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Alternância,  nascida  em  terras  brasileiras há  50  anos,  constitui-se  hoje  em  Patrimônio  da 
Educação Brasileira e como tal figura na lei e nas políticas públicas. Contudo, a caminhada 
por ser histórica e social, também nos coloca desafios que surgem no próprio movimento de 
transformação da sociedade e dos modos de vida, trabalho e produção. Enfrentar tais desafios 
e permanecer  na  luta  são  aqui  erguidos  como  bandeiras  fulcrais  na produção dos novos  e 
outros sentidos da Formação por Alternância, sem afastar-se de seus pilares, suas mediações 
e/ou  instrumentos  pedagógicos  e,  sobretudo,  com  o  fortalecimento  de  seu  viés  político, 
emancipador e transformador das realidades e de seus sujeitos. 
Sendo assim, expressamos aqui os nossos cordiais agradecimentos à Revista Brasileira 
de Educação do Campo pela concessão desse espaço, o que por sua vez, traduz-se numa ação 
de visibilidade dos saberes e fazeres da Pedagogia da Alternância. 
Com  vistas  a  buscar  uma  organização  dos  textos  por  aproximação  das  discussões, 
reunimos em sequência os vinte e seis  artigos a partir de três  abordagens:  Inicialmente os 
artigos  que  trazem  a  história  da  Pedagogia  da  Alternância  e  seu  entrelaçamento  com  a 
Educação  do  Campo;  princípios  epistemológicos  e  análise  das  suas  mediações  ou 
instrumentos pedagógicos. Na sequência, os textos que discutem especificamente a Pedagogia 
da Alternância na formação de educadores-monitores-professores do campo e, por fim, em 
maior número, trazemos as investigações acerca da sua práxis nas diferentes experiências da 
educação básica escolar e para além dessa.  
Portanto,  o  que  dizem  as  pesquisas  nacionais  e  internacionais  sobre  a  Pedagogia  da 
Alternância nesses 50 anos de história é um convite ao conhecimento produzido por sujeitos 
que atuam, refletem e problematizam a práxis por meio da investigação científica.  
O primeiro artigo, intitulado Pedagogia da Alternância e Educação do Campo: dos 
hibridismos epistemológicos à simetria com a Educação Popular, de Úrsula Adelaide de 
Lélis  (UNIMONTES/Brasil),  Magda  Martins  Macêdo  (UNIMONTES/Brasil),  Leandro 
Luciano  da  Silva  (UNIMONTES/Brasil)  e  Maria  Auxiliadora  Amaral  Silveira  Gomes 
(UNIMONTES/Brasil), afirma na esteira da história que a Pedagogia da Alternância vem se 
constituindo como possibilidade metodológica para a educação dos povos do campo, dada sua 
convergência  pedagógica  e  política  com  os  princípios  da  Educação  do  Campo.  Contudo, 
destaca  que  experiências  híbridas  têm  revelado  que  os  fundamentos  epistemológicos  que 
sustentam  essa  Pedagogia  têm  sido  colocados  à  margem  das  práticas,  esvaziando  as 
potencialidades emancipadoras da Alternância. Partindo dessas acepções, o texto, resultado de 
reflexões teóricas, discute os  princípios epistemológicos que fundamentam  a  Pedagogia da