12
comunitários envolvendo famílias,
lideranças e movimentos sociais, sobretudo
do campo, preocupados com a promoção e
o desenvolvimento socioeconômico,
técnico e cultural de cada região
campesina. Segundo dados da União
Nacional das Escolas Famílias Agrícolas
do Brasil (UNEFAB), apresentados em
material de divulgação da Conferência
Nacional da Pedagogia da Alternância do
Brasil (CONPAB) acontecida em setembro
de 2019, atualmente existem 230 CEFFA,
compreendidas as Casas Familiares Rurais
(CFR), as EFA e as Escolas Comunitárias
Rurais (ECOR), em funcionamento em 21
estados brasileiros.
Cada CEFA possui uma associação
comunitária que é sua mantenedora, dada a
necessidade econômica e jurídica que vai
da implantação até o desenvolvimento e
funcionamento cotidiano, perpassando
também a sustentação do Projeto
Educativo a ser desenvolvido, o qual
envolve a própria associação, as famílias
dos alternantes e toda a comunidade, pelo
princípio de participação efetiva de todos
os segmentos. A esse respeito, Queiroz
(2004) afirma:
Tudo isso exige de cada associação
responsável pelo centro educativo um
grande empenho, responsabilidade e
perspicácia na construção deste
Projeto Educativo. Porque este
Projeto Educativo é que vai orientar e
motivar todo processo de formação
do alternante, possibilitando “uma
continuidade de ação formadora
numa descontinuidade de
atividades”, a formação integral em
tempo integral e a “nascer, elucidar,
formalizar ou modificar os projetos”
dos alternantes. Com isso “a
alternância torna-se também uma
pedagogia do projeto”. (p. 96).
Todos os centros educativos que
adotam a Pedagogia da Alternância
apresentam um processo de formação que
combina a articulação entre o período de
frequência no espaço escolar, o chamado
TE, e o TC, durante o qual são
experienciados ensinamentos que vão além
do conhecimento formal definido pela
escola, a vivência no âmbito familiar e em
suas práticas cotidianas. Assim,
A alternância pode ser vista como um
recurso estrutural ... no processo de
formação profissional, do trabalho
coletivo dos professores, dos pais e
de lideranças comunitárias, pois ela
permite período integral de formação,
na escola, em regime de internato – a
sessão escolar – que se alterna com o
período na propriedade familiar.
Segundo os princípios dessa
pedagogia, o aluno vivencia de forma
alternada, experiências de formação
na escola, conjugadas com a
experiência que a família e a
comunidade lhe proporcionarem
durante o período que permanecem
em alternância familiar. (Pessotti,
1978, p. 35).
Esse movimento dialético entre
práticas cotidianas e o conhecimento
construído na escola, vivenciados pelos
jovens estudantes dos centros educativos
em seus processos de formação, tem como