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E agora? Tentar um concurso
público. Não dá para se comparar.
Prestar um concurso público, passar
no concurso público. Ir para uma
Escola do Campo e fazer meu
trabalho lá. (Xavier, 2016,
informação verbal).
O anseio maior, né, posterior à
formatura, é de atuar
imediatamente. E a minha atuação
nunca se limitou apenas à sala de
aula, eu tive que aguardar um
período para ir para a sala de aula.
Mas eu fui dando continuidade na
organização tanto da comunidade
como contribuindo na própria escola.
E o anseio maior era de
transformar a escola. E não era
qualquer escola. Era a escola da
minha comunidade. A escola que
minhas filhas estudavam, a escola
que nós fizemos luta pra conseguir,
estamos em processo de luta pra não
deixar ela fechar. Então, era essa
escola, né, que pertence à nossa
comunidade, que pertence a um
território que vimos com um
processo de luta, com uma gestão que
mudou o trabalho e foi interrompido.
Então, me voltei para a comunidade.
Então, não terminou em momento
algum esse anseio, porque acabou
que faz parte da minha vida. Faz
parte da minha graduação essa
obsessão de transformar a escola. E
não só isso. Dar minha
contribuição nesse processo de
formação do próprio curso de
licenciatura. Não em uma disciplina,
que eu nunca pensei em disciplina.
Mas, na organização dos estudantes.
Que outros ensinamentos como
mística, organicidade, são
necessários para se formar como
educador do campo? Que eu tive
isso desde a minha militância dentro
do movimento, e eu vinha
percebendo que o público ia
modificando, e isso faz parte da
formação. Então, na medida em que
eu pude colaborar com a minha
experiência de movimento, com a
minha experiência da Licenciatura
em Educação do Campo, dentro das
turmas da licenciatura que estão e
que já se formaram. Daí eu
procurei... até conseguir estar em
sala de aula, não em qualquer sala
de aula. Mas na sala de aula da
Escola do Campo. Porque eu já
tive oportunidade de dar aula na
cidade e em escola particular. Eu
tive. Mas não estaria satisfeita e
não ia me completar. E as pessoas
até me perguntaram: você está
estudando para voltar pra roça? E
falava: Estou estudando para
voltar e mudar tanto a escola que
eu moro como a comunidade que
eu moro. Não sozinha, mas, no
coletivo. (Santos, 2016, informação
verbal).
Novos desafios na nossa vida. A
gente agora é formado em
Licenciatura em Educação do
Campo, uma formação
diferenciada das demais, onde a
gente trabalhou muito a nossa
comunidade. Então, além da nossa
docência em sala de aula, como era
antes, a gente tem que trabalhar
com o educando, como ele vem... A
gente não pode esquecer da
realidade dele. E sempre trabalhar
em coletivo porque nossa formação é
essa, trabalhar em coletivo. Pra mim,
particularmente, foi um aprendizado
muito grande trabalhar em coletivo,
porque eu era muito individualista,
antes de chegar na licenciatura, e
isso pra mim foi um dos principais
elementos da minha vida mesmo,
foi o trabalhar no coletivo. (Souza,
2016, informação verbal).
E agora, né? Aumenta o
compromisso, porque não é só a
condição de estar licenciado de um
diploma, mas um compromisso
social, de sujeito, de ser humano, de
vida, responsabilidade de vida.
Porque antes eu pensava assim: eu
preciso licenciar para poder
melhorar a minha relação no
trabalho para a questão financeira,
de estabilizar, ter emprego. E