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consiste em colocar em cena uma
perspectiva teórico-prática e metodológica
que, há 50 anos, no Brasil, e 84, na França,
emergiu como possibilidade de formação
dos povos campesinos, com interfaces às
suas condições de vida e trabalho,
vislumbrando outras e novas formas de
viver e/ou sobreviver no campo.
Nesse sentido, a alternância celebra
nesses últimos anos o seu potencial
transgressor e inovador nos processos
formativos, ampliando sua práxis da escola
básica para o ensino superior,
particularmente na formação de
educadores-monitores e professores do
campo. Dentre cujas potencialidades
destacam-se a sustentabilidade e a
formação integral, estas enquanto
horizontes possíveis que transgridem a
perspectiva de escolarização, formação
para o mercado de trabalho e
desenvolvimento na lógica do capital.
Destarte, os interlocutores teóricos
dos estudos da formação por alternância
(Puig-Calvó, 2002; Gimonet, 2007 &
Caliari 2002) consideram a
sustentabilidade e a formação integral
como pilares que se contrapõem à
formação mercadológica e competitiva do
mundo capitalista, compreendendo-a como
integral e integrada à vida dos sujeitos em
formação.
Quando falamos de formação integral
da pessoa, dá-se ênfase ao contraste
com a formação específica,
estritamente profissional, onde, em
função dos sistemas e programas de
formação, tenta-se formar
especialistas mecânicos, agricultores
ou eletricistas, esquecendo que existe
uma pessoa, um ser humano, membro
de uma sociedade numa época
determinada, com uma cultura,
valores, uma família, uma religião,
uma crença, uma situação sócio-
econômica determinada e concreta.
(Puig-Calvó, 2002, p. 130).
Ao encontro do exposto, atina-se que
a formação por alternância configura-se
como espaço e tempo da resistência e da
perseverança. Nasce do inconformismo e
das inquietudes na busca por um processo
formativo que concilie as aprendizagens
dos conhecimentos historicamente
acumulados ao trabalho, às suas
necessidades cotidianas, construindo nos
jovens o sentimento de pertença às suas
raízes históricas, culturais e econômicas,
produzidas na lida com a terra e na colheita
de seus frutos.
Cabe registrar que, no bojo de uma
caminhada brasileira de 50 anos, a
alternância, organizada no movimento
CEFFAS, vem empreendendo profundas
reflexões acerca de novas apropriações
frente a: desafios contemporâneos da
diversidade profissional do campo, das
relações campo e cidade, ampliação dessa
práxis para outros espaços e tempos
formativos, que não se caracterizam