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todos... motivação, aprendizagem,
autoconfiança e disseminação;
– Desenvolver um processo mais
exploratório, experimental e criativo
no desenvolvimento dos
documentários (Cole, 2007), coerente
com o caráter emergente da
metodologia de investigação
escolhida - a da etnografia crítica – e
onde as preocupações estéticas e da
arte do cinema se assumam mais
plenamente, numa relação mais livre
dos constrangimentos de ambas as
esferas, na esteira de Rouch (2010);
– Aprofundar a dimensão
poética, rompendo com as dicotomias
autor-espetador, ciência-arte,
fragmento-narrativa, metáfora-
descrição, assumindo o
entretecimento de lógicas,
explorando formas de pensatividade
e performatividade, valorizando a
indeterminação e liberdade
(Rancière, 2010);
– Aprofundar atividades de
autoformação e redes de discussão,
através de debate pós-visionamento
do documentário, com os autores,
com um sentido crítico e
interpretativo, na análise e
reinterpretação de conteúdos,
processos e resultados de
investigação, mas também dos
processos de realização dos
documentários, opções de pós-
produção, “estratégias e retóricas
discursivas”. (Ribeiro, 2007, p. 25);
– Aprofundar o trabalho com
tecnologias digitais, num processo de
intertextualidade e mestiçagem em
que os diversos media incorporados
são diluídos nas suas especificidades
e onde os diálogos se fazem não
apenas no interior dos filmes mas
também nos produtos digitais e nas
suas apropriações por quem visiona,
expandindo a intersubjetividade, a
polivocalidade, a estrutura narrativa
(Ribeiro 2007, p. 33). Tal pode ser
feito com experiências hipermedia,
com a utilização de sites e blogues,
em redes sociais e de discussão;
– Utilização mais intensa dos
documentários produzidos em
situações pedagógicas, nos cursos e
unidades curriculares, assumindo o
valor das imagens e das
representações multisemióticas na
aprendizagem, na conceptualização
teórica e na exploração de práticas,
em temas tão diversos como por
exemplo a interculturalidade, a
educação comunitária, a investigação
participativa, arte e educação;
– Aprofundamento da inter e
transdisciplinaridade e da
multireferencialidade na construção
e análise dos documentários,
prolongando, numa temporalidade
aberta, sucessivas resignificações
relevantes para a compreensão dos
processos sociais
A linguagem não é apenas
comunicação do comunicável, mas
simultaneamente, símbolo do não
comunicável (Benjamin, 1992).
Referências
Bairon, S. A. (2007). Linguagem
hipermediática como produção do
conhecimento: relações interdisciplinares.
In Bairon, S., & Ribeiro, J. S. (Orgs.).
Antropologia visual e hipermédia (pp.43-
60). Porto: Edições Afrontamento.
Benjamin, W. (1992). Sobre a arte,
técnica, linguagem e política. Lisboa:
Relógio d’Água Editores.
Black, G. F., Davies, A., Iskander, D., &
Chambers, M. (2018). Reflections on the
ethics of participatory visual methods to
engage communities in global health
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Caetano, A. P., & Afonso, J. C. (2014).
Trans-inter-multiculturalidade. A poesia