunicação
entre realidade social do campo e seus
saberes e os saberes acadêmicos (Brasil,
2014; Costa, Alves & Faleiro, 2015).
Dessa maneira, o currículo da LEdoC
prevê uma formação em alternância, com o
intuito de fortalecer a ponte entre a
construção acadêmica do estudante e sua
realidade social, para que ele possa aplicar
e pensar o saber acadêmico dialogando
com suas vivências e as contradições do
campo. Além disso, essa estratégia evita
que os estudantes que vivem no campo
deixem de ter vínculo com sua
comunidade, por causa da universidade,
pois não é necessário sair do seu contexto
para ter acesso ao desenvolvimento
educacional (Brasil, 2014; Costa, Alves &
Faleiro, 2015). Nessa perspectiva, entende-
se que a formação por alternância nos
induz ao trabalho interdisciplinar, ou seja,
do saber científico com o saber popular.
Acredita-se ser este um caminho para lidar
com um dos grandes desafios da cultura
universitária dominante, que é
constantemente impelida a considerar
novas formas de pensar e organizar o
processo formativo com a finalidade de
acolher os novos sujeitos no espaço
acadêmico e outras formas de produção do
conhecimento. Nessa perspectiva, a
realidade do campo brasileiro, seus
sujeitos, nativos e moradores, os diferentes
modelos de ocupação, formatos de
organização, culturas, costumes, modos de
vida, de luta, resistências, tensões, partilhas
e solidariedades, marcadas por dinâmicas