iii
De Doorns farm workers strike, South Africa, de Kara Grace Mackay (University of
Pretoria, África do Sul), a autora discute o ativismo de uma líder rural na greve dos
fazendeiros conhecida como De Doorns, entre os anos de 2012 a 2013 na África do Sul. Por
meio de uma pesquisa etnográfica, a autora afirma que houve perdas e ganhos entre os
trabalhadores agrícolas durante e após essa greve (como o aumento das desigualdades
sociais), o que reforça a necessidade de igualdade e justiça social para essa população
camponesa que luta por seus direitos.
No texto Histórias de vida tramadas aos processos formativos de uma professora
de escola do campo do município de Restinga Sêca/RS, de autoria de Mariane Bolzan e
Helenise Sangoi Antunes (Universidade Federal de Santa Maria – UFSM), as autoras
discutem alfabetização e Educação do Campo numa escola localizada em Restinga Sêca, no
Rio Grande do Sul. As pesquisadoras compreendem na pesquisa realizada que é importante
para o professor alfabetizador que atua em escolas do campo ter melhor visibilidade e
valorização diante do trabalho que exerce nessas escolas, pois isso é relevante para o debate
sobre os processos de formação nessas instituições que envolvem a alfabetização da
população campesina.
O próximo artigo, Interfaces entre a Educação do Campo e o êxodo rural da
juventude camponesa, de Marizete Andrade da Silva (Universidade Federal de Minas Gerais
– UFMG), a partir de uma pesquisa bibliográfica, a autora compreende que o fenômeno do
êxodo rural da juventude camponesa provém de inúmeros fatores, em que sobressai a
ausência de políticas públicas abrangentes. Na pesquisa realizada, a autora ressalta também a
realidade objetiva das populações que criam e recriam o espaço do campo como modo de
vida.
Em Projetos educacionais como metodologia de ensino na escola de Educação do
Campo Sol Nascente de Confresa-MT, de Noemia de Souza Ventura e Marcelo Franco
Leão (Instituto Federal de Mato Grosso – IFMT), os autores objetivam mostrar a necessidade
de desenvolver metodologias de ensino voltadas para a Educação do Campo, analisando o
desenvolvimento de projetos educacionais voltados a escolas do campo. No estudo em
questão, os autores afirmam que é importante inserir a leitura de livros literários como ação
dentro desses projetos, uma vez que pode contribuir significativamente para a aprendizagem
dos estudantes.
No próximo manuscrito, Ciências da Natureza e materialismo histórico-dialético:
encontros e desencontros na formação de educadores do campo, de Emilio Romanini
Netto (Universidade Federal do Paraná – UFPR), o autor busca verificar encontros e
desencontros do enlace entre a Ciências da Natureza e o materialismo histórico-dialético, ao
relacionar com o projeto de formação de educadores do campo. A partir de alguns resultados
encontrados, o pesquisador compreende que o materialismo histórico-dialético é capaz de
fundamentar novas análises sobre a realidade natural. Contudo, o autor entende que a disputa
de concepção entre os sujeitos envolvidos na execução do projeto de Educação do Campo e os
formatos disciplinares dos cursos de Pedagogia e Licenciatura são desconectados, uma vez
que os conteúdos dos materiais didáticos das Ciências da Natureza não se relacionam a uma
perspectiva co-evolutiva ou histórico-natural.
No trabalho A aprendizagem da docência de acadêmicas em formação inicial:
novas temporalidades, de Ana Cláudia da Silva Rodrigues, Rayane Pereira Santos e Adriege
Matias Rodrigues
(Universidade Federal da Paraíba – UFPB), a partir de um projeto de
extensão desenvolvido em escolas do campo da Paraíba, as pesquisadoras objetivaram
compreender como ocorre a aprendizagem da docência de acadêmicas a partir das ações
desenvolvidas nesse projeto. Segundo as autoras, os resultados indicaram que a aprendizagem
da docência não se concretiza sem a articulação dos diferentes espaços formativos da prática
pedagógica a partir de novas temporalidades.