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em  agroecologia,  seguindo  a  nova  matriz 
produtiva definida pelo MST. Em geral, a 
grande  maioria  dos  formados  volta  para 
suas comunidades de origem realizando o 
trabalho  técnico  de  aplicação  da  ciência 
agroecológica  na  produção,  não  como 
trabalhadores  assalariados,  mas  como 
membros de uma comunidade de trabalho. 
Isso  parece  importante.  Segundo  Antunes 
(2018, p. 339), o empreendimento coletivo 
e, 
... societal por um trabalho cheio de 
sentido e pela vida autêntica fora do 
trabalho,  por  um  tempo  disponível 
para  o  trabalho  e  por  um  tempo 
verdadeiramente  livre  e  autônomo 
fora  do  trabalho  –  ambos,  portanto, 
desassociados  do  controle  e  do 
comando opressivos do  capital –, se 
converte  em  elemento  essencial  na 
construção  de  uma  sociedade 
socialista  não  mais  regulada  pelo 
sistema  de  metabolismo  social  do 
capital  e  seus  mecanismos  de 
subordinação, não mais voltada para 
a  destruição  da  natureza,  mas  sim 
para  uma  autêntica  preservação 
ambiental,  compatível  tanto  em 
relação  às  reais  necessidades 
humanas  quanto  à  imperiosa  e 
imprescindível  preservação  da 
ecologia. 
 
Desse  modo,  um  princípio 
importante  ou  imprescindível  é,  então, 
conceber o  trabalho como atividade  vital, 
como autoatividade. Um tipo de educação, 
como a do MST, que objetiva a articulação 
do  ensino  com  o  trabalho  produtivo 
coletivo democrático visando à prática de 
uma nova matriz produtiva agroecólogica, 
traz,  sem  dúvida,  uma  contribuição 
importante para a educação profissional no 
campo,  em  especial  na  área  do 
conhecimento estudado. 
 
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