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comunidade tradicional com sentidos,
representações, fazeres e saberes
singulares.
Ademais, o forte crescimento da
agroecologia e sua importante e complexa
interação ecológica (Altieri, 2012) nos
processos de produção influenciou
influenciaram não somente nos fazeres,
mas, igualmente nos saberes, sentidos,
significados, valores e relações. Em outras
palavras, influenciou influenciaram na
cultura do trabalho, apontando melhores
caminhos ao Bem-Viver.
Neste mundo de significados, com
fundamento da práxis material
objetiva, formou-se não só os
significados das coisas como sentido
das coisas, mas também os sentidos
humanos, que proporcionam ao
homem o acesso ao significado
objetivo das coisas. (Kosik, 1976, p.
76).
A agroecologia não é somente uma
relação produtiva com a natureza. A
natureza precisa também satisfazer suas
próprias necessidades. Desta forma,
algumas preocupações e cuidados são
importantes à própria reprodução das
comunidades tradicionais presentes no
cerrado da baixada cuiabana, como o
favorecimento da diversidade vegetal, a
utilização de adubação orgânica, a
interação de plantas e animais em um
mesmo espaço, o manejo agroecológico,
etc. (Altieri, 2012, p. 105-106).
A agroecologia é o estudo holístico
dos ecossistemas, abrangendo todos
os elementos ambientais e humanos.
Sua atenção voltada para a forma, a
dinâmica e a função de suas inter-
relações, bem como para os
processos nos quais estão envolvidas.
Uma área usada para a produção
agrícola (um campo, por exemplo) é
vista como um sistema complexo no
qual os processos ecológicos que
ocorrem sob condições naturais
também podem se realizar, tais como
ciclagem de nutrientes, interações
predador-presa, competição,
simbiose e mudanças decorrentes de
sucessões ecológicas. Uma ideia
implícita na pesquisa agroecológica é
que, ao compreender essas relações e
processos ecológicos, os
agroecossistemas podem ser
manejados de modo a melhorar a
produção e torná-la mais sustentável,
reduzindo impactos ambientais e
sociais negativos e diminuindo o
aporte de insumos externos.
A diversidade do agroecossistema é
primordial à produção e reprodução da
própria existência, satisfazendo as
necessidades mais básicas e dispensando o
dinheiro. Apresenta uma alternativa de
desenvolvimento econômico que não esta
está sob o imperativo do dinheiro e do
Capital.
Esta diversidade é observada nas
produções de: milho, mamão, jiló, laranja,
acerola, banana, abobora, batata, mamão,
quiabo, caju, abacate, abacaxi, manga,
pequi, limão, goiaba, tamarindo, coco,
mandioca, feijão, cana-de-açúcar, diversos
legumes e verduras (alface, rúcula,
cebolinha, coentro).