Revista Brasileira de Educação do Campo
Brazilian Journal of Rural Education
ARTIGO/ARTICLE/ARTÍCULO
DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e6194
Tocantinópolis/Brasil
v. 5
e6194
10.20873/uft.rbec.e6194
2020
ISSN: 2525-4863
1
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Interdisciplinaridade na Pedagogia da Alternância:
Perspectivas dos(as) Monitores(as) da Escola Família
Agrícola de Marilândia
Felipe Junior Mauricio Pomuchenq
1
, Roberto Telau
2
1
Escola Família Agrícola de Marilândia - MEPES. Rua Izaldino Camata, 150, Centro. Marilândia - ES. Brasil.
2
Escola Família
Agrícola de Boa Esperança - MEPES.
Autor para correspondência/Author for correspondence: felipemauricio03@gmail.com
RESUMO. O presente artigo busca analisar a compreensão
dos(as) monitores(as) sobre a Interdisciplinaridade na EFAM a
partir de sua atuação enquanto educadores, e ainda conhecer a
importância expressa pelos(as) monitores(as) da EFAM sobre a
interdisciplinaridade. Utiliza como instrumentos de coleta de
dados, a pesquisa bibliográfica, documental e empírica (com o
uso de questionários). No conjunto dos dados analisados
constatamos que os desafios para o trabalho interdisciplinar na
experiência estudada têm relação com a formação e prática do
educador. No entanto, são diversas as possibilidades da
concretização desta prática pedagógica em função dos
instrumentos pedagógicos próprios, contribuindo na relação
teoria-prática. Em nossas análises, evidenciamos que a
interdisciplinaridade na escola está em construção. Sabemos
que, para atuar de forma interdisciplinar é fundamental
reconhecer o papel das disciplinas e ou áreas do conhecimento
na formação do estudante, sendo uma das funções da
interdisciplinaridade fazer a articulação entre os diferentes
saberes científicos e/ou populares.
Palavras-chave: Interdisciplinaridade, Pedagogia da
Alternância, Escola Família Agrícola, Monitores.
Pomuchenq, F. J. M., & Telau, R. (2020). Interdisciplinaridade na Pedagogia da Alternância: Perspectivas dos(as) Monitores(as)
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Interdisciplinarity in Alternation Pedagogy: Perspectives
of the Teachers of the Marilândia Agricultural Family
School
ABSTRACT. The present article seeks to analyze the monitors'
understanding of EFAM Interdisciplinarity from their role as
educators, and to understand the importance expressed by
EFAM monitors about interdisciplinarity. It uses as data
collection instruments the bibliographic, documentary and
empirical research (with the use of questionnaires). In the set of
data analyzed we found that the challenges for interdisciplinary
work in the study experience are related to the education and
practice of the educator. However, there are several possibilities
for the realization of this pedagogical practice according to the
pedagogical instruments themselves, contributing to the theory-
practice relationship. In our analysis, we show that
interdisciplinarity in school is under construction. We know
that, to act in an interdisciplinary way, it is fundamental to
recognize the role of the disciplines and / or areas of knowledge
in the student's formation, being one of the functions of
interdisciplinarity to make the articulation between the different
scientific and / or popular knowledge.
Keywords: Interdisciplinarity, Alternation Pedagogy, Family
School, Monitors.
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La interdisciplinariedad en la pedagogía de la alternancia:
perspectivas de los docentes de la escuela familiar agrícola
de Marilândia
RESUMEN. El presente artículo busca analizar la comprensión
de los monitores de la interdisciplinariedad de EFAM desde su
papel como educadores, y comprender la importancia expresada
por los monitores de EFAM sobre la interdisciplinariedad.
Utiliza como instrumentos de recolección de datos la
investigación bibliográfica, documental y empírica (con el uso
de cuestionarios). En el conjunto de datos analizados,
encontramos que los desafíos para el trabajo interdisciplinario
en la experiencia de estudio están relacionados con la educación
y la práctica del educador. Sin embargo, existen varias
posibilidades para la realización de esta práctica pedagógica
según los propios instrumentos pedagógicos, contribuyendo a la
relación teoría-práctica. En nuestro análisis, mostramos que la
interdisciplinariedad en la escuela está en construcción.
Sabemos que, para actuar de manera interdisciplinaria, es
fundamental reconocer el papel de las disciplinas y / o áreas de
conocimiento en la formación del alumno, siendo una de las
funciones de interdisciplinariedad para articular los diferentes
conocimientos científicos y / o populares.
Palabras clave: Interdisciplinariedad, Pedagogía de la
Alternancia, Escuela Familia Agrícola, Monitores.
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Introdução
O presente artigo emerge do trabalho
de conclusão de curso da Licenciatura em
Educação do Campo, da Universidade
Federal de Viçosa (UFV), vinculado com a
relação do pesquisador com a Escola
Família Agrícola de Marilândia (EFAM).
Na EFAM é comum a utilização do termo
Integração das Áreas do Conhecimento
como uma prática de interdisciplinaridade,
levando-nos a pensar o papel do educador
na condução da interdisciplinaridade nas
Escolas Famílias Agrícolas (EFA’s),
entendendo desde suas concepções e
possibilidades na Pedagogia da
Alternância, e mais especificamente a
experiência da EFA de Marilândia, objeto
de estudo desta pesquisa. O trabalho
dos(as) monitores(as) nas EFAs é
complexo devido ao ritmo da alternância
com instrumentos pedagógicos próprios
dessa pedagogia e envolve diversas
funções, mas são por eles também que a
interdisciplinaridade pode se concretizar.
Entre as diversas discussões que
envolvem o processo educativo da EFAM,
como a formação das famílias e dos
estudantes, a relação da escola com o meio,
a atuação do monitor, destaca-se a
interdisciplinaridade desde o âmbito da
formação dos educadores, justificado pela
necessidade de uma prática docente de
forma interdisciplinar, contribuindo para
que o estudante perceba as ligações que
existem entre os temas de estudo, mas
compreendendo que o conhecimento tem o
papel de orientar nossa prática. Portanto, a
integração dos conhecimentos não se
resume em juntar disciplinas, mas
relacionar a prática (realidade do
estudante), com a teoria que, por sua vez,
fundamenta a prática, como destaca Brum
e Telau: “O trabalho integrado dos
conteúdos na Pedagogia da Alternância
transcende a simples junção das
disciplinas. Ele deve dar valor às
especificidades dos ramos da ciência, mas
permitir através da relação dialética entre
prática teoria, a integração dos diferentes
saberes” (Brum & Telau, 2016, p. 20).
A proposta de interdisciplinaridade
coloca os(as) monitores(as) em constante
reflexão, havendo dúvidas e
questionamentos sobre como esta prática
interfere na aprendizagem dos estudantes.
Objetiva-se com este trabalho analisar a
compreensão dos(as) monitores(as) sobre a
Interdisciplinaridade na EFAM a partir de
sua atuação enquanto educador, e ainda
conhecer a importância expressa pelos(as)
monitores(as) da EFAM sobre a
interdisciplinaridade.
A perspectiva de
interdisciplinaridade construída neste
artigo está relacionada com a prática do
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monitor na Pedagogia da Alternância,
através da articulação dos conteúdos
científicos que são aprofundados pelas
disciplinas, pelos instrumentos
pedagógicos próprios das Escolas Famílias
Agrícola, e pelo conhecimento popular
trazido pelos estudantes para a escola. Este
estudo é de grande relevância para
Pedagogia da Alternância, pois possibilita
refletir desde as possibilidades como
refletir sobre os desafios da
Interdisciplinaridade nas EFA’s a partir da
prática dos(as) monitores(as), e sendo a
Pedagogia da Alternância uma proposta
que possibilita a articulação da teoria com
a prática, do estudo a partir da realidade do
estudante, destacamos que estes são
também caminhos da interdisciplinaridade.
Para compreender alguns
pressupostos teóricos de
Interdisciplinaridade foi necessária uma
pesquisa bibliográfica, envolvendo o
estudo de artigos, livros, trabalhos
acadêmicos que abordam o tema de
pesquisa, sendo os principais Fazenda
(2002), Fazenda (2008), Fazenda (2012),
Frigotto (2008), Miranda (2008), Yared
(1995), e Severino (1998). De acordo, Gil
(2002, p. 45), “a principal vantagem da
pesquisa bibliográfica reside no fato de
permitir ao investigador a cobertura de
uma gama de fenômenos muito mais ampla
do que aquela que poderia pesquisar
diretamente”.
O aprofundamento teórico sobre o
tema contribuiu na elaboração do
instrumento de coleta de dados, que foi um
questionário aberto aplicado a 10
monitores(as) da EFAM. A escolha do
questionário aberto se justificou pela
possibilidade de abranger todos os(as)
monitores(as), respeitando a diversidade
que compõe esta equipe, “... o questionário
constitui o meio mais rápido e barato de
obtenção de informações, além de não
exigir treinamento pessoal e garantir o
anonimato” (Gil, 2002, p. 115).
Primeiramente socializamos com
os(as) monitores(as) o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE) e, em seguida disponibilizamos o
questionário aberto no Google Forms, ao
final obtivemos o retorno do questionário
de todos os(as) monitores(as), sendo este
processo realizado no mês de outubro de
2017. A pesquisa de campo possibilitou
um conjunto de dados acerca da
interdisciplinaridade, além do expresso no
Projeto Político Pedagógico (PPP) da
EFAM. Este processo exigiu do
pesquisador uma inserção no espaço a ser
pesquisado. A partir do conjunto de dados
obtidos na pesquisa documental, onde foi
analisado o Projeto Político Pedagógico da
Escola, e na pesquisa de campo, iniciou-se
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o processo de organização, sistematização
e análise dos dados utilizando-se o método
da Análise de Conteúdo (Franco, 2012),
objetivando, portanto comparar, conhecer e
inferir sobre a interdisciplinaridade na
EFAM em diálogo com o referencial
teórico.
Escola Família Agrícola de Marilândia:
a Proposta Pedagógica
Em 1935, diante da realidade que
desafiava todos os setores da sociedade
francesa, alguns camponeses do interior da
França identificaram a necessidade de uma
educação que respondesse à realidade do
campo e viabilizasse processos educativos
significativos aos seus filhos. É a partir da
mobilização e reivindicação desses
trabalhadores do campo que emerge, no
interior da França, a primeira experiência
de Pedagogia da Alternância as “Maison
Familiale Rural (Silva, 2012). Vale
destacar que esses camponeses queriam
que seus filhos tivessem acesso à educação
escolar, mas sem que perdessem o contato
com a terra, auxiliando-os nas atividades
agropecuárias (Silva, 2012; Nosella, 2013).
A proposta educativa das EFA’s está
pautada na Pedagogia da Alternância, que
ao alternar tempos e espaços de
aprendizagem busca dialogar e estudar a
realidade em que a escola e seus sujeitos
estão inseridos. Conforme destaca Brum e
Telau (2016, p. 08), “A Alternância, neste
contexto, se configura como uma
alternativa viável e necessária para a
educação dos jovens camponeses”, e
assim, criando possibilidades para a
permanência dos jovens no campo, e acima
de tudo na construção de sentimento de
pertença por este espaço que também é
produtor de conhecimentos.
Por meio da alternância a sabedoria
prática e a teoria se juntam. A
alternância ajuda a aprofundar
constantemente as coisas que
acontecem no dia-a-dia da família,
comunidade, país e mundo em geral.
A alternância ajuda a valorizar o
trabalho prático manual do agricultor,
muitas vezes pesado, como forma de
valorizar a cultura camponesa
(Zamberlan, 1995, p. 11).
As contribuições de Zamberlan
(1995), nos auxiliam a compreender que a
alternância busca articular os
conhecimentos escolares à realidade dos
estudantes, pois a medida que o estudante
permanece uma semana com a família, e
em seguida na escola, sendo estes espaços
articulados por diversos instrumentos
como o plano de estudo, torna-se propício
um diálogo entre sua realidade e a escola.
Essa perspectiva apontada pelo autor está
expressa também no Projeto Político
Pedagógico (PPP) da EFAM, onde
apresenta a proposta educativa da escola de
integração com a realidade do estudante,
proporcionado pelo movimento alternante
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entre o período escolar e o familiar, como
se apresenta no esquema a seguir.
Figura 01- Dinâmica da Pedagogia da Alternância.
Fonte: Projeto Político Pedagógico EFAM.
O esquema ilustra a dinâmica da
pedagogia da alternância, o estudante
permanece parte do tempo na sessão
escolar, com dedicação maior aos Estudos,
seguido da vivência e do trabalho, ou seja,
um período com maior dedicação à
reflexão. Outra parte do tempo o estudante
cumpre suas atividades no meio sócio
comunitário, também chamado de estadia,
com maior foco no Trabalho, seguido da
vivência e dos estudos, sendo assim, um
momento com maior dedicação às
atividades de ação. É válido destacar que
estes momentos possuem intrínsecas
articulações através dos diversos
instrumentos da alternância, portanto,
garantindo a relação da teoria com a
prática nos diversos tempos e espaços de
formação.
Segundo Gimonet (2007), o
funcionamento da alternância exige ainda
que uma escola com esta pedagogia se
estruture em quatro pilares, que objetivam
orientar o desenvolvimento do projeto da
escola. Os pilares fins são a Formação
Integral, que entende o estudante como
uma totalidade, sendo necessário
extrapolar os muros do conhecimento
científico, mas adentrar na cultura, na
espiritualidade, na técnica, dentre outros
elementos; e o Desenvolvimento do Meio,
que visa à transformação da realidade
social, econômica, ambiental, política,
humana... Os pilares meios, a Alternância,
que segundo o autor é o dispositivo
pedagógico, e seu ritmo de tempos e
espaços é de acordo com a realidade de
cada escola; e a Associação Local, onde as
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famílias dos estudantes e demais parceiros
participam ativamente das atividades da
escola a partir da gerência compartilhada.
Figura 02: Pilares da Formação na EFA.
Fonte: Adaptado, Gimonet (2007).
Criada na década de 1990, através de
reuniões e reivindicações do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais, Comunidades
Eclesiais de Base e Associações de
Agricultores, a implementação da Escola
Família Agrícola no município de
Marilândia, contou com o apoio do poder
público e por motivações de Dom Geraldo
Lyrio Rocha, então Bispo da Diocese de
Colatina. A ideia inicial foi fortalecida com
o apoio do Movimento de Educação
Promocional do Espírito Santo (MEPES),
que em 1996 enviou dois educadores para
auxiliar nos debates e trabalhos de base,
intensificando os trabalhos, possibilitando
que em 1997 a escola iniciasse suas
atividades, inicialmente apenas com o
ensino fundamental - séries finais.
Atualmente, a EFAM oferece os anos
finais do Ensino Fundamental, Ensino
Médio e Ensino Profissionalizante, em
regime de alternância e utiliza os seguintes
instrumentos
i
pedagógicos: Plano de
Estudo (PE) - é o principal instrumento da
alternância, consiste num mecanismo de
investigação da realidade do estudante,
servindo como base para o
aprofundamento científico na escola;
Caderno da Realidade (CR) - é uma pasta
para arquivar todos os planos de estudos e
demais relatórios que o estudante vai
produzindo ao longo do ano, mostra o
desenvolvimento do estudante e das
temáticas com o passar do tempo; Caderno
de Acompanhamento (CA) - é um meio de
diálogo da escola com a família, é o local
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onde o estudante registra as atividades
desenvolvidas na sessão escolar e no meio
sócio comunitário (estadia); Avaliação de
Habilidade e Convivência - fica arquivada
no CA, é um instrumento que possibilita
avaliar o desenvolvimento do estudante
nos aspectos do trabalho, do estudo e das
relações sociais, sendo realizada três vezes
ao ano, onde cada estudante se autoavalia,
e é avaliado por colegas, familiares e
monitores(as); Avaliação Coletiva - é uma
atividade de produção e avaliação do
conhecimento realizada em grupos pelos
estudantes, com questões de todas as
disciplinas de forma integrada ou não,
sendo guiadas pelos temas geradores e de
planos de estudo; Visitas e Viagens de
Estudos - são momentos em que os
estudantes saem da escola para conhecer
outras experiências sobre algum tema de
estudo, sendo que as visitas têm menor
duração de tempo e são realizadas
normalmente no entorno da escola e as
viagens com maior duração e em locais
mais distantes; Intervenções/Palestras - são
contribuições de agentes externos da escola
que trazem aprofundamentos sobre alguns
temas específicos para cada série e plano
de estudo; Cursos - momentos teóricos e
práticos, realizados na sessão escolar e
normalmente por algum monitor, em geral
com enfoque agropecuário; Projetos -
podem ser das áreas, aonde os estudantes,
em grupos vão aprofundando os conteúdos
das disciplinas durante o ano de forma
integrada ou ainda o Projeto Profissional
Jovem (PPJ), que é realizado pelo
estudante do último ano do Curso Técnico
como requisito para a conclusão do curso,
sendo que o PPJ passa por diversas etapas,
tais como: objetivos, justificativa,
prognóstico, diagnóstico, planejamento e
avaliação; Experiências - realizadas em
cada turma e acompanhadas pelas
disciplinas da área agropecuária, possuem
enfoque que varia de acordo com cada
série e tema de plano de estudo e podem
ser realizadas tanto na sessão escolar como
na estadia, perpassam por pesquisas
teóricas, plantio e observações de culturas,
relatório e apresentação; Estágios -
realizados no final do Curso Técnico, são
momentos que os estudantes vão a
propriedades rurais, organizações sociais
e/ou empresas para conhecer sobre
determinados temas, sendo que estes temas
e a carga horária variam de acordo com
cada escola; e Avaliação Final - realizada
pelos estudantes no segundo semestre de
cada ano letivo, onde são aprofundados
diferentes temas tanto a nível local como
global, sendo realizada de forma individual
ou em grupo de acordo com a série (este
instrumento não é aplicado no último ano
do curso técnico em função da realização
do PPJ).
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A realização destes instrumentos
pelos estudantes, orientados pelos
monitores, e acompanhados pelas famílias,
possibilita que a realidade se transforme a
partir da produção do conhecimento, onde
todos os diferentes saberes possuem
importância. Portanto, a proposta da
pedagogia da alternância se sustenta ainda
pela problematização da realidade,
passando pelo aprofundamento científico e
retornando à realidade.
De fato, a formação por alternância
dos CEFFAs obedece a um processo
que parte da experiência da vida
quotidiana (familiar, profissional,
social) para ir em direção à teoria,
aos saberes dos programas
acadêmicos, para em seguida, voltar
à experiência, e assim
sucessivamente (Gimonet, 2007, p.
16).
O trabalho dos monitores(as) na
Pedagogia da Alternância se consolida de
forma complexa (Begnami, 2003;
Gimonet, 1999), em função de alguns
aspectos, como a dinâmica de alternar
tempos e espaços de aprendizagem, a
diversidade de instrumentos pedagógicos
que são executados, e por seus pilares
Meios que é a Alternância e a Associação
das Famílias e os pilares Fins, a Formação
Integral e Desenvolvimento do Meio
(Gimonet, 2007). Levando em
consideração estes aspectos, a Pedagogia
da Alternância necessita de um profissional
diferente, um educador competente e
comprometido com a escola.
A Alternância força sair dos muros
da escola e de seus ritos, para
considerar de uma outra maneira os
conhecimentos e as pessoas em
formação, para trabalhar com os pais,
os mestres de estágio, enquanto
parceiros de um projeto comum. A
Alternância origem a um outro
modelo de escola, um outro sistema
educativo ... (Gimonet, 1999, p. 124).
O termo monitor se justifica em
função da abrangência de funções que este
profissional realiza, estando além de
apenas ministrar aulas (Nosella, 2007;
Begnami, 2003; Gimonet, 1999). “É sobre
ele que se baseia, diariamente, o
funcionamento pedagógico, educativo,
material do CEFFA” (Gimonet, 1999, p.
125). Ser monitor é valorizar a identidade
do projeto CEFFA. É um trabalho que
exige do profissional um engajamento nas
diversas atividades da escola e um
compromisso tal que a sua atuação
perpassa a do professor, pois o serviço do
monitor está em função da “liberdade” dos
povos do campo (Nosella, 2007).
O monitor, na Pedagogia da
Alternância, deve atuar observando os
aspectos pedagógicos (instrumentos, ritmo
de alternância, pilares da formação por
alternância, dentre outros.), que
caracterizam a mesma. Para isso, é preciso
que se efetivem com qualidade os
instrumentos da alternância, pois estes
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farão as articulações entre os tempos e
espaços de aprendizagem. É preciso ainda,
que o monitor reconheça os conhecimentos
que o estudante já traz consigo (Gimonet,
1999), e parta de sua realidade para os
aprofundamentos teóricos nas disciplinas.
“Numa EFA as aulas preparadas devem
partir de dados de pesquisa dos alunos, do
‘livro da vida’, a realidade local, numa
metodologia indutiva e perspectiva trans e
interdisciplinar” (Begnami, 2003, p. 53).
O trabalho do monitor exige a
dimensão da coletividade, expressada pelo
trabalho em equipe (Gimonet, 1999), que
proporciona ainda, refletir que na
Pedagogia da Alternância, ser monitor é
muito mais que dar aulas, devendo o
mesmo estar aberto às necessidades e
características do trabalho coletivo.
“Importante ressaltar que a Pedagogia da
Alternância o se contenta com
professores fechados em suas disciplinas
ou áreas de conhecimento e isolados em
suas salas de aula” (Begnami, 2003, p. 53).
De acordo com Nosella (2007, p.
15), “o educador da Pedagogia da
Alternância é revolucionário quando
cumpre de forma competente sua função
pedagógica, porque traz na sua concepção
metodológica e científica a potencialidade
de transformar profundamente as relações
sociais no campo”. As características
necessárias ao trabalho do monitor na
Pedagogia da Alternância possibilitam
relacionar com os aprofundamentos sobre a
interdisciplinaridade. Segundo Fazenda
(2008), a interdisciplinaridade exige
“atitude” do educador, que se dedica em
um trabalho diferenciado, visando à
aprendizagem dos estudantes em sua
totalidade.
Interdisciplinaridade: Algumas
Reflexões Teóricas
A atualidade exige que a escola atue
numa perspectiva da totalidade que a
envolve, ou seja, observando a realidade e
toda complexidade humana (objetividade e
subjetividade), e sendo o homem uma
parte/todo diante da totalidade que é a
sociedade, para explicá-lo é necessário um
olhar interdisciplinar (Frigotto, 2008;
Miranda, 2008).
A necessidade da
interdisciplinaridade na produção do
conhecimento funda-se no caráter
dialético da realidade social que é, ao
mesmo tempo, una e diversa e na
natureza intersubjetiva de sua
apreensão, caráter uno e diverso da
realidade social nos impõem
distinguir limites reais dos sujeitos
que investigam dos limites do objeto
investigado (Frigotto, 2008, p. 43).
Os estudos sobre a
interdisciplinaridade no Brasil são datados
a partir da década de 1970, com influência
direta de autores como Ivani Fazenda e
Hilton Japiassú. Estes estudos vão dialogar
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com as necessidades por melhorias na
educação apresentada naquele período, e
desta forma se propondo como uma nova
forma de enxergar o estudante e o
educador desde seu processo de formação.
Fazenda (2012) aponta, inclusive, que a
interdisciplinaridade surge em diálogo com
a prática dos professores.
Aparece, inicialmente, como
tentativa de elucidação e de
classificação temática das propostas
educacionais que começavam a
aparecer na época, evidenciando-se,
através do compromisso de alguns
professores em certas universidades,
que buscavam, a duras penas, o
rompimento a uma educação por
migalhas (Fazenda, 2012, p. 18).
O debate sobre a
interdisciplinaridade proporciona ainda,
refletir outras possibilidades de
aprofundamento teórico no contexto
escolar, superando a fragmentação dos
conhecimentos, construindo outros
significados ao conceito de escola e de
educação (Frigotto, 2008). A fragmentação
dos conhecimentos na educação
proporciona o surgimento de inúmeras
disciplinas, além da própria fragmentação
das relações na escola, onde esta se
reproduz como sociedade de classe através
das diversas hierarquias e divisão do
trabalho (Frigotto, 2008; Severino, 1998).
Outro impacto profundo da
fragmentação dos conhecimentos,
alicerçada ao positivismo, é que o
conhecimento produzido não dialoga com
a totalidade, e esta teoria (positivismo)
destaca que o conhecimento deve ser
neutro, o que na realidade como aponta
Frigotto (2008), não é verdade, pois o
conhecimento tem uma intencionalidade.
“O processo de conhecimento social vem
então marcado pelos interesses,
concepções e condições de classe do
investigador. O conhecimento não tem
como ser produzido de forma neutra tendo
em vista que as relações que ele tenta
apreender não são neutras” (Frigotto, 2008,
p. 46).
O conhecimento moderno
fundamentado no princípio da certeza
e da separação trouxe a crença de que
sujeito e objeto estão em diferentes
posições, ou seja, sujeito conhecedor
e realidade observada estão
separados, valendo esse mesmo
princípio para o ambiente, ou seja, a
realidade segundo postulados da
ciência clássica, independe do
observador (Medeiros & Santos,
2008, p. 74).
Superar a fragmentação do
conhecimento é enxergar as relações que
existem entre o próprio conhecimento, pois
à medida que se nega este processo, nega a
própria compreensão do homem e de sua
subjetividade (Fazenda, 2012). Superar a
fragmentação dos conhecimentos não é a
eliminação das disciplinas no contexto da
escola, pois estas também têm importante
função na educação em razão dos
aprofundamentos teóricos que
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proporcionam (Frigotto, 2008; Fazenda,
2008; Moreira José; 2008). “Cada
disciplina precisa ser analisada não apenas
no lugar que ocuparia na grade, mas nos
saberes que contemplam, nos conceitos
enunciados, e no movimento que esses
saberes engendram, próprios de seus lócus
de cientificidade” (Fazenda, 2008, p. 18).
Segundo Fazenda (2012), os debates
e pesquisas sobre a interdisciplinaridade
entre as décadas de 1970 e 1990, foram
acontecendo em função das demandas
expressadas naquele período e em diálogo
com os conhecimentos já produzidos. “Em
1970 partimos para uma construção
epistemológica da interdisciplinaridade.
Em 1980 partimos para a explicitação das
contradições epistemológicas decorrentes
dessa construção e em 1990 estamos
tentando construir uma nova
epistemologia, a própria da
interdisciplinaridade” (Fazenda, 2012, p.
17).
A partir do movimento histórico de
construção da interdisciplinaridade foi-se
buscando conceituá-la, procurando
diferenciar esta proposta de outras práticas
escolares que possibilitam a integração das
disciplinas. Segundo Fazenda (2012), ao
mesmo tempo em que seu conceito começa
a ser discutido em vista de mudanças no
âmbito da educação, não houve a
receptividade que a proposta merecia por
parte de educadores e dos sistemas de
ensino, o que provocou impactos na
educação por diversos anos.
A alienação e o descompasso no trato
das questões mais iniciais e
primordiais da interdisciplinaridade
provocaram não apenas o
desinteresse, por parte dos
educadores da época, em
compreender a grandiosidade de uma
proposta interdisciplinar, como
contribuiu para o empobrecimento do
conhecimento escolar (Fazenda,
2012, p. 26).
Quanto ao aspecto conceitual da
interdisciplinaridade, destaca-se que este se
encontra em construção e, o campo teórico
sobre a interdisciplinaridade não é linear,
mas inclusive articulado à realidade da
escola (Fazenda, 2012). A
interdisciplinaridade atua numa perspectiva
de um novo olhar sobre o conhecimento,
enfatizando que no processo de ensino é
preciso que o estudante enxergue o
conhecimento e suas relações com sua
vida, e sua realidade. “Interdisciplinaridade
é uma nova atitude diante da questão do
conhecimento, de abertura à compreensão
de aspectos ocultos do ato de aprender e
dos aparentemente expressos, colocando-
os em questão” (Fazenda, 2002, p. 11).
Fazenda (2012), nos remete a uma
reflexão importante na construção da
interdisciplinaridade, pois a partir de seus
estudos, constatou-se que esta proposta se
fundamenta no rompimento da dicotomia
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da teoria com a prática, e por isso, a
interdisciplinaridade exige uma
participação ativa do educador. Em seus
estudos sobre a interdisciplinaridade, a
autora faz apontamentos importantes para a
construção da proposta da
interdisciplinaridade em sala de aula.
- a atitude interdisciplinar não seria
apenas resultado de uma simples
síntese, mas de sínteses imaginativas
e audazes.
- interdisciplinaridade não é categoria
de conhecimento, mas de ação.
- a interdisciplinaridade nos conduz a
um exercício de conhecimento: o
perguntar e o duvidar.
- entre as disciplinas e a
interdisciplinaridade existe uma
diferença de categoria.
- interdisciplinaridade é a arte do
tecido que nunca deixa ocorrer o
divórcio entre seus elementos,
entretanto, de um tecido bem
trançado e flexível.
- a interdisciplinaridade se
desenvolve a partir do
desenvolvimento das próprias
disciplinas (Fazenda, 2012, p. 28).
A ão interdisciplinar deve dialogar
com a realidade do estudante, pois ele
realiza seus aprofundamentos científicos,
possuindo um olhar sobre o espaço que
ocupa (Frigotto, 2008; Fazenda, 2008).
Atuando neste sentido, a
interdisciplinaridade além de dialogar com
a realidade que compreende a escola,
possibilita romper com a própria estrutura
fragmentária de escola que se perpetua
atualmente, e fortalece a relação da teoria
com a prática (Fazenda, 2008; Miranda,
2008).
A pesquisa interdisciplinar somente
torna-se possível onde várias
disciplinas se reúnem a partir de um
mesmo objeto, porém é necessário
criar-se uma situação-problema no
sentido de Freire (1974), onde a ideia
de projeto nasça da consciência
comum, da dos investigadores no
reconhecimento da complexidade do
mesmo e na disponibilidade destes
em redefinir o projeto a cada dúvida
ou a cada resposta encontrada
(Fazenda, 2008, p. 22).
Importante ainda, destacar que a
interdisciplinaridade se apresenta como um
conceito amplo, que não apenas responde
ao significado da palavra, mas incorpora
em sua teoria-prática, diversas diretrizes
que auxiliam na construção de uma prática
educativa interdisciplinar. Neste sentido,
Severino (1998), traz importantes aspectos
que a interdisciplinaridade proporciona:
- É sempre articulação do todo com
as partes;
- É sempre articulação dos meios
com os fins;
- É sempre em função da prática do
agir. O saber solto fica petrificado,
esquematizado, volatilizado;
- Precisa sempre ser conduzido pela
força interna de uma
intencionalidade;
- A prática do conhecimento pode
se dar, então, como construção dos
objetos pelo conhecimento; é
fundamentalmente prática de
pesquisa;
- Aprender é, pois, pesquisar para
construir, constrói-se pesquisando
(Severino, 1998, p. 42).
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A interdisciplinaridade possui
imensa importância enquanto
transformações nos processos educativos,
pois ela possibilita rupturas na forma em
que o conteúdo está sendo estudado pelo
estudante. Estas rupturas se caracterizam
por romper os distanciamentos da teoria
com a prática. A interdisciplinaridade
contribui para um olhar integral do ser
humano, e desta forma o estudante ao
adentrar no mundo teórico reflete também
sua subjetividade, aquilo que muitas vezes
é ignorado pela ciência moderna. “A
construção da identidade pessoal e coletiva
numa escola supõe a superação da
dicotomia subjetividade/objetividade,
tendo em vista a totalidade” (Fazenda,
2012, p. 47).
Desta forma, é importante
compreender que na medida em que
enxergamos a totalidade, reconhecemos a
unidade, e esta prática reflete na própria
aprendizagem do estudante. “Na
interdisciplinaridade escolar, as noções,
finalidades habilidades e técnicas visam
favorecer, sobretudo o processo de
aprendizagem, respeitando os saberes dos
alunos e sua integração” (Fazenda, 2008, p.
21).
... do ponto de vista cognitivo, a
interdisciplinaridade recupera a
unidade na compreensão das "coisas"
(fato histórico, texto filosófico, fato
educativo, comportamento humano,
evento social, fenômeno natural),
unidade que foi quebrada durante a
pesquisa científica, a qual procede no
caminho de uma especialização
progressiva. O trabalho
interdisciplinar, portanto, não
consiste no aprender um pouco de
tudo, mas no enfrentar o problema
(explicativo, previsível,
interpretativo) com toda a
competência do especialista que
domina o problema, suas
dificuldades, as explicações e
previsões dos outros competentes.
Além do mais, do ponto de visto
psicossocial, a interdisciplinaridade
que se realiza através do trabalho de
grupo, dos docentes e discentes,
poderá ser um dos fatores que
contribuem ao desarraigamento de
competição na escola, enquanto
impulsiona a ver no outro um
colaborador e não um rival. A
interdisciplinaridade é uma luta
contra os efeitos alienantes da divisão
do trabalho (Antiseri, 1975, apud,
Yared, 2008, p. 162).
As reflexões acima são muito
profundas. A autora aborda a
interdisciplinaridade com as relações de
trabalho, com a integração dos
conhecimentos, com as mudanças que
podem ocorrer na escola, e ainda direciona
que o trabalho interdisciplinar requer um
olhar sobre a realidade que é trazida pelo
estudante. Mas o conceito de realidade
deve ser mais amplo, ir além da descrição
do espaço que o estudante ocupa,
verificando e problematizando seus
conhecimentos produzidos ao longo de sua
história.
É preciso superar o entendimento da
realidade ou do concreto como aquilo
que é empírico e apenas objetivo.
Coerente com as concepções
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educacionais que enfatizam o ensino-
aprendizagem, precisamos
compreender o concreto como o
saber prévio dos sujeitos, é este o
ponto de partida, é este saber que
deve ser questionado e sobre ele que
os sujeitos vão gerar o desequilíbrio
(Brum & Telau, 2016, p. 21).
Um cuidado que se deve ter com a
interdisciplinaridade é que, caso não seja
realizada em sua amplitude, em sua
totalidade, onde apenas se integram
disciplinas ou se realiza alguns projetos
integradores, a mesma pode se tornar uma
grande disciplina.
A interdisciplinaridade pode
significar, pura e simplesmente, que
diferentes disciplinas são colocadas
em volta de uma mesa, como
diferentes nações se posicionam na
ONU, sem fazerem nada além de
afirmar, cada qual, seus próprios
direitos nacionais e suas próprias
soberanias em relação às invasões do
vizinho. Mas interdisciplinaridade
pode significar também troca e
cooperação, o que faz com que a
interdisciplinaridade possa vir a ser
alguma coisa orgânica (Morin, 2001,
apud, Miranda, 2008, p. 116).
Portanto, a interdisciplinaridade é
movida por uma intencionalidade de fazer
diferente, de dar sentido ao ensino e à
aprendizagem, passando da memorização
para a aprendizagem significativa.
Severino (1998) destaca que, tanto a teoria
como a prática possuem em si uma
intencionalidade, afinal não são neutras, se
movem por objetivos, pois a busca pelo
conhecimento é movida por uma
intencionalidade, e a ação humana deixa de
ser mecânica, mas toma significado e
sentido.
Por outro lado, cabe ainda à
educação, no plano da
intencionalidade da consciência,
desvendar os mascaramentos
ideológicos de sua própria atividade,
evitando assim que se instaure mera
força de reprodução social, tornando-
se força de transformação da
sociedade, contribuindo para extirpar
de seu tecido todos os focos da
alienação (Severino, 1998, p. 37).
Podemos refletir como esta
intencionalidade, que marca a
interdisciplinaridade, contribui para a
aprendizagem do próprio estudante, mas
também para a formação dos educadores,
pois estes se colocam também como
sujeitos em aprendizagem, que tenham
convicção de seu inacabamento (Freire,
2014). Ou seja,
a única maneira de ensinar é
aprendendo”, e essa afirmação
valeria tanto para o aluno como para
o professor. Não concebo que um
professor possa ensinar sem que ele
também esteja aprendendo; para que
ele possa ensinar, é preciso que ele
tenha de aprender (Freire &
Faundez; 1985, p. 24).
Este processo de ensinar e aprender
são dinâmicos, e os atores envolvidos
mantêm-se em diálogo, como afirma Telau
(2015, p. 56) “ensinar e aprender são
considerados processos indissociáveis,
onde os que ensinam e os que aprendem
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são mutuamente ativos do processo
educativo”. Esta afirmação é importante
para percebermos como a prática da
interdisciplinaridade vai ao encontro com
outro projeto de educação, que se
fundamente em rupturas sobre os conceitos
que construímos, e assim nos colocarmos à
disposição de uma aprendizagem
constante. Todos estes aspectos trazem
reflexões sobre as relações do
conhecimento com a formação de
consciência, para assim transformar a
realidade a partir de si mesmo. ... a
conscientização, que lhe possibilita inserir-
se no processo histórico, como sujeito,
evita os fanatismos e o inscreve na busca
de sua afirmação” (Freire, 1987, p. 12).
Princípios, Perspectivas e Práticas de
Interdisciplinaridade na EFAM
Os(as) monitores(as) da EFAM que
integram esta pesquisa possuem faixa
etária entre 26 e 60 anos de idade,
portanto, uma média de 39 anos, sendo na
sua maioria 60% mulheres e 40% homens.
A formação destes profissionais é bem
diversificada e corresponde as áreas de
formação, a saber: graduados em
Agronomia, Ciências Econômicas,
Zootecnia e Administração e Licenciados
em História, Geografia, Ciências
Biológicas, Pedagogia e Matemática.
Ressalta-se que alguns monitores relatam
ter mais de uma formação profissional, de
acordo com o gráfico abaixo.
Figura 02: Formação Profissional dos(as) Monitores(as) EFAM.
Fonte: Pesquisador.
Quanto a área de atuação dos(as)
monitores(as) na EFAM, identificou-se
cinco áreas do conhecimento de acordo
com lógica das Escolas Famílias Agrícolas.
A área de Linguagens é composta pelas
disciplinas de Português, Inglês, Espanhol,
Educação Física e Arte. Na área de
Ciências da Natureza participam as
disciplinas de Ciências, Química, Física e
Biologia, nas Ciências Humanas
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encontram-se as disciplinas de História,
Geografia, Sociologia e Filosofia, e a área
de Matemática é composta apenas pela
disciplina de Matemática. A escola possui
ainda a área de Ciências Agropecuárias,
constituída entre outras disciplinas por
Agricultura, Zootecnia, Irrigação e
Drenagem, Desenho e Topografia.
Figura 04: Área do conhecimento de atuação dos(as) monitores(as) EFAM.
Fonte: Pesquisador.
Quanto à experiência profissional
dos(as) monitores(as), os dados revelam
tanto a experiência na educação com média
de 15 anos, ou seja, a atuação como
educadores em outras escolas que não
sejam em alternância, como também na
Pedagogia da Alternância, em média de 13
anos de experiência.
Figura 05: Experiência dos(as) monitores(as) na educação e na Pedagogia da Alternância EFAM.
Fonte: Pesquisador.
No que se refere à compreensão de
interdisciplinaridade pelos(as)
monitores(as) da EFAM, constatamos
como categoria a Articulação de Saberes, e
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como subcategorias Articulação de
disciplinas (9/10), e Articulação com os
instrumentos da Pedagogia da Alternância
(1/10). Quanto à subcategoria da
articulação de disciplinas, observamos as
tendências expressas pelos(as)
monitores(as) na junção e/ou integração de
conteúdos e disciplinas, como se apresenta
nos relatos a seguir. “A integração entre
duas ou mais disciplinas, relacionando
assim seus conteúdos a fim de aprofundar
o conhecimento dos estudantes” (Monitora
Rosa). “A Junção da maneira de trabalhar
as disciplinas” (Monitor Emilio). É uma
integração muito importante para
enriquecer o conhecimento e fazer o aluno
valorizar todas as disciplinas de forma
completa” (Monitora Lucileia).
No processo de análise, constatamos
que os(as) monitores(as) ao abordar sobre
interdisciplinaridade explicam a partir da
lógica disciplinar. Embora as disciplinas
tenham fundamental importância no
trabalho interdisciplinar, não é a sua
eliminação ou junção que proporcionará
uma prática interdisciplinar, mas sim como
estes conteúdos aprofundados se
relacionam e se integram observando a
realidade onde o estudante está inserido.
De acordo com Fazenda (2012), o trabalho
interdisciplinar ocorre quando as
disciplinas se desenvolvem, portanto, o
papel da interdisciplinaridade é romper
com a fragmentação dos conhecimentos,
que, por sua vez acabam se isolando,
dificultando a aprendizagem em sua
totalidade.
Essa compreensão nos faz retomar
que a interdisciplinaridade visa à
aprendizagem do estudante como destaca
Fazenda (2008), e para tal, é preciso que
este estudante compreenda a importância
de todos os conhecimentos teóricos em sua
formação através das diferentes disciplinas.
Os(as) monitores(as) também
apresentam outra compreensão de
interdisciplinaridade a partir da articulação
com os instrumentos da Pedagogia da
Alternância, “Integrar várias disciplinas
com temas geradores” (Monitora
Stefânia).
Os conteúdos das disciplinas e os
planos de estudo estão dialogando com os
temas geradores, que por sua vez mudam
em função dos anos. A compreensão de
Stefânia nos leva a rever dois
apontamentos teóricos em torno do tema
da interdisciplinaridade. Um primeiro
apontamento é que esta prática deve estar
vinculada a temas de estudo, que por sua
vez dialogam com a realidade do
estudante, sendo uma situação problema
segundo Freire (1974).
Outra reflexão importante que deve
ser realizada a partir da compreensão desta
monitora é que, a mesma traz uma
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relação através da Integração”, entre a
disciplina e os temas geradores, desta
forma os conteúdos científicos se
aproximam da realidade, apontando que a
alternância contribui para a concretização
de uma prática interdisciplinar, e o
estudante adentra na ciência a partir de seu
meio.
Quanto à importância da
interdisciplinaridade, todos os(as)
monitores(as) destacaram ser importante
trabalhar de formar interdisciplinar na
escola, a partir de duas categorias, sendo: a
relação do sujeito com o conhecimento no
trabalho interdisciplinar (8/10) e através da
relação Teoria e Prática (2/10), como
podemos observar nos relatos de Nei e de
Ramone. “Porque envolve vários
conhecimentos até mesmo com
professores, estudantes, famílias e ideias
diferentes” (Monitora Nei). “Pois aumenta
a abrangência de alcance do tema
estudado ou pesquisado” (Monitora
Ramone).
Quanto à categoria da relação do
sujeito com o conhecimento, constatamos
uma subcategoria, a formação de sujeitos
ativos e protagonistas na aprendizagem
(2/8), como apresentado nas seguintes falas
dos(as) monitores(as), ... faz o estudante
pensar e agir com outra concepção
perante a real situação que estamos
presenciando” (Monitor Emilio). “... o
trabalho interdisciplinar garante maior
interação entre estudantes, professores,
trabalho em grupo e troca de
experiências” (Monitora Rosa).
A tendência apresentada pelos(as)
monitores(as) quanto à importância da
interdisciplinaridade dialogou com as
ideias de Fazenda (2008) e Frigotto (2008),
pois é necessário que o estudante se torne
sujeito ativo em sua aprendizagem,
construindo seu processo de formação. À
medida que o estudante participa
ativamente na busca pelo conhecimento,
não devendo este ser um processo isolado,
mas em diálogo com os educadores e
demais sujeitos envolvidos, o
conhecimento torna-se significativo, e o
próprio estudante vai articulando os
conteúdos teóricos com o seu contexto,
sendo também uma perspectiva de
compreensão com base na totalidade da
vida.
Ainda sobre a importância da
interdisciplinaridade, identificamos uma
segunda tendência: da relação Teoria
Prática no trabalho interdisciplinar. “...
é possível formar um profissional
completo, capacitado e preparado para os
desafios do mercado de trabalho se ele for
capaz de aliar as diferentes áreas de
conhecimento para propor e solucionar os
desafios que surgiram na sua vida
profissional e pessoal” (Monitor R.R.).
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Segundo Fazenda (2012), é função
da interdisciplinaridade romper com a
dicotomia da teoria com a prática,
contribuindo para que o ensino seja
contextualizado com a realidade, e integral
do ser humano.
Todos os(as) monitores(as) da
EFAM, afirmam que é possível a
realização da interdisciplinaridade na
escola. No entanto, para três monitores a
prática da interdisciplinaridade está em
construção na EFAM; três monitores
afirmam que é preciso mais
aprofundamento sobre o tema da
interdisciplinaridade na escola; dois
monitores afirmam que não acontece a
interdisciplinaridade na EFAM; e dois
monitores não fazem referência ao trabalho
interdisciplinar na EFAM.
No conjunto dos dados analisados, e
em especial aos dados do parágrafo
anterior, percebemos que a EFAM possui
desafios no trabalho interdisciplinar,
havendo variação nas informações obtidas
entre os(as) monitores(as). aqueles que
percebem algumas iniciativas
interdisciplinares e outros que não.
Fazenda (2012) e Frigotto (2008), ao
aprofundarem a interdisciplinaridade
trazem a relação interdisciplinaridade com
toda a escola, ou seja, a mesma deve estar
envolvida, os educadores atuarem em
coletividade, afinal, atuar de forma
interdisciplinar exige rever as estruturas no
espaço escolar.
Os(as) monitores(as) também
sinalizam possibilidades para a prática da
interdisciplinaridade na EFAM. No
conjunto, os(as) monitores(as) afirmam
que o fato da escola atuar na Pedagogia da
Alternância e adotar instrumentos
pedagógicos próprios, contribui-se para o
ensino baseado na realidade e para o
trabalho interdisciplinar, conduzido pelo
monitor.
Algumas considerações
Buscamos traçar algumas
considerações e estamos cientes que o
conhecimento sobre o tema não se esgota
com este estudo. Primeiramente,
destacamos que o conceito de
interdisciplinaridade é e está em
construção, desde o campo teórico, até a
compreensão dos educadores nos espaços
escolares, pois existe uma variação de
compreensões, interferindo na prática desta
proposta na escola. Esta consideração se
sustenta a partir dos relatos dos(as)
monitores(as) da EFAM, pois estes
apresentam compreensões diferentes sobre
a interdisciplinaridade.
Um segundo aspecto que ressaltamos
após esta pesquisa é que a Pedagogia da
Alternância possui diversas peculiaridades
que contribuem para que a mesma seja
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interdisciplinar, sendo sua relação com a
realidade do estudante, através da dinâmica
de alternar tempos e espaços de
aprendizagem, seus princípios, seus
instrumentos pedagógicos, os temas
geradores e os planos de estudo, e ainda
por necessitar de um profissional
diferenciado, o monitor. No entanto, essas
peculiaridades devem estar em constante
diálogo, afinal, a interdisciplinaridade
requer da escola uma nova estrutura
pedagógica, rompendo divisões
construídas historicamente no campo dos
conteúdos, das disciplinas, e até mesmo
nas relações profissionais.
Após estes aprofundamentos
realizados, destaco que esta pesquisa foi de
grande importância para minha formação
enquanto educador do campo, afinal
possibilitou um amplo conhecimento
teórico, como também pensar e repensar as
práticas no cotidiano do espaço escolar.
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Estes instrumentos, específicos da pedagogia da
alternância são aplicados aos estudantes observando
os ciclos e séries de desenvolvimento e de acordo
com os temas geradores das turmas.
Informações do artigo / Article Information
Recebido em : 26/11/2018
Aprovado em: 08/07/2019
Publicado em: 29/09/2020
Received on November 26th, 2018
Accepted on July 08th, 2019
Published on September, 29th, 2020
Contribuições no artigo: Os autores foram os
responsáveis por todas as etapas e resultados da
pesquisa, a saber: elaboração, análise e interpretação dos
dados; escrita e revisão do conteúdo do manuscrito
e; aprovação da versão final publicada.
Author Contributions: The author were responsible for
the designing, delineating, analyzing and interpreting the
data, production of the manuscript, critical revision of the
content and approval of the final version published.
Pomuchenq, F. J. M., & Telau, R. (2020). Interdisciplinaridade na Pedagogia da Alternância: Perspectivas dos(as) Monitores(as)
da Escola Família Agrícola de Marilândia...
Tocantinópolis/Brasil
v. 5
e6194
10.20873/uft.rbec.e6194
2020
ISSN: 2525-4863
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Conflitos de interesse: Os autores declararam não haver
nenhum conflito de interesse referente a este artigo.
Conflict of Interest: None reported.
Orcid
Felipe Junior Mauricio Pomuchenq
http://orcid.org/0000-0003-0053-1779
Roberto Telau
http://orcid.org/0000-0001-5819-4221
Como citar este artigo / How to cite this article
APA
Pomuchenq, F. J. M., & Telau, R. (2020).
Interdisciplinaridade na Pedagogia da Alternância:
Perspectivas dos(as) Monitores(as) da Escola Família
Agrícola de Marilândia. Rev. Bras. Educ. Camp., 5, e6194.
http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e6194
ABNT
POMUCHENQ, F. J. M.; TELAU, R. Interdisciplinaridade
na Pedagogia da Alternância: Perspectivas dos(as)
Monitores(as) da Escola Família Agrícola de Marilândia.
Rev. Bras. Educ. Camp., Tocantinópolis, v. 5, e6194,
2020. http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e6194