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públicas, organização curricular, práticas
pedagógicas, emancipação humana,
Educação básica, entre outros. Pesquisas
essas que “dão visibilidade ás experiências
construídas com os sujeitos do campo e no
processo de luta pela reforma agrária e por
projeto popular de sociedade”. (Souza,
2016, p. 29).
A autora além de abordar nesse livro,
a produção de conhecimento em Educação
do Campo, enfatiza também as
características e a diferenciação da
Educação do Campo e da Educação rural,
Escola do campo e Escola rural. O debate
sobreposto é que a Educação do Campo
está relacionada com os movimentos
sociais de trabalhadores do campo, as lutas
sociais do campo e com a reivindicação de
uma educação que valorize os povos do
campo, sua cultura, trabalho e identidade.
Além de ressaltar uma escola que priorize
a gestão democrática com intensa
participação da comunidade e que
contribua para a formação humana. Já a
educação rural/escola rural deixa explícito
uma educação pensada e articulada para os
interesses do capital, do agronegócio, da
formação de mão de obra e com o
currículo distante da realidade do campo,
visando o distanciamento entre os
conteúdos escolares e a prática social do
campo, valorizando o espaço urbano em
detrimento ao rural.
A autora nos traz uma reflexão sobre
educação do campo ao enfatizar que “seria
pertinente pensar qual é o lugar do campo
na educação e qual é o lugar da educação
dos povos do campo nas políticas
públicas”. (Souza, 2016, p. 67). Ela ainda
ressalta que precisamos reconhecer que o
Brasil é rural e urbano e que as relações
sociais de trabalho e de classe social são as
mesmas tanto no rural quanto no urbano.
Nesse livro, fica explícito também
cinco fatores que nos últimos 18 anos, a
Educação do Campo vem conquistando
espaço na academia: Primeiro, a
participação do MST na sociedade
brasileira e suas demandas educacionais,
compreendidas como lutas por direitos
sociais e humanos fundamentais. Segundo,
a possibilidade de diálogo entre
movimento social e sociedade política,
desencadeando processos de formação
inicial e continuada de profissionais da
educação voltados á educação do campo.
Terceiro, a ampliação dos grupos de
pesquisa - registrados no CNPq - que têm
se dedicado aos estudos da realidade
educacional do campo no Brasil. Quarto,
os fatores que interferem na ampliação das
pesquisas em Educação do Campo, como
os programas governamentais, Pronera e o
Procampo. E por fim, o quinto fator que é
o conjunto de diretrizes, resoluções e
decreto presidencial que positivam a