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encontram para desenvolver as suas ações,
a CEI reportou-se às profissionais da sede,
a priori, a fim de registar que, se na cidade
há queixas, devido à estrutura física, que
impossibilitam o desenrolar de algumas
atividades, no campo as queixas são
superiores. Uma vez que, no último
espaço, não há ambientes pensados
exclusivamente para as crianças pequenas,
cabendo às professoras improvisar e, por
vezes, disputar espaços com outros
funcionários que atuam com crianças bem
maiores, ou simplesmente se acomodar
com o espaço que lhes é oferecido.
Nesse sentido, é cabível
considerarmos os Parâmetros Básicos de
Infraestrutura para Instituições de
Educação Infantil (Brasil, 2006),
elaborados em parceria com educadores,
arquitetos e engenheiros. Esses
profissionais acreditam que as unidades
que atendem à primeira etapa da Educação
Básica precisam contemplar as
especificidades de cada região, sem ferir os
preceitos gerais que regem a EI, no que
tange à estrutura do espaço físico, bem
como ao seu mobiliário, seja na cidade ou
no campo.
A fim de respeitar o documento em
pauta, quando aponta as possíveis
especificidades de cada região, caberia um
olhar direcionado à Educação do Campo,
que historicamente sobrevive de projetos
adaptados, sempre como segunda opção.
Primeiro, pensa-se na Educação urbana e,
depois, em como estendê-la até o campo.
Freire (1996, p. 76) sobre o adaptar
sinaliza que “a adaptação a situações
negadoras da humanização só pode ser
aceita como consequência da experiência
dominadora, ou como exercício de
resistência, como tática na luta política”,
ou seja, silencia-se, provisoriamente,
enquanto se estuda a melhor maneira de
buscar a mudança em frente de
determinada situação. Freire (1996, p. 77,
grifos do autor) ainda acrescenta que “no
mundo da História, da cultura, da política,
constato não para me adaptar, mas para
mudar”.
No decorrer do diálogo, a
coordenadora da EI complementou:
Na escola do campo, eu percebi
também, por parte da gestão, não há
aquela... não tem aquela coisa de
diferenciar a sala, pelo menos a sala
da EI, mesmo estando no espaço que
é escola. Então, vai ficando em
escanteio, aí fica parecendo que os
menininhos estão ali, num lugar que
eles são pequenininhos, mas que não
é EI. Só estão em uma sala ali para
atender a idade deles, mas que não
fala muito sobre a questão da EI,
inclusive na questão da rotina, por
mais que a gente fala, mesmo que
não tem como seguir a rotina aqui da
sede, mas daria para fazer uma
rotina da EI no campo, mesmo assim
eu vejo que é complicado por conta
do espaço, no campo não tem pátio
coberto. O professor ele vai,
trabalha com EI de manhã ou de
tarde e vai pra outra turma, então ele