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sistematizados, ainda, nos livros didáticos,
nem se apresentam acabados e universais.
Precisam passar por processos de
reconhecimento, redescoberta e
valorização com vistas à construção de
conhecimentos sociohistórico e localmente
situados. Nesse sentido, os educadores e
educadoras precisam estar abertos e em
constante diálogo com os sujeitos do lugar,
das comunidades, dos próprios familiares
dos estudantes.
A questão da inadequação da
educação e dos sistemas de formação nos
contextos rurais e seu caráter
urbanocêntrico discutida por García-
Marirrodriga e Puig-Calvó, para eles:
O problema da educação em âmbitos
rurais é a inadequação dos sistemas
de formação e educação
“tradicionais”, às necessidades
específicas dos jovens, e seu enfoque
predominantemente “urbano”. Neste
caso, não ser beneficiado, se traduz
em efeitos imediatos sobre a
sustentabilidade do desenvolvimento
rural, como consequência da falta de
motivação de muitos jovens, que
optam pelo êxodo para centros
urbanos, em teoria, mais favoráveis
para o emprego. Além disso, a
ausência das características do
contexto nos conteúdos curriculares,
dificulta seriamente a possibilidade
de a educação incidir no
desenvolvimento territorial. Pode-se
dizer que as escolas técnicas e
profissionais de todo o mundo
enfrentam em duplo desafio. Por um
lado, a dificuldade de adequar os
programas de formação dados aos
trabalhos que existem no mercado.
Precisamente, uma das maiores
dificuldades das instituições de
educação rural é a rigidez na
estrutura curricular, conteúdos e
modo de execução. Por outro, o
desequilíbrio entre a capacitação
dada e as possibilidades de emprego.
(García-Marirrodriga & Puig-Calvó,
2010, p. 171).
Ainda segundo os autores, no caso da
América Latina, além disso, os modelos
curriculares e pedagógicos, com suas
propostas de valores, esquemas e modelos
de vida urbana, têm contribuído
decisivamente a incentivar o êxodo rural.
Há mudança, se o enfoque da
aprendizagem se centra no interesse real do
estudante, cria-se um clima especial na
aula, tanto para os estudantes, como para
o/a educador/a.
As EFA’s e o sistema pedagógico
que as sustentam, nesse caso a Alternância,
propõe a necessidade de vincular os/as
adolescentes e jovens a seu meio. Essa
também possibilita que os/as estudantes
que passam, ao menos, a metade do tempo
escolar em propriedades familiares ou em
comunidades, não exclusivamente
agropecuárias, coloquem em andamento os
projetos profissionais e se convertam em
verdadeiros atores locais de um
desenvolvimento que seja sustentável
(García-Marirrodriga e Puig-Calvó, 2010).
A seguir, apresenta-se uma síntese
(Quadro 02) dos desafios apontados pelos
sujeitos dessa pesquisa e aqueles