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campo e supervalorização do espaço
urbano.
O campo ainda percebido como
defasado, desatualizado e distante dos
avanços e possibilidades existentes no
centro urbano, e por sua vez, as ilhas por
serem frequentemente visitadas por turistas
e banhistas no geral e próximas das rotinas
vividas na cidade e de fácil acesso, são
consideradas extensão do urbano, mesmo
que parte dos moradores das ilhas utilizem
embarcações para o transporte, se beneficie
da pesca e do cultivo da terra. Esses são
posicionamentos apresentados por
participantes da pesquisa e que estão no
livro.
A educação nas escolas das ilhas é o
quinto capítulo do livro e traz discussões
caras para entender o processo de
escolarização do aluno da educação
especial que frequenta a escola regular nas
ilhas da Amazônia paraense. Nesse
capítulo, relata que a organização da
educação para o ensino fundamental é por
ciclos de aprendizagem, mas com
resquícios da seriação.
Nesse sentido, a autora discorre
sobre o público da educação especial na
perspectiva dos participantes e dialoga com
os documentos que sustentam essa
modalidade, juntamente com autores que
se debruçam sobre o assunto. Outro ponto
presente é o conceito de escola e qual sua
função diante a sociedade. Assuntos como
relações interpessoais, professor de sala
comum e de sala de recursos
multifuncional, são tratados de forma
reflexiva ao relacionar a escola e a
comunidade. Além disso, ainda é
problematizada a evasão do público da
educação especial e as suas causas.
Fernandes (2018) disserta sobre o ser
e o saber-fazer no sexto capítulo. É dado
destaque à formação, no sentido da
formação continuada necessária para o
professor trabalhar com a educação
especial e a educação do campo. Trata
ainda do conteúdo existente nos cursos de
formação continuada e por último, ao
instigar os professores sobre os assuntos
que seriam necessários nas formações
continuadas, destaca: a contextualização
com a realidade local, família, currículo,
formação específica e política.
Dentro disso, pode-se considerar que
o livro “Educação Especial nas Ilhas” se
configura como documento base para o
entendimento do processo de escolarização
do público da educação especial morador
das ilhas de Belém e frequentador das
escolas regulares. Fernandes (2018, p. 268)
em seu livro sugere uma educação sem
divisões “em que não se fragmente esse
saber-fazer e se construa uma realidade
com formação social igualitária
(econômica, social, política e cultural),