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necessário de nossa formação
humana, dimensão desprivilegiada
seja nos cursos de formação política
dos movimentos sociais, seja nos
cursos de graduação das
universidades. Mesmo como o
inchaço das etapas, em virtude da
exigência de cumprirmos as 3.540
horas em três anos, as atividades
culturais surgem por dentro das
etapas como práxis, educando o olhar
para a elaboração teórica, bem como
para a produção prática, seja através
de textos, esquetes teatrais,
fotografias ou instrumentos musicais.
(LEC/RADA, 2014, p. 66).
O trabalho dos Laboratórios que
envolvia a linguagem, ao longo do Curso,
considerava as múltiplas expressões de
suas manifestações, tais como: audiovisual,
teatro, escrita, oralidade, musicalidade.
Essa formação, embora tenha se dado
como uma atividade acadêmica, no
entendimento de ser complementar,
compunha a dimensão curricular dos
estudantes tanto quanto as disciplinas. O
fato, pois, de não ser um componente
disciplinar não retirou, das AAs, sua
importância junto ao currículo.
Compreendida, assim, como um
elemento fundamental na perspectiva
formativa diferenciada da LEC, a
linguagem, por meio dos Laboratórios,
estabeleceu uma ruptura com a formação
acadêmica tradicional visando à
profissionalização, especialmente
considerando o tempo reduzido de três a
quatro anos com que uma graduação
precisa integralizar seu currículo. Esse
ponto, ademais, também relatado no
RADA, problematiza que, apesar da
dificuldade da composição da carga horária
entre disciplinas e atividades, as ações do
Laboratório foram fundamentais, inclusive,
na integração da turma e na continuidade
qualitativa da própria graduação. Assim:
... o curso de extensão “Construção
de instrumentos de percussão afro-
brasileiros” ... teve sem intencionar
um papel importante na união da
turma. Finalizado o curso básico
(Etapas 1, 2 e 3), os educandos foram
divididos em duas turmas de acordo
com a escolha de suas habilitações,
um certo distanciamento foi gerado
com a ideia da turma de
'Agroecologia e Segurança
Alimentar' e a turma de 'Ciências
Sociais e Humanidades'. O objetivo
principal do curso de extensão foi
mostrar a prática da percussão como
uma forma ancestral de manifestação
cultural, relacionando com a nossa
herança rítmica, os toques originários
dos tambores africanos. O Curso
durou os dois meses da etapa. Devido
ao alto custo, visto que a produção
dos instrumentos foi financiada pela
LEC/PRONERA, ou seja, compra de
cabaças, peles de cabrito, martelos,
cordas, ferros, linhas, furadeira, etc,
oferecemos apenas 25 vagas. Dez
para cada habilitação da LEC e 5
convidados da Universidade. Como a
disputa foi grande, criamos a ideia de
tambores compartilhados, educandos
convidando colegas da turma para
construírem os tambores juntos.
Enfim, a oficina que seria nas
quartas-feiras das 19h às 21:30h
terminava geralmente depois as 24h,
tamanho o envolvimento emocional
dos educandos. Utilizávamos o
espaço do Grupo de Capoeira Angola
do Mestre Angolinha que nos